domingo, 3 de abril de 2011

PÚBLICO: O que mudaria em Aveiro?

Carlos Jalali, politólogo, responde:

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PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

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Um poema de Eugénio Beirão


Há-de vir o tempo…

Há-de vir o tempo do mútuo respeito,
assente no diálogo
e na abertura à diversidade.

A encruzilhada e a dúvida
hão-de ser vencidas
e chegará o tempo da permanência,
da serenidade quanto baste.

Reinará um dia
o diálogo dos saberes:
a sabedoria será então rainha.

À fragmentação sucederá a unidade.
E na comunhão seremos felizes.

Eugénio Beirão
In “Rosa-dos-Tempos”

Nota: Ilustração da Rede Global

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 231

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM - 14




AS NOSSAS BICICLETAS - III

Caríssima/o:

Há memórias privilegiadas...
De meu irmão Artur destaco duas passagens que nos podem ajudar a recuar no tempo.

«QUE GRANDE ESTOIRO!

Depois do trabalho, em direcção a casa, não sei precisar se antes se depois do que se passou na loja, na Malhada, antes de chegar à ponte quem vem da Gafanha em direcção a Ílhavo, parámos para dar ar à bicicleta, na garagem que aí havia.
O Pai disse-me:
- Vou dar ar para um ano; assim não paramos tantas vezes para dar ar.
Toca de encher a roda e ele apalpava e dizia-me:
-Ainda não está boa!
E eu não respondia e ele continuava a dar ar.
A certa altura aquilo dá um estoiro tão forte que toda a gente veio à porta ver o que se passava. O pneu e a câmara de ar saíram do aro e eu nem sabia onde estava com o barulho que tudo aquilo fez!
Toca a pôr tudo novo.»

sábado, 2 de abril de 2011

Um livro de João Gamboa



“As Palavras em Mão:
Apontamentos de Literatura”

João Gamboa apresentou ontem, na Biblioteca Municipal de Aveiro, mais um livro de sua autoria — As Palavras em Mão – Apontamentos de Literatura — que insere textos diversos que não podem ficar esquecidos no tempo.
O livro está organizado em duas partes e um apêndice. Na primeira parte registam-se doze textos de sua autoria, «que são breves reflexões sobre alguns criadores sobretudo literários, nomeadamente Antero do Quental, Marmelo e Silva, Mozart, Sebastião da Gama, José Gomes Ferreira, Miguel Torga e José Régio».
Na segunda parte, o leitor pode apreciar os textos com que foram apresentadas as onze obras literárias de Eugénio Beirão, pseudónimo  de João Gamboa, referentes a poesia, diarística, contos e crónicas.
Na terceira parte apresenta duas entrevistas: uma publicada no Correio do Vouga e outra destinada ao Jornal do Função, que a não publicou, por razões que desconheço.

Dar de si antes de pensar em si

Jorge Capote e João Bela assinam protocolo

Rotary Club de Ílhavo comemora  Aniversário

No passado dia 1 de Abril, decorreu no Hotel de Ílhavo um jantar  comemorativo dos 15 anos de existência do Rotary Club de Ílhavo, com a presença de Rotários de Ílhavo, Aveiro e Oliveira do Bairro.
Após as cerimónias protocolares em Rotary e do jantar, usaram da palavra o Presidente do Clube aniversariante, Jorge Capote, que falou das razões da existência dos Rotários em todo o mundo e do trabalho desenvolvido recentemente pelos Rotários de Ílhavo em prol da comunidade mais necessitada, destacando a próxima iniciativa, Rota do Bacalhau, cuja receita será entregue à Obra da Criança.

Um poema de Nuno Júdice


Deus

À noite, há um ponto do corredor
em que um brilho ocasional faz lembrar
um pirilampo. Inclino-me para o apanhar
— e  a sombra apaga-o. Então,
levanto-me: já sem a preocupação
de saber o que é esse brilho, ou
do que é reflexo.
Ali, no entanto, ficou
uma inquietação; e muito tempo depois,
sem me dar conta do motivo autêntico,
ainda me volto no corredor, procurando a luz
que já não existe.

Nuno Júdice,
 in "Meditação sobre Ruínas"

Campanha racional, serena e sem insultos


O reino da irrazão


Anselmo Borges

O que São Basílio Magno (séc. IV) escreveu sobre a usura é temível: "Os cães, quando recebem algo, ficam mansos; mas o usurário, quando embolsa o seu dinheiro, irrita-se tremendamente. Não cessa de ladrar, pedindo sempre mais... Mal recebeu o dinheiro e já está a pedir o dinheiro do mês em curso. E este dinheiro emprestado gera mal atrás de mal, e assim até ao infinito." Por isso, o Concílio de Latrão, em 1179, proibiu aceitar esmolas dos usurários, admiti-los à comunhão e dar--lhes sepultura cristã.
Hoje a isto chama-se os mercados financeiros, com a sua lógica devoradoramente insaciável. Portugal sabe-o por experiência. Quem não viu veja e quem viu reveja Inside Job.
De qualquer modo, estamos na União Europeia e temos de honrar compromissos quanto ao défice e à dívida. O que aí vem é arrasador. Como foi possível ter-se chegado à beira deste abismo? Como escreveu Daniel Bessa, "o Estado português está há muito em processo de falência. A culpa é de todos nós, a começar por mim, que nunca o disse de forma audível, com esta clareza".

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Estranho! — Pensava a professora



UTOPIA

Maria Donzilia Almeida


O dia acordara ensonado, com a neblina a pairar sobre a terra. Esfregou os olhos, aspirou, fundo, a fragrância das flores, nesta primavera incipiente e deixou o sol afagar o planeta.
Foi neste dia, que mais uma vez se dirigiu à escola, preparada para mais um dia de agitação e com muito sacrifício desempenharia as suas funções docentes. Quando chegava ao fim, sentia-se possuída de um enorme cansaço, mesclado de muita frustração. Neste dia, sob os auspícios de um novo mês, que ora se iniciava, não podia acreditar naquilo que os seus olhos viam!
Logo na entrada da escola, os alunos perfilavam-se para entrar ordeiramente, picando o cartão e cumprimentando afavelmente a porteira. Quase se esquecia dos atropelos e da algazarra que alguns faziam, habitualmente.
Estranho! —  Pensava a professora. À medida que ia entrando na escola, observando o amplo jardim bem cuidado pelos alunos da jardinagem, ia pensando com os seus botões — Não posso acreditar no que vejo! Parece que estou noutro país, noutro planeta! Onde a disciplina, o respeito, a compostura fazem parte das Human Relations, tal qual o seu mentor, Dale Carnegie, as fomentou.
A maior surpresa aconteceu aquando da entrada na sala de aula. Os alunos organizavam-se em fila, para entrarem na sala, sem barulho, sem vozearia, sem confusão. Em silêncio! — Aconteceu alguma coisa? Interrogava-se a professora. Não, não podia acreditar! Vamos ver como vão decorrer as aulas.

Gafanha da Nazaré: vitrais na igreja matriz

Jesus e São José

Na igreja matriz da Gafanha da Nazaré há vitrais (ou técnica aparentada) dignos de serem apreciados. O normal, para muita gente, é entrar, olhar em frente, e nem apreciar a arte que está patente nas janelas. Experimentem olhar, não em hora de culto, mas no final das celebrações. Hão-de ver que vale a pena.