sábado, 11 de outubro de 2014

CONVIDADOS PARA A FESTA NUPCIAL

Reflexão semanal de Georgino Rocha


A sala enche-se de convidados para a festa nupcial. (Mt 22, 1-14). Esteve em risco de ficar vazia, contrariando todas as expectativas. Salva a situação, a insistência paciente do pai do noivo que resulta em pleno. O amor desdobra-se em convites, face às recusas recebidas. A lista convencional tem de ser profundamente alterada. Quem, segundo a praxe, estava em primeiro lugar, dá preferência a outros interesses e não quer participar, sobrepõe as preocupações reais ou fingidas, liberta-se de incómodos, dá largas a velhos ressentimentos, exercendo violência e eliminando os portadores do convite. 
A praxe é rigorosa. Antes de aceitar, o convidado procura informar-se, cuidadosamente, sobre os possíveis participantes. A escala social é padrão de referência e introduz níveis de oscilação no apreço e na consideração de cada um. Entre os comensais e entre estes e quem organiza a festa.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

MARIA LAMAS: UMA MULHER DE FIBRA

Crónica de Maria Donzília Almeida



Foi após ter conhecido Angela Gillian, no último quartel do século XX, mais precisamente em 1976, que fiquei mais sensível ao papel da mulher na sociedade. Foi aquela socióloga americana convidada pela Faculdade de letras da Universidade de Coimbra para ministrar a cadeira de “História das Ideias e da Cultura na América” aos licenciandos em Literatura Norteamericana.

Era uma mulher vanguardista de ascendência negra que personificava a luta, dos seus congéneres americanos, pela igualdade de direitos e a sua inserção ativa na sociedade e na política. Vivia-se, nos Estados Unidos, o Bicentenário da Declaração da Independência, proclamada em 1776. Desde que as feministas americanas quiseram mudar o nome à história, propondo Herstory em vez de History…eu fiquei mais atenta à problemática da mulher!
Uma que mereceu a minha atenção e interesse foi Maria da Conceição Vassalo e Silva da Cunha Lamas nascida em Torres Novas, a 6 de outubro de 1893, que ficou para a história como Maria Lamas.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

ARES DO OUTONO: PEDRAS TRISTES


O outono, nestes dias, está assim: triste como estas pedras. Não há volta a dar. Resta-nos esperar, com calma. Sem desânimo. Eu sei que o outono, por natureza, é tristonho, melancólico, enfadonho. Mesmo assim, há quem aprecie a chuva a cair, o vento a zoar e o frio a convidar-nos ao aconchego do lar. Pois é. Afinal, cada estação tem a sua beleza.

ILHAVENSES NA PRIMEIRA GRANDE GUERRA




«A Câmara Municipal de Ílhavo encontra-se a realizar um trabalho de pesquisa para levar a efeito a comemoração do centenário da 1.ª Grande Guerra Mundial, homenageando os ilhavenses que nela participaram.» Assim começa a Nota Informativa da nossa Câmara Municipal, Trata-se, a meu ver, de uma excelente iniciativa que tem pairado na minha cabeça há bastante tempo, sem que tivesse assumida a labuta para descobrir quem sofreu no corpo e na alma os horrores da guerra, longe das suas famílias. Ainda dei alguns passos, pequenos, tentando consultar o Arquivo do Exército português, mas nada de concreto adiantei. Aqui ficam os meus votos de que haja sucesso desta feita.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

LEITE DE VASCONCELOS PASSOU PELA GAFANHA

Leite de Vasconcelos


O EXPRESSO evocou esta semana [julho de 2008], no seu suplemento "ACTUAL", o universalista José Leite de Vasconcelos, para celebrar os 150 anos do seu nascimento. O sábio que foi médico, mas que nunca desejou exercer tal profissão, dedicou-se, com paixão, à filologia, à etnografia e à arqueologia, viajando constantemente, porque defendia que “Nada nos educa e ilustra como viajar!”. 
Ao ler esta evocação, em textos de Mário Robalo, ocorreu-me sublinhar, neste meu espaço, que, nas suas frequentes andanças pelo País, José Leite de Vasconcelos também esteve na Gafanha, em 1919, onde colheu algumas informações que publicou na sua obra “Geografia tradicional das Beiras”. Posteriormente, esses apontamentos foram enriquecidos com outros que recebeu do Dr. José Pereira Tavares, seu antigo aluno na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, na altura professor do Liceu de Aveiro, onde veio a ser reitor distinto. 

D. HÉLDER CÂMARA ESTEVE EM AVEIRO

Um bispo "irmão dos pobres"


«“Se eu dou comida a um pobre, dizem que eu sou santo; mas se eu pergunto porque é que ele é pobre, dizem que sou comunista”. D. Hélder Câmara, que se fosse vivo teria completado 100 anos no passado sábado, várias vezes recebeu o epíteto de “comunista”. Era conhecido por “o bispo vermelho”. Mas nem sempre foi assim. 
No início do seu ministério de padre esteve ligado do movimento integrista brasileiro, que tinha simpatias pelas ditaduras europeias, de direita. Décimo primeiro filho de um jornalista maçon e de uma professora primária, desde cedo quis ser padre. Cinco anos depois da ordenação, foi para o Rio de Janeiro e aí começou a luta pelos pobres. 

CARIDADE



«A caridade é paciente, a caridade é benigna, não é invejosa; a caridade não se ufana, não se ensoberbece, não é inconveniente, não procura o seu interesse, não se irrita, não suspeita mal, não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 
A caridade nunca acabará.»

1 Cor, 13, 4-7
Na Hora Intermédia de hoje

AJUDAR OS OUTROS


«A maneira de ajudar os outros 
é provar-lhes que eles são capazes de pensar.» 

D. Helder Pessoa da Câmara 
(1909-1999)


terça-feira, 7 de outubro de 2014

BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE OLIVEIRA DO BAIRRO

Um livro de Carlos Nunes


“MEMÓRIAS E VIDA
 — Bombeiros Voluntários de Oliveira do Bairro — 
40 Anos ao Serviço da Humanidade 
(1974/2014)”


Com edição da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Bairro (AHBVOB), foi publicado em fevereiro de 2014 o livro “MEMÓRIAS E VIDA — Bombeiros Voluntários de Oliveira do Bairro — 40 Anos ao Serviço da Humanidade (1974/2014)”, um trabalho exaustivo do professor e diácono permanente Carlos Nunes, sócio n.º 2, presidente da Comissão Instaladora, primeiro presidente da Direção e comandante do Quadro de Honra daquela associação. 
O livro, de 540 páginas, apresenta-nos um trabalho de recolha e síntese da vida dos Bombeiro Voluntários de Oliveira do Bairro, profusamente ilustrado e enriquecido por inúmeros registos que são, sem dúvida, um retrato fiel da vida e dos projetos dos soldados da paz ao longo dos 40 anos de labor solidário e altruísta de homens e mulheres, em prol da humanidade, porque os bombeiros, como é sabido, não circunscrevem a sua ação benemerente apenas à sua comunidade local.

"É MESMO UMA BOA NOVA"


Com o intuito de provocar o interesse dos meus amigos e leitores, aqui publico o convite que o autor, Padre Pedro José, e a editora, Tempo Novo, tiveram a gentileza de me enviar. É óbvio que estarei presente, tanto mais que não sou convidado a grande deslocação.É mesmo ao pé da porta. Mas vou mais longe, porque o livro reflete um estilo muito próprio, que se lê com muito gosto e sobre o qual tenciono escrever mais algumas notas, depois da sua apresentação pública. E como amostra, embora ténue, de quem gosta de ler e de escrever, deixo-vos o que o Padre Pedro José escreveu, com graça mas a sério, no e-mail que acompanhou o convite.

«Faço chegar o CONVITE para apresentação da publicação do "LIVRO: É Mesmo Uma Boa Nova" (para quem sabia da "ameaça" eis o "resultado final"...) via e-mail, por ser o meio mais "rápido" e "barato". Creio na "máxima" generosidade através da partilha "mínima".
Chega de aspas... a Vida não as tem! 
Bom trabalho e bom tempo livre (sexta à tarde é o melhor dia da semana!)»