sexta-feira, 17 de junho de 2005

Bento XVI felicitou D. António Marcelino

Posted by Hello D. António Marcelino Bodas de ouro sacerdotais do Bispo de Aveiro Ao Venerável Irmão ANTÓNIO BALTASAR MARCELINO, Bispo de Aveiro
Como os fiéis da Diocese de Aveiro, em união de corações e agradecidos, se preparam para te manifestar calorosos sentimentos de veneração e de amor pelos 50 anos de sacerdócio, felizmente decorridos, Nós queremos, também, por este testemunho público de afeição, associar-nos à tua alegria e à dos teus diocesanos. Na verdade, como sobejamente sabemos, Deus realizou em ti e pelo teu ministério, no rebanho do Senhor a que presides, grande coisas.
Tendo-te recrutado da comunidade dos fieis, orientou o teu coração a viver bem e rectamente e chamou-te ao sacerdócio. E tu, fiel no Senhor, correspondeste a todas as expectativas, como reconhecidamente testemunham a tua insigne piedade, a sã doutrina e o zelo pela glória de Deus e pela salvação das almas.
Depois de elevado à sagrada ordem do presbiterado, dedicaste-te à formação dos alunos destinados ao sacerdócio; consagraste, também, as tuas forças a alguns movimentos eclesiais e, na tua diocese, desempenhaste cargos de grande importância. No ano de 1975, o Nosso Antecessor Paulo VI, de feliz memória, agregou-te entre os Sucessores dos Apóstolos e nomeou-te Auxiliar da Igreja Metropolitana de Lisboa. No ano de 1983, foste nomeado coadjutor do Bispo da Diocese de Aveiro, cujo regime assumiste no ano de 1988. Além disso, foste eleito para fazer parte da presidência da Conferência Episcopal Portuguesa.
Por isso, Venerável Irmão, vivamente te felicitamos pelo longo e salutar desempenho do múnus sagrado e dos trabalhos pastorais, e elevamos preces a Deus para que, enriquecido pelos dons sobrenaturais, te guarde por muitos anos e te conceda que a memória deste belo acontecimento te sirva de grande conforto.
Saibas que Nós Próprios participamos em espírito, nesta data solene, para que, com ânimo cheio de gratidão, tu e Nós Mesmos tributemos o devido louvor a Deus, Dispensador de todos os bens, pelos benefícios, com que, ao longo destes anos, te quis enriquecer.
Por fim, concedemos muito afectuosamente a bênção apostólica, mensageira de graças celestes e singular penhor do nosso amor, em primeiro lugar a ti, Venerável Irmão, depois aos que te estão intimamente unidos e, de igual modo, ao clero e povo aveirense.
Do Palácio Apostólico do Vaticano,
no dia 19 de Maio, no ano de 2005,
primeiro ano do Nosso Pontificado
Bento XVI, Papa

A Coragem dos Refugiados

Posted by Hello Comunicado do FORCIM
para o Dia Mundial do Refugiado Na comemoração de mais um Dia Mundial do Refugiado, as organizações católicas que trabalham com refugiados e imigrantes vêm publicamente expressar o seu testemunho sobre o persistente drama dos refugiados no nosso Mundo e sensibilizar a consciência de todos para as necessidades de acolhimento, de apoio e de compreensão destes cidadãos, quando procuram o nosso país.
Num tempo marcado pelo desenvolvimento tecnológico, pelo aprofundamento das relações interculturais e pela procura da Paz, o fenómeno dos refugiados suscita uma dúvida dilacerante sobre o significado da igualdade e da solidariedade.
Obrigados a movimentos humanos como não há memória na história universal, umas vezes em consequência das guerras fratricidas que assolam os seus países, outras vezes devido ao subdesenvolvimento e às crises económicas suscitadas por relações internacionais tantas vezes injustas, os refugiados são uns verdadeiros heróis dos nossos dias.
Exilados dos seus países e das suas famílias, encontram sempre novas forças na esperança de um futuro melhor, e resistem, tantas vezes sozinhos e isolados, ao desalento e ao desânimo.
A nossa experiência de trabalho permanente com os refugiados tem sido fonte de ensinamento sobre as imensas capacidades humanas. Mas isso não nos demite do dever solidário de apoiar os que estão na diáspora e de promover a sua integração na nossa vida colectiva, sem, contudo, deixar de respeitar a sua individualidade, a sua autonomia e as suas tradições.
Neste Dia Mundial do Refugiado, devemos dirigir um pensamento especial para um direito que é de todos – o direito de viver em família. E por isso reclamamos das autoridades e dos nossos concidadãos a generosidade de acções positivas que favoreçam a reunificação no exílio das famílias dos refugiados.
Por nós, reafirmamos o nosso empenhamento no acolhimento destes nossos irmãos e no esforço para que eles vivam com dignidade e com orgulho como nossos concidadãos.
Neste Dia, não podemos deixar de registar também a alegria com que soubemos da nomeação do eng. António Guterres para o cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados. O facto de um português ocupar este cargo e a visibilidade da sua actuação serão seguramente um estímulo para todos os que se empenham no apoio aos refugiados e um novo motivo de esperança para estes.
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Fórum de Organizações Católicas para os Refugiados:
Capelania dos Imigrantes Africanos (CIA);Capelania dos Imigrantes Ucranianos e Europeus de Leste (CIUEL); Caritas Portuguesa (CP); Centro Padre Alves Correia (CEPAC); Comissão Justiça e Paz dos Religiosos (CJPR); Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS); Liga Operária Católica /Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC); Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM); Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS - Jesuit Refugee Service).

Um artigo de D. António Marcelino

Renovação sempre inacabada
A renovação que se opera no interior de nós próprios e daí parte, procurando atingir os diversos campos de acção onde nos vamos gastando, mesmo que generosamente, será sempre uma renovação inacabada. Fácil de entender e aceitar, dado que se vão criando, em todos nós, laços que não se desatam de repente e hábitos que não se apagam com um sopro. Por outro lado, as mudanças contínuas que temos de enfrentar são mais rápidas que a capacidade de irmos sempre à frente ou, pelo menos, lado a lado, com respostas e propostas adequadas.
Em relação à Igreja, uma renovação, auspiciada e repetidamente sonhada, está relacionada com os ventos novos do Concílio que acordaram mais os que não dormiam o sonho profundo do comodismo nem de uma indiferença já instalada. E estes eram muitos. Quarenta anos passados, podemos perguntar, muito legitimamente, em que ponto nos encontramos no processo da renovação necessária. Esta não é, nem pode ser a que alguns por aí reclamam, de cedência ao essencial, para poder ser do tempo. É sim a que permite tirar do tesouro coisas que nele se encontram e que as mudanças sociais e culturais postulam para um melhor serviço a Deus e aos outros, cada dia exigido.
(Para ler todo o artigo, clique aqui)

Pela Positiva

Pela Positiva é um projecto pessoal que nasceu com optimismo e cheio de boas intenções. É um projecto que aposta num mundo muito melhor, onde cada um tem a obrigação de contribuir, de acordo com as suas capacidades e disponibilidades, mas também em sintonia com valores nobres, para que todos os que nos cercam se sintam mais felizes. Certo de que nas nossas mãos e na nossa criatividade estão os alicerces de uma sociedade mais justa e mais fraterna, ficar indiferente aos desafios das novas tecnologias, que nos ajudam a viver na aldeia global em que se tornou o universo, será um sacrilégio de lesa-razão e de lesa-consciência, que eu não quero experimentar. Aqui estou, pois, neste espaço que a inteligência inquieta de homens e mulheres nos legou, para me sintonizar com o tempo e para conversar, sempre pela positiva, com todos quantos comungarem dos mesmos ideais e com os que têm projectos de vida diferentes, porque a verdade e o futuro enriquecem-se com o diálogo e com a diversidade. Assim, desejo abrir a todos as portas do meu blogue, na esperança de que, de mãos dadas, chegaremos muito mais longe e muito mais alto. Fernando Martins

De regresso

Estou de regresso, depois de uns dias de um certo descanso. De regresso, para estar mais perto dos meus leitores, alguns deles diários. Julgo, no entanto, que seria mais interessante que todos se associassem a este meu labor, em prol de uma sociedade mais participativa. Fico à espera.
F.M.

quinta-feira, 16 de junho de 2005

Refugiados, prioridade para o mundo

António Guterres tomou posse esta quarta-feira como Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, um dos mais importantes e prestigiados cargos humanitários internacionais.
O Alto Comissariado abrange sob o seu mandato 17 milhões de pessoas que necessitam de protecção internacional. Tem cerca de 6000 funcionários cujo trabalho se divide por mais de 115 países e o seu orçamento para 2005 ultrapassa mil milhões de dólares. Ao longo dos seus 50 anos de existência, a agência foi distinguida com dois Prémios Nobel. Dirigindo-se ao seu novo staff, Guterres afirmou que assume o lugar com convicção, humildade e entusiasmo: "Convicção, porque acredito realmente nos valores que norteiam esta agência e quero lutar para que prevaleçam em todo o Mundo. Humildade, porque tenho muito que aprender e dependo de todos vós para o conseguir. Entusiasmo, porque não seria capaz de escolher uma causa mais nobre para por ela lutar”.
Em comunicado, foi confirmada a visita prevista de António Guterres, no próximo dia 20, a um campo de refugiados no norte do Uganda, por ocasião do Dia Internacional do Refugiado, dedicado este ano ao tema da "coragem".
Considerando o tema especialmente adequado, António Guterres relembra que nos últimos 50 anos o ACNUR apoiou já mais de 50 milhões de pessoas afectadas por conflitos e desastres naturais.
As prioridades de António Guterres são: responder às crises do continente africano, reforçar os meios disponíveis para apoiar refugiados e consolidar o apoio financeiro internacional. "A comunidade internacional não está suficiente desperta para os gravíssimos problemas existentes no continente africano. Grande parte dos problemas das Nações Unidas em África estão a ser subfinanciados", afirmou.
Citando os casos do Burundi e Ruanda e do Uzbequistão e Quirguistão, António Guterres alertou igualmente para o facto de "se estar a tornar um hábito" dois governos "acordarem entre si a violação do direito internacional e em repatriarem pessoas que estão a pedir asilo sem a avaliação dos casos."
Isto é inaceitável e temos um certo receio que esta moda possa começar a generalizar-se numa violação clara dos direitos humanos e do direito internacional", sustentou.
Criado em 14 de Dezembro de 1950, o ACNUR iniciou as suas actividades em Janeiro de 1951, com um mandato de três anos para ajudar os 1,2 milhões de refugiados europeus que ficaram sem casa após a II Guerra Mundial.
Fonte: Ecclesia

Para pensar: FOME NO MUNDO

Laura Melo, porta-voz do Programa Alimentar Mundial (PAM) para África, disse, em entrevista à “VISÃO” desta semana, que “São cerca de 852 milhões as pessoas que vão para a cama com a barriga vazia. Em cada cinco segundos, morre uma criança de fome ou de doença associada a ela. Mas os casos extremos, em que a pessoa já está em situação de emergência, são apenas 8% a 10% do total. Quer isto dizer que a grande maioria está longe dos ecrãs de televisão e das notícias, a sofrer em silêncio. E, infelizmente, estes números têm vindo a subir. Ainda no ano passado falávamos em 800 milhões… É importante saber-se que a fome e os seus efeitos são a principal causa de morte no mundo. Mata mais do que a malária, a tuberculose e a sida juntas.”

“O Projecto Europeu e a importância do Tratado Constitucional”

No próximo sábado, no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), junto à Universidade de Aveiro, vai realizar-se uma Jornada, entre as 9.30 e as 13 horas, sobre “O Projecto Europeu e a importância do Tratado Constitucional”. A organização é da Fundação Sal da Terra e Luz do Mundo, a qual conta com as parcerias da Comissão Diocesana Justiça e Paz e do CUFC. Intervém, como convidado, Luís Lobo Fernandes, titular da Cátedra Jean Monnet de Integração Política Europeia e Director da Secção de Ciências Políticas e Relações Internacionais. Porque “A Europa é, antes de mais, uma estrutura intelectual e um projecto histórico carregado de ambivalências, mas também de criatividade”, como se sublinha no desdobrável de divulgação desta iniciativa, aberta a todos os interessados, importa referir que é de grande vantagem a participação de todos os que se preocupam por estas questões, numa altura em que o problema do Tratado Constitucional da UE está a ser posto em causa.

quarta-feira, 15 de junho de 2005

Um artigo de António Rego

O PACTO DOS POETAS
Temendo que no alarido da morte possa deixar esmorecida a voz dos poetas, ficarei por Eugénio de Andrade na trilogia dos que, nestes dias de Junho, deixaram as páginas vivas da nossa história recente.
Desde jovem me habituei a sentir a sua voz melancólica na poesia “que prefere a pobreza ao luxo, a simplicidade à complicação” como ele diz dum outro poeta querendo dizer de si próprio. Refiro-me ao texto de Eugénio de Andrade no posfácio do livro De igual para igual de José Tolentino Mendonça. Percebi, nessa leitura atenta e agora revisitada, que o pacto destes dois poetas vai para muito além do campo das letras. Há uma comunhão de procuras nos oceanos em que apenas os poetas sabem navegar. Eugénio de Andrade encanta-se com a “inocência e sabedoria” na citação que faz de Tolentino de Mendonça:
Nesse tempo
ainda era possível
encontrar Deus
pelos baldios.
- Em que tempo? – pergunta Eugénio de Andrade? “Provavelmente em todos os tempos. Isto é, na infância de cada um de nós, nessa infância que todo o ser humano arrecada para que a poesia um dia aí faça o seu ninho”. E volta a citar o autor de Baldios: “A poesia é o lugar desse tempo interior, ciciado, secreto”. Eugénio de Andrade embala-se nesta expressão austera e acrescenta: “A frase é densa, carregada de sentidos, de presságios. É como se falasse de um lugar antiquíssimo, onde cada gesto, cada balbucio cada som procurasse dar sinal de um deus (ou de Deus) àqueles que o escutam. As suas palavras são as de uma alma atravessada pelo espanto de uma presença.”
Sei que com esta colagem de palavras corro o risco não só de profanar a poesia, como também de trair o que os poetas, na sua profética sabedoria, perscrutam do indizível de vida. Mas na morte de Eugénio de Andrade apraz-me encontrá-lo de mãos dadas com jovens poetas numa procura misteriosa da presença de Deus: “mas quando tombei sobre a terra perdido como o fio de um cabelo... estavas junto de mim”.
Dos que quase em simultâneo partiram: Gonçalves, Cunhal e Andrade, demoro-me no poeta. Por ele os sinos não dobraram tanto. Mas o seu dobrar, quase em pianíssimo, é o que mais se assemelha à eternidade.
Que a sua voz se não perca nos ruídos que a morte sempre suscita. Refiro-me ao concerto transcendente dos poetas porque, nos muitos dizeres da morte cai, por vezes, na sombra, a essência da vida.

Portugueses infelizes?

Segundo o Eurobarómetro, os portugueses são dos que, na UE, menos se interessam pela política e dos que mais se manifestam infelizes com a vida que levam, logo depois dos povos de cinco novos Estados-membros. E quanto à religiosidade, os portugueses são dos que se declaram mais crentes. Pensando bem, estes valores devem mesmo estar certos. Pelo menos, é essa a sensação que tenho de conversas mantidas com muita gente. A ignorância política é demasiado conhecida. Acho que os portugueses gostam pouco de pensar a política, optando, habitualmente, por se deixarem guiar pelos líderes políticos. A cegueira e os interesses partidários (de todos os partidos, claro) são confrangedoramente notórios, em muitos casos, contribuindo para o deficiente envolvimento do povo, em minha opinião. E sobre a infelicidade que tantos sentem, penso que isso deve estar ligado às incertezas do futuro, à luta terrível pela sobrevivência a todos os níveis, às expectativas criadas pelas pessoas e difíceis de alcançar. A cultura do ter, em detrimento do ser, leva muita gente a ficar deprimida, por não conseguir chegar onde sonhou. A propósito da religiosidade, o estudo revela que os portugueses são dos mais crentes, mas logo esclarece que muitos confessam não dedicar muito tempo a pensar no sentido da vida. Julgo que muitos se declaram crentes por tradição, pela educação religiosa recebida na infância, na família e na catequese, mas também se sabe que bastantes jovens, pouco tempo depois, se afastam da frequência do culto. Cerca de 81 por cento dos portugueses, sublinha o inquérito, dizem acreditar que Deus existe, 12 por cento acreditam na existência de alguma força de vida ou espiritual e apenas seis por cento não crêem em Deus ou em qualquer força espiritual. Sobre a existência de Deus, estão à frente de Portugal, na UE, os malteses, com 95 por cento de crentes, e os cipriotas, com 90 por cento. A média da UE, neste item, é de 52 por cento Em resumo, há muito que fazer no nosso País, quer ao nível da sensibilização para a política, porque os Governos e os seus projectos dependem, essencialmente, da força dos votos dos eleitores. Mas também se torna urgente descobrir, com realismo, as causas da infelicidade de tantos compatriotas nossos. Não creio que seja uma questão genética. Quanto à religiosidade, uma questão sempre em debate no seio da Igreja Católica, penso que é imperioso esclarecer mais sobre a importância da formação da fé e para a fé, apresentar com mais clareza os ensinamentos eclesiais e testemunhar com mais coragem a Boa Nova de Jesus Cristo. Fernando Martins

"Um Contra Todos"

Na RTP há um concurso que devia ser visto por toda a gente. Chama-se “Um Contra Todos” e tem como apresentador José Carlos Malato. No essencial, trata-se de um concorrente em jogo contra 50 adversários, tendo por base cultura geral. Há questões sobre Desporto, Literatura, Geografia, Ciência, Cinema, Artes, Música, Cidadania, Provérbios e História, entre outras. Saído o tema, os adversários têm de responder em seis segundos, ficando depois o principal concorrente de optar por uma de três soluções possíveis, em diálogo com o apresentador, sempre animado, desafiador e interpelante. Não vale a pena entrar em mais pormenores porque, decerto, já todos viram o concurso, tentando, em casa, acertar na resposta correcta. Ora o importante está na oportunidade de todos em casa participarem, em família, testando os seus conhecimentos e recordando ensinamentos recebidos, por vezes, há muitos anos. Mas também adquiridos no dia-a-dia da vida. Perante tanta futilidade das nossas televisões, penso que é bom aproveitar estas ocasiões que se nos deparam, para nos enriquecermos a nível geral. Não raro, ficamos surpreendidos com os nossos próprios conhecimentos e …com a nossa ignorância em muitas matérias. Eu, por exemplo, raramente acertava em Música e músicos da mais recente geração e em realizadores e artistas que protagonizaram muitos filmes. Uns que vi, mas cujos nomes não fixei. Nunca fui dado a esses pormenores. Portanto, penso que será muito bom se a família, à roda da RTP, puder reunir-se para participar, ao serão, no concurso “Um Contra Todos”. Fernando Martins

D. António Marcelino: Padre por paixão

Agência ECCLESIA – Qual é o balanço que faz de 50 anos de vida sacerdotal?
D. António Marcelino – Quando nós nos entregamos a Deus de forma total, abertos às possibilidades que o Senhor nos vai mostrando através da sociedade, a vida é um desafio fascinante.Nós não somos capazes de perceber, na sua totalidade, o mistério do sacerdócio quando somos ordenados. É na confiança que o Senhor depositou em nós e naquela que depositamos nele, que nunca pode falhar, que descobrimos aquilo que é ser Padre.
AE – Que mudou no Pe. António Marcelino desde a sua ordenação?
AM – Percebi desde o princípio que queria ser de Deus e, mais tarde, que a nossa vida em Deus passa pela nossa história humana. 50 anos permitem perceber, agora, que é Deus que nos conduz.O Senhor foi-me tomando pela mão, aqui e ali, nos êxitos e nos fracassos, mas sempre como amigo. Ofereceu-me possibilidades que não imaginava, ao serviço do Evangelho, purificou outras coisas, e é uma aventura apaixonante quando sentimos isso.Eu sonhava ser um pároco na minha diocese, mas há sempre novos horizontes que se abrem e o Senhor foi-me conduzindo de outra maneira.
(Para ler toda a entrevista, clique ECCLESIA)

terça-feira, 14 de junho de 2005

EUGÉNIO DE ANDRADE morreu

Aos 82 anos de idade, morreu, no Porto, ontem, Eugénio de Andrade, pseudónimo literário de José Fontinhas. Nasceu em Póvoa de Atalaia, concelho do Fundão, mas cedo deixou a terra natal, passando por Castelo Branco, Lisboa e Coimbra, até se fixar na cidade invicta. Reconhecido como um dos maiores poetas de Língua Portuguesa, do último século, Eugénio de Andrade cultivava o recolhimento, para melhor viver para a poesia. E assim como viveu, assim quis que o seu funeral se realizasse, hoje, sem qualquer pompa. Com a sua morte, a poesia ficou mais pobre. Mais pobre, apenas porque o poeta, que se identificava tanto com o Porto, não vai escrever mais. A sua poesia, a que nos legou, essa vai ficar para a posteridade, gravada em letras de ouro nas folhas da riquíssima Literatura Portuguesa e da Literatura Universal. Livros como “As mãos e os frutos”, “Obscuro Domínio”, “O Sal da Língua” e “Poesia”, entre outros, ficam connosco, com toda a sua sensibilidade e amor à vida e à natureza, para nos deleitarmos em momentos de busca da beleza que o poeta tão bem soube exprimir em palavras, ritmos e harmonias. F.M. Um poema de Eugénio de Andrade AS PALAVRAS São como um cristal, as palavras. Algumas, um punhal, um incêndio. Outras,
orvalho apenas. Secretas vêm, cheias de memória. Inseguras navegam: barcos ou beijos, as águas estremecem. Desamparadas, inocentes, leves. Tecidas são de luz e são a noite. E mesmo pálidas verdes paraísos lembram ainda. Quem as escuta? Quem as recolhe, assim, cruéis, desfeitas, nas suas conchas puras?

AVEIRO: Jardins vão ficar mais belos

De 15 de Julho a 22 de Setembro, os jardins de Aveiro vão ficar mais belos. Mais belos e com mais vida, por iniciativa da Câmara Municipal de Aveiro, que aposta em proporcionar melhores condições para que as pessoas passem mais tempo nos espaços verdes. O projecto “Jardins com Vida”, assim se chama o programa idealizado e que vai ser levado à prática pelo Pelouro do Ambiente da autarquia aveirense, vai oferecer motivos para as gentes da cidade dos canais, e não só, usufruírem das zonas verdes, atraídas por iniciativas diversas. Leitura de livros, revistas e jornais, entre outras propostas, serão bons motivos para todos frequentarem, em especial, o Parque da Fonte Nova e os jardins da Baixa de Santo António, cheios de ar puro.

segunda-feira, 13 de junho de 2005

Morreu ÁLVARO CUNHAL

Aos 91 anos de idade, morreu hoje Álvaro Cunhal, provavelmente o mais mítico político português dos últimos 50 anos. Comunista desde os 17 anos, cedo assumiu a luta pelo socialismo radical, numa perspectiva de o implantar, em Portugal, como única forma, em seu entender, de promover a justiça social entre nós. Independentemente das suas ideias de um projecto político que não aceitava a diversidade partidária (tal como se verificava na ex-União Soviética que fielmente seguia), num plano democrático que mais se coadunava e coaduna com as tradições de respeito pelas convicções dos povos ocidentais, não posso deixar de reconhecer que Álvaro Cunhal foi, sem dúvida, o mais coerente dos dirigentes políticos das últimas décadas, pela maneira intransigente como sempre defendeu os seus ideais, mesmo depois da implosão do comunismo e da queda do muro de Berlim. Foi preso, torturado, perseguido, viveu na clandestinidade e lutou pela liberdade em Portugal e por uma justiça social, a seu modo, merecendo-me, por isso, todo o respeito, apesar de não ser seu seguidor. Pessoalmente, estou convencido de que Álvaro Cunhal não deixou de reconhecer que o comunismo, como sempre o viu e procurou implantar, deixou de fazer sentido nas sociedades ocidentais e até no mundo, por força da incapacidade ou dificuldade de alguns partidos defensores do socialismo extremista em se adaptarem à democracia pluralista. Mas nem assim defraudou os seus seguidores e os que nele viam um “profeta” da justiça social e da igualdade entre todos os homens, numa sociedade sem classes e sob a liderança do proletariado. Foi uma figura carismática, um líder com capacidade para arrastar multidões, um intelectual de grande cultura, um artista (desenhador e escritor) muito sensível, um político com enorme capacidade de adaptação às circunstâncias, um homem coerente até ao fim da vida, face às ideias que desde a juventude aceitou e assumiu, apoiadas num marxismo-leninismo inflexível, que o povo português, na sua grande maioria, nunca aceitou. Fernando Martins

PORTUGAL IMIGRANTE, PORTUGAL TOLERANTE

O já conhecido slogan “Portugal Imigrante, Portugal Tolerante” tem sido muito recordado, entre nós, fundamentalmente para nos dizer que temos de respeitar os imigrantes que trabalham e vivem no nosso País. Respeitá-los, como gostaríamos e gostamos que respeitem os nossos emigrantes, que desde sempre procuraram noutros países e no seio de muitas e variadas gentes melhores condições de vida, é uma obrigação de todos nós. Há muito a ideia, entre certos compatriotas nossos, de que os imigrantes estão a prejudicar Portugal e os portugueses, quando, no fundo, eles só estão a beneficiar-nos a todos. E isto mesmo foi mostrado, no domingo, numa revista que acompanhou o “PÚBLICO”, intitulada “Imigração – os mitos e os factos”. Nela se diz, claramente, que os imigrantes não “vêm ‘roubar’ empregos e fazer baixar os salários”, nem “desgastar a nossa Segurança Social”, vivendo de subsídios. Também não estão associados ao crime, não nos trazem doenças, não são perigosos, não rejeitam Portugal e os portugueses e nem colocam em risco a nossa cultura e as nossas tradições. Por isso, importa respeitá-los e ajudá-los, à medida das nossas capacidades pessoais e colectivas. E se nos lembrarmos de que há 4,5 milhões de emigrantes portugueses espalhados pelo mundo, então temos, realmente, de os apoiar. É que, curiosamente, por cada imigrante que trabalha ou vive no nosso País, há dez emigrantes portugueses no estrangeiro. F.M.

G8 perdoa dívida a países pobres

O G8 (Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Canadá, Japão e Rússia), o grupo dos oito países mais ricos do mundo, resolveu perdoar a dívida dos países mais pobres, estimada em muitos biliões de euros. Com esta medida, poderão ser beneficiados, com cerca de 33 mil milhões de euros, 20 países, 14 dos quais são africanos. Destes, há quatro PALOP (Países Africanos e Língua Oficial Portuguesa), nomeadamente Moçambique, Guiné-Bissau, S. Tomé e Príncipe e Angola. Para além dos agora contemplados, há mais 24 na lista de espera. Não se julgue, porém, que esta oferta vai ser feita sem critérios. Os países a beneficiar terão de provar que são capazes de combater a corrupção, de seguir uma boa governação e de assumir projectos de desenvolvimento. Não será fácil, para alguns, fazer prova do que se lhe exige. No entanto, esta foi, em minha opinião, uma medida de largo alcance social e político, se os países pobres passarem a ser estimulados e ajudados. Não há tanta gente pobre a quem tanto se dá e que nunca consegue sair da situação de miséria? Aqui aplica-se o velho ditado do provérbio chinês, de que mais vale dar ao pobre uma cana para pescar, em vez de se lhe dar o peixe. Contudo, de nada servirá a cana, se não se souber pescar e se não houver hábitos de trabalho. F.M.

domingo, 12 de junho de 2005

Ausente, mas sempre presente

Apesar de ausente, por uns dias, voltarei a este meu espaço, sempre que puder, mesmo sem o apoio dos meios técnicos habituais.
Boa semana para todos.

EUROPA FICOU CONNOSCO, no JN

Foi no Mosteiro dos Jerónimos, a 12 de Junho de 1985, que ficou escrito que Portugal iria passar a fazer parte da Comunidade Económica Europeia (CEE), organização que, na época, começava a ganhar balanço para passar de uma estrutura organizativa essencialmente económica para uma comunidade política de países com interesses comuns. Um percurso longo de uma União que atravessa agora uma fase crucial de incertezas quanto ao modelo a seguir. A integração efectiva foi a 1 de Janeiro de 1986.
A Europa estava finalmente connosco, nove anos depois de o PS ter ganho as eleições com o slogan "Europa connosco".
"Foi a maior vitória diplomática do regime democrático". A frase é de Medeiros Ferreira, o ministro dos Negócios Estrangeiros do I Governo constitucional chefiado por Mário Soares, que a 28 de Março de 1977 apresentou o pedido de adesão.
"A estratégia foi centrada na rapidez no pedido e mais tempo para negociação", recorda, ao JN, Medeiros Ferreira, que já não era ministro em 1985. Seria Jaime Gama a assinar o documento, juntamente com o socialista Mário Soares, o chefe do Governo, e o social-democrata Rui Machete, o vice-primeiro-ministro. O ministro da Economia era Ernâni Lopes. Vivia-se então o final do governo de coligação entre o PS e o PSD. Cavaco Silva ganhara a liderança do PSD e a aliança terminara. Quinze dias depois da cerimónia, o presidente da República, Ramalho Eanes, dissolvia o Parlamento e marcaria eleições para Outubro, que ditaram a primeira vitória de Cavaco. Eanes garantira a adesão apesar da crise. E se o novo líder do PSD viria a conduzir o país com as ajudas comunitárias cruciais para o desenvolvimento, Soares ficou na História, como símbolo da europeização.
(Para ler mais, clique JN)

Um artigo de Helena Sacadura Cabral, no DN

A vida para além do défice...
nosso país está a assemelhar-se às velhas famílias de antigamente que, tendo empobrecido, tudo fazem, por pudor, para esconder as dificuldades e dar a impressão de que nada se alterou no seu nível de vida. Com efeito, a classe média - sempre ela, a tal família - perdeu mais de 15% de poder de compra nos últimos quatro anos e nada garante que, nos próximos quatro, a situação não se agrave, tendo em conta o acréscimo do IVA e o aviso prévio de subida média de 2% nos salários da função pública.
Apesar de vários economistas terem chamado a atenção para a cadeia de aumentos nos preços que a adesão ao euro veio provocar, parece que só agora existe clima para se "assumir" o facto. À época, os poucos que se atreveram a dizê-lo foram olhados com desconfiança. Hoje, a média desse aumento estima-se entre 2% e 3%. É claro que também houve benefícios e que eles devem ser contabilizados. Mas tal não justifica que se esconda o Sol com a peneira!
(Para ler o artigo todo, clique DN)

Aulas de Educação Moral e Religiosa

Mensagem do Bispo de Aveiro: 
Aulas de educação moral e religiosa nas escolas, 
para além da catequese e do escutismo 


Está aí o tempo das matrículas. Preocupados com o bem dos vossos filhos, é preciso estar atentos para que, logo no primeiro ano, eles sejam matriculados na aula de Educação Moral e Religiosa. Essa matrícula segue depois nos anos seguintes, até que sejam eles próprios a fazer a sua opção. O facto de andarem na catequese ou no escutismo não dispensa a aula na escola. O objectivo comum é sempre a melhor formação para a vida. 
Na catequese, recebem o ensinamento sistemático da mensagem evangélica, de modo a poderem viver como filhos de Deus e participarem, de modo activo, na vida sacramental e eclesial. No escutismo, aprendem a praticar os valores humanos e cristãos, a vida em equipa, o contacto com a natureza, o respeito para com as pessoas, os animais e as coisas, ao mesmo tempo que desenvolvem as suas capacidades naturais para o seu crescimento harmónico e para o serviço aos outros. Na escola, através da aula de Educação Moral e Religiosa, aprendem, à luz da mensagem cristã: a relacionar a ciência e a fé e as diversas disciplinas escolares, orientadas para um saber humano harmónico; a inter-relação pessoal respeitosa e construtiva; a dimensão global da cultura em todas as suas vertentes; a abertura respeitosa a outras culturas e saberes; a participar do património histórico e cultural, enriquecido pelos valores evangélicos que a nossa cultura comporta, desde há muitos séculos, e que estão na base da nossa identidade nacional. Aprendem a ver a vida, de modo aberto, em ordem aos compromissos presentes e às opções do futuro, bem como a convivência sadia com os outros, quaisquer que sejam os seus pareceres e opções de vida. 
Os pais e os encarregados de educação, os catequistas e os chefes do escutismo, devem ter ideias claras sobre os objectivos propostos, para que não facilitem às crianças e aos adolescentes opções exclusivas, mas, pelo contrário, os motivem a aproveitar, com interesse e boa vontade, tudo quanto, no campo educativo, se lhes proporciona para seu bem. 
Há hoje gente apostada em perturbar, em diversos campos e aspectos, a educação das crianças e dos jovens. A educação moral e religiosa nas escolas é um direito dos pais e dos filhos, que a Igreja Diocesana toma muito a sério. Que os mais interessados procedam de igual modo. Fazer, a tempo, a matrícula nesta aula é um dever que os pais não devem descurar. 
Está também aí, uma prova de amor e interesse pela sua formação. Recomendo aos párocos que ajudem a compreender este dever àqueles pais cristãos que ainda o não compreenderam, ou que, por descuido, dão lugar a omissões perigosas e consequentes em relação a um aspecto importante da educação dos seus filhos. 

António Marcelino, 
bispo de Aveiro

sábado, 11 de junho de 2005

AVEIRO: Congresso Eucarístico

Posted by Hello D. António Marcelino, Isabel Varanda e José Dias da Silva A cultura da doação
tem de ser recriada Prosseguiu hoje, no Seminário de Santa Joana Princesa, em Aveiro, o Congresso Eucarístico Diocesano. O encerramento será amanhã, no Parque Infante D. Pedro, a partir das 14.15 horas, sob a presidência de D. António Marcelino, que também comemora as Bodas de Ouro sacerdotais. Estão convidados, por isso, todos os diocesanos. As conferências deste segundo dia do Congresso – “Eucaristia e compromisso social” e “Eucaristia num mundo secularizado” – foram apresentadas, respectivamente, pelo doutor José Dias da Silva, membro da Comissão Nacional Justiça e Paz e especialista em Doutrina Social da Igreja, e pela teóloga Maria Isabel Varanda, doutorada pela Universidade Católica de Lovaina. Para José Dias da Silva, não há verdadeiro culto a Deus sem justiça social e não basta rezar para sermos justos. “A paz com o irmão é mais importante do que o culto que possamos prestar a Deus”, disse. Para o conferencista, Jesus Cristo identifica-se mais com os desprotegidos, de tal modo que a Sua doutrina é “uma denúncia profética das injustiças”. Ele é também o grande sinal de Deus na luta em favor das grandes causas. Nessa linha, o cristão deve ser sinal visível do Senhor, sendo “promotor da comunhão, da paz e da fraternidade”. Ao falar da Eucaristia, José Dias da Silva sublinhou que ela é, verdadeiramente, “projecto de solidariedade em prol da humanidade inteira”, e não apenas das comunidades cristãs, mas ainda fonte de amor que implica o compromisso de construção de um novo Céu e de uma nova Terra. Por outro lado, frisou que “a cultura da doação tem de ser recriada”. Lembrou que a vivência da Eucaristia, por cada um de nós, no dia-a-dia, pode comprovar-se “no modo como compartilhamos com os pobres”, tendo acrescentado que, no fim de cada missa, “não podemos ficar em paz, mas inquietos”, tornando-se urgente “propagar o Evangelho e cristianizar a sociedade”. Entretanto, lembrou que a solidariedade “não é um sentimento vago” e que “todos somos realmente responsáveis por todos”. E a propósito do comportamento dos cristãos na nossa sociedade, maioritariamente católica, face às dificuldades que o País atravessa, denunciou que “todos aceitam a crise, desde que sejam os outros a pagá-la”. O Espírito Santo não faz
nascer de novo uma vontade
que Lhe resiste Para Maria Isabel Varanda, o nosso tempo está marcado por um espírito de ressentimentos e de sobressaltos, sobressaindo a sacralização do individualismo. Descobrimos que somos capazes de sondar o espaço infinito, mas incapazes de humanizar a sociedade. Para o homem de hoje, “Deus tornou-se insignificante”, enquanto vamos perdendo “o sentido profundo do outro”. O mundo dos nossos dias está carregado pelos “fardos da abundância”, ao mesmo tempo que “a vida espiritual tende a diluir-se”. O individualismo desenfreado leva a pessoa a procurar o seu bem-estar pessoal, que se sobrepõe a tudo, disse a conferencista. Isabel Varanda denunciou que “a lógica economicista se impõe à solidariedade”, referindo que, apesar de tudo, “Deus não morre, mesmo nos homens que se consideram deuses”. Em nome da liberdade, “desembaraçamo-nos de Deus”, mas nem por isso “somos mais felizes”. Salientou que, “enquanto vamos perdendo Deus, perdemo-nos uns com os outros”. No entanto, continua a existir no humano “o desejo de infinito”.
Para a conferencista, “a mensagem cristã não é incompatível com o mundo moderno”. E nessa linha, garantiu que, em cada um dos nossos gestos, como cristãos, “o mundo se renova ou se destrói”. Adiantou, entretanto, que os homens de hoje “têm dificuldades em bater à porta de Deus” e que “o Espírito Santo não faz nascer de novo uma vontade que Lhe resiste”. Fernando Martins

Alcoolismo: causa de sofrimento para todos

Posted by Hello Mário Soares, fundador e presidente do CARDA TODA A SOCIEDADE É AFECTADA PELO ALCOOLISMO
O alcoolismo é uma doença que atinge centenas de milhares de pessoas no nosso País, causando sofrimento a todos: ao alcoólico e seus familiares, aos amigos e colegas de trabalho. Toda a sociedade, em geral, também é afectada por este drama que muitos consideram mais grave do que outras toxicodependências. No Distrito de Aveiro, há 120 mil alcoólicos, 80 mil dos quais a necessitarem de ajuda imediata. Quem nos garantiu estes dados foi o presidente da direcção do CARDA - Centro de Alcoólicos Recuperados do Distrito de Aveiro, Mário Soares, que criou esta IPSS em 1999, fundamentalmente para apoiar quem sofre por causa do vinho, directa ou indirectamente.
Mário Soares é um alcoólico recuperado e o principal dinamizador desta instituição, que já atendeu cerca de 500 doentes, estimando-se a taxa de sucesso em 65 por cento. Os alcoólicos são doentes e nunca deixam de o ser. Podem, no entanto, levar uma vida absolutamente normal, se se tornarem abstémios e se forem permanentemente ajudados por familiares e amigos. No dia em que tocarem na bebida, é certo e sabido que a doença regressa em força, garantiu-nos o presidente do CARDA.
(Para ler todo o texto, clique SOLIDARIEDADE)

sexta-feira, 10 de junho de 2005

Um artigo de Pedro Correia, no DN

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CAMÕES
Poucos autores como Luís de Camões têm resistido tanto ao desgaste do tempo. A prova está à vista, na própria linguagem quotidiana dos portugueses. Abre-se um jornal, escuta-se um noticiário radiofónico e lá surge uma expressão camoniana, com a marca inconfundível do seu autor.
Quando dizemos "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" ou "amor é fogo que arde sem se ver", estamos (mesmo sem saber) a prestar homenagem ao mais célebre dos nossos poetas, falecido a 10 de Junho de 1580 - data que se tornou Dia Nacional . Trata-se, em qualquer dos casos, de primeiros versos de sonetos de Camões que resistiram incólumes à erosão do tempo e à sucessão de modas. Como observou Jacinto do Prado Coelho, "Camões foi um intérprete incomparável da portugalidade".
(Para ler todo o artigo, clique aqui)

FÁTIMA: Peregrinação Nacional das Crianças




Milhares de Crianças reflectem 
sobre a importância da vida 

A Peregrinação Nacional das Crianças a Fátima juntou esta manhã, no Recinto de Santuário, milhares de meninos e meninas vindos de todo o país, que foram convidados a reflectir sobre o valor e o dom de Deus que é a vida. Com um total de cerca de 90 mil participantes, as cerimónias religiosas decorreram em torno de um altar levantado na zona entre a estátua do Sagrado Coração de Jesus e o altar do Recinto. Um cartaz gigante, com a representação de Jesus Cristo, foi colocado no altar. Outros dois foram pendurados no exterior das colunatas norte e sul, para contextualizar o tema da peregrinação, “Não matarás – A vida é dom do Senhor”. 
Participaram na missa 45 militares das academias dos três ramos das forças armadas e de segurança (Escola Naval, Academia Militar e Academia da Força Área). No final da celebração, no tão aguardado momento da “Surpresa”, seis pára-quedistas realizaram um salto, para grande alegria dos pequenos e dos adultos, aterrando em pleno Recinto de Oração. Cada pára-quedista, após a aterragem, foi recebido com uma salva de palmas, ao som dos cânticos “O Senhor é bom” e “Não matarás”. 
Sempre com o propósito de sensibilizar para o dom de Deus que é a vida, e para a importância da sua defesa, vários organismos e entidades marcaram presença nas cerimónias. Numa grande cruz de madeira, colocada entre o altar e a escadaria da Basílica, no momento da oração dos fiéis, vários membros de instituições empenhadas na vida, nas mais diversas áreas, dependuraram, nos braços da cruz, faixas com os símbolos e os nomes de algumas instituições que têm a defesa e promoção da vida como objectivo principal. Durante anos ligado à Comissão de Organização da Peregrinação das Crianças, D. Anacleto de Oliveira, bispo auxiliar de Lisboa, presidiu este ano às cerimónias. 
No momento da homilia, o prelado explicou a todos a importância de dar graças a Deus pelo dom da vida. Num discurso espontâneo e dirigido essencialmente aos mais novos, procurou sensibilizar os participantes para o facto de que “a vida é um dom do Senhor” e pediu para que se rezasse por todas as pessoas que deram a vida pelos outros, à semelhança do que fez Jesus Cristo.