domingo, 27 de abril de 2014

GAFANHA DA NAZARÉ – Notas Soltas




De acordo com várias fontes, a região das Gafanhas começou a ser habitada por modestos agricultores no século XVII, havendo registo de um batizado, em 1686, como sinal de que as pessoas começaram, antes dessa data, a viver nestes areais dunares. 
Em 1758 era já uma povoação com 14 vizinhos ou fogos e 140 pessoas de sacramento, como se lê em carta de Joaquim da Silveira publicada, em nota de rodapé, na Monografia da Gafanha, 2.ª edição, com data de 1944, do Padre João Vieira Rezende, primeiro prior da Gafanha da Encarnação. 

As pessoas que na Gafanha se instalaram, nos inícios do povoamento, eram gente humilde, oriunda dos concelhos de Vagos e Mira, que buscou terras para cultivar, semelhantes às dos seus antepassados. Com esforço sobre-humano, os gafanhões conseguiram transformar dunas estéreis em solo produtivo, aproveitando os moliços que as marés depositavam na borda-d’água e o esterco. Nesses tempos, os gafanhões não se aventuravam na ria e no mar, mas cedo descobriram a riqueza que dali podia advir. E a adaptação, paulatina mas corajosa, prova à evidência que este povo possuía capacidades para vencer todos os obstáculos, como de facto continuou a acontecer.

A certeza de que os primeiros habitantes vieram dos concelhos de Vagos e Mira está bem patente nos apelidos que perduraram até aos dias de hoje: Domingos da Graça, Vechinas, Rochas, Ritos, Covas, Merendeiros, Caçoilos, Sarabandos, Esgueirões, Maguetas, Estanqueiros, Apolinários, Carapelhos, Frescos, Patas, Cardosos, Costas, Retintos e Creoulos, entre outros.

DOMINGO DE CANONIZAÇÕES

Por Frei Bento Domingues,
no PÚBLICO de hoje



1. Hoje é domingo de canonizações, de surpresas e decepções. Fizeram-me, a este respeito, uma pergunta estranha: será verdade que uma canonização envolve a infalibilidade pontifícia?
Digo estranha porque, nas questões de ordem teológica, o que me preocupa, em clima cristão, é saber se um determinado acontecimento, atitude, gesto ou palavra servem a dimensão imanente e transcendente dos seres humanos, como criaturas de relação e de interajuda. Respondi que uns teólogos dizem que sim e outros dizem que não. Sabem tanto uns como outros. Estamos, portanto, em matéria opinável. Como a própria noção de infalibilidade tem pouco de infalível, é melhor não ligar muito a esse género de preocupações.
Além disso, o essencial da vida cristã não passa por aí e a Festa de Todos os Santos é muito mais inclusiva e democrática do que todos esses processos de levar gente aos altares. São, aliás, rápidos para uns, muito demorados para outros e impossíveis para quase todos. Preencher os requisitos previstos para obter esse diploma de santo, não é para qualquer um. Um bom currículo não basta. O júri que o avalia não goza de nenhuma garantia divina de imparcialidade.

sábado, 26 de abril de 2014

HÉLDER RUIVO VAI SER ORDENADO PRESBÍTERO

Domingo - 27 de abril  - 17 horas - Sé de Aveiro



O Diácono Hélder Ruivo nasceu em Coimbra em 24 de julho de 1986, frequentou o Pré-Seminário de Aveiro, o Seminário dos Olivais e concluiu recentemente o mestrado na Faculdade de Teologia na Universidade Católica Portuguesa – Lisboa.
Foi ordenado Diácono no dia 7 de abril de 2013 e desde setembro do mesmo ano colabora pastoralmente nas paróquias da Gafanha da Nazaré, Gafanha da Encarnação e Gafanha do Carmo.
Presidirá à ordenação o Sr. D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro entre 2006 e 2014 e atualmente, Bispo do Porto.
A Diocese de Aveiro alegra-se com mais esta ordenação para o serviço da Igreja de Cristo em Aveiro.
A celebração será transmitida em direto no canal tv da Diocese.


NOTA: Felicito o ainda Diácono Hélder Ruivo pela sua ordenação presbiteral, enquanto formulo votos de  longa e alegre  dedicação ao serviço do Povo de Deus da Diocese de Aveiro, tendo em conta os mais frágeis da sociedade, crentes ou não crentes. Estou certo de que os estímulos divinos nunca lhe faltarão.

LIBERDADE

"Nada no mundo pode impedir o homem de se sentir nascido para a liberdade. Jamais, aconteça o que acontecer, ele pode aceitar a servidão: pois ele pensa"

Simone Weil 
(1909-1943)
filósofa francesa

Li no PÚBLICO de hoje

FÉRIAS PARA PAIS DE PESSOA COM DEFICÊNCIA



O Santuário de Fátima oferece uma semana de repouso aos pais que têm filhos deficientes com certa gravidade em suas casas, responsabilizando-se, através duma equipa de voluntários, a cuidar dos filhos. Os pais, querendo, podem ficar com os filhos em Fátima. O Santuário responsabiliza-se pelas despesas, exceto as viagens.

Os turnos são nas seguintes datas:
1º - de 30 de julho a 5 de agosto
2º- de 8 a 14 de agosto
3º- de 18 a 21 de agosto
4º - de 28 de agosto a 3 de setembro

Os  pedidos de informação devem ser enviados ao Secretariado Nacional do Movimento da Mensagem de Fátima, Santuário de Fátima, Apartado 31, 2496-908 Fátima. Correio eletrónico: mmf@fatima.pt ou sedo@fatima.pt

Li aqui 
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NOTA: Uma excelente iniciativa promovida pelo Santuário de Fátima e dirigida a quem mais precisa de descansar uns dias. Já conhecia este serviço do Santuário de Fátima, mas seria interessante que outras instituições seguissem este exemplo.


S. JACINTO SEM FERRY



S. Jacinto vai ficar privado da ligação por ferry, a partir da próxima segunda-feira, por motivo da necessidade de manutenção daquela embarcação. Isto mesmo foi anunciado hoje pelo Diário de Aveiro, que  informa ainda que o ferry deverá retomar o serviço no início do próximo mês de junho. 
S. Jacinto, que pertence ao concelho de Aveiro, tem sempre nos seus horizontes este problema da sua ligação à sede do município. Há décadas alvitrou-se a hipótese da construção de uma ponte, semelhante à da Varela, que liga Murtosa à Torreira, mas os políticos de então não tiveram coragem para se bater por  ela. Contudo, a ideia pode ressuscitar. Ou será mesmo inviável?

25 DE ABRIL

 Presidente da República na sessão solene (Foto do DN)

«É legítimo contestar opções que se fizeram ao longo destes quarenta anos. Contudo, temos de ter presente uma realidade muito simples: só podemos contestar e criticar tais opções porque vivemos em liberdade e em democracia. A democracia não é apenas o melhor dos regimes. A democracia é o único regime que salvaguarda os direitos fundamentais da pessoa humana. E, num regime democrático, só há um critério para definir a legitimidade dos governantes: o voto expresso nas urnas. É isso que distingue a democracia de uma ditadura. Foi isso que Portugal conquistou há quarenta anos.»

na sessão solene comemorativa dos 40 anos do 25 de Abril

40 ANOS DEPOIS

Por Anselmo Borges,


1- No dia 25 de Abril de 1974, o telefone tocou, estava eu ainda a dormir: "O que tu querias está a acontecer." Uma jovem amiga a dizer-me que estava na rua um golpe de Estado. Como quase toda a gente, fiquei preso às notícias, escassas.
Depois, é o que se sabe. O povo veio para a rua. A alegria explodiu. Os acontecimentos sucediam-se em vertigem. Não se dormia. Será que alguma vez se viveu tão apressada e intensamente como durante aqueles anos de revolução? É mesmo: o tempo não é todo igual. Aqueles foram tempos sobre os quais F. Alberoni teorizou, com o seu conceito de "estado nascente".
O problema foi passar do "estado nascente" à "institucionalização" da democracia, pois não se pode ficar eternamente no entusiasmo eufórico do novo nascimento. Aí, havia imensos interesses contraditórios, e então viveram-se várias revoluções ao mesmo tempo, para recuperar o tempo perdido em ditadura e atraso: uma revolução burguesa, uma revolução soviética, Maio de 68, a descolonização. Esteve-se à beira de uma nova ditadura.

O RESSUSCITADO VIVE CONNOSCO

Por Georgino Rocha


A desolação dos discípulos contrasta fortemente com a coragem de Jesus ressuscitado. Eles, amedrontados, estão refugiados em casa trancada, a temerem o que lhes podia acontecer na sequência da condenação do seu Mestre. Este, destemido, apresenta-se no meio deles, sereno e ousado, e saúda-os amigavelmente desejando-lhes a paz. O contraste não pode ser mais radical e provocador. A atitude de Jesus surpreende-os completamente e deixa-os expectantes. Eles ainda não o haviam reconhecido. Que carga de medo inibidor! Que urgência da “purificação” do coração e da mente para iniciar o caminho da fé no ressuscitado! Que importância atribuída à jovem comunidade reunida em assembleia neste “arranque” decisivo!


quinta-feira, 24 de abril de 2014

SONHO DE ABRIL

Um poema de Maria Donzília Almeida
para o 25 de Abril
Sonho de Abril

Após um longo período de tortura
O dia finalmente amanheceu
P’rà luz e para a vida renasceu
Com sonhos e revolta à mistura.

Para trás, ficaria a amargura,
Mordaças que o povo padeceu.
À ‘sperança o lugar aqui cedeu
Euforia venceu a desventura.

Quarenta anos são hoje volvidos
Sobre a data que a pátria resgatou
Naqueles sonhos vãos, aí renascidos.

Hoje, os ânimos ‘stão esmorecidos
E, ao povo, a natureza se aliou
Chorando pelos seus filhos traídos!

24.04.2014