sexta-feira, 28 de março de 2014

Jornalismo oculto no Telejornal da RTP

Crónica de David Marçal
no PÚBLICO


Segundo o relatório Ciência no Ecrã, da autoria da Entidade Reguladora da Comunicação e do Instituto Gulbenkian de Ciência, apenas 0,8% do tempo dos telejornais em horário nobre é dedicado à ciência, a duração média das peças de ciência no Telejornal da RTP é de três minutos e vinte e quatro segundos e 92% destas têm menos de cinco minutos. No entanto, a televisão pública achou por bem criar um espaço cativo para a pseudociência em horário nobre, a que chamou Acreditar.

quinta-feira, 27 de março de 2014

OBAMA E O PAPA FRANCISCO




«A liberdade religiosa, as leis dos EUA que chocam com as convicções da Igreja e a imigração foram alguns dos temas discutidos pelo Papa e por Obama, esta quinta-feira, no Vaticano»

Li na  RR


NOTA: Dois homens de projeção universal com sentido de humor e de responsabilidade podem fazer muito pela humanidade se souberem unir esforços em prol da paz e da erradicação da pobreza. Esta imagem da Rádio Renascença, para mim, vale por mil palavras.


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quarta-feira, 26 de março de 2014

RÁDIO TERRA NOVA CELEBRA ANIVERSÁRIO

25 anos aos serviço 
das nossas terras e das nossas gentes

Vasco Lagarto:
o grande timoneiro da RTN desde a primeira hora


 Subsídios para a sua história 


A RTN nasceu na década de 80 do século passado, num período de baixa de preços dos equipamentos de emissão. Um pouco por todo o mundo, e em Portugal também, surgiram rádios locais, muitas vezes direcionadas para simples bairros. Pretendia-se divulgar iniciativas de instituições dos mais variados ramos, que nunca tinham vez nem voz nas rádios nacionais. O boom das “rádios piratas” foi de tal ordem elevado, que as entidades oficiais não tiveram qualquer hipótese de impedir o seu funcionamento.
Em 12 de Julho de 1986, a RTN, mesmo sem batismo, foi para o ar, na sede da Cooperativa Cultual. Diz a sua história que eram 11.30 horas de um sábado. «Ligámos apenas um amplificador e passámos música gravada», recorda Vasco Lagarto.
Em 31 de Dezembro de 1988 “calou-se”, por imposição do processo de legalização entretanto iniciado. Mas em 26 de Março de 1989, num domingo de Páscoa, agora com alvará e com as exigências de legislação entretanto aprovada, reiniciou as suas emissões, assumindo um projeto voltado para as realidades culturais, sociais, desportivas e outras das comunidades envolventes, num raio de ação que hoje chega aos 50 quilómetros.

A VISITA

Uma crónica de Maria Donzília Almeida

Maria Donzília Almeida


Estava eu grudada ao PC, num trabalho de alta concentração em dedicação exclusiva, a burilar um longo texto, quando fui interrompida pelo som estridente da campainha. Quem tocava, revelava nervosismo pois insistia de forma incessante, dando a sensação de estar em aflição.
Dirigi-me, à porta e inquiri a razão daquela brusca interrupção.
— Há um patinho à sua porta... parece ter-se escapado de junto das galinhas!
Foi com estupefação que apurei o sucedido, avistando a espécie rara de palmípede, postado ali mesmo, na entrada da pérgola! Era um patinho vistoso, com uma plumagem colorida e que me cativou! Eu que outrora havia adquirido, no comércio local, patinhos bebés para me povoarem o bosque, mas que se evadiram pela rede, tinha agora, ali a minha compensação. Caíra, literalmente, do céu, ali mesmo, junto à casa e estava com vergonha de entrar!
Abençoada por aquela inesperada aparição, sem pretender apropriar-me do que não me pertencia, franqueei-lhe a porta, antevendo uns momentos de pura contemplação estética, de um lindo patinho, no meio das galinhas castanhas e pretas. Já me deliciava, por antecipação e pedi ao senhor que me batera à porta, o favor de me ajudar a conduzir o patinho para o quintal.
A ideia de juntar à Deolinda, Dori(n)da, (já recuperada!) Dores, etc, etc… um sedutor Donald Duck... borbulhava na minha mente!


terça-feira, 25 de março de 2014

“365 DIAS COM O FIEL AMIGO”

Um livro de Manuel Olívio Rocha





Manuel Olívio Rocha


“365 DIAS COM O FIEL AMIGO” é um livro de Manuel Olívio da Rocha, que vem na senda de outros que costuma publicar pelo Natal, para oferecer à família e a alguns amigos. Trata-se de uma coleção de trabalhos a que ele chama cadernos, sendo este o n.º 25. São edições familiares que não estão à venda, mas podiam estar. 
Este caderno, chamemos-lhe assim no respeito pela opção do autor, foi dedicado ao Fiel Amigo, nome popular de batismo dado ao bacalhau, por há anos se adequar à bolsa das famílias mais pobres. Hoje, com as alterações que a vida levou, o Fiel Amigo está predominantemente, na mesa dos mais abastados, sobretudo os tipos graúdo e especial. Mas voltemos ao livro do meu conterrâneo, familiar e amigo Olívio.
A cada dia do ano, o autor brindou-nos com nacos saborosos da história do bacalhau. Sublinha ele a abrir que «o bacalhau é fundamental da cozinha na noite de Consoada». E adianta: «Sentados comodamente, busquemos algumas raízes do nosso viver e do nosso ser — e lá encontraremos o bacalhau, como fiel amigo que ao longo dos séculos pautou o ritmo das pessoas, da região e até do País. Desde há muito, muito tempo!»
O livro, o tal caderno, tem várias leituras, lembrando o autor que, «Cada um de nós, tem maneira própria de pegar e abordar o livro», este como qualquer outro. Pode ser lido de uma ponta à outra, tudo seguido; pode ser lido por temas; pode ser lido de forma errática. E conclui, aconselhando cada leitor a seguir o seu instinto. 
Cada dia do ano tem o seu quê de interessante e importante:

+ História da pesca do bacalhau: datas, factos, figuras;
+ O peixe bacalhau, desde que nasce até chegar ao nosso prato;
+ A pesca do bacalhau, passando pelos mares até à salga no convés;
+ O barco, desde as origens aos modernos arrastões;
+ As secas e tudo aquilo que em “terra” contribuía para se ter bacalhau;
+ Figuras que marcaram o universo do bacalhau;
+ Gastronomia, onde o bacalhau é rei.

Em nota, Manuel Olívio refere que, «ao longo do ano, abrindo cada uma das semanas, sempre no mesmo espaço encontrar-se-á o mesmo assunto».

Na semana em que estamos, entre 23 e 29 de março, no livro “365 DIAS COM O FIEL AMIGO”, podemos ler “Os predadores do bacalhau”, “O dóri e a sua palamenta”, “Palhabote”, “Acessos ao Porto de Aveiro”, “Ria de Aveiro”, “Bacalhau de cebolada” e, ainda, retalhos de 1588 (Os ingleses e o mau tempo derrotam a “Invencível armada” filipina; 1600 (Aveiro era uma das povoações marítimas de Portugal, proporcionalmente mais rica em gente, comércio e indústria…); Século XVI (Os pescadores de Aveiro “não curavam o peixe nas praias vizinhas ao lugar da pesca, como outros, conservavam-no a bordo e depois vinham curá-lo e secá-lo aqui”).
Como facilmente se pode deduzir, este trabalho do Olívio bem merecia ser conhecido das nossas gentes. É pena, portanto, que fique limitado a um reduzido número de pessoas.

Fernando Martins

segunda-feira, 24 de março de 2014

FEIRA DE MARÇO EM AVEIRO

Farturas nunca faltam (foto FM)

Amanhã, 25, abre portas, no Parque de Feiras e Exposições, a 580.ª edição da Feira de Março, um evento tradicional e de referência do Município de Aveiro e da sua Região. Trata-se da maior montra económica da Região de Aveiro e um dos maiores parques de diversão do país, prolongando-se até 27 de abril. 
A cerimónia de abertura ocorrerá pelas 18.30 horas. Registe-se que o certame conta com mais de 250 empresas, apresentando-se com os tradicionais setores de exposição, comercial e de diversão. No setor de exposição, participam 160 empresas, divididas pelas áreas da indústria, automóvel, cosmética, mobiliário, imobiliário, eventos, construção civil, fotografia, produtos ortopédicos, energias renováveis, climatização, decoração, automatismo, entre outras.

Fonte: CMA



O rei Juan Carlos com Adolfo Suárez



O rei Juan Carlos  com Adolfo Suárez, que já não identificava quem o visitava. As verdadeiras amizades são assim. Foto de 2008. Faleceu ontem, 23 de março, e desempenhou o difícil papel de fazer a transição, como primeiro-ministro de Espanha, da ditadura franquista para a democracia. 

domingo, 23 de março de 2014

Noivos preparam os seus matrimónios

Numa época do descartável... 

Noivos à porta da  matriz da Gafanha da Nazaré (Foto FM)

Hoje tive a dita de participar na eucaristia das 11.15 horas na matriz da Gafanha da Nazaré. Dita, porque tive a sorte de testemunhar a participação de 25 pares de noivo, depois de terem vivenciado um encontro/retiro preparatório da celebração dos seus matrimónios, que hão de ser testemunhados pelas suas comunidades paroquiais, familiares e amigos, com a bênção mística de Deus, nosso Salvador.
Numa época do descartável, como é a que vivemos, não poderia ficar indiferente a esta opção de 25 pares de noivos, certos de que, com Deus, tudo será mais fácil. Os problemas que em todos os casamentos surgem, porque homem e mulher não são anjos, hão de ser vencidos com a graça do Criador e os ensinamentos assentes na Boa Nova de Jesus Cristo, que estimulam de forma sensível a compreensão e a paciência mútuas, a capacidade de diálogo e de perdão sem limites, e o amor e a caridade que tudo vencem.
Para os noivos, um abraço amigo e votos de um futuro risonho.


Dia Mundial da Meteorologia

Uma história




Conta-se que uns engenheiros andavam numas aldeias serranas, que bem podia acontecer no nosso país, a proceder ao levantamento de alguns dados geográficos para estudos científicos. Manhã cedo, lá iam eles serra acima, cruzando-se, normalmente, com um velho pastor que guiava o seu rebanho. Para meter conversa, perguntavam-lhe pelo tempo e o pastor respondia de pronto o que os esperava: Chuva, vento brando ou forte, chuviscos, trovoada, sol radioso e por aí fora, que as nuvens diziam tudo, sublinhava, antevendo ainda o tempo que faria nos dias seguintes. E o engenheiro-chefe comentava: 
— Estes velhos sabem muito; com um simples olhar e com a experiência da vida sabem mais que os meteorologistas. 
Ora acontece que um certo dia, depois de tantas certezas ditadas sobre o tempo, certezas que tranquilizavam os nossos engenheiros, a eterna pergunta dirigida ao pastor lá veio: 
— Então que tempo teremos hoje, meu amigo? 
— Hoje nada posso dizer, senhor engenheiro, acabaram as pilhas do meu rádio.


A samaritana não se disfarçou de santa

Crónica de Frei Bento Domingues
no PÚBLICO

Porque teria Jesus confiado a evangelização 
da própria Igreja às mulheres?


Frei Bento Domingues

1. Ao longo dos anos, foi-se desenvolvendo nestas crónicas a convicção do nosso atraso, como Igreja e como sociedade secular, em relação ao questionamento social e místico de Jesus Cristo: não vos conformeis com a situação actual do mundo! Ao ler o texto do Evangelho na Missa, em vez do ritual, “naquele tempo”, parece-me preferível um convite: escutemos o que diz, hoje, Jesus aos seus discípulos…

Pensava nisto, ao entrar numa casa de artigos religiosos sem qualquer beleza, acompanhados de livrinhos de piedade rançosa, quando deparei com um título inesperado naquele cenário: As 23 Mulheres do Concílio. A presença feminina no Vaticano II.

O papa Paulo VI anunciou oficialmente a presença de vinte e três mulheres, como auditoras, no Concílio Vaticano II. De Setembro de 1964 a Agosto de 65, foram chamadas, uma por uma: dez religiosas e treze leigas, escolhidas segundo critérios de competência e de internacionalidade”.