Stephen Hawking
Hawking e Deus
Anselmo Borges
Ainda não a li, mas posso supor que a nova obra de Stephen Hawking, escrita em conjunto com o físico norte-americano Leonard Mlodinow, The Grand Design (O grandioso plano), terá um êxito enorme, como há anos aconteceu com o seu bestseller A Brief History of Time (Uma breve história do tempo).
Hawking, que sofre há décadas dessa terrível doença do foro neurológico que dá pelo nome de esclerose lateral amiotrófica, é um astrofísico de renome mundial, detentor até há pouco da célebre Cátedra Lucasiana de Matemáticas da Universidade de Cambridge, outrora ocupada por Isaac Newton, e que deu contributos fundamentais no domínio da física teórica, nomeadamente em questões de cosmologia, buracos negros e gravitação quântica.
Nesta obra, afirma que as novas teorias da física podem explicar de modo cabal o aparecimento do universo, tornando supérfluo o papel de um Deus criador. Segundo The Times, escreve que, "o universo pôde criar-se a si mesmo - e de facto fê-lo - do nada. A criação espontânea é a razão de existir algo, de existir o universo, de existirmos nós". Concretamente, a descoberta do primeiro planeta extra-solar ajudaria a desmontar a visão de Newton, que afirmava o Deus criador, pois o universo não poderia surgir do caos. A descoberta abre a possibilidade de outros planetas e outros universos, que seriam redundantes, se a intenção de Deus fosse criar o homem.