segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Efeméride Gafanhoa: Nascimento de Joana Maluca

1788 - 7 de Setembro

Joana Rosa de Jesus, mais conhecida por Joana Maluca, nasceu nesta data. Faleceu em 1878, com 90 anos de idade.
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Citando Patrícia Reis...

A propósito de Uma Ideia para Portugal, em que apresentei a proposta de Patrícia Reis, lembrei-me desta sua frase. Aqui fica ela.
“Acredito que há sinais da Graça de Deus todos os dias. Deus está nisso tudo. Não é aquele Senhor de barbas brancas sentado lá em cima a olhar para mim à espera que eu faça asneiras. Somos demasiado pequenos para que Ele olhe para cada um individualmente, por isso vivemos nesse silêncio de Deus que é um silêncio aparente. Ele vai-se manifestando. Basta ter atenção.”


Patrícia Reis, autora do livro Silêncio de Deus
Citada no livro Janela do (in)finito, de Anselmo Borges,
por Guilherme d’ Oliveira Martins

sábado, 5 de setembro de 2009

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 147

BACALHAU EM DATAS - 37


Creoula - 1937
Caríssimo/a:
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1937 - «A Companhia União Fabril, concessionária dos estaleiros da Rocha do Conde de Óbidos, no porto de Lisboa, iniciou em 1937, os trabalhos da construção dos dois primeiros navios de pesca em ferro, fabricados em Portugal. Tendo sido efectuado o lançamento das quilhas no dia 3 de Fevereiro de 1937, foram construídos, lado a lado, dois navios gémeos – CREOULA e SANTA MARIA MANUELA – uma nova classe de navios bacalhoeiros inspirados nas antigas escunas da Nova Escócia. Os trabalhos de construção decorreram em 62 dias úteis e a cerimónia de lançamento à água ocorreu a 10 de Maio de 1937. Após o lançamento, os navios foram mastreados e acabados de aparelhar, tendo o CREOULA sido entregue ao armador em Junho, efectuando a sua primeira campanha de pesca nesse ano.» Creoula, 33-38
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«[...] [O CREOULA e o SANTA MARIA MANUELA] eram navios “gémeos” com 62 metros de comprimento numa deslocação de 1247 t, com uma estrutura reforçada de aço à proa, que permitia a navegação em segurança em mares de gelo, acomodações para 52 homens e todo o equipamento moderno. O CREOULA reunia sadias condições, era uma boa construção e um óptimo veleiro.» Oc45, 111
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«De acordo com a Revista da Marinha, de 19.11.1941, os alojamentos dos lugres CREOULA e SANTA MARIA MANUELA estavam forrados a madeira nas amuradas e anteparas, permitindo um aquecimento a água quente num circuito de tubos de ferro. Os alojamentos dos capitães, oficiais e motoristas situavam-se à ré e possuíam aquecimento central com irradiadores. Estavam ainda munidos de electricidade, TSF, projectores, instalação frigorífica e sonda eléctrica.» Oc45, 119, n. 6
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«...[V]erificando-se que os franceses usavam o sistema de trole desde o início do século XX, com dois pescadores em cada dóri, decidiu-se que também na frota portuguesa deveria ser introduzido tal método, tendo desempenhado o CREOULA o papel de navio pioneiro na concretização desta experiência. Assim, no decurso da sua primeira viagem, em 1937, o CREOULA partiu para a Terra Nova equipado com dóris adaptados a dois homens. Confrontados com a novidade, registou-se por parte dos pescadores uma firme atitude de recusa relativamente à experimentação deste método que, inúteis os dóris empilhados a bordo, tornou-se necessário que o capitão recorresse aos restantes navios da frota bacalhoeira portuguesa na Terra Nova, solicitando o empréstimo de dóris de um só homem, tradicionalmente utilizados pelos nossos pescadores.» Creoula, 19
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«Em 1937, o Ministro da Marinha autorizou a compra de navios de comércio com mais de 10 anos, contados a partir da data do lançamento à água, sob prévio parecer do Conselho Superior da Marinha, enquanto durasse a “situação anormal do mercado de navios e de custo das construções navais”. [in “O Ilhavense”, n.º 1178, 07.11.1937, p. 1]» Oc45, 119 n. 2
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Neste ano de 1937, é constituída a Sociedade Pascoal e Filhos com dois barcos de pesca à linha: RAINHA SANTA e D. DINIS.
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Manuel

Uma Ideia para Portugal




"Todos os dias, antes de dormir, meia hora de leitura. Não importa que livro, importa o exercício. Ao mesmo tempo, como acumulamos livros que não voltaremos a reler, é uma óptima ideia reciclar tendo em vista quem mais precisa: de seis em seis meses, olharmos para as estantes e tirarmos os livros de que já não precisamos e que podem ser entregues às bibliotecas, aos serviços prisionais, às juntas de freguesia, aos centros de orientação dos sem-abrigo. Ou então o bookcrossing. Vá ao google e procure."
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Patrícia Reis,
Escritora e jornalista,
no i de 04-09-2009

ÉTICA E RELIGIÃO




Desde o Eutífron, de Platão, que, nesta relação de ética e religião, se coloca o famoso dilema: os mandamentos são bons porque Deus os prescreve ou Deus prescreve-os porque são bons? Na segunda hipótese, Deus não seria absoluto, já que subordinado a normas e valores independentes dele. Na primeira, poderia mandar o arbitrário, como afirmou o voluntarismo medieval: segundo Ockam, "Deus pode ordenar que a vontade criada o odeie".
Mas o dilema tem solução. O Homem é um animal ético e a moral é autónoma. Ao contrário dos outros animais, o Homem vem ao mundo por fazer e tem de fazer-se, realizar-se a si mesmo. E qual é o critério da acção humana boa senão precisamente a adequada e plena realização do ser humano? A exigência moral não surge do facto de se ser crente ou ateu, mas da condição humana de querer ser pessoa humana autêntica e cabal, plenamente realizada, de tal modo que o teólogo Andrés Torres Queiruga pode escrever, com razão: se se pensar fundo, "não existe nada que no nível moral deva fazer um crente e não um ateu, contanto que tanto um como o outro queiram ser honestos". Se dissentirem em muitas opções, isso não acontecerá propriamente por motivos religiosos, mas morais, devido à dificuldade em saber qual é muitas vezes a decisão correcta.
Então, por paradoxal que pareça, autonomia e teonomia coincidem. De facto, se se aceitar, como é o caso da perspectiva cristã, que Deus cria por amor, o que é que Deus pode querer e mandar senão precisamente a adequada e plena realização da pessoa humana? Na criação por amor, o único interesse de Deus só pode ser o Homem vivo, realizado e feliz.
Mesmo que não possam ser separadas, moral e religião distinguem-se. A prova está em que se pode ser não religioso e moral: não é verdade que, "se Deus não existir, tudo é permitido". Por outro lado, o crente também sabe que a religião, embora a implique, não se reduz à moral.
De qualquer modo, a religião pode contribuir para a moral, de múltiplos modos. A religião autêntica deverá constituir mais um impulso para a acção ética. Quando se pergunta pelo fundamento último da moral na sua incondicionalidade, é difícil não ser confrontado com a religião e o absoluto de Deus. Depois, a religião dá horizonte de futuro, mesmo quando se falhou e se precisa de perdão e novo alento - há uma personagem de Hemingway que, a um dado momento, pergunta, perplexa: agora que não há Deus, quem nos perdoará? -, e abre à esperança de sentido último.
Melhor do que o que aí fica poderá dizê-lo uma carta comovente que o senador Edward Kennedy enviou ao Papa, pouco tempo antes de morrer, e que o cardeal Th. McCarrick revelou na celebração do seu funeral.
Alguns passos: "Santidade, espero que ao receber esta carta goze de boa saúde. Rezo para que tenha todas as bênçãos de Deus na condução da nossa Igreja e inspire o mundo nestes tempos difíceis. Escrevo-lhe com profunda humildade para pedir-lhe que reze por mim, agora que a minha saúde declina. Foi-me diagnosticado um cancro no cérebro há mais de um ano e, embora continue em terapia, o mal continua a minar-me. Tenho 77 anos e preparo-me para a passagem seguinte da vida. Tive a graça de ser membro de uma família maravilhosa, e os meus pais, em particular a minha mãe, mantiveram a fé católica no centro das nossas vidas. O dom da fé manteve-se, cresceu e deu-me alívio nas horas mais escuras. Sei que fui um homem imperfeito, mas com a ajuda da fé procurei endireitar o caminho. Quero que saiba, Santidade, que nos quase 50 anos de serviço público, dei o meu melhor para embandeirar os direitos dos pobres e abrir portas de oportunidades económicas. Trabalhei para receber os imigrantes, combater a discriminação e ampliar o acesso aos cuidados médicos e à educação. Procurei sempre ser um católico fiel, Santidade, e embora as minhas debilidades me tenham feito falhar, nunca deixei de crer e respeitar os ensinamentos fundamentais da minha fé. Rezo para que Deus o abençoe a si e à nossa Igreja e agradeceria muito as suas orações por mim."

Anselmo Borges

In DN

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Grande lição de vida...




O doente que visita outros doentes

Durante as minhas caminhadas matinais, por decisões de saúde, cruzo-me, por vezes, com um velho amigo, de 80 anos, que anda pelas ruas da Gafanha da Nazaré num carrinho eléctrico. Sei que foi afectado por uma doença rara que o impossibilitou de trabalhar, já há anos, dificultando-lhe a caminhada.
Hoje encontrei-o em conversa amena com um idoso, um pouco mais velho, mas também limitado. Nem com a bengala pode chegar para além do primeiro cruzamento, poucos metros ao lado da sua residência. Ao vê-los, interrompi a conversa que ambos travavam para os cumprimentar.
Depois das saudações e das habituais perguntas sobre o estado de saúde e de ânimo de cada um, abordámos a questão do carrinho eléctrico que o leva “para todo o lado”.
Com a doença, o meu amigo não podia sair de casa. Apenas o fazia quando precisava de ir aos médicos. As quatro paredes da sala onde estava habitualmente limitaram-lhe os horizontes, o que o deixava triste. Só a visita de familiares e amigos o animava.
Um dia acordou com a imaginação afiada, na procura de uma solução para a sua vida. E daí a comprar o carrinho foi um já. Agora, diz-me ele, já pode sair todos os dias, percorrer as ruas da Gafanha da Nazaré, olhar as pessoas, apreciar a vida agitada de muitos, encontrar-se com amigos, ir ao médico e à farmácia, ou fazer compras sem incomodar ninguém.
Contudo, de uma coisa se lembrou: sempre ficava muito contente quando alguns amigos ou familiares o visitavam. “E se agora fosse eu visitar os amigos doentes?”, concluiu. E foi mesmo.
Começou então a enumerar os que tem andado a visitar, dizendo da alegria que vê nos seus rostos. Alguns eu próprio até pensava que tinham morrido. E apenas lhe disse, com convicção: “Está a fazer uma grande coisa; deu-me uma grande lição.” E um largo sorriso encheu os seus olhos.
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Fernando Martins

Aventuras de um boxer


Canino na calçada
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La rentrée

Olá, Amigos!
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Depois dum período longo de convalescença, no meu pós-operatório, cá estou de novo, pronto para as curvas! Para as curvas e para as rectas... que, quando se trata de maratonas em que sou já um habitué, há de tudo, pela frente! E eu não sou criatura de me deixar ficar para trás, quem fica às vezes, é a minha dona, coitada! Eu bem olho para ela com ar de estímulo e incentivo... mas tenho mesmo que reduzir, um pouco, a minha aceleração, para ela me alcançar! Já é uma senhora madura, na idade e no juízo... ou ela acha que sim! Mas às vezes, é tão infantil comigo, quando se põe a falar em baboseiras que os caninos não entendem! Pensará ela que eu entendo tudo o que me quer dizer? Não andei na escola, apesar do grande valor que isso tem para ela! Acha que nós, os cães, também devíamos ser alfabetizados, p’ra não ficarmos atrás dos outros na UE. Dizem algumas más-línguas que vamos atrás de muitos povos... nisto, naquilo e naqueloutro! Num ror de coisas!
Que me dava um certo jeito aumentar o meu vocabulário, lá isso dava! Quando ela se põe a falar de mim aos amigos e diz que sou muito efusivo... bolas! Não percebo mesmo nada! Um dia ouvi um amigo dela trocar isso por miúdos e dizer que sou um chato! Aí, fiquei triste, porque ... chatos... são aqueles parasitas que metem o nariz onde não devem e não pagam renda, do espaço que tomaram de assalto!
Eu apenas sou muito dedicado à minha dona e tenho de lho demonstrar todos os dias. Ela até diz aos amigos que cão como o dela não há! A intensidade do afecto que lhe dedico não é como nos humanos que vai esmorecendo com o passar do tempo! Até diz, numa linguagem, só dela, que é inversamente proporcional à duração do tempo que passam em comum. Comigo não é nada disso! Quanto mais conheço a minha dona, mais gosto dela! Cada dia que nasce é a mesma surpresa p’ra mim e a mesma quantidade de mesuras que lhe faço! Ah! Mas nisso há reciprocidade, pois ela também faz o mesmo. Até diz que eu começo a rebolar-me, mal sinto a sua aproximação! É o que os humanos dizem... gozar por antecipação! É uma delícia esta interacção entre nós e os humanos! De vez em quando, lá vem uma ovelha ranhosa estragar esta nossa reputação de amigos do homem, de fiéis amigos, de cãopanheiros incondicionais, na figura de um rotweiler tresmalhado, de um pitbull tresloucado, ou de um doberman assanhado, que atacam os humanos como eles fazem entre si!! Que os humanos se dêem mal uns com os outros, que se hostilizem, como disso são bom exemplo os políticos, é lá com eles! Que se matem, que se esfolem, mas entre nós tem que haver regras! Não pode imperar a lei da selva!
Por isso é que me sinto mal na minha reputação de boxer cheio de dignidade e nobreza, quando ouço relatos dramáticos dos ataques perpetrados por esses congéneres! Que Deus lhes perdoe!
O meu tempo alargado de convívio com a dona, chegou ao seu terminus, agora que a Rentrée está à porta para os alunos. Para a classe da minha dona já chegou mesmo de armas e bagagens!
Acredito que há-de sobrar sempre um tempinho curto, da dedicação exclusiva à escola, para continuar a passar-me a mão pelo pêlo! A minha sensibilidade canina agradece!

M.ª Donzília Almeida

02.09.09

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

SEDOV: O maior veleiro do mundo volta ao nosso porto

SEDOV
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Depois da sua passagem pelo nosso Município em Setembro de 2008, no âmbito da Regata dos Grandes Veleiros, que ligou Falmouth (Inglaterra), Ílhavo e o Funchal, o STS SEDOV escolheu o Porto de Aveiro para porto de paragem na sua viagem entre Delfzijl (na Holanda) e o Mónaco.
O SEDOV chegará amanhã, dia 4 de Setembro (Sexta-feira), partindo três dias depois (7 de Setembro), rumo ao Mónaco. Segundo informação obtida junto do operador, o navio estará aberto para visitas nos dias 5 e 6 (Sábado e Domingo), entre as 10 e as 20 h, e ficará atracado no Terminal Norte do Porto de Aveiro, no mesmo local onde esteve durante a Regata de 2008.
O STS SEDOV foi construído em 1920, tendo como porto de origem Murmansk, (Rússia). Com os seus 108,70 metros de comprimento, e capacidade para transportar uma tripulação de mais de 300 pessoas, é considerado o maior veleiro do mundo.
A vinda do STS SEDOV surge como consequência da excelente recepção de que foi alvo durante a Regata, sendo o primeiro veleiro “Classe A” a visitar o nosso Município e o nosso Porto desde que este, fruto do Protocolo celebrado entre a Câmara Municipal de Ílhavo e a Administração do Porto de Aveiro, em Março de 2009, obteve o estatuto de “Friendly Port”, que garante aos veleiros que nos visitam condições excepcionais de estadia.
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Fonte: CMI

No funeral de Claudette Gaspar Albino

Avó Dette

Agradeço a presença de todos os que compareceram na despedida da minha avó, Claudette Albino. Agradeço sobretudo a amizade.
Nos últimos meses a saúde da minha avó esteve bastante debilitada, no entanto a minha avó sempre foi uma mulher de força. Por isso, a mensagem que quero transmitir é uma mensagem de alegria e vida. Não quero que recordem a morte da minha avó, quero que recordem a sua vida. A minha avó para além de uma excelente profissional, cidadã e amiga era uma mulher extraordinária.
Foi a minha avó que me ensinou a ler antes de entrar na primeira classe, ensinou-me também a tabuada enquanto jogávamos a bola. Podia contar centenas de episódios da vida da minha avó no entanto demoraria uma eternidade. Elegi dois que penso que transmitem bem a mulher que eu quero que lembrem.
Certo dia, estava com a minha avó no sótão de sua casa. A minha avó estava de gatas a ensinar-me a saltar ao eixo quando entra o meu avô e diz “Claudette, olha que tu pela tua neta só não fazes o pino!”. A minha avó logo respondeu “Não faço, mas fazia. E se calhar ainda faço”. Nisto, fecha a porta do sótão, encosta-se à parede e faz o pino. A partir desse dia a frase do meu avô alterou-se, deixou de ser “… só não fazes o pino” e passou a ser: “Claudette, pela tua neta, até fazes o pino”.
Uns anos mais tarde, no quintal dos meus avós, caiu de um ninho um passarinho que ainda não sabia voar. A minha avó acolheu-o, levámo-lo para dentro de casa e pusemo-lo numa caixa com uma manta e um prato com pão aguado. Ao final da tarde fomos vê-lo e ele não tinha comido nada. A minha avó pegou-lhe, pôs o pão aguado na boca dela e alimentou o passarinho que debicou a comida dos seus lábios.
Esta é a Avó Dette, a minha avó. Esta é Claudette Albino. A mulher que me mimou e acarinhou sempre, a mulher que me ensinou com amor e seriedade a importância de ser uma boa cidadã, levando-me com ela a eventos dos Lions, a mulher que até hoje e em toda a minha vida, me fará crescer.
Considero-me a sua neta mais sortuda por ter tido a alegria de viver com ela durante mais tempo e em anos em que a saúde era outra.
A minha avó era a Avó, no verdadeiro sentido da palavra. A Avó que educa, e que “deseduca”, no sentido de brincadeira da palavra. A avó que em idas ao cabeleireiro, quando eu era mais pequena, me deixava escolher os cortes de cabelo e fazer as madeixas que a minha mãe não deixava, porque eram de facto horríveis, mas na altura eu adorava e ficava felicíssima só por poder decidir.
A minha avó é o meu ídolo e agora espero que ela possa realizar o seu último desejo: reunir-se à sua avó, uma mulher de quem também muito me falou, julgo que pelos mesmos motivos que me farão falar para sempre dela.
A minha avó é sem dúvida uma das mulheres mais extraordinárias que, todos os que com ela conviveram de alguma forma, tiveram a oportunidade de conhecer.

Obrigada

Ana Cláudia Cardielos
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NOTA: Há jovens que nos dão extraordinários exemplos de vida. Pela forma serena como enfrentam situações difíceis; pela coragem como reagem às adversidades; pela lucidez como vencem barreiras alimentadas por tradições ancestrais; pela espontaneidade como manifestam o amor por alguém; pelo á-vontade como sublinham a ternura por quem os orientou na vida; pela sensibilidade como proclamam vidas com sentido.
Por tudo isto, que percebi no texto que me foi enviado por pessoa amiga, publico, neste meu espaço, a mensagem de alegria, que Ana Cláudia Cardielos proclamou na hora em que tantos se despediram da  sua avó Claudette, com desejos de que os amigos e familiares não fiquem com a sua morte, mas que recordem  a sua vida.
 
Fernando Martins

Fábrica de Conservas em São Jacinto

A propósito de uma referência, no meu blogue, a uma fábrica de conversas que existiu em São Jacinto, Jorge Meneses teve a gentileza de me enviar dois comentários, com foto de um catálogo alusivo à referida fábrica, datado de 1914.
Sublinha o meu leitor que a empresa era designada por  Fábrica Brandão Gomes & C.ª, com sede em Espinho. Tinha três filiais: Matosinhos, São Jacinto e Setúbal.
Adianta que, infelizmente, “a única coisa que sobrou desse império conserveiro foi o corpo principal da Fábrica de Espinho, completamente restaurado para o Fórum de Arte e Cultura de Espinho (valha-nos ao menos isso).”
Com os meus agradecimentos, aqui fica a informação.