sábado, 15 de setembro de 2018

Um Plano Marshall para a África

Anselmo Borges

1. Desde a década de oitenta do século passado que me tenho manifestado favorável a uma espécie de Plano Marshall para África. A última vez que me pronunciei foi no passado dia 13 de Agosto, na RTP 3, em conversa com a jornalista Sandra de Sousa, a partir de declarações do cardeal António Marto, a propósito das migrações. 
Fica aí textualmente o que disse nessa conversa, no contexto da leitura dos jornais do dia. 
Sim, nós estamos perante uma questão dramática, que, no meu entender, será cada vez mais dramática. Estamos a tratar das migrações, dos refugiados. E eu quereria chamar a atenção para dois ou três pontos. 
Em primeiro lugar, é evidente que a Terra é de todos, o mundo é de todos e, por isso mesmo, há o direito de visita, de hospitalidade, de que já Kant falava. Mas a Europa, neste momento, está com este problema, que é um dos maiores problemas, o das migrações. Sobre isso gostava de chamar a atenção para os direitos humanos, e a defesa dos direitos humanos é qualquer coisa que está profundamente ligada à Europa - a Europa sempre se distinguiu por receber. Mas gostava de chamar também à colação que esta é uma questão da Europa enquanto União Europeia. 

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Seguir Jesus nos caminhos da vida

Georgino Rocha

"Seguir Jesus, o peregrino da proximidade e do bem-fazer, o companheiro e confidente de todas as horas, alegrias e dores, o guia que ilumina a tocha da nossa consciência e o farol da nossa liberdade, o homem tão humano que só pode ser Deus no amor de entrega e na coragem da confiança filial."

Jesus vai a caminho de Cesareia de Filipe, local distante do mar da Galileia uns 25 Km. Aqui se encontra uma das maiores fontes que alimentam o rio Jordão e, com a abundância da sua água, geram uma vegetação fértil e atraente. Outros motivos teria Jesus para se dirigir para lá, motivos de que faria parte o simbolismo da fonte e da abundância, da fertilidade e atracção, simbolismo que fica plasmado no diálogo com os discípulos, sobretudo com Pedro. Mc 8, 27-35.

No caminho, conversa-se sobre o que a experiência vivida na companhia de Jesus lhes proporciona, a esperança a despertar nos corações, a aventura em que se vêem envolvidos, o convívio amigo entre todos sempre animado pelo exemplo do Mestre. Também surgiriam os ecos dos comentários populares e das críticas, que iam surgindo, da parte dos fariseus e escribas. E as pretensões veladas de cada um vir a ocupar um lugar importante na organização futura que já se desenha em embrião.

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

D. António Moiteiro, Bispo de Aveiro há quatro anos

D. António na Igreja Matriz 

D. António no Agrupamento de Escolas 

D. António na visita ao Porto de Aveiro  e Capitania

D. António no Grupo Desportivo da Gafanha

D. António Moiteiro celebra hoje, 13 de setembro, a tomada de posse como Bispo de Aveiro, em 2014. No dia seguinte, 14, aconteceu a sua entrada solene na Diocese aveirense. Felicito D. António pelas efemérides, na certeza de que continuará connosco a crescer na fé, rumo a uma sociedade mais fraterna, mais solidária e mais humana, sob as marcas indeléveis da Boa Nova de Jesus Cristo. 
Tanto quanto me é possível, tenho acompanhado o seu espírito de serviço, a sua entrega sem limites aos projetos que têm vindo a ser implementados, sem descurar a importância de permanecer próximo das pessoas. Atesto isto mesmo por observação direta aquando da sua visita pastoral à Gafanha da Nazaré. Falava com simplicidade com dirigentes associativos, dando a sua opinião e sugestões com delicadeza e oportunidade, quer na área do desporto, do ensino, dos departamentos paroquiais, cívicos e empresariais, quer das autoridades marítimas e portuárias. E nas cerimónias religiosas, senti como foi escutado e acarinhado. 
Tive a felicidade de conhecer todos os bispos da restaurada Diocese de Aveiro e em todos eles apreciei qualidades humanas e cristãs: o sentido de unidade e poesia de D. João Evangelista; o entusiasmo pastoral de D. Domingos; o fervor sinodal e a cultura teológica de D. Manuel; o espírito de entrega sem limites e a capacidade criativa de D. António Marcelino; a bondade e proximidade de D. António Francisco, elevadas ao expoente máximo; e agora, em D. António Moiteiro, valorizo o sentido de entrega à Igreja, de mãos dadas, sem complexos nem barreiras, com o povo de Deus que lhe foi confiado. Que Deus o ajude. Que todos saibamos estar com D. António Moiteiro. A unidade faz a força neste momento de crise. 

Fernando Martins

terça-feira, 11 de setembro de 2018

D. António Francisco: Um ano depois da sua partida para o seio de Deus


«Faz hoje um ano que o inesperado se apresentava na notícia da morte de D. António Francisco dos Santos. Afável, de sorriso pronto, bondoso… todos sabemos que os adjetivos definem esta figura da Igreja que não deixava ninguém indiferente. A sua memória não pode ser um dado de agenda, é desde logo uma interpelação a que o seu exemplo se concretize também em cada gesto do que somos. Pelas 19h00 será celebrada uma missa na Catedral do Porto, e a data passará a ser, na diocese, o dia anual de sufrágio pelos bispos, sacerdotes e diáconos já falecidos.»

Notaa:

1.Texto e foto da Ecclesia;

2. Associo-me a todas as homenagens que nos possam trazer à memória a bondade rara de um Bispo que soube, desde a primeira hora que o conheci, ainda no quarto de cuidados intensivos do hospital de Aveiro, depois de um enfarte que me prostrou à entrada da sé aveirense, cativar-nos e aproximar-nos de Deus. Um bispo próximo, afetuoso, acolhedor, sem pressa, com a palavra certa no conselho que delicadamente sabia transmitir-nos. Deus, que já o tem consigo há um ano, continua a permitir-lhe que permaneça connosco.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Um Olhar... (Sonetos) - um livro de João Alberto Roque


João Alberto Roque é, ao que julgo, o gafanhão que mais prémios literários conquistou, pelo que deve merecer, de todos nós, uma atenção redobrada. Atenção e leitura atenta do que escreve e publica. Desejo, sinceramente, que este livro — Um Olhar... (Sonetos) — alcance enorme êxito. O meu amigo João Roque merece todo o nosso apoio e estima.

Conselho de Cardeais solidário com o Papa



O conselho consultivo de cardeais, o chamado ‘C9’, manifestou hoje a sua “plena solidariedade ao Papa”, em comunicado divulgado pela Santa Sé, perante o que aconteceu nas últimas semanas, “consciente de que no atual debate a santa Sé vai formular os eventuais e necessários esclarecimentos”, li na Ecclesia. Li ainda que “os participantes apresentaram ao Papa a sua proposta para a reforma da Cúria Romana, após cinco anos de atividade”

Fonte: Ecclesia 

sábado, 8 de setembro de 2018

Cães e gatos vadios


Permitam-me que volte hoje aos nossos cães que morreram recentemente para tristeza de toda a família. A falta que eles nos fazem é notória porque a alegria que nos contagiava deixou marcas indeléveis. Posta de lado a hipótese de adotarmos outro ou outros,  por dificuldades inerentes à nossa capacidade de os tratar como deve ser, mas também por não percebermos facilidades futuras que garantam os mimos fundamentais na hora de deixarmos o mundo terreno, resta-nos a consolação de olhar pelos que nos batem à porta à procura de pão para a boca. Contas feitas à esperança de vida dos cães, não haverá certeza de que viveremos o tempo necessário para deles cuidarmos.
Tenho visto o que toda a gente pode ver: Cães e gatos vadios e abandonados ou nascidos destes, pululam por todos os cantos, podendo provocar problemas de saúde às pessoas e a outros animais, o que é de lamentar. As autarquias não terão capacidade para acolher, alimentar e tratar todos esses animais, de forma a garantir a sua sobrevivência condigna. Porque, logicamente, as famílias ainda terão prioridade nos programas e projetos camarários.
Eu sei que não falta quem mostre interesse acrisolado pelos animais, questão que nem ouso pôr em discussão. Mas como resolver o problema dos cães e gatos vadios, que chegam, alguns deles, sobretudo gatos, a entrar na nossa própria casa sem pedir licença, só porque a Lita, apaixonada por animais, lá os vai sustentando e tratando da melhor forma que pode e sabe?
Gostaria que as autoridades e os meus leitores se pronunciassem sobre este problema, porque é, realmente, uma questão de saúde e tranquilidade pública.

Fernando Martins