domingo, 29 de dezembro de 2013

O espírito livre vivifica

Um Cristo formatado?
Frei Bento Domingues


1. “Esta é a definição da lei: algo que pode ser transgredido”. Assim falava, no seu gosto pelos paradoxos, o grande escritor católico, Gilbert K.Chesterton (1874-1936). Partindo da convicção de que a Deus nada é impossível, as comunidades cristãs, sobretudo as do primeiro século, elaboraram narrativas sobre o percurso de Jesus Cristo - desde a anunciação à ressurreição – que parecem contrariar, sem necessidade, as mais respeitáveis e inocentes leis da natureza. 

A este respeito, importa não esquecer que a linguagem mítica e simbólica da liturgia do Natal não pretende dar aulas de biologia e astronomia, mas subverter as leis de um mundo dominado pela injustiça. Quando os Evangelhos são interpretados em registo literal, em vez de provocarem a inteligência, a imaginação e os afectos, paralisam-nos e tornam-se charadas absurdas, até naquilo que têm de mais belo e subversivo. A letra mata. O espírito livre vivifica. 

Felicidade

«A condição essencial para a felicidade 
é ser humano e dedicado ao trabalho»
Tolstoi

sábado, 28 de dezembro de 2013

A "Ílhava" no Museu de Ílhavo

A partir de segunda-feira 


Uma prenda de Natal para os amantes da ria 

Na segunda-feira, a “Ílhava”, que os Amigos do Museu Marítimo de Ílhavo (AMMI) mandaram construir segundo planos (3D) do livro de Senos da Fonseca, chegará ao MMI. Esta é uma boa razão para aquele estudioso de temas ilhavenses, mas não só, ficar duplamente satisfeito. 
Senos da Fonseca teve a gentileza de me informar que nessa recriação foram fundamentais o espírito criterioso da Ana Maria Lopes e o saber do Cap. Marques da Silva, outros ilhavenses que à cultura da nossa terra, com ria e mar sempre em destaque, muito têm dado. 
O autor salienta que a “Ílhava” é «a bateira com que os “ilhós” escreveram “história”», acrescentando: «Ali exponho tudo quanto desde há vinte anos procurei saber sobre a bateira; uma inteira desconhecida quando dei os primeiros passos.» 

A brochura pode ser lida aqui

Há muitas Marias na terra...

«O ano ainda não acabou mas nada vai tirar o primeiro lugar do pódio a Maria, o nome mais escolhido pelos portugueses. Nos rapazes, João ameaça destronar Rodrigo, que está à frente desde 2009.»

Ler mais aqui

NOTA: Há hábitos enraizados, como se nota pelos nomes atribuídos às pessoas. Maria predomina, naturalmente, por ser o nome de Nossa Senhora. Ana, a mãe da Virgem Maria, também teve o seu tempo. Como José, João, Manuel (com a variante Manoel), Francisco, António e por aí fora. Joana, talvez pela devoção à padroeira da cidade e diocese de Aveiro. Quem frequenta os arquivos dos batismos, casamentos e óbitos depara com curiosidades dignas de registo. Não sei se há estudos sobre este assunto, mas que há matéria para reflexão, sobre as escolhas dos nomes na hora dos nascimentos, lá isso há. 
Há anos verificou-se a tendência para optar por nomes ouvidos nas telenovelas brasileiras e julgo que ainda está na moda esse hábito. Não há mal nenhum, mas eu gostaria mais dos nomes portuguesíssimos. No fundo, porém, cada um é livre de escolher o que quiser. Ainda bem.

Bom Ano Novo!


Pequenos pensamentos para 2014
Anselmo Borges

«Envelhecemos, mas, por mim, não tenho inveja da juventude. Pelo contrário, agora, à distância, o que quero é que os jovens vivam intensamente cada tempo. Na dignidade livre e na liberdade com dignidade. O que deveria ser norma para todos. Que vivam com atenção e intensidade, pois tudo passa muito rápido.»

José toma o Menino e sua Mãe

LEVANTA-TE, TOMA O MENINO E SUA MÃE
Georgino Rocha

Duas vezes, ouve José a voz do enviado de Deus que lhe diz: “Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe”. Uma, para fugir para o Egipto. Outra, para regressar às terras de Israel. A primeira, porque o Menino corria perigo de vida. A segunda porque Herodes, o perseguidor, havia morrido. E José acolhe prontamente a ordem recebida e, com obediência confiante, dá-lhe seguimento.

Não hesita nem se queixa, apesar do nascimento ter sido há tão pouco tempo, da fragilidade do Menino, da debilidade de Maria. Não teme a noite, nem a incerteza e o cansaço da viagem. Dócil e ousado, faz-se ao caminho. Que belo exemplo nos deixa: prontidão em ouvir, generosidade em arriscar, disponibilidade para agir, fidelidade em obedecer, discernimento para acertar, cuidado solícito em salvaguardar a sua família. José, movido pelo amor, realiza a missão recebida.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

São Nicolau



História do Pai Natal
Maria Donzília Almeida

De tanto ver a figura do Pai Natal empoleirada em todos os cantos e esquinas e pressentindo que a sua vocação não é o alpinismo, mas sim uma variante dos desportos de inverno, resolvi aprofundar o conhecimento desta figura mítica.
A história do Pai Natal tem duas origens: a primeira surgiu com a figura de São Nicolau, um arcebispo de Myra, na Anatólia, atual Turquia, considerado padroeiro das crianças e dos marinheiros. Viveu no século IV e ficou conhecido pela sua bondade e generosidade, pois distribuía sacos de moedas pelas chaminés das casas de famílias carenciadas. 
Após a sua morte, vários milagres lhe foram atribuídos, tendo vindo a ser declarado santo. Antigamente, o dia 6 de dezembro era celebrado como Dia de São Nicolau, e nesse dia trocavam-se prendas. Contudo, a Reforma Cristã transferiu para o Menino Jesus, a dádiva dos presentes.
Até 1931, o Pai Natal era representado de diferentes formas, surgindo com roupas de inverno, barrete na cabeça e em tons de verde e branco, típico dos lenhadores.

Amizade


«A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas»

Francis Bacon

Nova noite de magia



Natal 2013


Hoje anseio
Nova noite de magia
Em que nasças de novo;
Não para seres mais o menino
Mas para seres o Homem
Que com a palavra derrubasse o muro
Para que por ele passem
Aqueles para quem não há presente,
E muito menos futuro.

O melhor Presépio



«O melhor presépio de Jesus será sempre o coração dos pobres em espírito, dos puros, dos misericordiosos, dos pacíficos, dos que fazem das bem-aventuranças critério de vida e se sentem tocados de perto pelo amor do nosso bom Deus.» 


António Francisco, 
Bispo de Aveiro