quarta-feira, 25 de outubro de 2006

BIBLIOTECA DE ÍLHAVO

Crianças na Biblioteca
::: ESPAÇO DE CULTURA
ABERTO A TODOS
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A Biblioteca Municipal de Ílhavo, que fica na Av. Dr. Rocha Madaíl, é um espaço aberto a todos. A Câmara Municipal, no seu projecto Serviços Educativos 2006/2007, destinado aos diversos ciclos de ensino, diz que se pretende "dar a conhecer autores do nosso país, da nossa terra e também estrangeiros".
"Todos os meses serão relembrados um ou mais autores, através da simples afixação de um cartaz comemorativo ou de uma exposição das suas obras literárias sobre a sua pessoa ou da sua autoria. Serão também levados a cabo outros eventos, tais como exposições de âmbito nacional, debates, conferências e encontros...", lê-se na brochura editada pela autarquia.

IMAGENS DA GAFANHA DA NAZARÉ

PÔR DO SOL
NA GAFANHA DA NAZARÉ
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O meu amigo Ângelo Ribau, que continua como sempre apaixonado pela fotografia, ofereceu-me esta para nossa contemplação. A beleza deixa-nos, de facto, encantados e com vontade de andar por aí à cata de belos enquadramentos para os registarmos para a posteridade possível.
Espero que gostem desta foto da Barra, tirada da Docapesca, como eu gosto. E aqui fica, também, o desafio para fazerem experiências deste género.
F.M.

terça-feira, 24 de outubro de 2006

JOVENS EM ASSIS

Encontro de jovens
com representantes
de diversas religiões
A Santa Sé está certa de que a paz no mundo depende em parte do autêntico diálogo inter-religioso. Sob este espírito, convocou jovens das diferentes religiões para um encontro que se celebrará em Assis. A iniciativa será celebrada de 4 a 7 de Novembro, no vigésimo aniversário da primeira Jornada Mundial de Oração pela Paz convocada por João Paulo II na cidade de São Francisco, com a participação de representantes de diversas religiões. Este encontro foi apresentado pelo cardeal Paul Poupard, Presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, durante a conferência de imprensa de apresentação da mensagem que escreveu aos muçulmanos, por ocasião do final do Ramadão. Em Assis participarão cem jovens, cinquenta cristãos e outros tantos pertencentes a outras religiões, dos diferentes continentes. Além do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, participam na organização desta iniciativa o Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, os frades do Sagrado Convento de Assis e essa diocese. O cardeal Poupard revelou, ainda, que o encontro procura ser “uma reflexão e um intercâmbio de ideias, com a esperança de que ajude os jovens a serem instrumentos de diálogo, de paz e de esperança para o mundo”. Bento XVI enviou uma mensagem em 2 de Setembro de 2006, na qual faz referência a este encontro, dizendo: “Temos mais necessidade que nunca deste diálogo, especialmente quando contemplamos as futuras gerações”. :: Fonte: Rádio Vaticano

UM LIVRO PARA A AMI

"Cartas a Deus"
A editora «Publicações Pena Perfeita» pediu a alguns (3 dezenas) vultos portugueses que escrevessem uma carta a Deus. Como resultado saiu uma obra - «Cartas a Deus» - com cerca de 120 páginas e testemunhos de vários quadrantes. Marcelo Rebelo de Sousa, Carlos Pinto Coelho, Clara Pinto Correia, Fernando Nobre, Maria João Seixas e António Rego foram alguns dos que aderiram ao projecto cujos Direitos de Autor do Livro revertem para a AMI.
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Fonte: Ecclesia

Um artigo de António Rego

Nada a acrescentar
Acho que, tudo somado, o tempo que vivemos é o menos mau dos tempos que conhecemos da história. Não creio que seja possível apontar um século, uma década, um ano preciso em que a humanidade tivesse optimizado o seu ponto de equilíbrio, os jogos da guerra e da paz, da riqueza e da pobreza atingissem os graus desejáveis e perfeitos num mundo em contínuo movimento. Por que nos voltamos excessivamente para os nossos estreitos metros quadrados e para os minutos antes e depois do agora, como que nos vemos deformados em espelhos de medo e desalento, quais testemunhas oculares de quedas caóticas de todos os edifícios que constituíram o melhor da nossa cidade desejada e imaginária. Mas é assim. Caminhamos pelas ruelas estreitas da euforia e do desalento, esmagados pela amplificação dos acontecimentos em velocidade acelerada que nos roubam a paz. A paz? Mas será paz o desconhecimento e o silêncio, a ficção alienante que esconde o real até que ele se precipite como uma hecatom-be sobre a nossa pequena urbe? S. Isaac, o Sírio (sec VII), monge em Nínive, perto de Mossul, actual Iraque, escreveu num dos seus discursos ascéticos:"A vida neste mundo é semelhante àqueles que formam palavras com letras, acrescentando-as, retirando-as, e alterando-as a seu bel prazer. Mas a vida do mundo futuro é semelhante ao que está escrito sem o menor erro nos livros selados com o selo real, a que nada falta e a que nada há a acrescentar". Este comentário ao "Evangelho Quotidiano" lança-nos bem na reflexão das nossas vidas como dobadoiras do efémero, onde cada acontecimento nos faz voltar a cabeça e o coração em direcções opostas. E nos sugere julgamentos precipitados e porventura injustos sobre o agora, amaldiçoando-o em benefício do ontem. O agora, no tempo, sempre foi assim. Tempos virão em que se não acrescentará qualquer palavra. Temos de aceitar este drama. E acreditar no futuro sólido e imutável. Eis é a grande diferença na leitura da história, do tempo, da evolução, do progresso, do porvir. Tudo tem importância. Mas só ganha significado o que desagua no futuro, "escrito sem o menor erro nos livros selados a que nada falta acrescentar".

CONTADOR

RECUPERAÇÃO DO CONTADOR
Hoje consegui recuperar o antigo contador. Há tempos, a opção por novo grafismo fez desaparecer o contador da Bravenet, sem que, na altura, houvesse possibilidades de o manter em actividade. A partir de agora, cá está ele, novamente, perdendo-se o segundo contador, que já ia nas 4200 entradas. Isto significa que o meu blogue já ultrapassou as 36 mil entradas, em 22 meses.
Fernando Martins

Editorial de António José Teixeira no DN

Desfaçatez
O acórdão do Tribunal Constitucional que avalia as contas da última campanha para as eleições legislativas volta a deixar envergonhada a democracia portuguesa. De tão repetidas as irregularidades, tendemos a relativizá-las. Não surpre-endem.
Sempre que o país vai a votos, é certo e sabido que as candidaturas se estragam em habilidades. Ou melhor, boa parte das vezes, nem sequer se dão ao trabalho de as exibir. Pura e simplesmente não justificam as despesas. A desfaçatez e a impunidade política levaram a este pântano, que coloca sob suspeita permanente aqueles que deveriam ser um exemplo de probidade para os cidadãos-eleitores.
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Leia todo o Editorial no DN

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

VOLUNTARIADO

UMA EXPERIÊNCIA
MUITO ENRIQUECEDORA
Em tempos de algum egoísmo e de muito comodismo, é salutar verificar que há gente jovem (de todas as idades) com capacidade para se dar aos outros. Assim é nos PVU - Projectos de Voluntariado Universitário, uma iniciativa do CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura) e da AAUAv (Associação Académica da Universidade de Aveiro), com apoios dos Serviços de Acção Social e da Reitoria da UA.
Esta boa iniciativa partiu da ideia de que, se quisermos, há sempre tempo para dedicar ao Serrviço do Bem Comum, sobretudo na área da formação humana.
Porque há diversas vertentes do voluntariado, a organização solicita aos interessados que procurem o CUFC ou a AAUAv, fundamentalmente para descobrirem, em diálogo aberto com os responsáveis, qual o caminho que mais se coaduna com as disponibilidades e com os dons de cada um.

UM POEMA DE MIGUEL TORGA

CONFIANÇA
O que é bonito neste mundo, e anima, É ver que na vindima De cada sonho Fica a cepa a sonhar outra aventura... E que a doçura Que se não prova Se transfigura Numa doçura Muito mais pura E muito mais nova...

Uma reflexão de Georgino Rocha

CORAÇÃO
QUE VAI À FRENTE
Muitas vezes me vêm pensamentos de ir às escolas desses lugares, gritando como quem perdeu o juízo, e principalmente à Universidade de Paris, dizendo na Sorbona aos que têm mais letras do que vontade para dispor-se a frutificar com elas, quantas almas deixam de ir à glória e vão ao inferno por negligência deles…”. Esta frase consta da carta que Francisco Xavier escreve de Cochim aos universitários de Paris, seus ex-colegas. Nessa universidade, havia sido aluno e mestre, depois faz-se padre jesuíta e parte para o Extremo Oriente nas caravelas portuguesas a 7 de Abril de 1541. São tempos de D. João III. Fiel ao lema que marca a sua vida “Mais, sempre Mais”, percorre os pontos nevrálgicos daquela vasta zona do mundo: Índia, Malaca, Molucas, Japão, China onde não chega a entrar por a morte o haver surpreendido no caminho. Tal como ele, tantos outros sentem a urgência da missão que Jesus deixa aos seus discípulos – os cristãos. “Ide por todo o mundo, anunciai a boa notícia de que Deus quer a felicidade de todos e de cada um. Eu estou sempre convosco: umas vezes escondido nas culturas e religiões dos povos aonde chegais, outras nas comunidades cristãs que ides construir, no modo fraterno do vosso relacionamento, no espírito de serviço e de partilha de que dareis testemunho”. Assim o entendeu um missionário idoso que sonha com ir às montanhas do Himalaia para ajudar os povos que aí habitassem. Põe-se a caminho, logo que a vida lho permite. É Inverno, o frio aperta, começa a chover, a neve a cair, mas nada o demove. O dono de uma pousada interpela-o, dizendo: “Onde vai, meu bom homem? Como chegou aqui?”. E ele, encharcado e quase enregelado, responde sorridente: “ Sigo o meu coração que vai à frente. É o amor que me guia. Quero chegar. Sou missionário!”. De facto, lembra Bento XVI o amor é a fonte da missão. Ser missionário significa amar a Deus, entrar no seu dinamismo, cultivar os critérios de vida que Jesus nos transmite e propor a todas as pessoas, com ousadia e simplicidade, a alegria de colaborar na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. ::
In "Para Ti", folha dominical do CUFC

domingo, 22 de outubro de 2006

ABORTO - 4

Nota Pastoral
do Conselho Permanente
Conferência Episcopal Portuguesa
sobre o referendo ao aborto
RAZÕES PARA
ESCOLHER A VIDA
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1. A Assembleia da República decidiu sujeitar, mais uma vez, a referendo popular o alargamento das condições legais para a interrupção voluntária da gravidez, acto vulgarmente designado por aborto voluntário. Esta proposta já foi rejeitada em referendo anterior, embora a percentagem de opiniões expressas não tivesse sido suficiente para tornar a escolha do eleitorado constitucionalmente irreversível, o que foi aproveitado pelos defensores do alargamento legal do aborto voluntário. Nós, Bispos Católicos, sentimos perplexidade acerca desta situação. Antes de mais porque acreditamos, como o fez a Igreja desde os primeiros séculos, que a vida humana, com toda a sua dignidade, existe desde o primeiro momento da concepção. Porque consideramos a vida humana um valor absoluto, a defender e a promover em todas as circunstâncias, achamos que ela não é referendável e que nenhuma lei permissiva respeita os valores éticos fundamentais acerca da Vida, o que se aplica também à Lei já aprovada. Uma hipotética vitória do “não” no próximo referendo não significa a nossa concordância com a Lei vigente. 2. Para os fiéis católicos o aborto provocado é um pecado grave porque é uma violação do 5º Mandamento da Lei de Deus, “não matarás”, e é-o mesmo quando legalmente permitido. Mas este mandamento limita-se a exprimir um valor da lei natural, fundamento de uma ética universal. O aborto não é, pois, uma questão exclusivamente da moral religiosa; ele agride valores universais de respeito pela vida. Para os crentes acresce o facto de, na Sua Lei, Deus ter confirmado que esse valor universal é Sua vontade. Não podemos, pois, deixar de dizer aos fiéis católicos que devem votar “não” e ajudar a esclarecer outras pessoas sobre a dignidade da vida humana, desde o seu primeiro momento. O período de debate e esclarecimento que antecede o referendo não é uma qualquer campanha política, mas sim um período de esclarecimento das consciências. A escolha no dia do referendo é uma opção de consciência, que não deve ser influenciada por políticas e correntes de opinião. Nós, os Bispos, não entramos em campanhas de tipo político, mas não podemos deixar de contribuir para o esclarecimento das consciências. Pensamos particularmente nos jovens, muitos dos quais votam pela primeira vez e para quem a vida é uma paixão e tem de ser uma descoberta. Assim enunciamos, de modo simples, as razões para votar “não” e escolher a Vida:
::: Para ler toda a Nota, clique aqui

O SORTILÉGIO DA SERRA



24 HORAS
NA PAZ DA MONTANHA

Como homem do mar e da ria, pisando chão plano, sempre sonhei, desde menino, com a magia da serra. Anos e anos olhei para as silhuetas das montanhas, bem visíveis em dias claros, com sonhos de um dia sentir ao vivo a paz dos montes, rodeado do silêncio e da verdura da floresta virgem. Já crescido, recordo os meus primeiros contactos com a serra e senti muitas vezes, ao longo da vida, o sortilégio da montanha, onde vou quando posso. E o mais curioso é que, quando a visito, novas sensações me invadem a ponto de alimentar, nem sei porquê, projectos inviáveis de me fixar nos montes de vidas mais calmas e da tranquilidade absoluta que me aproxima de modo diferente do espiritual. 
Por 24 horas, fui mais uma vez ao Caramulo, onde há recantos aparentemente nunca vistos. Recantos que vamos descobrindo e redescobrindo em cada esquina, sobretudo em aldeias quase despovoadas, que estão carregados de história e de estórias que são, sem dúvida, riqueza que não pode continuar ignorada.
Dia de chuva, ora miudinha ora pesada e agressiva, com nuvens negras a indiciarem o Inverno que oficialmente ainda vem longe, as 24 horas que passei na serra proporcionaram-me uma paz interior que foi saboroso viver. 
Da janela da casa que me acolheu, fui contemplando a floresta que os fogos de Verão, felizmente, não têm mutilado nem nunca, ao que soube, transformaram em montanha de cadáveres hirtos e ressequidos. Nem carros acelerando e chiando nas cursas, que as há por ali, nem cães que ladram e gente que grita, nem altifalantes que anunciam aos berros arranhados a próxima festa, nem aviões em exercícios mecânicos e enfadonhos, nada perturbava o sossego da montanha que vivia, tranquilamente, a sua existência milenar. 
Dei comigo a prescindir da música armazenada para ouvir o silêncio apenas perturbado, docemente, pela chuva miudinha que teimava em cair, senti o prazer de conversar ignorando a caixa mágica que mudou e moldou o mundo, deliciei-me com a sesta reconfortante, apreciei um conto da escritora Flannery O’Connor que me deixou emocionado… Passeei por ruas tortuosas despidas de gente, olhei com curiosidade para a toponímia da terra, parei na fonte que corria ininterruptamente, decerto há séculos, admirei a vegetação espontânea que tudo cobre, ouvi estórias de gente que trabalhou e que sofreu, aprendendo na vida a vencer obstáculos e a ser feliz. 
As nuvens acompanharam-me neste andar e neste estar, alimentando, com as suas correrias mágicas, ao sabor do vento, os meus sonhos, que nunca me abandonaram, de um dia correr mundo, como elas... E tudo isto, e muito mais, graças a bons amigos que sabem muito dos meus sonhos e dos meus gostos.

 Fernando Martins

Um ARTIGO DE ANSELMO BORGES, NO DN

DEUS NA COZINHA
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Há uma história que Aristóteles narra sobre uma palavra do filósofo Heraclito a uns forasteiros que queriam chegar até ele. Aproximando-se, viram como se aquecia junto a um fogão. Detiveram-se surpreendidos, enquanto ele lhes dava ânimo: "Também aqui estão presentes os deuses."
Os visitantes ficaram frustrados e desconcertados na curiosidade que os levou a irem ao encontro do pensador. Julgavam ter de encontrá-lo em circunstâncias que, ao contrário do viver dos homens comuns, deveriam mostrar em tudo os traços do excepcional e do raro e, por isso, do excitante.
Em vez disso - e estou a transcrever o comentário do filósofo Martin Heidegger à história relatada por Aristóteles -, os curiosos encontraram Heraclito junto ao fogão. É um lugar banal e bastante comum. Ver um pensador com frio que se aquece tem muito pouco de interessante. A situação é mesmo frustrante para os curiosos. Que farão ali? Heraclito lê essa curiosidade frustrada nos seus rostos. Ele sabe que a falta de algo de sensacional e inesperado é suficiente para fazer com que os recém-chegados se vão embora. Por isso, infunde-lhes ânimo. Pede-lhes que entrem: "Também aqui estão presentes os deuses." Também aqui, neste lugar corriqueiro, é o espaço para a presentificação de Deus.
A mística Santa Teresa de Ávila também dizia que Deus anda na cozinha no meio das panelas. Para sublinhar que quem julga encontrar Deus fora do mundo lida apenas com as suas ilusões.
Na união com Deus, Mistério último da realidade, o crente continua no mundo, embora o veja a uma luz nova. A mística, sem o compromisso com os outros, concretizado também no amor político, que inclui o amor cósmico-ecológico, é auto-engano. Como escreveu o filósofo Henri Bergson, "a mística completa é acção"; o místico autêntico, "através de Deus, por Deus, ama a humanidade inteira com um amor divino".
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Leia todo o artigo no Diário de Notícias

Gotas do Arco-Íris – 36

CORES DE AVEIRO
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Caríssimo/a: Será que as cidades têm cor? Quem souber que responda; eu apenas sei que a minha Aveiro é toda ela uma aguarela que sempre me encantou e seduziu... De todas as povoações beijadas pela Ria, Aveiro foi a que mais profundamente se deixou invadir pelas marés; e, assim sendo, encantamento e sedução os atribuia ao sal, aos nevoeiros e neblinas, às nortadas e calmarias. Porém, o Congresso sobre Arte Nova e os livros que me surgiram, mostraram-me que ... E mais escrevi, abrindo o livro de Amaro Neves: «A Arte Nova em Aveiro e seu Distrito». Dizia também que pegando-me pela mão, me levou a admirar fachadas e a espreitar o interior de prédios e casas e solares e palácios aí me revelando a cantaria, a carpintaria, passando à serralharia (aquele gradeamento da varanda com uma borboleta em ferro forjado, na “vila Cecílio”...), ao estuque, ao mobiliário, à pintura, à azulejaria. Realçava eu as “cores arte nova”, com “tons verdes e amarelos vivos... vermelho de intenso colorido... azuis e brancos de gradações diferentes...”, enfim, “cores vivas e geralmente contrastantes”... Nesse instante o sistema operativo do computador deixou de responder, e quedei-me como se estivesse encostado àquela parede a abrigar-me da chuva. Que me resta fazer: esperar que a chuva passe ou avançar? Avancei e ... tudo o que havia escrito se apagou. E agora onde ia encontrar a luz e a cor que se espraiam e nos levavam a subir os empedrados antigos, ruas e vielas acima, a caminho do Liceu ou da Escola Comercial? Sendo-me impossível apresentar-te o meu escrito, fica o convite para que montes na buga e te surpreendas, em cada esquina, com as cores de Aveiro! Manuel

sábado, 21 de outubro de 2006

LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAMOS SEMPRE
A APRENDER
As Línguas vivas, que estão sempre a crescer, podem levar-nos a ter dúvidas. Por isso, quem quiser falar e escrever correctamente a Língua Portuguesa tem de estar atento, para se actualizar.
Aqui ficam duas sugestões muito úteis:
Na RTP1, pode ver, à sexta-feira, o programa "Cuidado com a Língua";
No "PÚBLICO on-line" há, também, uma rubrica que pode consultar, intitulada "Dúvidas Linguísticas".

JOÃO PAULO II em desenho animado

O PAPA AMIGO
DA HUMANIDADE
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A vida do Papa João Paulo II vai poder ser vista em desenho animado. Um DVD multilingue, com o título de "João Paulo II - o Amigo de toda a humanidade", vai mostrar a quantos o admiraram o que foi a sua caminhada até aos fim dos seus dias à frente dos destinos da Igreja Católica, marcando, de forma indelével, os destinos do mundo dos homens de fé e amantes da paz. Trata-se de um trabalho produzido pela Cavin Cooper Productions, com a colaboração do Centro Televisivo Vaticano. Além da parte de animação, o DVD inclui um documentário onde o Papa Wojtyla fala de si próprio. Este vai ser um DVD que não deixará de ser apreciado por gente jovem e menos jovem.

PRIVILÉGIOS

OS PRIVILÉGIOS
NÃO FAZEM SENTIDO
NUMA SOCIEDADE
DEMOCRÁTICA
Para mim, numa sociedade democrática, os privilégios não fazem sentido. Viola, a meu ver, o princípio de que a Lei é igual para todos. Portanto, sem excepções.
Toda a gente sabia, penso eu, que os futebolistas tinham um regime especial, tendo por base, alegadamente, que essa profissão é de vida curta.
Se têm uma vida curta, o que em princípio é verdade, também é verdade que alguns ganham muitíssimo mais do que os trabalhadores de outras áreas. E depois, há futebolistas que, depois de arrumarem as botas, continuam ligados ao mundo do futebol.
Numa altura em que se pede a todos os portugueses que se unam para que Portugal deixe de ser um país deficitário, será justo que os jogadores deixem se ser privilegiados, pagando os impostos como todos os cidadãos.
Mais ainda: há hoje muitos trabalhadores que, por ficarem numa situação de desemprego, acabam as suas carreiras profissionais muito cedo, sem terem hipótese de retomar o trabalho.

ABORTO - 3

D. José Policarpo esclarece declarações à comunicação social sobre o aborto
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Posição do Patriarca
de Lisboa sobre o aborto
As minhas respostas à comunicação social, que me interpelou sobre a hipótese de um novo referendo sobre o aborto, foram incorrectamente utilizadas por alguns meios de comunicação e mesmo por forças políticas e parecem ter gerado confusão e mesmo indignação em algumas pessoas. Parece-me, pois, necessário retomar as afirmações aí feitas, com uma clareza que não permita interpretações ambíguas ou desviadas. 1. Comecei por afirmar, o que parece que ninguém ouviu, que a doutrina da Igreja sobre esta matéria, não mudou e nunca mudará. De facto, desde o seu início, a Igreja condenou o aborto, porque considera que desde o primeiro momento da concepção, existe um ser humano, com toda a sua dignidade, com direito a existir e a ser protegido. 2. Afirmei, de facto, que a “condenação do aborto não é uma questão religiosa, mas de ética fundamental”. Trata-se, de facto, de um valor universal, o direito à vida, exigência da moral natural. Com esta afirmação não foi minha intenção negar a sua dimensão religiosa. A mensagem bíblica assumiu, como preceito da moral religiosa este valor universal, dando-lhe a densidade do cumprimento da vontade de Deus. Não é só por se ser católico que se é contra o aborto; basta respeitar a vida e este é, em si mesmo, um valor ético universal. É claro que o respeito pela vida é uma exigência da moral cristã, porque está incluído no quinto mandamento da Lei de Deus: “Não matarás”. Porque é um preceito da moral cristã, violá-lo é um pecado grave. Mas o Decálogo, estabelecido, pela primeira vez no Antigo Testamento, por Moisés, consagrou como Lei do Povo de Deus, alguns dos valores humanos universais, que interpelam a consciência mesmo de quem não é religioso. E de facto, na presente circunstância, há muitos homens e mulheres que, não sendo crentes, são contra o aborto porque defendem a dignidade da vida, desde o seu início.
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Leia todo o comunicado
do Patriarca de Lisboa

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

NOVO BISPO DE AVEIRO

Do semanário MiraDouro, de Cinfães, transcrevo, com a devida vénia, duas expressivas referências ao novo Bispo de Aveiro
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D. António Francisco dos Santos
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Aspectos e figuras da nossa terra:
Desta vez a nossa homenagem vai para uma personalidade dos tempos presentes, para uma referência moral, cultural, eclesiástica e de esperança, que é o Dr. António Francisco dos Santos, nomeado já Bispo da Diocese de Aveiro, cargo de que, em 8 de Dezembro próximo, tomará posse. Pessoa simpática e contida, mas sabedora e construtiva, é, na verdade, uma referência intelectual e humana de rara expressão na nossa terra e mesmo na região e país. A nossa homenagem, de estima e apreço, com votos das maiores felicidades futuras. Que o bem de todos, nós, será. A foto é da nossa autoria, de há uns anos atrás, na Gralheira. M.C. Pinto
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A D.António Francisco dos Santos,
novo Bispo de Aveiro Santo Padre, por Deus iluminado, Pensou em D. António, outra vez, Por ser cheio de fé, culto e cortês, P’ra exercer, em Aveiro, o apostolado. Com muita inspiração e sensatez, D. António foi, pois, nomeado, Para dar ao seu novo episcopado, O seu saber, amor e honradez. Aveiro pode, assim, estar contente, Por Santo Padre, com gosto, lhe dar Um Bispo com bondade e inteligente. Parabéns, sem poderem mais findar. Deus guie o bom Amigo, sabiamente, No Projecto que quer executar. Albino H. A. Brito de Matos Setembro de 2006

ABORTO - 2

Vamos alimentar o diálogo
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Para alimentar o diálogo, de forma sadia, aqui torno mais visível um comentário feito ao meu spot com o título "Ao correr da pena... ou do teclado".
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"É cientificamente falso que um aborto "deixa traumas para toda a vida em quem o faz".
Um parto é muito mais traumatizante (em termos físicos e de risco de vida), embora não tenha a carga emocional de culpabilização que é ideologicamente inculcada a quem aborta.
Devemos tentar utilizar uma linguagem com conceitos precisos e sustentados em estudos filosóficos, éticos, mas também médicos e científicos (de que "traumas" estamos a falar?)e não embarcar em meras impressões ou conceitos ambíguos.
Falar da "natureza" é outro conceito falacioso, porque na natureza, uma parte significativa das fecudações redundam em abortos espontâneos. Aliás, na própria gestação de um embrião, produzem-se fenómenos naturais de destruição de outros potenciais embriões.
Estudar e investigar os diferentes aspectos do assunto em discussão ajudam a enquadrar melhor o problema."

Rui Falcão

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Uma explicação

Gostei da sua participação no diálogo que se pretende animar à volta deste tema tão complexo. O silêncio é que é perigoso. Tenho ouvido e lido, de alguns testemunhos de mulheres que provocaram ou aceitaram o aborto (Hoje mesmo o ouvi na rádio), que jamais esquecerão o dia em que se dirigiram à casa onde abortaram. Claro que haverá gente que aborta e se fica a rir. Também admito que muitas ficarão alegres por se verem livres do feto. Também se sabe que há abortos não desejados, espontâneos. Mas não é desses que estamos a falar. Estamos a falar dos que são desejados e feitos, conscientemente, pelas mulheres, decerto por razões muito fortes... ou simplesmente porque não querem ter os filhos... O diálogo vai continuar... F.M.

UMA VENCEDORA

PRESIDENTE DA REPÚBLICA
HOMENAGEIA
VANESSA FERNANDES
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O Presidente da República, Cavaco Silva, homenageou a atleta Vanessa Fernandes, no Palácio de Belém, não só pelo desejo que sentiu de a conhecer pessoalmente, mas também para a apresentar aos portugueses como exemplo de uma vencedora. O Presidente sublinhou que a nossa campeã mostrou que os portugueses podem ser como ela, vencendo nas artes, nos espectáulos, na ciência e na economia. Vanessa Fernandes não é jogadora de futebol, modalidade com honras exageradas na comunicação social. Esta atleta é, simplesmente, de verdade, uma daquelas campeãs que dignificam o nosso País, mesmo sabendo que não têm lugar de destaque nos jornais, rádios e televisões. Esses lugares vão, normalmente, para o futebol e para os seus ridículos mexericos. Do Presidente Cavaco Silva recebeu como prenda, não um chorudo prémio em dinheiro, mas a Bandeira Nacional, que a atleta considerou como uma medalha, "e das grandes".
A vice-campeã mundial de triatlo recebeu também palavras de incentivo, enquanto prometeu tentar elevar no mastro mais alto, nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, a Bandeira Nacional.
São assim as grandes atletas... F.M.

ABORTO - 1

AO CORRER DA PENA...
OU DO TECLADO
HIPOCRISIA: Esta palavra está muito em voga quando se fala de Aborto. Alguns defensores do aborto gostam muito de a aplicar quando se referem a quem o condena. Estará certo? Penso que não. E penso que não porque as pessoas são livres de ter opiniões, tal como são livres de as manifestar, desde que essas opiniões não colidam com os direitos dos outros, ao nível dos direitos fundamentais que a democracia consagra. Por isso, não gostei nada de ouvir o nosso primeiro-ministro a classificar de hipócritas quem procura, dentro do PS, descobrir uma solução para evitar a condenação das mulheres que são forçadas a abortar. Então, que cada um defenda as suas ideias, sempre no respeito pelas ideias dos outros. : ABORTO VAI ACABAR: Diz-se para aí que o aborto clandestino vai acabar com a descriminalização das mulheres que abortam. Penso que não. Porquê? Porque a mulher, por norma, sabe que o aborto é coisa má. Que deixa traumas para toda a vida em quem o faz. Por isso, muitas mulheres hão-de continuar a procurar, na clandestinidade, quem as ajude a abortar. É da condição humana fazer na sombra aquilo que, na realidade, bem no fundo da sua consciência, sabe que é contra a natureza e que é coisa má. Fernando Martins : (Continua)

Um artigo de D. António Marcelino

Sopro de esperança
num compromisso humanitário
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Um acontecimento da semana alegrou todos quantos têm os outros no horizonte da sua vida, mormente se mais marginalizados e sofredores. Muhammad Yunus, um homem de um dos países mais pobres do mundo, o Bangladesh, porque “soube mostrar que era um líder capaz de transformar as visões em actos concretos para benefício de milhões de pessoas…”, foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Paz 2006. Não o ganhou por um passe de magia, mas por um sopro de esperança traduzido em compromisso humanizador e que, pela competência científica e sensibilidade do coração, se tornou serviço efectivo aos menos protegidos da sociedade. O microcrédito ficará na história como uma das iniciativas mais bem sucedidas e mais humanas, a favor da pobreza que roça a miséria. Não se trata de uma teoria bonita, mas de uma prática concreta e geradora de vida e de confiança. De um projecto de desenvolvimento humano e social, nascido da solidariedade que ajuda a entender que a paz é fruto da justiça e projecto sempre a realizar-se. Vai-se repetindo, aparentemente com convicção, que as pessoas são mais importantes que as coisas e o ser está acima do ter. Porém, alguém disse a propósito, que ninguém está totalmente convencido do que diz. Afirma-se o princípio, mas logo depois, com serenidade e desfaçatez, se age em sentido contrário. Esta atitude que se vai generalizando, mostra bem que a sociedade se envolveu em contradições flagrantes a que já não se reage, porque a doença se tornou contagiante.Quando se toma consciência desta contradição, a que bem se pode chamar mentira social, umas vezes subtil, outras despudorada, logo se tenta, de mil modos, explicar o que se faz e não se faz. Há sempre razões para o justificar, mesmo que não se consiga apagar a evidente contradição entre o dizer e o fazer, entre a explicação e a coerência. Mais preocupante ainda é ver que a sociedade se deixou enredar nesta teia e parece estar satisfeita. As pessoas acima das coisas! Mas como se entende isto numa sociedade corroída por um consumismo exacerbado, em que o supérfluo de uns não sente o mínimo incómodo com a miséria que mora ao lado? Como, se ouvimos que 250 mil portugueses esperam por um cirurgia e que muitos virão a ser chamados depois de terem morrido? Como, se assistimos a um declínio preocupante da natalidade, ao mesmo tempo que quem governa se vai empenhar, pessoalmente e em cheio, na legalização do aborto? Como, se grupos corporativos querem para si o impossível, sem olhar ao dever de fazerem o possível a favor da comunidade? Como, se somos bombardeados com os números que comandam as políticas, quebrando sempre a corda pelo lado dos mais fracos? Como, se os bancos, com saldos de milhões, são duros e inexoráveis para com os mais necessitados, tirando-lhes o guarda-chuva, como alguém escrevia há dias, precisamente quando começa a chover? Como, se em alguns serviços públicos e mesmo particulares, nem sequer a Igreja é sempre modelo, se mantém um tratamento diferente para as Marias e para as senhoras Donas Marias? Como, se a pobreza real e diversa deixou de nos incomodar e, em vez de acção, se multiplicam razões para não agir? Como, se a obsessão dos números da finança comanda a vida e trucida os que já vivem a meias? Como, se o compadrio com os que mais podem desvia a atenção dos que mais precisam?Solidários nas tragédias ocasionais, todos somos capazes de o ser. Solidários no dia a dia, são bem poucos os que arriscam um tal projecto de vida. Esperamos que o sopro se transforme em vendaval de esperança, porque, quer queiramos ou não, as pessoas valem bem mais que as coisas. Não o reconhecer será uma omissão com muitas consequências.

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

"FESTIVAIS DE OUTONO"

"FESTIVAIS DE OUTONO"
ANIMAM AVEIRO
Está a decorrer a 2ª edição dos «Festivais de Outono». Até 22 de Novembro não deixe de passar pelas várias salas de espectáculo da cidade para assistir a uma série de concertos, conferências, workshops e masterclasses. Bernardo Sassetti e Maria João Pires são apenas dois dos vários artistas de renome a marcar presença nos festivais. O evento, uma iniciativa da Universidade de Aveiro e da Fundação Jacinto Magalhães, conta também com o apoio da CMA, do Teatro Aveirense, do Museu e do Conservatório de Aveiro.
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POBREZA

Texto do Diário de Aveiro
Cerca de 20 por cento
dos aveirenses
vivem em pobreza
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Ontem, por todo o país foram criados espaços de debate e reflexão sobre a erradicação da pobreza. Aveiro juntou-se a este «debate nacional» com a realização de um mini-fórum que juntou autarcas, responsáveis de instituições, técnicos e voluntários envolvidos em planos de intervenção social
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No Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, Aveiro recebeu um mini-fórum organizado pela Rede Europeia Anti-Pobreza que juntou na mesma sala agentes locais e do país envolvidos em acções estratégicas de combate à pobreza e à exclusão. Com uma forte componente prática, devido aos vários workshops que dominaram o período da tarde, a abertura dos trabalhos contou com o testemunho de responsáveis de IPSS locais, que têm vários projectos de carácter social no terreno. Padre Rocha, responsável pelo Centro Social e Paroquial da Vera Cruz, lembrou à plateia a «grande atenção que desde sempre a instituição dedica àqueles que precisam de ajuda, a vários níveis» e citou, como exemplo, os muitos imigrantes que, recém chegados a Aveiro, encontraram no CSPVC o chuveiro, a comida e a roupa que há muito não tinham. Foi ainda referida a empresa de inserção na área da costura, lavandaria e limpeza, o Gabinete Entre Laços, que dá actualmente apoio a 182 indivíduos, ou ainda o gabinete de acção comunitária direccionado à população imigrante, sem esquecer a Casa Abrigo, sempre cheia. Um complexo trabalho que tem vindo a ser feito nos mais de 30 anos de instituição e que, segundo o Padre Rocha, só é possível graças às parcerias que se vão estabelecendo a nível local e nacional.
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