sábado, 12 de dezembro de 2009

Na Biblioteca Municipal de Aveiro: lançamento do livro do Padre Georgino Rocha

D. António Francisco dos Santos:

“A teologia não está fora da cultura 
nem na fronteira da vida”
Maria da Luz Nolasco, Helena Pinho e Melo e D. António

O livro do Padre Georgino Rocha – Intervenção da Igreja na sociedade portuguesa contemporânea – “ajuda-nos a descobrir os passos de Deus no caminho da esperança”, afirmou o nosso Bispo, D. António Francisco dos Santos, na sexta-feira, 11 de Dezembro, na Biblioteca Municipal, em sessão de lançamento daquela obra, por iniciativa da Comissão Diocesana da Cultura, com o patrocínio da Câmara Municipal de Aveiro.
O prelado aveirense referiu que “todos nós somos testemunhas desses passos de Deus pelo mundo”, adiantando que este livro “é o alimento do espírito” e que “a teologia não está fora da cultura nem na fronteira da vida”.
D. António Francisco recordou a restauração da Diocese de Aveiro, que foi levada à prática, com a aplicação da sentença executória, precisamente a 11 de Dezembro de 1938, neste “chão da liberdade”.
O lançamento de Intervenção da Igreja na sociedade portuguesa contemporânea  aconteceu num ambiente de alguma forma inédito, com a intervenção de D. António Marcelino, Bispo Emérito de Aveiro e conhecido pela ousadia das suas intervenções públicas, em prol do diálogo entre fé e cultura, e Alberto Souto de Miranda, antigo presidente da edilidade aveirense, republicano e laico, educado numa família católica, onde não faltava um avô monárquico e maçónico, mas conhecido como homem aberto, tolerante e culto. A moderação coube a Maria da Luz Nolasco, vereadora monárquica da autarquia aveirense, no dizer de Alberto Souto.
D. António Marcelino lembrou que de Manuel Alegre ouviu, na altura do 25 de Abril, que “a história do nosso país não se faz à margem de Igreja”, e logo afirmou que sempre o preocupou ”o diálogo Igreja-Mundo”, tendo nomeado o Padre Georgino para promover iniciativas nesse sentido.


Contra as previsões, os suíços aprovaram a proibição de construir mais minaretes nas mesquitas


Minaretes


De todos os lados - mundo islâmico, ONU, União Europeia, Governo helvético, líderes das comunidades religiosas: judeus, protestantes, católicos - choveram críticas, pois está em causa o direito fundamental à liberdade religiosa. O Vaticano, através do arcebispo Antonio Maria Sveglio, presidente do Conselho Pontifício para as Migrações, condenou: "Não vejo como se pode travar a liberdade religiosa de uma minoria ou impedir um grupo de pessoas de ter a sua igreja"; e, referindo-se indirectamente às perseguições e limitações da liberdade dos cristãos nalguns países islâmicos, acrescentou: "Há um sentimento de aversão e medo, mas um cristão deve saber ultrapassar isso, mesmo se não tem reciprocidade." O secretário da Conferência Episcopal Suíça declarou que o resultado é "um duro golpe contra a liberdade religiosa e a integração". Na mesma linha se pronunciou a Federação das Igrejas Protestantes da Suíça: trata-se de "um atentado às liberdades fundamentais", que só pode causar novas tensões sociais.

Para preparar o Natal



Em que se fala do Menino Jesus

Fiz a maldade e olhei Jesus.
Ele baixou os olhos e corou,
e toda a gente julgou
que quem fez a maldade foi Jesus.

E todos lhe perdoaram...

- Obrigado, Menino! Mas agora
tira os olhos do baile e vem brincar,
que eu prometo, pra não Te ver corar,
já não fazer das minhas.
Anda jogar, ao pé das flores, no chão,
comigo, às cinco pedrinhas...!
anda jogar, pra não esqueceres
o preço do meu perdão…

Sebastião da Gama



sexta-feira, 11 de dezembro de 2009


Árvore ecológica

Movimentação pelo planeta


12 de Dezembro de 2009

A cimeira que está a realizar-se em Copenhague, na Dinamarca, pelo ambiente, mais do que começar a deitar cá para fora propostas de solução do problema, parece sim, apostada em gerar uma enorme polémica.
Os países mais desenvolvidos, logo, os mais responsáveis pela emissão dos CFCs, que estão a contribuir inequivocamente para o aquecimento global, não parecem querer assumir a responsabilidade pela diminuição desses gases poluentes.
A representação portuguesa reunir-se-á por estes dias em Bruxelas para ai tomar uma posição forte e determinada, em prol do planeta e de cada um de nós.
Sem dúvida que os nossos políticos têm uma enorme e nobre missão em suas mãos! Defender a habitabilidade do planeta em que vivemos, é um grande objectivo, mas as pequenas acções, que todas juntas irão promover a diferença, têm de partir do cidadão anónimo. As Escolas desdobram-se em campanhas pedagógicas, no sentido de sensibilizar os alunos e seus agregados familiares, para uma alteração de comportamentos. Ainda hoje, o grupo de Ciências Experimentais, promoveu a campanha das lâmpadas: dava 4 lâmpadas economizadoras em troca de uma lâmpada incandescente, virgem ou já usada. Noutros Departamentos, pratica-se há muito tempo já, a reutilização de materiais de desperdício, que muita gente deita fora, aumentando, em grande escala, as montureiras que por aí abundam, muitas vezes a céu aberto.
São afixados estudos e cálculos do consumo de água em actos banais do nosso quotidiano, levando os alunos a reflectir sobre a poupança que urge fazer, neste bem perecível que é a água.


Árvore de Natal

Prémio Pessoa 2009 para D. Manuel Clemente, Bispo do Porto



D. Manuel Clemente


"D. Manuel Clemente é uma referência para a sociedade portuguesa", salientou Balsemão


A caminho de casa, de uma viagem a Coimbra, ouvi pela rádio que o Prémio Pessoa 2009 foi atribuído a D. Manuel Clemente, Bispo do Porto e Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais. Foi um prazer muito grande, o que eu senti ao ouvir esta boa nova, merecidíssima, mas inesperada para mim. Não que D. Manuel Clemente não merecesse tal galardão, atribuído pelo Expresso e pela Caixa Geral de Depósitos, no valor de 60 mil euros, mas tão-só por estar habituado a ver o prémio seguir para personalidades de outras culturas, não necessariamente de inspiração cristã. Um homem da Igreja como ele sempre foi, mas aberto ao mundo contemporâneo, com uma capacidade de diálogo fascinante e com uma cultura que nos inebria, fica bem com esta distinção.
Tive o privilégio de o ouvir diversas vezes, em encontros relacionados com a pastoral da cultura. O seu jeito de estar próximo de todos, as suas respostas oportunas e convincentes, a sua capacidade para ouvir e o seu sorriso permanente, de quem testemunha a vida alicerçada em Cristo, são um claro e iniludível exemplo de como deve ser um bispo para o nosso tempo.
Os meus parabéns, não apenas para D. Manuel Clemente, mas também para o júri que soube olhar e ver, num bispo da Igreja Católica, alguém que sabe viver na sociedade e para a sociedade, num contínuo diálogo entre fé e cultura, na certeza de que ambas as componentes se complementam, sem necessidade de guerras ridículas, entre crentes e não crentes.

Fernando Martins



quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Manoel de Oliveira: 101 anos de vida cheia



Exemplo de vida para toda a gente

O realizador de cinema Manoel de Oliveira completa hoje, 11 de Dezembro, a bonita idade de 101 anos. É, como todos os portugueses devem saber, o mais velho realizar em plena actividade, sendo para toda a gente um exemplo de amor ao trabalho e à vida.
Independentemente de se gostar ou não dos seus filmes, a verdade é que ficará na história da sétima arte, em Portugal e até no mundo, como modelo do amor à arte e à cultura, não dando tréguas nem cedendo à vontade de se manter na ribalta. Quando muitos buscam a reforma ou a aposentação para parar na vida, dedicando-se a nada fazer de útil para a sociedade, é bom que se recorde e se apresente este cidadão que se recusa a parar. Não é verdade que parar é morrer?

O Elogio da Loucura espelha os cenários de uma época controversa


O novo elogio da loucura?

1. Decorria o início do século XVI e a sociedade europeia vivia sobressaltos de nunca vista desumanidade. A exploração escrava de outros povos descobertos, o egoísmo da riqueza e as cruéis guerras religiosas no coração da Europa registaram nos anais da história das piores páginas de sempre. Neste duro ambiente, alguns grandes autores procuraram interpretar o seu tempo propondo caminhos a seguir de forma humana e digna. Algumas dessas grandes personalidades inscreveram-se no chamado pensamento da renascença, o qual proporcionou uma recriação actualizada das ideias e artes clássicas. Se o problema da sociedade da época era humano, estes autores apostaram na resolução da “questão antropológica” (ou seja, do repensar o agir humano).


Revista Visão: De profundis, de António Lobo Antunes



"O meu pai tinha quatro irmãs mais novas e um irmão que morreu pequenino, de meningite, por volta da idade em que tive essa doença. Parece que comecei com muita febre e horas depois estava em coma. Inexplicavelmente sobrevivi. Há de certeza pessoas que, pelo que vou dizer, me acharão tonto, mas ninguém me tira da cabeça que Santo António me salvou. E lá me levaram, aos sete anos, a Pádua, tocar no túmulo do Santo e fazer a primeira comunhão. A minha relação com Deus tem sido sempre tumultuosa, cheia de desacordos e discussões: longos períodos em que me afasto, alturas em que me aproximo, amuos, quase insultos, discussões. Creio firmemente que, nos livros que escrevo, é Ele que guia a minha mão e não passo de um instrumento da Sua vontade. Quantas vezes me vem à cabeça aquele pequenino poema de Sebastião da Gama: a corda tensa que eu sou o Senhor Deus é quem a faz vibrar; ai linda longa melodia imensa: por mim os dedos passa Deus e então já sou apenas som e ninguém se lembra mais da corda tensa. É que não escrevo assim tão bem, trabalho sem plano e quase me limito a assistir ao que vai ficando no papel. O meu único mérito é fuçar o dia todo, até ser apenas som. Componho-os numa espécie de febre, no fundo de um abismo em que me perco, cego e surdo, não resultam nunca de uma deliberação mental, um propósito, um plano definido. Não concordo com Jean Daniel, quando afirma que a única desculpa de Deus é não existir: há alturas em que o sinto tão fortemente em mim, alturas em que o sei tão longe.

Confraria dos Ovos Moles de Aveiro dá os primeiros passos



Entronização dos 24 confrades fundadores

Integrado nas Comemorações dos 250 anos da Cidade de Aveiro, irá decorrer no próximo dia 12 de Dezembro, pelas 13 horas, o 1.º Capítulo da Associação Cultural Confraria dos Ovos Moles de Aveiro. A cerimónia capitular, que decorrerá no salão nobre do Hotel Imperial (Aveiro), contará com a presença de diversas Confrarias Gastronómicas e Báquicas Nacionais, assim como com a Presidência da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, a par das forças vivas da cidade, do poder local ao turismo, e outras entidades culturais e eclesiásticas.
Serão entronizados, no decorrer da celebração, os 24 Confrades Fundadores, assim como demais Efectivos e de Honra, quer individuais quer institucionais.

Miguel Torga para começar o dia


NATAL

Menino Jesus feliz
Que não cresceste
Nestes oitenta anos!
Que não tiveste
Os desenganos
Que eu tive
De ser homem,
E continuas criança
Nos meus versos
De saudade
Do presépio
Em que também nasci,
E onde me vejo sempre igual a ti.

Miguel Torga