sexta-feira, 25 de maio de 2018

Festival da Sardinha

Ainda falta muito tempo, 
mas a notícia serve para aguçar o apetite 
e registar na agenda 


«A APARA , Associação de Pesca Artesanal de Aveiro, está já a preparar a segunda edição do Festival da Sardinha da Costa Nova.
O certame decorre nos dias 19, 20, 21 e 22 de Julho, no relvado daquela praia do concelho de Ílhavo, e promete superar os números e a qualidade da edição do ano passado. A única coisa que se irá manter passa pela aposta em servir apenas sardinha fresca e de qualidade.»

A morte: irreversível

Anselmo Borges

«É claro que esta questão [eutanásia] configura uma mudança civilizacional. E não se pense em progresso, pois é de retrocesso que se trata. A eutanásia significa uma derrota: o que o Estado tem para oferecer às pessoas em extrema dificuldade é conceder-lhes o direito de pedir que as matem? De facto, se a eutanásia fosse aprovada, ficaria em vigor uma lei que concede o direito de pedi-la e o Estado teria mais um dever: concretizar esse direito, nos casos aceites, matando. Não se fuja às palavras, pois é de homicídio que se trata, ainda que a pedido.»



1. No passado dia 6, Jürgen Habermas, que continua a ser o filósofo vivo mais influente do mundo, deu uma longa entrevista ao El País. Logo de entrada, estando de acordo com a afirmação de que há a decadência da figura do intelectual comprometido, diz: "A pergunta nostálgica "porque é que já não há intelectuais?" está mal feita. Não pode havê-los, se já não há leitores aos quais continuar a chegar com argumentos." Se foi "determinante uma esfera pública", o que se passa é que "as suas frágeis estruturas estão agora a sofrer um processo acelerado de deterioração". A esfera pública liberal na sua configuração clássica vivia de bases culturais e sociais, "principalmente da existência de um jornalismo desperto, com meios de referência e uma imprensa capaz de dirigir o interesse da grande maioria da cidadania para temas relevantes e a formação de opinião política. E também da existência de uma população de leitores que se interessa pela política e tem um bom nível de educação, acostumada ao processo conflitual de formação de opinião, dedicando tempo a ler imprensa independente de qualidade. Hoje, esta infra-estrutura já não está intacta. O efeito de fragmentação da internet deslocou o papel dos meios de comunicação tradicionais, sobretudo nas novas gerações. Antes de entrarem em jogo estas tendências centrífugas e atomizadoras dos novos media, a desintegração da esfera cidadã já tinha começado com a mercantilização da atenção pública. Agora os novos meios de comunicação praticam uma modalidade muito mais insidiosa de mercantilização".

O Deus em quem eu creio. E tu?

Georgino Rocha
Santíssima Trindade

"Quando o amor é o caminho, a pobreza torna-se história. Quando o amor é o caminho, a Terra será um santuário. Quando o amor é o caminho, vamos baixar as espadas e os escudos junto ao rio para não estudarmos mais a guerra. Quando o amor é o caminho, existe muito espaço para todas as crianças de Deus. Porque quando o amor é o caminho, tratamo-nos uns aos outros como se fôssemos verdadeiramente uma família"

Michael Curry's, 
bispo da Igreja Episcopal dos Estados Unidos.


A Igreja celebra hoje a festa da Santíssima Trindade, insondável no seu ser, acessível no seu agir. Tudo na vida cristã começa e termina nesta realidade admirável. “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” abre e fecha toda a celebração; está presente e actuante, de modo singular, na Eucaristia; acompanha e guia a Igreja na sua missão no mundo; anima os seres humanos no cuidado da natureza e da criação; abre-lhes horizontes de beleza nas obras de arte e de músca; atrai-os com a harmonia do universo.

Os sábios de todas as culturas descobrem os seus vestígios e dão-lhe nomes diversos; os profetas intuem o seu mistério e apontam possíveis vias de acesso; os estudiosos deixam-se seduzir pelo insondável e lançam-se na aventura da investigação; filósofos e teólogos ponderam o Infinito que os atrai, fazem reflexões ousadas e formulam doutrinas que visam dar alguma explicação. O magistério da Igreja alicerça as suas certezas na Escritura e na Tradição e codifica-as em verdades que, por vezes, são definidas como dogmas em linguagens culturais próprias da época. E para segurança doutrinal, celebra concílios e sínodos que definem com rigor o que se deve crer. Sirva de exemplo os do século IV (Niceia e Constantinopla) e que ainda hoje rezamos na missa. Será tremendamente difícil aos fiéis cristãos atingirem o alcance desta profissão da fé.
Apesar disso, vamos seguir de perto os seus enunciados fundamentais no que se refere à Santíssima Trindade, procurando o rosto humano de Deus nas pessoas divinas e no seu agir histórico, em cada um de nós e em todos os seres humanos. E façamos o nosso pequeno credo.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Notas do meu diário – O tempo e a passarada

Relvado e arvoredo 

Água para a passarada beber e tomar banho
Diz-se que só do tempo falamos (ou escrevemos) quando não temos assunto. Não será o caso de hoje, que assuntos não faltam, mas ao ouvir o chilrear da passarada nas árvores e arbustos do meu quintal, onde têm morada certa e água fresca diária e à discrição, pelos cuidados extremosos da minha Lita, terei mesmo de falar do ambiente que me cerca, com sol quanto baste.
Nunca fui dado ao cuidado dos passarinhos, nem mesmo na idade em que muitos amigos tinham palmas para os apanhar e gaiolas para se deleitarem com os seus variados cantares, que muitos interpretavam como desafios que uns aos outros se impunham, à semelhança dos cantadores de feiras e romarias, com versos brejeiros de respostas e remoques que nunca mais acabavam. 
Os pintassilgos da minha meninice prestavam-se para os seus donos, também meninos, se iniciarem nos negócios da troca, compra e venda dos mais cantadores, artes que, segundo se dizia, eram adquiridas nas prisões aramadas. Agora, até me dou ao luxo de admitir que os seus trinados seriam gritos de desespero pela liberdade a que aspiravam. 
O sol está quente, não há vento e da relva regada ontem vem uma frescura sadia, mais sentida quando caminho sobre ela, sempre com o trinado de aves cujos nomes desconheço. Admito, contudo, que a beleza do que ouço só pode ser dos pintassilgos, os tais que valiam mais dinheiro, que de canários pouco se discutia. 
Muito mais tarde, já maduro, soube apreciar os criadores de canários, com gaiolas bem equipadas e tratamento a condizer. Não faltavam misturas de sementes enriquecidas com vitaminas e seleção de aves a partir de pais com provas dadas para se preservarem qualidades raras, nas penas, na cor e no cantar. 

Fernando Martins

terça-feira, 22 de maio de 2018

Diáconos Permanentes celebram 30.º aniversário de ordenação

Augusto Semedo

Luís Pelicano 

Afonso Henrique 
Joaquim Simões 

Fernando Martins

Marcelina, esposa do Luís Pelicano 

Isabel, esposa do Joaquim Simões 

Edite, esposa do Augusto Semedo 

Padre José Manuel 

Os primeiros Diáconos Permanentes da Diocese de Aveiro foram ordenados na Sé por D. António Baltasar Marcelino, faz hoje, 22 de maio, 30 anos. Os seus nomes, para memória futura, aqui ficam: 

Afonso Henrique Campos de Oliveira, de Recardães 
Augusto Manuel Gomes Semedo, de Águeda 
Carlos Merendeiro da Rocha, da Gafanha da Nazaré 
Daniel Rodrigues, da Glória 
Fernando Reis Duarte de Almeida, de Óis da Ribeira 
João Afonso do Casal, da Glória 
José Joaquim Pedroso Simões, da Gafanha da Nazaré 
Luís Gonçalves Nunes Pelicano, da Palhaça 
Manuel Fernando da Rocha Martins, da Gafanha da Nazaré 

Destes, já partiram para o seio de Deus o Carlos Merendeiro da Rocha, o Daniel Rodrigues e o João Afonso do Casal. Também as esposas do Carlos Merendeiro e do Afonso Henrique já nos deixaram, gozando, decerto, agora, a alegria do aconchego do Pai Misericordioso. 

Hoje, para celebrar os 30 anos da ordenação, à volta da mesa da Eucaristia e da mesa do convívio fraterno, só não pôde participar o Fernando Reis e sua esposa Margarida, por motivos de doença, o mesmo acontecendo com a Hélia, minha esposa, por razões de exames médicos. 
À volta do altar, o delegado do nosso Bispo para o diaconado permanente, P.e José Manuel Marques Pereira, evocou os primeiros passos deste ministério ordenado entre nós, louvando a coragem dos que assumiram a ordenação, quando é sabido que os diáconos permanentes tinham caído no esquecimento na própria Igreja, há séculos. 

Luís Pelicano, no final da missa, também agradeceu aos que contribuíram para a instauração do diaconado permanente em Aveiro, destacando em especial D. Manuel de Almeida Trindade e D. António Marcelino. E não deixou de evocar os colegas falecidos e as esposas de Afonso Henrique e do Carlos Merendeiro. 
A Eucaristia e o encontro de convívio tiveram lugar em Águeda, a cuja paróquia, representada pelo P.e José Camões, agradecemos o acolhimento, enriquecido pelo grupo coral que animou a missa. 
À homilia, o P.e José Manuel recordou que fomos chamados para o serviço eclesial, sublinhando que a «Igreja só tem a sua razão de ser enquanto serviço para o mundo». Disse que Deus necessita de colaboradores, mas «não fomos nós que, por iniciativa própria, nos apresentámos; foi o Senhor que nos chamou». 
Frisou que o chamamento «é sempre uma história única e que o modo como lhe respondemos também tem de ser único, porque tem de responder àquilo que nós próprios somos, tendo em conta as nossas debilidades e fraquezas». 
O presidente da celebração evocou o Papa Francisco para dizer que importa verberar a mundanidade. «Nós, os que fomos chamados, não devemos estar agarrados aos critérios do mundo; somos, pelo contrário, enviados ao mundo com algo de novo», assente no projeto de salvação de Jesus Cristo. 
O delegado do nosso Bispo para o diaconado permanente referiu que o nosso ministério só existe para o serviço aos outros, numa atitude de «disponibilidade total, de acolhimento, porque só assim nos identificamos com Cristo». 
O P.e José Manuel concluiu, dizendo que, «apesar do peso dos anos e das doenças», nunca podemos deixar de ser servidores, quer no serviço ativo que a Igreja nos pede, quer noutro serviço, não tão visível, mas fundamental, como é o serviço da oração, numa disponibilidade interior muito grande. 

Fernando Martins 

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Luto nacional pelo morte do "pai" do SNS


O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou um dia de luto nacional pelo falecimento de António Arnaut,  “pai” do SNS (Serviço Nacional de Saúde), ao aceitar a iniciativa do primeiro-ministro, António Costa. Congratulo-me com a decisão, uma vez que o SNS corresponde a um projeto de largo alcance social, apesar de necessitar de constantes aperfeiçoamentos. 
Na altura, Portugal deu um extraordinário passo na linha de oferecer cuidados de saúde a todos os portugueses, realidade não existente no universo dos países do mundo.

Notas do meu diário – O Futebol

Com as histórias do Sporting a dominarem todo o panorama noticioso de todos os quadrantes, fico perplexo com este mundo português que dá a entender que nada mais há para além do futebol. Quase tudo foi relegado para os sacos negros do esquecimento ou para planos secundaríssimos. Problemas sociais, económicos, da justiça, da cultura, de gente que sofre e que luta pela sobrevivência, desemprego, ensino, saúde e tantas outras questões deixaram de ter voz e vez. É pena. 
Entretanto, li este texto de Miguel Poiares Maduro, que anexo, para refletirmos: 

Como o jogo mais bonito ficou tão feio 

“a violência é apenas a manifestação mais extrema de uma doença profunda que ocupa o “corpo” do futebol há bastante tempo. Os sintomas têm-se multiplicado. Campeonatos do mundo atribuídos através de votos comprados; jogos viciados através da compra de jogadores ou árbitros; doping organizado e, nalguns casos, promovido por Estados; evasão fiscal; lavagem de dinheiro; e até funcionários judiciais corrompidos por agentes desportivos. Estes são alguns exemplos de processos judiciais que envolvem atualmente o futebol. Dos EUA à França, passando por Portugal, organismos de investigação criminal e magistrados têm tornado público uma pequena parcela do lado sujo daquele que durante tantos anos pensámos ser o jogo mais bonito. Mas a expressão criminal é apenas o estado mais avançado da doença ética e moral que domina a cultura do futebol”. 

domingo, 20 de maio de 2018

Sem recurso nem recuo


António Barreto no DN 

Bispo de Leiria-Fátima vai ser cardeal


«O Papa Francisco anunciou este domingo, em Roma, que o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, vai ser nomeado cardeal. O consistório (reunião de Cardeais que aconselham o Papa) para a criação de 14 novos cardeais vai ocorrer a 29 de junho, no Vaticano.
António Augusto dos Santos Marto tem 71 anos e é Bispo de Leiria-Fátima desde 2006. Em 2017, por ocasião da celebração do centenário de Fátima, recebeu o Papa Francisco na visita que fez ao país.»

Ler mais no Observador 

"Havíamos de falar de..." na Escola Secundária

Quando o Pentecostes acabar é o fim

Bento Domingues

1. "O animal corre, e passa, e morre. E é o grande frio. / É o grande frio da noite, é a escuridão. / O pássaro voa, e passa, e morre. E é o grande frio. / É o grande frio da noite, é a escuridão. / O peixe nada, e passa, e morre. / E é o grande frio. / É o grande frio da noite, é a escuridão. / O homem come, e dorme, e morre. E é o grande frio. / É o grande frio da noite, é a escuridão. / Acende-se o céu, apagam-se os olhos, resplandece a estrela. / E aqui em baixo é o frio, e lá no alto é a luz. / Passou o homem, desfez-se a sombra, libertou-se o cativo. / Vem, espírito, vem, por ti chamamos." [1] 
O autor dos Actos dos Apóstolos diz que quando chegou o dia de Pentecostes – isto é, cinquenta dias depois da Páscoa – estavam todos os discípulos reunidos no mesmo lugar. Como disse na crónica do Domingo passado, se nada acontecesse de novo, continuava ali uma Igreja na sua prisão de medo, de gente pasmada, fiéis a um judaísmo tradicional, o judaísmo da fidelidade à letra que mata, e às interpretações infinitas do mesmo. Os Actos falam de algo insólito. Uma rajada de vento e línguas de fogo. O que teria sido aquilo? Estamos perante representações simbólicas. 
Segundo uma narrativa antiga, a diversidade de línguas era fruto de uma maldição divina [2]. Era deus que não queria que os povos se entendessem, não fossem eles unirem-se contra ele. Um deus assustado com a criatividade humana. 

Deambulando

MaDonA

O tempo é um bom tema de conversa, pois interessa a todos e qualquer um pode opinar sobre ele. Os britânicos até o usam, na falta de qualquer outro assunto.
Com a chegada da primavera, o sol voltou a convidar aos passeios pelo campo, às atividades de ar livre e às caminhadas pela nossa pitoresca vila. Com o ar lavado do pólen que a natureza explodiu em jorros, sabe bem deambular por entre ruas e ruelas que se cruzam. Os cheiros e sons misturam-se numa sinestesia dos sentidos.
À medida que me solto neste emaranhado de sensações vou-me envolvendo com este e com aquele que me interpela. Um conhecido que me saúda, a quem dou dois dedos de conversa, um antigo aluno que vem cumprimentar a teacher. Algum em quem a semente caiu em terra boa.
Há algum tempo, fui abordada pelo T. que me atirou dois beijos como o projétil de uma bala. Arremessado tinha sido ele de Herodes para Pilatos e a vida madrasta moldara-lhe um temperamento instável. Foi essa a ideia que me ficou dos tempos em que me passou pelas mãos, na sala de aula. Hoje, é um esbelto rapaz em que os traços masculinos são esteticamente harmoniosos.

sábado, 19 de maio de 2018

Um pinheiro do meu relvado


As sombras da noite que se aproximavam ainda deixaram ver a beleza de um pinheiro que habita o meu relvado. E a beleza que eu vi está na dinâmica de me apontar o céu estrelado que viria a seguir. 
Bom fim de semana. 

Feira do Livro - Aveiro de Eça


A Feira do Livro vai abrir portas já na próxima semana no Mercado Manuel Firmino.. Tem um subtítulo apelativo e oportuno. Eça, que respirou os nossos ares e apreciou a nossa ria e o nosso mar, será mote para um programa a condizer com a sua obra, bastante apreciada pelos amantes da literatura. Espero que assim seja para regalo dos queirosianos, e não só.

Praias da Barra e Costa Nova com Qualidade de Ouro



«À semelhança dos anos anteriores, a Associação Nacional de Conservação da Natureza identificou, num universo de 640 praias portuguesas, 390 com “Qualidade de Ouro”. Neste universo de 390 praias encontram-se as praias da Barra e da Costa Nova, no Município de Ílhavo.» Assim reza o comunicado da Câmara Municipal de Ílhavo que li hoje. Congratulo-me com o facto, convicto de que esta classificação muito contribuirá para o desenvolvimento turístico da nossa terra, nas mais variadas componentes. 
Certo é que esta Bandeira de Ouro é mais uma exigência para continuarmos a melhorar as nossas praias.  Os critérios da classificação prendem-se, naturalmente, com a qualidade da água, considerada excelente nas cinco últimas épocas balneares.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

O nosso Bispo fez anos

D. António Moiteiro 

O nosso Bispo, D. António Moiteiro, completou ontem 62 anos, pois nasceu em 17 de maio de 1956. Razão mais do que suficiente para o felicitar, com votos sinceros de que Deus continue a acompanhá-lo na sua missão episcopal entre nós e para nós. 
O Bispo é sempre, para mim, uma referência de vida, pela ação e pelo testemunho de fiel sucessor dos apóstolos. Dele recebemos, no dia a dia, propostas, sugestões e desafios para respondermos, enquanto cristãos, aos sinais dos tempos, lutando por uma sociedade mais humana, mais fraterna e mais solidária. 
Ouço e leio o nosso Bispo com gosto, procurando captar o essencial do que diz e escreve, sempre na perspetiva de que as suas palavras são sinais para levar à prática a Boa Nova de Jesus Cristo, alicerce da civilização do amor. 

Fernando Martins 

Festas de Vagos


Vagos faz parte integrante do nosso ADN. Os primeiros gafanhões vieram, no séc. XVII, de terras vaguenses com seus hábitos, tradições e, ainda, com muita garra para cultivar dunas, arrancando delas, regadas com muito suor, o pão de cada dia. Semeavam e plantavam, voltavam a semear e a plantar, e mais tarde, estas dunas, de que temos vestígios em cada canto, tornaram-se num celeiro da região, sendo as suas batatas as preferidas nos mercados de Aveiro e Ílhavo, como lembra Leite de Vasconcelos. 
Por tudo isto, Vagos permanece colado à nossa alma e, quer queiramos ou não, as alegrias dos vaguenses serão sempre as nossas alegrias, a nossa ternura e a nossa gratidão.

Sobre Santa Maria de Vagos, ler aqui. 

Marx e Marx

Anselmo Borges 


No passado dia 5, celebrou-se o segundo centenário do nascimento de Karl Marx, o filósofo, sociólogo e economista cuja obra, para o bem e para o mal, contribuiu de modo decisivo para a mudança da história do mundo. O outro Marx é o cardeal Reinhard Marx, actual arcebispo de Munique e presidente da Conferência Episcopal Alemã, especialista na Doutrina Social da Igreja, um dos conselheiros do Papa Francisco, que foi bispo de Trier, onde Karl Marx nasceu, e que escreveu uma obra bestseller, muito notada também pelo título, o mesmo da do seu homónimo, Das Kapital (O Capital). Ele mesmo confessa que João Paulo II se lhe dirigia com graça como il nostro marxista (o nosso marxista).
Tanto no livro, publicado em 2008, como nas entrevistas concedidas ao Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung e ao Rheinische Post online, por ocasião dos 200 anos do nascimento do seu homónimo, o cardeal, que não é marxista, manifesta profundo interesse por Karl Marx e os seus escritos, que chega a considerar "fascinantes" e com uma "grande energia", neles "há uma inspiração, um ímpeto revolucionário". "Sem Karl Marx, não haveria uma Doutrina Social da Igreja".

Festa de Pentecostes - Vinde, Espírito Santo

Georgino Rocha
VINDE, ESPÍRITO SANTO, 
ENCHER OS CORAÇÕES HUMANOS E RENOVAR A TERRA


«Em qual destas esferas está o Espírito Santo a chamar-nos para crescermos em sabedoria e bom senso, em relação de proximidade e dedicação, em santidade de vida e de atitudes, em respeito pela criação?»

Hoje, a Igreja celebra a festa de Pentecostes, a festa do Espírito Santo que Jesus nos envia de junto de Deus Pai. Festa que é memória e profecia, celebração e invocação, dom e doação, comunhão e missão. Os narradores do acontecimento, Lucas e João, situam-no em datas diferentes. João faz-nos uma apresentação sóbria na tarde do domingo da ressurreição; e Lucas, passados cinquenta dias, quando os judeus vinham a Jerusalém para a comemoração da entrega da Lei no Sinai e do selo da aliança de Deus com o seu povo.
Ambos convergem na novidade feliz de que o Espírito se manifesta aos discípulos e lhes concede a abundância dos seus dons, dons que hão-de dar frutos ao longo dos tempos nas diversas culturas. Com o esforço humano. Deus nunca nos dispensa. Dons que, sendo diferentes, se harmonizam e enriquecem na comunhão. De contrário, nega-se o dom maravilhoso que nos manifesta: Fonte da diversidade na comunhão da unidade. Dar rosto visível e atraente e esta realidade constitui um verdadeiro desafio à Igreja de todos/as que somos nós e aos seus mais directos responsáveis.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

O antigo e o moderno



O antigo e o moderno de braço dado à espera do verão ou de uma primavera, em fim de carreira, com um sol a garantir que está quase na hora de banhos reconfortantes. Água límpida, cristalina e apetecível  ou desafiante é o que todos esperamos.

António Rodrigues em entrevista à UA

“A universidade é uma escola de vida”



Antigo Aluno UA: António Rodrigues, 
professor na Gafanha da Nazaré 
e coordenador do Gafe Bike Lab

Licenciado em Ensino de Física e Química na Universidade de Aveiro (UA), António Rodrigues é docente da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré desde 1991. Nessa década, começou a usar a bicicleta como meio de transporte para a sua escola. Não por acaso, hoje é coordenador do Gafe Bike Lab que inclui uma oficina para os alunos repararem e alterarem as suas bicicletas, espaço de trabalho e partilha pelo interesse em torno da bicicleta. O projeto faz todo o sentido numa escola onde cerca de 70 por cento dos alunos usa a bicicleta no seu dia a dia, caso único a nível nacional.

Ler entrevista aqui 

Nota: Entrevistado pelo jornal online da UA, o professor de Física e Química da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré deu as razões por que escolheu a universidade aveirense para se preparar para o ensino e falou de um projeto do qual é o coordenador. 
Conheço o professor Rodrigues há bons anos e sei de outra paixão que o entusiasma: colecionador de rádios antigos, que conhece como as suas mãos. Entrevistei-o um dia e percebi então como vive o prazer de procurar, estudar e reparar rádios com história. Cada rádio que me exibia era uma lição para mim. Felicito o professor Rodrigues pelo seu labor profissional e pelo gosto pelo colecionismo. 

quarta-feira, 16 de maio de 2018

ECOMARE abre as portas ao público

Visitas podem ser realizadas a 21 de maio

Ecomare no dia da inauguração

«O ECOMARE – Laboratório para a Inovação e Sustentabilidade dos Recursos Biológicos Marinhos da Universidade de Aveiro vai estar aberto ao público no dia 21 de maio, no âmbito da campanha "A Europa na minha Região" promovida pela União Europeia. Às 15h00 tem início a visita guiada.»

Li aqui