quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

ANO EUROPEU DO PATRIMÓNIO CULTURAL

Beleza à espera de descoberta e encantamento 







“Onde o passado encontra o futuro” é o tema que vai juntar as iniciativas do Ano Europeu do Património Cultural, que tem como objetivos «encorajar mais pessoas a descobrir e a comprometerem-se com o património cultural europeu e reforçar um sentido de pertença a um espaço europeu comum».

Li aqui

NOTA: Este texto pode ser o ponto de partida para nos debruçarmos sobre o nosso Património Cultural, visto de diversos ângulos. Olhando à nossa volta, aqui no nosso concelho, o que poderíamos fazer, de concreto, para divulgar e valorizar o que temos de muito bom? 

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

A VIDA, OS SENTIMENTOS E AS CULTURAS HUMANAS

Sobre um livro da António Damásio


Não estava nos meus horizontes próximos a leitura do mais recente livro de António Damásio — “A ESTRANHA ORDEM DAS COISAS” —, por abordar questões, segundo admitia, da ordem das Filosofias e das Neurociências, longe dos meus interesses principais. Porém, a oferta de pessoa amiga levou-me a assumir a leitura que, desde o início, me aliciou, embora me obrigasse a utilizar o dicionário, agora coisa fácil, graças à Net.
O livro deste conceituado e galardoado cientista, com assento em diversas universidades, aborda questões que nos fazem pensar sobre a vida, os sentimentos e as culturas humanas, como se lê na capa. E no interior, o escritor e cientista explica, com riqueza de pormenores, conceitos e mecanismos da evolução da vida através dos muitos milhares de anos. Tantos, que a mente do homem comum, e mesmo de alguns habituados a pensar, nem sequer conseguirá ter a noção da grandeza daqueles milhares de anos. 
Como acontece com todos os livros que tenho em mãos, li o que diz a capa, a contracapa e as badanas, em jeito de introdução à leitura que me espera. Dou-me bem com esta regra elementar, que reputo de essencial. Na contracapa, o editor interroga-se sobre o que terá levado «os seres humanos a criar culturas, esse conjunto impressionante de práticas e instrumentos onde se incluem a arte, os sistemas morais e a justiça, a governação, a economia, a tecnologia e a ciência?», para logo acrescentar que «A resposta habitual a esta pergunta remete para a excecional inteligência humana, auxiliada por uma faculdade ímpar: a linguagem». Mas Damásio vai mais longe, quando afirma que «os sentimentos — de dor, sofrimento ou prazer antecipado — foram as forças motrizes primordiais do empreendimento cultural, os mecanismos que impulsionam o intelecto humano na direção da cultura». 
O autor sublinha em Inícios que «Os seres humanos distinguiram-se de todos os outros seres ao criarem espantosas coleções de objetos, práticas e ideias, conhecidas coletivamente como “culturas”, nelas se incluindo «as artes, o inquérito filosófico, os sistemas morais e as crenças religiosas, a justiça, os sistemas governativos e as instituições económicas, e a tecnologia e a ciência.»
Mais adiante, questiona-se: «Como é que os seres humanos vieram a ser, ao mesmo tempo sofredores, mendicantes, celebrantes do prazer, filantropos, artistas e cientistas, santos e criminosos, senhores benevolentes da Terra e monstros empenhados na sua destruição?» E conclui o seu raciocínio, na abertura da sua obra, esclarecendo que o presente livro tem com o objetivo «apresentar alguns factos associados à criação de mentes que pensam, criam narrativas e significado, recordam o passado e imaginam o futuro». 
“A ESTRANHA ORDEM DAS COISAS” tem 381 páginas, estando dividido em III partes: A vida e a sua regulação (Homeostasia); A montagem da mente cultural; e A mente cultural em ação. No final contém notas e referências, gradecimentos e índice remissivo.

Fernando Martins

Nota: Este texto é uma simples referência a um livro de que gostei imenso e que aconselho aos meus amigos. Não me aventurei a tecer grandes considerações para não correr o risco de errar. Os temas, desenvolvidos, apesar de tudo, com muita clareza pelo autor, contêm conceitos e termos que necessitam de muita reflexão e grandes conhecimentos. Eu não passo de um simples leitor. 

FM 

É ERRO GRAVE TOMAR A NUVEM POR JUNO

A propósito de eventuais crimes 
em instituições de solidariedade social



Nos últimos tempos, têm vindo a lume notícias de eventuais crimes graves em algumas instituições de solidariedade social. Digo eventuais porque aguardo, como muitos portugueses de bom-senso, que a Justiça Portuguesa analise as situações, julgue e condene ou absolva os implicados em erros graves de gestão. Até lá, não podemos condenar ninguém, no pressuposto de que, até trânsito em julgado, todos os acusados têm direito ao bom nome. 
Acontece que a partir dos indícios de suspeitas não param generalizações com o intuito de condenar, à partida, todas as instituições que se dedicam, há centenas de anos, no nosso país, ao cuidado dos mais desfavorecidos da sorte ou de quem nessecita de ajuda, em especial as famílias (pais e mães) que precisam de trabalhar. O tempo das avós a cuidarem netos já lá vai há muitas décadas. E do mesmo modo também já lá vai o tempo de os filhos cuidarem dos pais. 
O facto de haver meia dúzia, se tanto, de instituições com anomalias na área da gestão e nos vários setores das suas valências, não podem nem devem ser tidas como paradigma das centenas que trabalham para o bem-comum da nossa sociedade. Se há gestores incapazes ou indignos, também é verdade que a maioria se pauta por princípios e valores respeitáveis, dando muito de si, com entusiasmo e paixão, às instituições e pessoas que servem. É erro grave de muita gente tomar a nuvem por Juno.

Fernando Martins

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

FERREIRA DE ALMEIDA APOSTA NOS MAIS PEQUENOS



«Mário Ferreira de Almeida, natural da Gafanha do Carmo, é licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e acaba de se lançar num projecto diferente, especialmente focado em dar a conhecer as belas artes aos mais novos (mais de seis anos) e a todos que tenham curiosidade em experimentar os prazeres do desenho e pintura.»


NOTA: Confesso que não conheço o artista Mário Ferreira de Almeida. Somos de gerações muito distantes e, por isso, está justificada a minha ignorância. Contudo, vou estar atento porque, pelo que li, tem projetos interessantes que merecem ser divulgados e apoiados. Fui à cata dele e descobri-o no FB, com a curiosidade de ser, nessa plataforma, meu amigo. Daqui lhe envio os meus parabéns pelo ideia de se voltar para os mais pequenos e para as pessoas interessadas pelo prazer do desenho e da pintura. 

ADIG E ANRGN DENUNCIAM POLUIÇÃO



Certos de que as indústrias são fundamentais à vida, desde o princípio dos tempos modernos, a verdade é que não podem tornar-se inimigas do homem e, muito menos, do ambiente. À partida, todas transportam em si a capacidade de poluir, daí os requisitos legais que têm de cumprir para evitar a poluição. Mas nem sempre tais requisitos são rigorosamente tidos em conta, o que lamentamos sobremaneira.
A ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré) e a ANRGN (Associação Náutica e Recreativa da Gafanha da Nazaré), atentas ao que se passa na nossa terra, denunciam, frequentemente, agressões ambientais. Aconteceu por estes dias, conforme comunicado assinado por Humberto Rocha, presidente das duas instituições.
No comunicado, pode ler-se: «No dia 5 de Janeiro, pela manhã, as águas que saíam da conduta do antigo Esteiro do Oudinot, na Marina da Associação Náutica e Recreativa da Gafanha da Nazaré, apresentavam um aspeto opalino, com manchas maiores ou menores, que não permitiam visualizar a limpidez da Ria.» 
Salienta o comunicado que foi dado conhecimento à Capitania, à Administração do Porto de Aveiro, ao SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR), à GNR da Gafanha da Nazaré e à ARH (Administração da Região Hidrográfica) da Agência Portuguesa do Ambiente, mas, tanto quanto sabemos, ainda não terá sido descoberta a causa da poluição denunciada. 
Como é natural, as entidades citadas «demonstraram interesse» em descobrir as pessoas ou empresas causadoras das descargas poluentes, sabendo-se que na área há, apenas, quatro indústrias a laborar. 
Ficamos a aguardar os resultados dos estudos e inquéritos que, naturalmente, terão de ser feitos. 

FM 

AREIAS VÃO ALIMENTAR ZONA DUNAR



Milhões de toneladas de areia vão ser retiradas definitivamente para alimentar o cordão dunar, garantiu o presidente do conselho da administração do Porto de Aveiro, em declarações à Radio Terra Nova. Isto vai acontecer durante o presente ano. Sublinhamos a garantia expressa no uso do advérbio definitivamente, o que significa que, a partir dessa retirada, não haverá, à partida, mais areias pelo ar a prejudicar os residentes perto da zona portuária.

domingo, 7 de janeiro de 2018

LEMBRAR AS VÍTIMAS NÃO EVITA NOVAS VÍTIMAS

Frei Bento Domingues 
no PÚBLICO 



1. Com verdade ou maldade, ouvi repetir, desde há vários anos, que para os meios de comunicação, sobretudo para as televisões, os incêndios representam uma bênção. Fazem subir as audiências sem grandes custos, alimentam a morbidez pelos desastres, intoxicam o país de irremediáveis opiniões contraditórias e paralisantes. A visão dos nossos recursos, potencialidades e lacunas é substituída pelo espectáculo das chamas. Resta a conversa sobre as responsabilidades do Estado, cada vez mais diluídas e transnacionais, os interesses das empresas privadas, a desertificação do interior e os aproveitamentos partidários de circunstância. O reordenamento do território com a participação activa das populações é o tema nunca esquecido e sempre adiado. As suspeitas de fogo posto e as capacidades da lua incendiar a noite são enigmas recorrentes.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

O CANCRO DA IGREJA



Anselmo Borges 

1. "O Papa Francisco é hoje um dos homens mais odiados no mundo." Esta afirmação recente pertence a Andrew Brown, no The Guardian, que acrescenta: "E quem mais o odeia não são ateus, protestantes ou muçulmanos, mas alguns dos seus próprios seguidores."
Pessoalmente, não sei se trata mesmo de ódio, mas tenho a convicção firme de que Francisco tem na Igreja muitos opositores e inimigos, furiosos por causa das reformas que está a operar e por verem os seus interesses, incluindo o clericalismo e o carreirismo, ameaçados. Sobretudo na Cúria Romana, que, como já aqui escrevi, quando se olha de modo atento para a história, foi fazendo mais ateus do que Marx, Nietzsche e Freud juntos.
Mas, por outro lado, Francisco é hoje um dos líderes mundiais mais estimados, amados e influentes do mundo. A simplicidade e a humildade, a simpatia e o afecto, reais e genuínos, que manifesta pelas pessoas, a começar pelos mais débeis, fragilizados, abandonados, o seu amor pelas periferias geográficas e existenciais, tornaram-no uma figura popular em toda a parte.

VALDEMAR AVEIRO, O COMANDANTE DE HOMENS

Entrevista conduzida por Lúcia Crespo



«Tem 83 anos, nasceu em Ílhavo, terra de gente com salitre no sangue. Aos 16 anos, Valdemar Aveiro partiu para os mares da Terra Nova a bordo do Viriato, navio de pesca à linha. Era então moço de câmara. Estreou-se como capitão no Santa Joana, o primeiro arrastão português. Deixou o mar em 1988, mas continua ligado à pesca. “Tenho uma actividade que faz inveja a muita gente”, graceja.»

«"Ó menina, tenho uma maldição muito rara, que é pôr-me na pele dos outros." A frase sai-lhe assim, dorida e espontânea, como acontece com os homens grandes. Valdemar Aveiro tem 83 anos e é um dos capitães dos bacalhoeiros portugueses que andaram pelos mares do fim do mundo. Nasceu em Ílhavo, embarcou com 16 anos para a Terra Nova a bordo do Viriato, um navio de pesca à linha. Era então moço de câmara. Foi escalando na hierarquia de bordo e fez a sua estreia como capitão no Santa Joana, o primeiro arrastão em Portugal. Foi depois convidado para comandar o navio mais moderno de então, o Coimbra. Valdemar Aveiro correu o mundo como comandante de navios. E de homens.»

Li em negócios 

NOTA: Texto e foto do jornal NEGÓCIOS

FESTA DA EPIFANIA DO SENHOR



A ESTRELA QUE NOS GUIA PARA JESUS

Georgino Rocha


A estrela dos Sábios do Oriente que procuram Jesus, recém-nascido, surge como o grande referencial para quem deseja encontrar a verdade. Procura porque o seu espírito a intui e a vê partilhada por outros. Procura porque reconhece os sinais da novidade que vão surgindo um pouco por toda a parte e quer captá-los e entrar em sintonia. Procura porque sente o impulso de uma secreta esperança que anima os caminhos da vida.
Jesus, o procurado, irradia a sua luz a partir da encarnação, fazendo-se humano. Constitui assim um novo espaço de encontro com toda a humanidade: homens e mulheres, povos e raças, judeus e pagãos, novos e velhos, camponeses e citadinos. Hoje é o dia do encontro oferecido por Deus na gruta de Belém, aonde chegam os Sábios Reis vindos do Oriente, após terem feito um percurso que fica como iluminação de todos os que se dispõem a ser cristãos discípulos de Jesus, a Estrela por excelência. E a liturgia da Igreja destaca este encontro como meta de convergência do tempo de Natal que manifesta novos horizontes: A Belém acorrem os pastores; ao Templo, o velho Simeão e a profetisa Ana, símbolos queridos dos fiéis judeus; a Jerusalém se dirigem, rumo a Belém, os Sábios Reis. (Mt 2, 1-12).