quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

“Honoris causa” ao “maior teólogo” português


Li no  7MARGENS 
em texto de António Marujo


«“O maior teólogo” da Igreja e uma “voz grande da cultura”, justifica Moisés Lemos Martins. Um reconhecimento de um itinerário centrado numa “teologia da periferia”, como diz frei Bento. Ou um nome “marcante na produção teológica em Portugal” e “um dos pilares da sociedade portuguesa”, como dizia há poucos meses, sobre Bento Domingues, o agora arcebispo Tolentino Mendonça.»

Congratulo-me com esta distinção atribuída a Frei Bento Domingues pela Universidade do Minho, lamentado que o seu contributo em prol de uma Igreja mais reflexiva e mais aberta ao mundo não tenha sido reconhecido há mais tempo. 
Admiro a sua frontalidade e o seu saber, há bastante tempo. Daí o interesse com que publico, semana a semana, as suas crónicas no meu blogue, editadas pelo PÚBLICO,  onde não faltam apreciadores. 

Ler escrito de António Marujo aqui

NOTA: Numa rápida procura no meu Pela Positiva, encontrei textos de Bento Domingues desde dezembro de 2004, mês e ano em que me iniciei no ciberespaço.  

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

"Não acredito em Cristo, mas acredito nos cristãos"

Ricardo Araújo Pereira no encontro
3 Milhões de Nós



«O humorista falou sobre viver a espiritualidade sem fé, partindo da sua experiência de, não sendo crente, ter frequentado escolas católicas. Destacou o impacto que para ele teve o “padre Joaquim”, um professor de Português do colégio dos padres franciscanos. Recentemente falecido, a sua recordação emocionou o fundador dos Gato Fedorento. Ricardo Araújo Pereira acrescentou que, enquanto ateu, está sempre a pensar no fim da vida e na sua finalidade ou propósito. Mas que, apesar disso, se considerava semelhante a quem tem fé: todos estão “à procura: não acredito em Cristo, mas acredito nos cristãos”.»

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Aquário dos Bacalhaus celebra aniversário



O Aquário dos Bacalhaus vai fazer anos no próximo dia 12 de janeiro, razão mais do que suficiente para todos o felicitarmos, desejando que continue   a ser  centro de atenções e de cultura para os ilhavenses  e para quantos visitam a nossa região. 
Segundo o comunicado do MMI, vai haver um conjunto de ações culturais de bom nível, nomeadamente, uma aula de musicomeditativa, oficinas para famílias e uma tertúlia, entre outras. O 6.º aniversário fica também marcado pela chegada de novos hóspedes ao Aquário.

 Ver programa aqui

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Um novo jornal digital




Congratulo-me com o nascimento de um jornal digital, batizado com o nome 7MARGENS, que ergue a bandeira do “fenómeno religioso, no sentido mais amplo do termo”, como se lê na Apresentação. Já registei o seu link no meu blogue, com votos de que o 7MARGENS passe a ser uma referência para todos os que apreciam as questões relacionadas com o transcendente e a espiritualidade.
Como se afirma na Apresentação, o 7MARGENS vai “dar conta das diferentes formas de busca espiritual que marcam o nosso tempo, desvendando as questões, interrogações e percursos que alimentam essa indagação”, tendo “consciência de que a informação sobre o fenómeno religioso assim entendido constitui um importante instrumento a favor da paz, da justiça social, do conhecimento mútuo, da tolerância e da cooperação entre os mais diversos atores das nossas sociedades”.
Os responsáveis são garantia de que o novo jornal digital terá um grande futuro pela frente ao nível da formação e da informação, tanto dos crentes de qualquer religião como dos não crentes.
Desejo as maiores venturas aos corajosos que apostaram em novas formas de comunicar, enfrentando desafios e dificuldades que hão de saber contornar.

Fernando Martins

NO NOVO ANO: CUIDAR

Anselmo Borges
No início de um novo ano, 2019 da era cristã, 5779 do calendário hebraico, 5120 do hindu, 4715 do chinês, 2562 do budista, 1441 do muçulmano, deixo aí uma breve reflexão sobre um tema essencial, o cuidado — cuidar e ser cuidado —, constitutivo do ser humano.
Entre as grandes obras do século XX, figura uma do filósofo alemão Martin Heidegger: Sein und Zeit (Ser e Tempo). Nela, retoma a célebre fábula sobre o Cuidado, de Higino, um escravo culto (64 a. C.-16 d. C.). Fica aí, traduzida literalmente.
“Uma vez, ao atravessar um rio, ‘Cuidado’ viu terra argilosa. Pensativo, tomou um pedaço de barro e começou a moldá-lo. Enquanto contemplava o que tinha feito, apareceu Júpiter. ‘Cuidado’ pediu-lhe que insuflasse espírito naquela figura, o que Júpiter fez de bom grado. Mas, quando ‘Cuidado’ quis dar o próprio nome à criatura que havia formado, Júpiter proibiu-lho, exigindo que lhe fosse dado o seu. Enquanto ‘Cuidado’ e Júpiter discutiam, surgiu também a Terra (Tellus) e também ela quis conferir o seu nome à criatura, pois fora ela a dar-lhe um pedaço do seu corpo. Os contendentes invocaram Saturno como juiz. Este tomou a seguinte decisão, que pareceu justa: ‘Tu, Júpiter, deste-lhe o espírito; por isso, receberás de volta o seu espírito por ocasião da sua morte. Tu, Terra, deste-lhe o corpo; por isso, receberás de volta o seu corpo. Mas, como foi ‘Cuidado’ a ter a ideia de moldar a criatura, ficará ela na sua posse enquanto viver. E, uma vez que entre vós há discussão sobre o nome, chamar-se-á ‘homo’ (Homem), já que foi feita a partir do húmus (Terra)’.”

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Belém de Judá transferiu-se para a Gafanha da Nazaré


Cortejo dos Reis
Foi no Domingo
6 de janeiro

Menino Jesus ao colo de sua mãe. S. José completa o quadro
Pastores vão adorar o Menino
Os presentes oferecidos com alegria
Um Rei Mago beija o Menino

Cantoras
“Belém de Judá transferiu-se para a Gafanha da Nazaré”, afirmou o nosso prior, Pe. Cesár Fernandes, no culminar do mais que centenário Cortejo dos Reis, na hora da adoração do Menino, na igreja matriz, no domingo, 6 de janeiro, liturgicamente dedicado à Epifania do Senhor. Adiantou que o Menino Jesus recebeu os presentes dos Reis Magos, que representam todos os povos da terra, entre “cânticos da tradição de todos nós”, mas ainda dos pastores, figurantes e demais participantes.
O nosso prior agradeceu o envolvimento de todos, manifestando a sua gratidão pelos que tiveram o cuidado de se apresentar com os trajes dos seus avós e bisavós. “Não deixeis perder esta tradição que é um misto de religiosidade popular e de fé”, sendo imperativo dos gafanhões “transmiti-la aos vindouros”, disse.

O Cortejo dos Reis seguiu o trajeto habitual, desde Remelha até à igreja matriz, passando por todos os lugares da nossa paróquia, rumo à adoração do Menino que, ao colo de sua Mãe, sob o olhar terno de São José, ouviu as preces de pastores,  magos e povo, entre cânticos natalícios que vêm dos nossos antepassados. 
Durante o percurso, foram apresentados autos alusivos à quadra, fechando com o mais famoso, no palácio de Herodes, o qual ouviu dos sábios do seu reino que o novo Rei estaria a chegar. E dos magos ficou a saber que, segundo os profetas, a nova estrela da humanidade, o Salvador, já estaria entre nós.
Manifestando o desejo de também o adorar, Herodes não deixou de proclamar, falando para si e para os seus próximos: “Ai dele, se me cai nas mãos; esta coroa é minha e só minha e o simples desejo em possuí-la custar-lhe-á a cabeça”.

domingo, 6 de janeiro de 2019

Pai Nosso para 2019

Bento Domingues

O Pai Nosso exprime o mundo por que Jesus lutou. 
Nada acontece de forma mágica.

1. Dizem-me que ando distraído das estatísticas das religiões que, na Europa, manifestam um inquietante declínio. O cristianismo não revela qualquer estratégia adequada para inverter essa situação. A laicidade do Estado, mal entendida, teria conduzido a sociedade para os braços do maior adversário da fé cristã: a indiferença.
O Islão aposta nesse vazio. Estaria, ao que parece, cada vez mais dominado pelas correntes e organizações islamitas, que, a bem ou a mal, pretendem ser a religião europeia do futuro.
Por outro lado, invocar o nome de Deus em vão era considerado um pecado grave. Acaba de sagrar a tomada de posse do Presidente do Brasil. As chamadas “igrejas evangélicas” têm abundantes passagens do Antigo Testamento para apoiar a sua retórica banhada de propósitos guerreiros.
À primeira vista, violência e religião nunca deveriam poder andar associadas. A história mostrou e mostra que, por diversas loucuras, andaram e andam muito juntas.
A religião é, por natureza, a dilatação transcendente do ser humano. Mas também pode ser entendida como um mecanismo de autoprotecção. Um indivíduo ou um grupo sentem-se mais seguros se alguém superior – uma divindade, por exemplo – os proteger em todas as dimensões da vida: espirituais e materiais. Nesse sentido, defender a sua religião é defender todos os seus interesses. Quem a puser em causa ameaça toda a sua vida. Daí nasce o elo entre violência e religião: defender-se do inimigo. A melhor defesa é destruí-lo. Procura, por esse caminho, salvar a própria identidade. É uma explicação simples para a história da violência ligada ao fenómeno religioso e às suas expressões. Nessa perspectiva, a salvação de uns é a perda dos outros.