segunda-feira, 5 de março de 2012

PÚBLICO COM NOVO TRAJE




O PÚBLICO apresenta-se hoje com novo traje. Um pouco mais pequeno, não nos obriga a esticar os braços para o manusear, quando o estamos a ler. Esta edição teve como diretor, por um dia, o filósofo José Gil, que lançou perguntas para que os jornalistas e demais profissionais procurassem as respostas. Um filósofo, com a craveira do José Gil, é sempre útil em momentos de mudança, habituados que estão a pensar, a refletir, para agir com cabeça. Todos precisamos de ser um pouco filósofos na vida.
Gostei do novo grafismo e da ideia de renovação, fundamentais nos tempos que correm. A competição a isso obriga. Mas também a necessidade de seduzir e conquistar leitores, numa altura em que  a Net se vai impondo com ofertas comunicacionais dinâmicas e em constante atualização. Contudo, ainda gosto de pegar no jornal e de sentir o cheiro da tinta e o palpitar das notícias e das reportagens, mas ainda a opinião de quem tem ou julga que tem propostas para dar.
Prometida está uma  revista diferente para os domingos. Fico à espera, na esperança de que não se perca com mexeriquices e futilidades, oferecendo-nos horas de prazer na abertura de uma nova semana.
Leio o PÚBLICO desde o primeiro número. Ensaiei outras leituras, mas voltei sempre ao PÚBLICO, cujos cantos e recantos saboreio com gosto.
Os meus parabéns, nesta hora de renovação e de abertura a novos projetos.


A Grande Depressão - 1929

Um texto de Maria Donzília Almeida

Desempregados de 1933

Quando em 1976, me debruçava sobre este tema, como background dos estudos de literatura norte-americana, que fazia na altura, não imaginava a pertinência que o mesmo teria, 36 anos mais tarde. Não pretendo fazer um balanço da situação económica do país, nem tampouco arvorar-me em crítica do ministro das finanças, Vítor Gaspar. Hoje, em que a história nos evoca este acontecimento tão marcante para a humanidade, sinto que há um grande paralelismo entre a situação vivida nestes dois países, em espaço e tempo distintos. Qualquer semelhança entre as duas realidades... não é pura coincidência! 
Após a primeira guerra mundial, 1918, os EUA eram o país mais rico do planeta. Além das fábricas de automóveis, eram os maiores produtores de aço, comida enlatada, máquinas, petróleo, carvão…. 
Nos 10 anos seguintes, a economia norte-americana continuava a crescer, causando euforia entre os empresários. Foi nessa época que surgiu a famosa expressão “American Way of Life”. O mundo invejava o estilo de vida dos americanos.

domingo, 4 de março de 2012

OS IDOSOS ABANDONADOS






Têm sido muito frequentes, nos últimos tempos, as notícias sobre abandono de idosos nos hospitais, lares e nas suas residências, ao que se supõe, por causa da crise económica, que gera, naturalmente, crises sociais.Penso que o abandono de idosos sempre aconteceu através da história, com mais ou menos crises, que foram uma constantes na face na terra.

Se atualmente os abandonos dão mais nas vistas, isso deve-se à força da comunicação social, cada vez mais atenta às realidades sociais.Os núcleos familiares já não são o que eram, por razões conhecidas. 
Com frequência se verifica que as famílias vivem mais presas ao trabalho e à luta pelo seu bem-estar, pouco tempo e espaço lhes restando para o afeto e para o cuidado dos seus maiores.
Na minha meninice, em jeito catequético, pregava-se e ensinava-se nas igrejas o respeito e a veneração pelos anciãos. E contava-se a seguinte história:
Um dia, um filho conduziu o seu velho pai até ao cimo de um monte, para que ali esperasse pela morte que, no seu entender, não tardaria. Deixou-lhe algum comer e uma manta para se proteger das intempéries.
Ao despedir-se, o pai rasgou uma parte da manta e ofereceu-a ao filho, com esta advertência: "leva-a, para um dia a utilizares, quando o teu filho te trouxer, também, para o cimo do monte."O pregador concluía a história dizendo que o filho, com aquela lição, tão simples quanto convincente, pegou no pai e levou-o para o seu lar, onde o tratou com todo o amor.


- Posted using BlogPress from my iPad

O TITANIC CONTINUA NO NOSSO IMAGINÁRIO





O Titanic continua no nosso imaginário. De quando em vez, deliciamo-nos com histórias novas, umas, e repetidas, outras. E continuamos a reviver o mais badalado naufrágio do último século, sem cansaço.

Ver aqui

- Posted using BlogPress from my iPad

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

(Clicar na imagem para ampliar)

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 280


PITADAS DE SAL – 10 



A MINHA BOTADELA 

Caríssima/o: 

Estou em crer que os mais jovens não conhecerão o termo e, por conseguinte, falar de «botadela» não lhes dirá nada; deixem-nos aos mais velhos gozar bem a palavra que muito nos diz. Passou o carnaval... Se disser que a «botadela» era assim como o carnaval da faina salineira não fugirei da verdade: até metia bandeiras, «música» de testos e tachos e frigideiras, e mangações com os moços mais novatos e inocentes, além de uma bacalhoada de se tirar o barrete! Ah, com a animação já me esquecia: era um dia de muito trabalho para o marnoto e todos o que o rodeavam! 
Mas leia-se o que dizem os entendidos: 

Primeiro, lugar aos dicionários: 
«s. f. - Última preparação da marinha, para a crystallização do chloreto de sódio. (De botar)» 
[Novo Diccionário da Língua Portuguesa 
Candido de Figueiredo - 1913] 

De seguida, aos estudiosos: 

1. «Botadela - Acção de botar. - O dia da botadela é de festa, comemorando-se com comes- e- bebes, para que se convidam os amigos e o pessoal das marinhas vizinhas. 
Botar - Última parte da fase preparatória da marinha; consiste na alimentação dos cristalizadores com a água utilizada para se iniciar a extracção do sal.» 

[Diamantino Dias 
- Glossário] 

2. «Concluída, com a solidária ajuda do pessoal das marinhas mais chegadas, a dura faina de andoar e arear os meios, “arriada” finalmente a moira dos meios de cima para os cristalizadores, principiava a festa, na qual participavam os que tinham trabalhado, amigos, convidados e a mulher e filhas do marnoto. Estas faziam o comer, que constava de caldeirada, geralmente de peixe variado e não das clássicas enguias, menos boas na altura, ou de favas e batatas novas cozidas com bacalhau, petingas, espadim, chicharros de par, consoante o que havia e era crível constituir mimo para o regalo do palato. 
Comia-se de larada, no chão, onde alvejava toalha da brancura do sal de espuma, à sombra do palheiro, modesta mas gritantemente embandeirado. Esfuziavam as conversas, diziam-se graças, estrugiam gargalhadas, e, na vasta planura do salgado, aquela roda de gente, comunicativa e fraterna, prefigurava-se um vero ninho de alegria.» 

[João Sarabando, 
Cagaréus e ceboleiros, pp. 37-38, 
Porto:Campo das Letras, 
citado por Énio Semedo, 
Ecomuseu do salgado de Aveiro] 

NA VERA CRUZ: A FAMÍLIA, UM SONHO NO PLANO DE DEUS






No próximo sábado, 10 de Março, pelas 21.30 horas, no salão paroquial da igreja da Vera Cruz, vai decorrer uma iniciativa proposta pela Escola de Pais da Paróquia, com a participação do Padre Carlos Carneiro, SJ.
O tema, "A família, um sonho no plano de Deus", destina-se a pais e demais educadores. Vai ser um serão a não perder pelo tema e pela qualidade reconhecida do palestrante nesta matéria.
- Posted using BlogPress from my iPad

sábado, 3 de março de 2012

SARAMAGO: POESIA PARA ESTE TEMPO



- Posted using BlogPress from my iPad

ESCUTAI O MEU FILHO AMADO

Uma reflexão de Georgino Rocha



A exortação é dirigida às futuras “colunas” da Igreja – Pedro, Tiago e João –  e, nelas, aos discípulos e aos cristãos de todos os tempos. A voz que se faz ouvir é de Deus Pai, profundamente envolvido na “aventura” em curso protagonizada pelo Nazareno perturbador. O Filho amado a quem é preciso escutar é Jesus que se deixa transfigurar, antecipando a dimensão futura do itinerário vital, recorrendo à brancura irradiante das vestes.

Marcos descreve o episódio ocorrido num alto monte e, com reminiscências de outras passagens bíblicas, elabora uma excelente catequese sobre o esperado Messias. Situa a transfiguração num momento crucial da missão de Jesus: Fá-lo sentir o fracasso devido à incompreensão do povo que o deseja político e curandeiro; à hostilidade das autoridades que não o querem tão politizado; ao endurecimento do coração dos discípulos que não deixam de pensar num messias poderoso; A tentação “bate” forte e mostra-se de modo emblemático no deserto para onde Jesus é impelido pelo Espírito.

ANJOS E VÍBORAS

Um artigo de Anselmo Borges
No DN



Confrontados com decisões vitais, é necessário reflectir longa e profundamente. E foi o que Jesus fez. Ele foi para o deserto meditar e rezar.
E foi tentado. E as três tentações são todas referidas à tentação do poder. O poder económico: "o tentador disse-lhe: 'ordena que estas pedras se tornem em pães'. Jesus respondeu: 'nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus'". O poder religioso: "o tentador colocou-o no ponto mais alto do Templo e disse-lhe: 'lança-te daqui abaixo'. E Jesus: 'não tentarás o Senhor teu Deus'". O tentador mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a sua glória: 'dar-te-ei tudo isto, se, prostrando-te diante de mim, me adorares'. Jesus respondeu-lhe: 'adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás'".