sábado, 3 de junho de 2006

Igreja mais dialogante

:: Papa quer Igreja mais dialogante com a opinião pública
Bento XVI defendeu no Vaticano que a missão dos meios de comunicação da Igreja é “construir pontes de compreensão e comunicação entre a experiência eclesial e a opinião pública”. O Papa falava a mil e duzentos colaboradores (dirigentes, jornalistas e técnicos) de meios de comunicação que são propriedade da Conferência Episcopal Italiana – o quotidiano “Avvenire”, o canal televisivo SAT 2000, o circuito radiofónico InBlu e ainda a agência de notícias SIR. Aos jornalistas católicos, Bento XVI deixou o desafio de dar “testemunho luminoso de profunda vida cristã, permanecendo sempre tenazmente unidas a Cristo para poderem ver o mundo com os olhos dele”. “A fé cristã está aberta a tudo o que de verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, honrado existe na cultura dos povos”, assegurou. O Papa sublinhou a importância da função que os jornalistas católicos desempenham, em continuidade – disse – com o empenho de todos os católicos para “levar o Evangelho de Cristo à vida do país”. Nesse sentido, Bento XVI convidou todos a reflectir sobre as “relações entre fé e cultura”, observando que “a cultura do Ocidente tem vindo a distanciar-se, de modo cada vez mais acelerado, dos seus fundamentos cristãos”. “Especialmente no período mais recente, a dissolução da família e do matrimónio, os atentados à vida humana e à sua dignidade, a redução da fé à experiência subjectiva e a consequente secularização da consciência pública mostram-nos com dramática clareza as consequências deste distanciamento”, apontou. Aos media católicos pediu capacidade de “apoiar e promover as novas experiências cristãs que vão nascendo, ajudando-as a amadurecer uma consciência cada vez mais clara do seu enraizamento eclesial e do papel que podem desenvolver na sociedade e na cultura”. Em conclusão, o Papa deixou votos de que os dirigentes, jornalistas e técnicos dos meios de comunicação social da Igreja sejam “protagonistas de uma comunicação não evasiva, mas amiga, ao serviço do homem de hoje”.
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Fonte: Ecclesia

Livro Religioso

Livro religioso em busca de novos leitores
Editores lamentam pouca procura nas Feiras
do Livro
O universo editorial português tem sido marcado por um recente dinamismo no que diz respeito ao “livro religioso”, vendo nascer – a par das edições da UCP e outras editoras católicas – algumas colecções de livros que se propõem reflectir temas teológicos e associados ao fenómeno da Religião. Num momento em que as cidades de Lisboa e do Porto se encontram a viver as suas Feiras do Livro, o programa ECCLESIA foi perceber de que tratam esses livros e a que público se destinam. O Pe. Tolentino Mendonça, director da revista Didaskalia - da Faculdade de Teologia da UCP –, defende que é necessário contrariar a ideia generalizada de que em Portugal se faz teologia, e teologia a sério”, em áreas tão diferentes como a bioética, a história da arte, a exegese bíblica ou a teologia fundamental. Alexandre Palma, teólogo e diácono do Patriarcado de Lisboa, apresentou no último número da Didaskalia, um levantamento sobre o dinamismo editorial na área da Teologia. Ao programa ECCLESIA explica que “o fenómeno religioso começa a despertar interesse para além dos ambientes mais tradicionais, de forma mais generalizada”. Sinal disso é o aparecimento de publicações em editoras não tradicionalmente ligadas ao “livro religioso”. Para Tolentino Mendonça, “o fenómeno religioso passou do vitral para a montra”, permitindo que a Teologia, enquanto ciência humana, possa sair de um “círculo restrito”. Neste contexto, assinala, é fundamental que os católicos correspondam ao desafio lançado pelas editoras e procurem as obras, até para encontrar respostas para “a formação da sua fé”. Alexandre Palma lembra que várias das publicações que chegaram nos últimos tempos ao mercado “voltam-se para um público muito vasto, que se interroga sobre a sua caminhada de fé ou a procura de Deus”.
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Foto: Padre Tolentino Mendonça (Foto de arquivo)
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Fonte: Ecclesia

sexta-feira, 2 de junho de 2006

Um artigo de Cardoso Ferreira, no Correio do Vouga

Aveiro presente no "IAP XX"
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Um aspecto da Universidade de Aveiro

O concelho de Aveiro está representado, com trinta imóveis ou conjuntos arquitectónicos, no “IAP XX – Inquérito à Arquitectura do Século XX em Portugal”, elaborado pela Ordem dos Arquitectos, em parceria com a Fundació Mies van Der Rohe e o Instituto das Artes, co-financiado pelo Interreg III – SUDDE.
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O IAP XX tem por objectivo identificar e efectuar o levantamento do património português edificado no século XX, criando as bases para o seu conhecimento, valorização e preservação.
O “Inquérito à Arquitectura do Século XX em Portugal” resulta de um trabalho conjunto, à escala nacional, realizado ao longo de mais de dois anos, no qual estiveram envolvidos numerosos participantes associados, instituições, peritos, consultores convidados e mais de uma centena de municípios. Seis equipas de trabalho de campo, com 35 elementos, visitaram 304 concelhos, percorreram 120.122 quilómetros, recolheram 82.328 imagens e produziram 6.112 fichas de identificação de obras arquitectónicas relevantes, que estão disponíveis ao público, gratuitamente, no site da Ordem dos Arquitectos.
Para cada imóvel inventariado foi criada uma ficha de identificação, onde constam, entre outros dados relevantes, a designação e localização do imóvel, data e autoria do projecto original (bem como de intervenções relevantes feitas posteriormente), data de início e conclusão das obras.
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Para ler mais, clique aqui

Uma iniciativa do Movimento de Schoenstatt

"Nossa Senhora na História
da Nossa Vida" Com contos escritos por crianças, pais, educadores e catequistas foi lançado o livro "Nossa Senhora na História da Nossa Vida". Os direitos revertem a favor das Missionárias da Caridade. Tendo como editoras a Lucerna e Patris, a obra, prefaciada por João César das Neves, é coordenada por Mafalda de Mello e Castro e ilustrada de Maria Madalena Ogando. "Nossa Senhora na História da Nossa Vida" foi concebido pelo Movimento Apostólico de Schoenstatt, no âmbito do trabalho na área educativa com crianças de todas as classes sociais e credos religiosos. Na obra, dezenas de crianças, educadores e catequistas dão um contributo com o testemunho pessoal de fé a Nossa Senhora e como o exprimem na vida quotidiana. A obra é composta por 15 contos que, segundo as editoras, tem como público-alvo os jovem os pais comprometidos com a cultura cristã e abordam temas como as diferenças culturais na escola, a integração das crianças com problemas de desenvolvimento ou deficiência. Num registo mais espiritual, fala ainda sobre o valor da oração, a necessidade da fé e a importância do ser humano aos olhos de Deus. O lançamento público foi no Museu de Marinha, em Lisboa, e contou com a presença do Bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa, D. Manuel Clemente, e com João César das Neves, Henrique Mota, o editor da Lucerna, o editor da Patris e o director nacional do movimento de Schoenstatt.
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Fonte: RR

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Agustina Bessa-Luís no CUFC

Quarta-feira, 7 de Junho, pelas 21.30 horas
:: Agustina Bessa-Luís no CUFC
A escritora Agustina Bessa-Luís, uma das mais importantes figuras da literatura portuguesa contemporânea, vai estar no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), na próxima quarta-feira, 7 de Junho, pelas 21.30 horas, para falar sobre “A Vida, a Literatura, o Mundo…", em mais uma Conversa Aberta, do Fórum::UniverSal, seguida de diálogo. A moderação é de Dias da Silva. A presença da autora de “A Sibila”, “O comum dos mortais”, “Um cão que sonha”, “Contos impopulares” e “Doidos e Amantes”, entre muitas outras e diversificadas obras, é uma mais-valia para este projecto mensal, organizado pelo CUFC e pela Fundação João Jacinto de Magalhães/Editorial UA. A escritora estará no mesmo dia, no final da tarde, com jovens do Ensino Secundário, na Biblioteca Municipal de Aveiro. Entradas livres.

Citação

"Portugal tem feito muito por Timor e continuará a ter um papel muito importante. Pena é que alguns, após a independência, julguem que já não precisam dos portu-gueses"
D. Ximenes Belo,
no JN de ontem

Um artigo de D. António Marcelino

DOIS CASOS
CURIOSOS
DE PAÍSES
INSUSPEITOS O primeiro passou de raspão pela comunicação social, que depressa se calou. Do segundo, só me dei conta na imprensa estrangeira, pois não seria politicamente correcto ser sequer referenciado entre nós. Ambos são fruto de iniciativas e medidas de governos legítimos da União Europeia, a Inglaterra e a Alemanha, e coincidem com grandes preocupações de um e de outro país, no que se refere à educação escolar e ao resultado da mesma em relação ao presente a o futuro dos alunos que frequentam as escolas. O governo inglês levou ao Parlamento uma proposta de lei que foi aprovada, não obstante alguns votos contrários do partido que o sustenta, abrindo caminho para confiar a instituições particulares, (associações de pais, associações educativas, instituições religiosas, grupos organizados de professores e educadores…) as escolas estatais. A medida baseia-se na convicção de que as escolas particulares ou cooperativas, no conjunto do país, funcionam melhor e com melhores resultados que as oficiais. Certamente que haverá regras e exigências concretas para estas novas escolas. A mentalidade estatizante, partidária ou não, reagiu de imediato à proposta de lei e à aprovação da mesma. Mas o governo de Sua Majestade, consciente do que fazia e mesmo das críticas, manteve a decisão e vai dar-lhe seguimento. A sua preocupação, muito legítima, não é de ordem partidária ou ideológica, mas de serviço ao bem comum, às famílias e às novas gerações. O governo de Angela Merkel, ao apreciar a perda de valores éticos e morais da gente nova e a incapacidade de esta geração ser educada e enriquecida com valores indispensáveis à vida pessoal e em comunidade pelas escolas do Estado, propõe uma “Aliança para a Educação”, com a participação da Igreja Católica e da Igreja Evangélica, dado que estas são as grandes confissões religiosas do país. O argumento é claro: como dificilmente se podem adquirir valores consistentes na educação à margem dos valores religiosos, e se estes no país são, predominantemente, os valores do cristianismo, serão estas instituições que melhor poderão colaborar num processo educativo com futuro. Não se excluem outras confissões religiosas que, pela sua seriedade e consistência, possam também colaborar. A Ministra da Família, que apresentou e promove este projecto governamental, parte da experiência da sua própria família e do que deseja, como mãe, para os seus sete filhos. “As Igreja e suas associações, diz a ministra, são grandes aliados neste esforço comum por estabelecer em todo o país uma forte rede em ordem ao cuidado e à formação dos alunos, que se entrelaça e maneira muito particular com os direitos sociais e morais”. No mesmo contexto, diz ainda que “valores como respeito, fiabilidade, confiança e sinceridade são uma valia protectora que ajuda os nossos filhos a caminhar pelas sendas da sua vida” e explica que, “assim como se deve aprender bem a própria língua para depois poder aprender outras, é conveniente ter conhecimentos claros sobre a religião própria, para dialogar com outras confissões religiosas” e até, acrescento eu, com os que se dizem ateus ou agnósticos. Com uma forte decisão de proporcionar meios educativos válidos “num mundo cada vez mais inseguro e incontrolado, há duas coisas, diz Úrsula von der Leyen, a ministra, em que podemos influir pessoalmente que ganham cada vez mais importância: a família e a religião”. É curioso como alguns políticos e intelectuais, sempre prontos para comparar o que se passa em Portugal e nos países mais evoluídos da Europa, desconheçam ou calem o que, em aspectos fundamentais da vida aberta ao futuro, se procura e tenta nesses países. A destruição da família, o relegar da religião, o marasmo da educação não terão nada a aprender com estes dois casos paradigmáticos, por cá ignorados ou rejeitados?

Dia Mundial da Criança: Trabalho Infantil

:: HÁ CRIANÇAS
SEM TEMPO PARA BRINCAR
Por estes dias, voltou a falar-se do trabalho infantil. Não do trabalho em que cada adulto, em especial, e cada criança, em particular, têm de se envolver, segundo as suas idades e competências, mas do trabalho de homens e mulheres que os mais pequenos têm de fazer. Obrigados, está bem de ver, pelas famílias, que, decerto, vivem com gravíssimas dificuldades económicas, por razões de todos conhecidas e de solução complicada, eu sei. São crianças que não têm tempo de o ser, porque as circunstâncias da vida a isso as obrigam. Nasceram em enxergas ou berços paupérrimos e foram sobrevivendo em ambientes de pobreza, de fome, de miséria. E a sociedade, que tanto chora estas realidades e tanto jura combatê-las, não tem conseguido fazer muito do que seria desejável. São crianças que não vão à escola, que não têm tempo para brincar, que talvez nem saibam rir, nem conviver com outras da sua idade, que têm de trabalhar para ajudar no sustento da casa. As últimas notícias mostravam crianças dessas a trabalhar para uma multinacional da moda, que já prometeu investigar o caso, por motivos de estratégia publicitária ou humanitária, quem sabe? O que é importante é que as estruturas estatais e a sociedade saibam dar as mãos para resolver estes casos, com urgência. Não estou aqui a fazer a apologia do não-trabalho. Acho que todos, novos e velhos, têm a obrigação de trabalhar, até porque o trabalho educa. Mas cada um deve trabalhar tendo em conta as suas idades, capacidades e aptidões. As crianças também: depois das aulas e das obrigações escolares, depois da hora de brincar e do descanso, elas bem podem e devem ajudar os pais nas lidas caseiras, sem violência. Agora terem de trabalhar para ganhar a vida, como qualquer adulto, é que não. Que este Dia Mundial da Criança nos ajude a todos a enfrentar, com coragem e determinação, o drama das crianças que não têm tempo de o ser. Fernando Martins

Dia Mundial da Criança: Um poema de João de Deus

A menina está no berço Tendo a mãe de se ausentar Disse à filha mais velhinha: “Fica tu em meu lugar De guarda à nossa casinha; A menina está no berço, Embala-a suavemente. Entretendo a inocente Com esta cantiga em verso: Passarinhos, vinde em bando A ver anjinho tão lindo Que a mana está embalando Contente de o ver dormindo.”

FILARMONIA DAS BEIRAS ENCERRA ANO LECTIVO NA UA

Hoje, às 21.30 horas, no Auditório do Departamento de Comunicação e Arte
Concerto de Encerramento
do Ano Lectivo
pela Filarmonia das Beiras
O Concerto de Encerramento do Ano Lectivo de 2006 está agendado para esta Quinta-feira, 1 de Junho, às 21.30 horas, no Auditório do Departamento de Comunicação e Arte. A Orquestra Filarmonia das Beiras interpretará António Luís Miró, Fernando Lopes-Graça e Joaquin Rodrigo. A entrada é livre. A Orquestra Filarmonia das Beiras (OFB) apresenta um programa de música ibérica: Joaquin Rodrigo, o compositor espanhol mais importante da segunda metade do século XX; António Miró, compositor espanhol do século XIX, que fez carreira em Portugal; e Fernando Lopes-Graça que, este ano, tem vindo a ser celebrado pela OFB, já que se comemora os 100 anos do seu nascimento. Integrado no encerramento do ano lectivo da Universidade de Aveiro, o concerto está marcado para as 21.30, no Auditório do Departamento de Comunicação e Arte, e será apresentado, no dia seguinte, nas Jornadas de Música de Lavra – Matosinhos, também pelas 21.30 horas. A direcção será do maestro Rui Pinheiro, tendo como solistas o pianista Paulo Pacheco e os guitarristas Ivan Ivanovic e Michalis Kontaxakis.
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Fonte: Portal da UA

quarta-feira, 31 de maio de 2006

Formação de portugueses

Novos centros para formar um milhão de cidadãos
O primeiro-ministro, José Só-crates, lança 122 novos centros de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), entida-des em que o Governo pretende envolver em acções de qualificação cerca de um milhão de pessoas até 2010.
Os centros RVCC destinam-se a reconhecer a formação e aprendizagem de adultos em várias áreas profissionais fora do sistema escolar tradicional, permitindo à população activa com escolaridade reduzida obter habilitações reconhecidas equivalentes ao 9º e 12º anos de escolaridade.
José Sócrates assinalará o lançamento dos novos centros, que fazem parte do programa "Novas Oportunidades", durante uma sessão que decorrerá no Centro de Formação Profissional da Indústria de Construção Civil e Obras Públicas do Sul (Cenfic), no Prior Velho, em Lisboa.
Além do chefe do Governo, estarão também presentes na sessão - em que será assinado "um compromisso de missão" pelos directores dos novos centros -, os ministros da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e do Trabalho e Solidariedade, Vieira da Silva.
De acordo com dados do Governo, a abertura dos novos 122 centros RVCC permitirá que se encontrem em funcionamento 220 centos de RVCC no final de 2006 - valor que o Executivo diz estar "acima da meta traçada" para este ano, no âmbito do programa "Novas Oportunidades".
Entre os principais objectivos do programa "Novas Oportunidades" está a "qualificação de um milhão de activos até 2010, através do sistema de RVCC e de formação complementar ao nível do 9º e do 12º anos de escolaridade.
O programa "Novas oportunidades" pretende ainda dar prioridade às vias tecnológicas e profissionalizantes para jovens, fazendo com que cerca de 650 mil pessoas sejam abrangidas. No caso do ramo da construção civil, segundo os dados do Cenfic, a mão-de-obra no sector atinge "aproximadamente meio milhão de trabalhadores, estando 50 por cento nas regiões Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve".
Entre os 250 mil trabalhadores desta zona do país, o Cenfic refere que 16.750 tem menos do que o quarto ano de escolaridade, cerca de 149 mil não possui o sexto ano e cerca de 46500 não completou o 9º ano de escolaridade.
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Fonte: SOLIDARIEDADE

Uma homenagem ao sábio Egas Moniz

"NA ESTEIRA DE EGAS MONIZ": Documentário será transmitido no Biography Channel
Revelar o homem que foi Egas Moniz porque “poucas pessoas conhecem o nosso Nobel da Medicina”. A constatação esteve na génese do documentário “Na Esteira de Egas Moniz”, da autoria de Rui Pinto de Almeida e de Alexandrina Pereira, exibido em ante - estreia nacional no Cine Teatro de Estarreja.
Ao longo de 58 minutos, os testemunhos de familiares, de antigos pacientes, e dos neurologistas António Damásio, Alexandre Castro Caldas e João Lobo Antunes constroem uma narrativa onde a representação da figura de Egas Moniz aparece contando na primeira pessoa momentos da sua vida.
O realizador do documentário “Na Esteira de Egas Moniz”, Rui Pinto de Almeida, considera que o resultado final vai de encontro aos objectivos traçados, no sentido de se divulgar a parte menos conhecida do Nobel, o Homem, o Cientista, o Político, o Escritor.
Em qualquer uma das facetas de Egas Moniz, “ressalta a genialidade do Cientista”, conclui o Vereador da Educação e Cultura da Câmara Municipal de Estarreja, João Alegria. O documentário “dá-nos uma visão de quem foi Egas Moniz nas suas várias vertentes”.
No documentário, é feita a referência ao homem de fortes convicções, dotado de um grande sentido de justiça, na vida política e nos trabalhos que apresentava na Assembleia Constituinte de 1911.
Descobrir o político “foi um maravilhar constante”, diz deslumbrada Alexandra Pereira porquanto Egas Moniz “tinha ideais muito próximos dos nossos de hoje em dia. Foi muito gratificante ter contacto com as ideias dele, com uma parte da sua vida que eu desconhecia”.
Um homem sensível e carinhoso, ainda hoje muito recordado na família, pelos sobrinhos – netos que educou, pelo afecto e pela atenção que dispensava. Ao fazer as entrevistas, Alexandra Pereira percebeu que “ainda hoje as pessoas se comovem ao falar sobre ele”.
Após o profundo trabalho de pesquisa e investigação em torno da vida e obra de Egas Moniz, Rui Pinto tem apenas um aspecto a lamentar, “a falta de registo de imagens em movimento do Nobel”.
Existindo uma razão para essa lacuna. “Ele era uma ‘persona non grata’ do regime salazarista que o ignorava o mais possível. Não são conhecidos registos e como realizador sinto a falta de o ver em movimento”.
Outubro de 2004 foi a data de início do projecto. A criação de uma comissão científica foi um dos primeiros passos e encetar.
Sabendo-se que o “tema da leucotomia não é devidamente conhecido, entra em confusão com a lobotomia”, e para o devido esclarecimento e desmistificação da questão, foi imprescindível o contributo “dos dois principais neurologistas portugueses e a nível mundial também”, afirmou Rui Pinto de Almeida, referindo-se a João Lobo Antunes e Alexandre Castro Caldas.
A comissão científica ficou completa com a participação da Directora da Casa Museu Egas Moniz, Rosa Maria Rodrigues, numa aproximação à faceta humanista do investigador, tendo havido desde logo, a anuência da Câmara Municipal, colocando ao dispor da dupla o espólio existente em Avanca.
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Para saber mais, clique aqui

Um poema de Reinaldo Matos

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BORBOLETAS Não mates a lagartinha Que se arrasta no jardim Do pomar do meu quintal; Não a mates nem persigas. Defende-a de qualquer mal: Da poeira das valetas E das garras das formigas; Defende-a, que bem precisa. Gostas de ver borboletas A voar de rosa em rosa, E aprecias mariposas? – Não mates a lagartinha Que se arrasta no jardim Do pomar do teu quintal!

Um artigo de António Rego

Os filhos
da Nação
Porquê, pergunta-se, o des-porto é o lugar de despejo de tantas angústias e esperanças de gente das mais variadas condições sociais e culturais? Porquê esse amontoado de sentimentos de vitória ou frustração, pelo simples facto – sejamos claros, falemos do futebol – de uma bola atravessar a linha desejada e interdita da baliza, depois de tantas leis aleatórias criadas e retocadas para tornar mais complexa e sedutora a operação vitória? Porquê tudo isto, se sabemos de antemão, que nada se passa, além dum prévio acordo convencional que dará a palma da vitória ou desonra da humilhação? E se entrarmos no terreno da empresa e do investimento, do estádio e de todos os suportes que estão na retaguarda dum jogo de futebol, que diferença entre o jogo do grande estádio e um entretenimento de bairro com uma insignificante bola de trapos? As coisas não são apenas o que são. São o que simbolizam, mais as metáforas que escondem, os sentimentos que expressam, as explosões de apreço ou fúria que acordam num clube, numa equipa, num país, numa pátria. E nesta matéria, o desporto - o futebol, no caso - aproxima-se de todo o discurso político, económico, social e até religioso, quase litúrgico, reflectindo-se no estímulo e no desencanto, nos êxitos e fracassos paralelos e eventualmente prenunciadores da colagem do real ao assumidamente simbólico do futebol. Parece que o país, perdido ou ganho um torneio, se sente perdido ou reencontrado no seu evoluir económico, social, internacional, como imagem de prestígio ou objecto de compaixão ou desprezo. O futebol ultrapassa as suas linhas, rompe as suas redes, suspende ou manda prosseguir o desafio da vida, puxa de cartões para castigar ou determinar os que devem ser expulsos do campo da dignidade. E mesmo quem não gosta de futebol quer saber o que aconteceu ou vai acontecer a Portugal como quem perscruta o oráculo dos deuses sobre o seu futuro. Estamos perante um jogo que se liga, mais do que se pensa, a um transcendente recheado de surpresa. Como escreveu Peguy: “Eu jogo por vezes com o homem, diz Deus, mas quem quer perder é ele – tonto - e sou eu quem quer que ele ganhe. E consegui, algumas vezes, que fosse o homem a ganhar…” Surpreendente, o jogo da vida, mais que os grandes jogos de estádio.

terça-feira, 30 de maio de 2006

Roteiro para a inclusão social

Cavaco Silva quer
"insuflar um
novo espírito
de solidariedade"
na sociedade
O Presidente da República, Cavaco Silva, defendeu hoje a necessidade de "insuflar um novo espírito de solidariedade" na sociedade portuguesa para minorar as situações de exclusão social no país. "É preciso insuflar um novo espírito de solidariedade na sociedade portuguesa e mostrar as boas práticas que têm vindo a ser seguidas para atender às carências dos mais desfavorecidos", disse Cavaco Silva, ao dar início, em Reguengos de Monsaraz, ao segundo e último dia do “Roteiro para a Inclusão” e contra a pobreza.
Cavaco Silva lembrou alguns dados que ilustram a exclusão em Portugal - "ainda ontem estive num concelho [Alcoutim] com 500 idosos por cada 100 jovens" - e manifestou o seu desejo de "aprender mais" para poder agir a partir de Belém. "Estou aqui para aprender mais. Acho que o Presidente da República deve conhecer bem a realidade do seu país. Só assim pode actuar", declarou.
O chefe de Estado vincou depois que as realidades da exclusão, do envelhecimento e do êxodo contínuo do interior colocam os responsáveis políticos perante "especiais responsabilidades".
O primeiro Roteiro para a Inclusão conclui-se em Vila Velha de Ródão, com a inauguração da Casa de Artes e Cultura do Tejo e a inauguração de duas exposições: Arte Rupestre do Vale do Tejo e Tapeçarias de M. Cargaleiro.
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Fonte: PÚBLICO on-line

PAPA NA POLÓNIA

Lições de Bento XVI
em Auschwitz discutidas
por todo o mundo

Dois dias depois da passagem de Bento XVI pelo campo de concentração nazi de Auschwitz, continuam vivas as discussões sobre as suas palavras no local de morte, onde procurou a reconciliação com todos os que sofreram os horrores do regime de Hitler. A visita do Papa ao antigo campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau foi saudada pelo grande rabino da Polónia, Michael Schudrich, descrevendo-a como “um grande momento no processo de reconciliação” entre cristãos e judeus. Bento XVI denunciou a Shoah (Holocausto), não deixando de confessar que, “para um cristão e para um Papa alemão”, era difícil exprimir-se no cenário central do genocídio dos judeus da Europa.

Bispos da UE defendem maior justiça social

Desemprego e integração
dos imigrantes
são os principais problemas
A Comissão dos Bispos Católicos da UE (COMECE) manifestou hoje o desejo de que a justiça social aumente nos Estados-membros, lembrando que "o desemprego e a integração dos imigrantes" são os principais problemas, neste momento.
Representantes de doze dos episcopados estiveram hoje reunidos em Bruxelas para um dia de estudo sobre as prioridades do debate ético e social. "Confrontados com os desafios das mudanças demográficas na Europa e da globalização, a discussão foi marcada pela questão de como poderá a UE chegar a uma protecção social eficiente e sustentável para os que estão em necessidade, enquanto elemento do modelo social europeu", refere o comunicado final do encontro.
Debatendo o tema "Estratégia de Lisboa e Europa social", os Bispos encontraram-se com o comissário para a política social e de emprego, Vladimir Spidla. A COMECE pediu "uma atenção especial para saber que incentivos podem ser dados aos empresários, para que aceitem a suas responsabilidade social de forma global".Como última nota, os Bispos pedem que, respeitando o princípio da subsidiariedade, se trabalhe a nível europeu "para fortalecer a família e o matrimónio".
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Fonte: Ecclesia

Um artigo de Francisco Perestrello, na Ecclesia

O Espólio Cinematográfico
As principais funções da Cinemateca Portuguesa - a conservação e divulgação de filmes - tem vindo a ser cumprida de uma forma bastante eficiente. Nas salas Félix Ribeiro e Luís de Pina, na Rua Barata Salgueiro, sucedem-se os ciclos cinematográficos e algumas antestreias de obras nacionais, o que, por vezes, representa a única projecção por estas conseguida. Paralelamente, em Bucelas, a secção ANIM (Arquivo Nacional de Imagens em Movimento) procede à recuperação de cópias de filmes, muitas vezes obras de grande qualidade que se encontravam quase perdidas, algumas ainda em suporte de nitrato (material de mais difícil conservação e altamente inflamável). Mais que a quantidade importa conservar a qualidade, nem tudo merecendo o custo da conservação em cofres especialmente ambientados para uma prolongada permanência de películas cinematográficas. Por outro lado, os múltiplos filmes estreados no circuito comercial, vêem as suas cópias destruídas quando terminados os poucos anos de direitos de exibição. A alternativa prevista na Lei - doação de uma cópia à Cinemateca - já fora adoptada pela 20th Century Fox, por iniciativa de Fimes Castello Lopes, ou melhor, de José Manuel Castello Lopes. Em data recente a Columbia Pictures seguiu o exemplo do seu concorrente, tendo assinado um protocolo entre a director-geral da distribuidora em Portugal, João Cameira, e o presidente da Cinemateca, João Bénard da Costa. Dois problemas se põem agora: como rejeitar alguns trabalhos menores sem ferir o espírito do acordo com a Columbia (de que desconhecemos o texto); como estender o mesmo processo a outras produtoras, não só americanas mas de muitas outras origens, especialmente europeias. Alargar o sistema é o passo essencial, tendo sempre em conta que há um limite do número de cópias arquiváveis. Deverá haver sempre um critério rigoroso na sua escolha.

Um artigo do director do EXPRESSO, Henrique Monteiro

Lei e natureza
É UMA PERGUNTA difícil: em que ponto se estabelece o limite para o que não é natural, no que respeita à vida humana? E não tem seguramente uma só resposta. Mas, se fosse possível estabelecer esse ponto, teríamos uma resposta fácil a questões como a reprodução medicamente assistida, o aborto, a adopção de filhos por homossexuais, a clonagem e uma série de outras técnicas ou métodos cujo desenvolvimento acarreta uma série de efeitos secundários imprevisíveis (e, provavelmente, a muito longo prazo) a par de uma enorme quantidade de benefícios visíveis e imediatos. Sinceramente não sei responder. Mas espanta-me que os partidos saibam, e o saibam não consoante a consciência de cada militante, mas, salvo raras excepções, de acordo com a facção. Ou, dito de forma mais directa, admira-me que os «partidos de esquerda» (PCP e BE, segundo o «Público») defendam o acesso de mulheres sós à reprodução medicamente assistida, ao passo que os partidos não-de-esquerda (presumo que todos os outros) acham que não. E surpreende-me que a Associação Portuguesa de Infertilidade diga que a lei, deste modo (como a não-esquerda impôs), seja inconstitucional. Se os partidos mais liberais fossem a favor de cada um fazer a sua vontade e os de esquerda reclamassem regulamentação do Estado, teríamos uma extensão, por assim dizer, das suas visões habituais de sociedade. Mas acontece que nestes casos se dá o contrário. Os partidos mais liberais regulam e os que passam a vida a reclamar Estado querem desregular - se uma mulher só quer um filho e é infértil, que o tenha. O Estado, afirmam, nada tem a ver com o facto de a mulher ser casada, unida de facto ou solitária. A lei pode substituir-se à natureza, porque só ninguém tem filhos. É interessante verificar este facto, embora dê por certo que quase ninguém o vai achar relevante. Actualmente desistiu-se de pensar sobre as consequências das ideias. UMA MULHER infértil, só, sem marido nem companheiro estável, com mais de 18 anos, desde que mentalmente saudável, deve poder recorrer à Reprodução Medicamente Assistida. Eis o ponto da esquerda! Mas porquê da esquerda? Do ponto de vista da esquerda uma mulher sozinha tem de ser igual a mulher casada ou unida? Deve ser encorajada a ter filhos porque, solitariamente, o decidiu? É isto que demarca a esquerda da direita? É esta a ideia de igualdade? A de que todas as mulheres com mais de 18 anos devem ser iguais - ponto final - e não queremos saber das condições familiares em que ocorre a natalidade? Mas, nesse caso, uma rapariga de 18 anos, se for fértil e mentalmente saudável, deve ser educada no pressuposto de que é indiferente ter ou não ter família? Devemos transmitir-lhes que a ideia da gravidez é diferente da ideia da estabilidade familiar? Se ninguém - nem a «esquerda» educa assim as suas filhas por que se propõem leis destas? Todas estas perguntas parecem ridículas, mas a vida é inesperada e o futuro é-o ainda mais. Não é possível enquadrar a vida de cada um em categorias iguais, nem legislar como se cada pessoa fosse uma peça ou uma máquina exactamente cópia de outra. Não sei a resposta à pergunta inicial - em que ponto se estabelece o limite para o que não é natural, no que respeita à vida humana? - mas sei que a única possibilidade de avançar neste campo é tentar evitar erros e andar com muita, mesmo muita prudência. hmonteiro@expresso.pt

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Um artigo de Joaquim Franco, na SIC

A ironia e a evidência
"Para lá da polémica, sobra a verdade - esta, inquestionável - das consequências: o livro "O código da Vinci" e o filme nele baseado não trouxeram qualquer novo contributo para a Teologia ou para a História. Nada"
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Com a perspicácia de uma escrita apelativa e um enredo à volta de um tema que mexe com todo o ser pensante - o "inexplicável" religioso -, Dan Brown teve, no entanto, o mérito de reforçar na praça pública, para o comum dos mortais, o debate sobre os dramas de uma ancestral reflexão, até há poucos anos enclausurada nas academias.
O livro apresentou-se como "história alternativa" para fazer vacilar os alicerces do poder da Igreja, centralizado em Roma. O filme é apenas "entretenimento". E, passada a poeira do primeiro impacto, sobra uma reforçada curiosidade sobre o tema.
Num tempo em que tudo se discute e as verdades outrora adquiridas resvalam na incerteza, a polémica desencadeou a maior campanha de promoção do cristianismo.
Nunca se falou tanto - sem complexos e retomando as dúvidas que assolaram os primeiros evangelizados - sobre Jesus, Maria, Madalena…
Os meios de comunicação social de todo o mundo, impulsionados e ao mesmo tempo promotores da polémica, multiplicaram reportagens, documentários e debates sobre a historicidade de Jesus e os enquadramentos de fé. De um momento para o outro, os meios de referência despertaram para um debate sem tréguas ou respostas definitivas, aumentando o alcance da dúvida e suscitando um maior interesse.
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Há mais católicos no mundo

Jovens católicos (Foto de arquivo) Número de católicos em todo
o mundo aumentou
45 por cento em 25 anos
O número de católicos no mundo aumentou 45 por cento de 1978 para 2004, atingindo neste ano um bilião e 98 milhões de pessoas, mas a Europa, incluindo Portugal, viu decrescer ligeiramente a influência da Igreja. Os números foram este mês divulgados pela Secretaria de Estado da Santa Sé, através do Departamento Central de Estatística, que faz uma análise da evolução da Igreja Católica até 2004.
Se o catolicismo cresceu sobretudo em África e na América e representa hoje 17,2 por cento da população mundial (89,8 dos portugueses), acompanhando o aumento dessa população, na Europa houve um crescimento mais reduzido, com Portugal a acompanhar essa tendência.
Entre 1978 e 2004, na Europa os católicos baixaram de 40,5 por cento da população para 39,5 por cento. Há agora na Europa quase 279 milhões de católicos, um aumento de 12 milhões em relação a 1978.
Situação muito diferente em África, onde o número de católicos quase triplicou, passando de 55 milhões em 1978 para os actuais 148,8 milhões. Na América (549 milhões em 2004, 62 por cento) esse aumento foi de 49 por cento e na Ásia (113,4 milhões, três por cento) de 79 por cento.
Em Portugal, embora tenha aumentado entre 1999 e 2004 o número de centros pastorais (de 6.801 para 7.131) baixou o número de católicos por cada centro, de 1.349 em 1999 para 1.316 em 2004. Comparando 2002 com 2004 verifica-se que aumentou também em cada ano o número de sacerdotes, chegando-se a 4.377 em 2004 (mais 19 do que em 2003 e mais 45 do que em 2002).
Entre 2001 e 2004, tendo em conta nomeadamente as mortes de sacerdotes diocesanos e as ordenações, Portugal teve sempre uma variação negativa entre os 41 e os 54 pontos, muito diferente da evolução positiva tendo em conta os dados à escala mundial, o que mostra que foram muitos mais os novos padres que surgiram do que os que deixaram de o ser, por morte ou outros motivos.
O número de baptismos também baixou de 2001 para 2004, tendo ultrapassado os 100 mil (100.256) em 2001, para descer para 91.194 em 2002, para 88.156 em 2003 e para 86.096 em 2004.
Segundo os dados, Portugal tinha em 2004 um total de 10.450 milhões de pessoas, dos quais 9.388 milhões de católicos, uma percentagem de 89,8.
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Padre José Maia sem papas na língua

"É urgente evitar que o idoso morra na lama, sem nada"
O Padre José Maia, antigo presidente da UIPSS (União das Instituições Particulares de Solidariedade Social e actual presidente da Fundação Filos, é um homem sem papas na língua. Fala sem complexos e diz verdades que muitos calam. No "PÚBLICO" de hoje volta à carga com a frontalidade que se lhe conhece. Diz ele: "Se o Estado gasta três milhões de contos para salvar um lobo, por causa do impacte ambiental [na construção da A24], porque não há-de gastar o mesmo com os idosos, por impacte humanitário? É urgente evitar que o idoso morra na lama, sem nada."
Na entrevista ao mesmo diário, adianta: "grande parte dos idosos têm casas abandonadas, sem dinheiro para as restaurar. Porque não há-de o Estado subsidiar a recuperação das casas, de forma a que os idosos possam receber o apoio dos vizinhos desempregados, que também seriam pagos pela Segurança Social?"
Defende, ainda, a criação de "Redes Comunitárias de Vizinhança", ao mesmo tempo que esclarece: "Sempre que um idoso não tem condições, vai, ou tenta ir, para um equipamento. Não. É preciso mantê-lo em casa, perto do mundo em que vive. Os equipamentos são para os doentes ou para as pessoas não autónomas."
F.M.

Presidência Aberta começa a Sul

Voluntariado de apoio a idosos no roteiro de Cavaco Silva
Se há locais do país onde a comemora-ção de uma efeméride teve efeitos duradouros e que conseguiram ultrapassar o medo ao que é novo, Mértola está nesse mapa. E nele inscreveu um núcleo de voluntariado persistente, que há já quatro anos diariamente leva "o mundo lá de fora" a 70 idosos internados no lar da Santa Casa da Misericórdia. Este é um dos projectos com os quais o Presidente da República irá tomar contacto e que foi incluído nas primeiras actividades desta espécie de Presidência Aberta de Cavaco Silva - a que prefere chamar roteiros -, em torno do tema da inclusão social.
"Foi em Dezembro de 2001, quando se comemorou aqui o Ano Internacional do Voluntário, que me lançaram o desafio de criar em Mértola um núcleo de voluntariado", conta Maria Fernanda Romba, ex-chefe de repartição na Câmara Municipal. "Eu tinha-me aposentado e no início fiquei assustada, tinha medo de começar algo que depois não durasse. Mas comecei a contactar pessoas e, em Março de 2002, o projecto arrancou. Hoje somos 36 voluntários activos", diz a voluntária número um da vila de Mértola que tem cerca de três mil habitantes.
"A maioria das pessoas que aceitaram fazer voluntariado tem entre 50 e 60 anos e alguns, até, mais. Eram as que tinham mais disponibilidade, porque ou se aposentaram ou estavam na pré-reforma. Isso foi uma mais valia para o projecto. Mas também temos gente mais nova: uma psicóloga, com 28, uma estudante que está a acabar o 12º ano, com 18, e uma doméstica com 30", acrescenta.
"O nosso papel é levar o mundo cá de fora às pessoas que estão internadas no lar da Santa Casa da Misericórdia, algumas delas acamadas e a maioria com pouca mobilidade. Para os que são autónomos, que são uma minoria, organizam-se passeios e outras saídas", explica Fernanda Romba.
O núcleo tem várias equipas de apoio - além das dez pessoas que ao todo prestam serviço no lar - entre elas uma que acompanha doentes em recuperação do Hospital de Beja, a par de outra que serve lanches aos doentes à espera de consultas, no centro de saúde de Mértola.
As populações idosas e o apoio que lhes é prestado preenchem boa parte do programa de Cavaco Silva, cuja primeira jornada deste ano começa em Alcoutim, onde o Presidente se informará também sobre os projectos de combate a um outro problema nacional: o alcoolismo, outra face da exclusão.
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Texto de Fernanda Ribeiro, no PÚBLICO
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domingo, 28 de maio de 2006

Um texto de Pedro Vassalo, no PÚBLICO

Os deputados sabichões
Depois de assistirem a uma sessão de esclarecimento, em Faro, Maria e Francisco perceberam o problema: o que fazer dos três embriões congelados há anos? A idade desaconselha a educação de uma nova criança (e há três embriões), e Francisco recusa-se que outra mulher possa receber o embrião. Explica que não quer dar de caras, no futuro, com um filho que não conhece. E destruí-los? Quem decide? O médico?
Carlos, lisboeta, concebido artificialmente, namora com Joana, também concebida da mesma forma. Querem casar, ou viver juntos, mas têm medo de fazer o teste não vá serem irmãos! É que eles não sabem, nem podem saber, porque o dador é anónimo.
António, portuense de gema, é meio psicopata. Como sabe que não há limite para ser dador tem um sonho (louco) de ser pai de mil crianças. Pode? Pode, porque não há qualquer limite para um homem ser dador.
Teresa, alentejana de Évora, concebeu artificialmente, mas nada disse ao marido, porque a lei permite que a mulher possa conceber artificialmente quando quiser. E assim viveram anos. O filho/a é herdeiro/a?
Quem leu até aqui o texto, julgará que trata sobre ficção científica. Mas engana-se. Tudo isto está previsto na lei aprovada no Parlamento na quinta-feira. Duvido que os deputados percebam o que votaram. E a dúvida só existe porque uma lei desta magnitude merece a reflexão que não aconteceu. E porquê? Não sei dizer.
Há inúmeros países na Europa que já trataram deste assunto e o debateram vezes sem conta. Foram consultados especialistas médicos e juristas de renome, académicos que estudam a ética em profundidade e escreveram sobre o assunto. E falo de países que estão longe, muito longe, de poderem ser considerados confessionais ou onde não exista investigação científica digna do nome (caso da Alemanha). E o que se sabe é que as soluções foram muito diferentes do que foi aprovado entre nós.
Talvez por isso um conjunto de cidadãos conseguiu recolher quase 80 mil assinaturas em pouco mais de dois meses e meio. A intenção? Pedir aos deputados que se querem aprovar uma lei sem um mínimo de debate público, que não consta do seu programa eleitoral e se não querem saber de outras experiências, então que se dignem a consultar o povo.
Há uns meses, o país votou expressivamente num candidato (por acaso socialista) que clamava por maior intervenção do povo na política. Há semanas, um conjunto de arquitectos influenciou, e bem, o Parlamento para aprovar uma lei. Agora há quase 80 mil eleitores, reunidos em tempo recorde, que pedem para serem ouvidos e... nada.
Dir-se-á que é gente simples, sem formação e incapaz de perceberem este problema. Talvez. Mas convinha saber que estão no rol apenas cinco membros do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, um antigo reitor da Faculdade de Medicina de Lisboa, Toscano Rico, professores de Medicina como Gentil Martins, juristas como Germano Marques da Silva, políticos como António Capucho e Bagão Félix, jornalistas como Laurinda Alves.
Fico pois satisfeito de saber que os nossos deputados encerram em si sabedoria tamanha que lhes permite dispensar tantos e avisados conselhos. Provavelmente devem estudar tudo isto quando tiram as tais férias sem explicação aparente, ou suspendem os mandatos.
Mas estou a ser injusto, porque as tais férias a que me refiro são com certeza para ir junto do povo, nos respectivos círculos eleitorais, explicar que o querem ouvir, saber das suas angústias porque, afinal de contas, eles (deputados) só lá estão para o representar. Como diz uma amiga, só faltava que o poder consultasse o povo.
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Pedro Vassalo, mandatário para o referendo sobre a RMA.
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Fonte: PÚBLICO de 26 de Maio de 2006

Mensagem do Papa para o dia Mundial das Comunicações Sociais

:: «Os Media:
rede de comunicação,
comunhão e cooperação»
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"Iluminar as consciências dos indivíduos e ajudá-los a desenvolver o próprio pensamento não é uma tarefa fácil. A comunicação autêntica deve basear-se na coragem e na decisão. Quantos trabalham nos media devem estar determinados a não se deixarem subjugar pela grande quantidade de informações e não devem contentar-se com verdades parciais ou transitórias. De facto, é preciso procurar difundir as verdades fundamentais e o significado profundo da existência humana, pessoal e social (cf. Fides et ratio, 5). Desta forma os meios de comunicação podem contribuir construtivamente para a difusão de tudo o que é bom e verdadeiro"
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