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domingo, 9 de janeiro de 2022

Gafanha do Carmo - Pe. José Lourenço

José Soares Lourenço nasceu a 14 de julho de 1923, no lugar do Brunhido, Valongo do Vouga (Águeda). Filho de Artur Lourenço e de Maria Dias Soares. Da sua formação consta a frequência dos Seminários de Coimbra, de Santa Joana (Aveiro) e dos Olivais (Lisboa).
A 13 de julho de 1947, foi ordenado presbítero, na Igreja de Vagos, numa cerimónia presidida pelo Bispo D. João Evangelista de Lima Vidal.
José Lourenço teve uma longa carreira ao serviço da Igreja, na sua primeira nomeação (1947) foi colocado ao serviço da Paróquia de S. Salvador, Ílhavo, sendo depois transferido para a Murtosa. No ano de 1950 foi nomeado vigário paroquial da Gafanha da Encarnação e Capelão da Gafanha do Carmo. A 6 de novembro de 1957, com a criação da Paróquia da Gafanha do Carmo, da qual o presbítero foi um dos grandes impulsionadores, tornou-se o seu primeiro pároco. Ali serviu até 1986, assumindo também a paróquia da Gafanha da Boa-Hora a partir de 1975. Em 1986 foi transferido para Silva Escura. Exerceu, ainda, o múnus de arcipreste de Sever do Vouga (1993-1996) e vigário paroquial de Águeda (1996-1999). Em 2013, regressou a Ílhavo coadjuvando o Padre Urbino Pinho.
Durante os diversos anos que esteve à frente da Paróquia da Gafanha do Carmo iniciou a construção da nova Igreja paroquial, inaugurada a 17 de novembro de 1974, e foi o assistente fundador do Agrupamento de Escuteiros deste lugar.
Faleceu a 27 de agosto de 2016, aos 93 anos. Encontra-se sepultado no Cemitério da Gafanha do Carmo.

NOTAS:
1. Trabalho elaborado pelo CDI (Centro de Documentação de Ílhavo) da CMI, integrado no projeto "Se esta rua fosse minha";
2. Na Gafanha do Carmo, na fronteira com a Gafanha da Encarnação, encontramos a Rua Padre José Lourenço. Este topónimo foi aprovado pela Câmara Municipal de Ílhavo a 31 de maio de 2013 (Ata CMI N.º 31/2013), sendo atribuído à antiga Rua P;
3. Foto do Pe. José Lourenço do meu arquivo.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Arrais Gabriel Ançã

A nossa gente

Gabriel Ançã na Costa Nova

Gabriel Ançã nasceu em Ílhavo, a 8 de janeiro de 1845, filho de José Ançã, pescador, e Maria Francisca.
Frequentou a escola primária do Prof. Ratola, na Lagoa, onde foi colega do poeta Alexandre Conceição.
Filho de pescador, acompanhava o pai nas lides da pesca, desde os 7 anos, não só na Costa Nova, mas também na zona de Lisboa, entre novembro e maio, na pesca do sável.
Gabriel Ançã tinha uma grande desenvoltura no mar, por isso, não foi estranho para os demais quando integrou a tripulação do salva-vidas do famoso Patrão Joaquim Lopes. Ao serviço deste, destacou-se no salvamento de uma embarcação inglesa que tinha encalhado no Bugio, junto à foz do Tejo, onde, ao dar-se pela falta de uma criança no regresso do salvamento, o jovem Ançã partiu sozinho no seu encalço, nadando até a encontrar.
Aos 19 anos ascende ao lugar de arrais. Aos 21 anos, a 28 de setembro de 1867, estabeleceu-se em Ílhavo, onde contraiu matrimónio com Maria Rosa de Jesus, a Paroleira, e do qual resulta uma prole de sete filhos.
Um dos primeiros salvamentos a trazer grande notoriedade a Gabriel Ançã terá sido o seu contributo para o socorro dos náufragos do vapor francês Nathalie. Esta embarcação encalhou ao largo da praia da Torreira, no dia 23 de outubro de 1880. As fontes apresentam versões contraditórias sobre o papel do arrais neste salvamento, tendo-se até especulado se este ato se não se deveu unicamente às companhas de Manuel Firmino e à população murtoseira. O que se sabe é que Gabriel Ançã não constava da lista de indivíduos agraciados por este acontecimento pelo governo, embora o mesmo tivesse sido condecorado pelo governo francês. Resta, porém, a dúvida se foi por este ou outro salvamento.
Seis anos mais tarde, a 11 de outubro de 1898, o arrais conseguiu salvar toda a sua tripulação (34 ao todo) ao largo da Costa Nova. Durante uma tempestade, conduziu a embarcação até S. Jacinto à força de remos, não deixando que o ímpeto de nenhum pescador esmorecesse, tendo ele próprio assumido o lugar de um dos remadores, quando a força lhe falhou.
Estes feitos foram reconhecidos quando, em 1886, foi condecorado por D. Luís com a medalha de ouro por distinção, filantropia e generosidade, e, em 1898, recebeu a mesma distinção em prata. Ao todo, Gabriel Ançã registou mais de 90 salvamentos, mas muitas fontes atribuem-lhe 123.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Silêncio fora do mundo mas no mundo



O Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, mais conhecido por Convento da Cartuxa, já fechou portas em Évora. Foi o único mosteiro contemplativo masculino de Portugal e não tem vocações, num país cuja origem foi marcada pelo cristianismo. Afinal, a razão é fácil de compreender: Os residentes eram dois octogenários e dois nonagenários. Foram transferidos para a Cartuxa espanhola, perto de Barcelona. Imagino quanto seria difícil viver na prática o silêncio contemplativo uma vida inteira, por opção. Fora do mundo mas no mundo. 
Contaram-me que não faltaram pedidos de orações pelas mais variadas causas ou situações, na busca da ajuda divina, mas no fundo essa opção de vida assinalada no dia a dia pela oração tem raízes na alma de muitos crentes e na sensibilidade de muitos não crentes ou ligados a outras espiritualidades próximas das mais diversas culturas. 
O silêncio faz parte da essência do ser humano, sobretudo quando procura vias para outras vidas abertas a novas descobertas de realização pessoal. Quantas vezes desejamos estar sós na agitação quotidiana que não conduz a parte nenhuma. 
Admiro profundamente os que são capazes de cultivar o silêncio apostando na contemplação que nos eleva ao divino.

F. M.

NOTA- Morre, no dia 15 de Fevereiro de 2007, Frei Gabriel Manuel Rei de Oliveira, padre que fora do clero de Aveiro, natural de Vagos (1925), e que desde 1970 era monge cartuxo. Conheci-o  pessoalmente no Seminário de Aveiro. Era uma pessoa dinâmica, falava com desenvoltura e nunca imaginei que fosse capaz de viver no silêncio. Mas foi. FM

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Notas do Meu Diário — Senhora de Vagos




No próximo dia 5 de outubro, vai realizar-se a romagem à Senhora de Vagos, como lhe chama o povo, mas o seu verdadeiro título é Santa Maria de Vagos, como bem lembrou, há anos, o Pe. Carvalhais, prior de Vagos, com obra publicada sobre o tema. A dinamização da romagem é da responsabilidade da ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré), presentemente liderada pelo Humberto Rocha, um familiar e amigo cujo dinamismo bastante aprecio. 
O programa da romaria está no blogue da Paróquia de Nossa Senhora da Nazaré e precisa de ser lido, sobretudo por quem quer e pode participar, até porque há fortes motivos que justificam a visita, em grupo, a Santa Maria de Vagos, onde não falta espaço para o convívio, para a festa, para o piquenique e até para a meditação. 
Esta Nota do meu Diário, dedicada ao tema, visa lembrar a importância de cultivarmos as nossas tradições, homenageando, de forma simbólica, os nossos antepassados, originários, há séculos, de terras de Vagos, como pode ser confirmado por pesquisas genealógicas e ainda pelos apelidos e alcunhas que perduram até aos nossos dias. 
É certo que a Gafanha da Nazaré (como as demais Gafanhas) acolheu, ao longo dos tempos, gentes das mais variegadas paragens, que nos cumpre honrar, pois também foram construtores da nossa sociedade e alicerces do nosso progresso a vários níveis.
Os meus parabéns pela iniciativa com votos de sucesso.

Fernando Martins

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Festas de Vagos


Vagos faz parte integrante do nosso ADN. Os primeiros gafanhões vieram, no séc. XVII, de terras vaguenses com seus hábitos, tradições e, ainda, com muita garra para cultivar dunas, arrancando delas, regadas com muito suor, o pão de cada dia. Semeavam e plantavam, voltavam a semear e a plantar, e mais tarde, estas dunas, de que temos vestígios em cada canto, tornaram-se num celeiro da região, sendo as suas batatas as preferidas nos mercados de Aveiro e Ílhavo, como lembra Leite de Vasconcelos. 
Por tudo isto, Vagos permanece colado à nossa alma e, quer queiramos ou não, as alegrias dos vaguenses serão sempre as nossas alegrias, a nossa ternura e a nossa gratidão.

Sobre Santa Maria de Vagos, ler aqui. 

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Romagem à Senhora de Vagos em 5 de outubro


Promovida pela ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré), vai realizar-se, no próximo dia 5 de Outubro, feriado nacional, a já tradicional romagem à Senhora de Vagos, em jeito de homenagem aos nossos antepassados que da zona de Vagos vieram para os areais da Gafanha.
A partida, de bicicleta, está marcada para as 10 horas, junto ao Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, agora denominado Fábrica das Ideias. A cerimónia, no Santuário de Santa Maria de Vagos, será pelas 11h30. Nela, atuarão o grupo de Fados de Coimbra “Portas de Água” e o Coral da Universidade Sénior da Gafanha da Nazaré.
A ADIG sugere que os romeiros também podem deslocar-se de carro, facilitando o transporte de pais e avós e de outras pessoas. Aquela associação lembra ainda a todos os participantes que será conveniente levar farnel para almoçar no recinto.

Ler Santa Maria de Vagos na história e na lenda

domingo, 10 de abril de 2016

Nossa Senhora de Fátima entre nós

Seis paróquias unidas 
na receção à Mãe de Deus


Ontem, sábado, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima foi venerada pelo povo do Arciprestado de Ílhavo, numa Eucaristia celebrada no Jardim Oudinot, pelas 16 horas, antes da sua partida para o arciprestado da Murtosa. À Eucaristia, presidiu o nosso Bispo, D. António Moiteiro, tendo com ele concelebrado os párocos e demais sacerdotes que trabalham nas seis paróquias: S. Salvador, Gafanhas da Nazaré, Encarnação e Carmo, Costa Nova do Prado e Praia da Barra.
A Imagem Peregrina, que anda a percorrer o nosso país, entrou em terras ilhavenses na sexta-feira, vinda de Vagos. Foi recebida na Vista Alegre, seguindo depois para S. Salvador, terminando a sua estada entre nós com a passagem pelo ferry-boat, com destino à Torreia, Murtosa. Depois, rumará à Diocese do Porto.
Com o tempo bom que se fez sentir, «tempo encomendado para cada um de nós, para podermos celebrar os louvores a Deus e honrar a Sua e nossa Mãe», no dizer de D. António Moiteiro, foi muito agradável sentir o palpitar das nossas gentes, muito devotas de Nossa Senhora de Fátima. Foi aí, no meio do povo, que tivemos a oportunidade de perceber quanto a Mãe de Deus é venerada como protetora de cada um dos seus filhos.

O nosso povo (Foto de Vítor Amorim)
O nosso Bispo, numa oportuna referência ao Evangelho deste domingo (Jo 21, 1-14), sublinhou que «todos somos convidados para a pesca; todos somos chamados a lançar a rede para anunciar o Reino de Deus». E adiantou que «o convite à pesca é feito para toda a humanidade; é feito para que o Evangelho chegue a todos; é feito para que o Ressuscitado nos ponha em comunhão com o Pai e nos dê o seu Espírito». 
Dirigindo-se a Nossa Senhora, suplicou-lhe que nos abençoe e proteja, bem como as nossas famílias e paróquias, em especial aqueles que mais precisam: os doentes, os que sofrem, os desempregados, mas ainda os que fugiram das suas terras por causa da guerra.
Por sua vez, o Arcipreste de Ílhavo, Padre António Cruz, dirigiu palavras de gratidão a todos os que colaboraram nesta receção à Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, aos convidados e autoridades, cuja presença «é para nós motivo de grande alegria». Referiu que «a visita da Mãe foi uma experiência maravilhosa, que nunca mais esqueceremos», frisando que o «Arciprestado de Ílhavo é também terra de Santa Maria».
O Padre Cruz concluiu afirmando que «é hora de gratidão e de compromisso, mas também de despedida», ficando connosco a certeza do amor de Nossa Senhora, «farol e caminho», que nos conduzirá «ao único Porto Seguro — Deus Misericordioso».

Fernando Martins

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Passeios

Santuário de Schoenstatt 
Em moda estão as caminhadas e os passeios de bicicleta. De manhã e à noitinha, não faltam ranchos que caminham tranquilamente. E fazem-no com animação, conversando e rindo. Por razões de saúde e de convivência, está bem de ver. E os ciclistas terão os mesmos objetivos. Então, propomos que de em vez em quando, nestas férias, se peregrine aos santuários de Schoenstatt e de Santa Maria de Vagos. O primeiro, com a finalidade de sentir a serenidade que ali se experimenta, associando-lhes a oração que possa brotar de cada coração agradecido pelas dádivas do céu. O segundo, em homenagem às principais raízes das gentes gafanhoas, num ambiente agradável. Santa Maria de Vagos ali está acolhedora desde a fundação da nacionalidade.


quinta-feira, 3 de julho de 2014

FÉRIAS EM TEMPO DE CRISE

Santuário da Senhora de Vagos

Falar de férias nos dias de hoje, sobretudo para quem não tem emprego ou vive de ordenados baixos e incertos, pode parecer ofensivo, mas não é essa a nossa intenção. O que se pretende é sugerir a todos os que puderem e quiserem uma peregrinação ao Santuário de Santa Maria de Vagos, localizado numa zona aprazível, durante um domingo ou mais. Para o nosso povo, esta peregrinação poderá revestir-se de uma visita às raízes gafanhoas, com matriz especial nas terras vaguenses.
Ali, entre o arvoredo abençoado pela Senhora de Vagos, ao longo de tantos séculos, será possível confraternizar em família ou em grupos mais alargados, “conversar” com Nossa Senhora o tempo que desejarem, petiscar uma merenda previamente preparada sem grandes gastos, registar a iniciativa em espontâneas fotos, lembrar tradições de que andamos, talvez, um pouco afastados. Depois, o regresso mais desanuviados do stresse dos nossos quotidianos. Para ajudar, deixo aqui umas notas.

Pode ler mais aqui 

sábado, 20 de outubro de 2012

Missão Jubilar: da Diocese de Aveiro

Abertura: Amanhã, domingo, 
na Sé de Aveiro, pelas 14.30 horas




Amanhã, domingo, 21 de outubro, vai acontecer na Sé de Aveiro, pelas 14.30 horas, a abertura da Missão Jubilar, uma iniciativa que visa celebrar os 75 anos da restauração da nossa Diocese, que ocorreu em 11 de dezembro de 1938. A partir de domingo, por esse motivo, a Igreja Aveirense vai viver, até dezembro de 2013, um ano pleno de atividades, num espírito de abertura ao mundo e em missão, com o envolvimento de todos os católicos que assumiram a sua condição de batizados. 
Importa, por isso, que todos os católicos estejam atentos à dinâmica da Missão Jubilar, animados pelo desejo de colaborar e na esperança de que a Boa Nova de Jesus Cristo venha a contribuir, realmente, para a construção de um mundo melhor, assente na verdade, na justiça, na caridade e na fraternidade.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Nomeações do Bispo de Aveiro




O Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, procedeu a nomeações para o serviço do Povo de Deus, recordando que  «vamos viver este ano em Missão Jubilar, ao celebrar setenta e cinco anos da restauração da nossa Diocese». E lembra que «aí  se centra o dinamismo mobilizador que dia a dia queremos imprimir ao agir pastoral de todos os membros do Povo de Deus, nesta Igreja diocesana e em todas as suas Comunidades, Movimentos e Grupos apostólicos».
D. António frisa a importância de «renovar e dinamizar as estruturas e serviços pastorais da Diocese “em ordem a sermos uma Igreja diocesana sólida e formada na fé, estruturada, funcional e interventiva no meio humano e na realidade em que vive, para ser âncora e farol de esperança na construção do Reino de Deus em Aveiro”.

Nomeações:

P.e João Manuel Marques Gonçalves, Assistente do Secretariado Diocesano de Animação Missionária (SDAM) e da Orbis-Cooperação e Desenvolvimento;

P.e Manuel Martins Simões de Melo, Pároco de S. Vicente de Sangalhos, no Arciprestado de Oliveira do Bairro;

P.e João Carlos de Almeida Carvalho, Pároco de S. Bartolomeu do Troviscal e de S. Martinho de Amoreira da Gândara, no Arciprestado de Oliveira do Bairro;

P.e Leonardo António Pawlak, Pároco de Santa Maria de Alquerubim, S. Paio de Frossos e S. João de Loure, no Arciprestado de Albergaria-a-Velha;

P.e Ivanil José Portela, Pároco de S. João Baptista de Cedrim, continuando Vigário Paroquial de Santa Maria de Sever do Vouga e de Nossa Senhora do Loreto de Paradela, no Arciprestado de Sever do Vouga;

P.e Manuel Lopes Ribeiro, Sacerdote da Congregação dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus, Pároco de S. Salvador de Covão do Lobo e de Santa Catarina, no Arciprestado de Vagos.

Ler mais aqui

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

ADIG em romaria ciclista às fontes gafanhoas


Fados no Santuário

A viagem com boa disposição


Ontem,  5 de outubro, a ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré) foi em romagem ciclista ao Santuário de Santa Maria de Vagos, numa visita simbólica às origens da nossa gente. Participaram 40 ciclistas, a que se juntaram mais 20 pessoas que se deslocaram de carro. 
O presidente da associação, Júlio Cirino, sublinhou no santuário que ali foram «ao encontro da fonte das nossas raízes, por daqui terem saído, há mais de dois séculos, muitos dos nossos antepassados». Referiu que «é a primeira vez que a ADIG, ou qualquer outra instituição da Gafanha, o faz de modo tão expressivo». 
Na mesma altura, recordou que os gafanhões com origem na região de Vagos eram «gente de rija têmpera», gente que, «em momentos de maior aflição, unia-se, em preces fervorosas, à Nossa Senhora de Vagos, e assim encontrava alguma razão de ser para as suas vidas, ainda muito primárias».

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Santa Maria de Vagos, na Lenda e na História

Texto elaborado para a visita, de bicicleta, 
ao Santuário da Senhora de Vagos, 
em 5 de Outubro, com organização da ADIG


Das Lendas 

Diz o padre Domingos Rebelo dos Santos, antigo prior da Gafanha da Nazaré, no seu livro “O Culto a Maria na Diocese de Aveiro”, que a história de Nossa Senhora de Vagos está ligada ao mar. «Segundo a tradição, a imagem primitiva (dos finais do século XII ou princípios do século XIII) veio de França. Um navio deu à costa onde se despedaçara, e o capitão, na operação de salvamento, conseguiu trazer para terra uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, que o acompanhava. Escondendo o seu tesouro, foi junto da população próxima, Esgueira, pedir ao pároco que lhe desse um lugar condigno na sua igreja.» 
Depois, acrescenta a lenda, perdeu-se o rasto da imagem… acabando por não ir para Esgueira. 
Da lenda, ainda se sabe que a D. Sancho I, estando em Viseu, «lhe aparecera a Senhora em sonhos e lhe ordenara que fosse a determinado lugar onde acharia a sua imagem, e que no mesmo lugar lhe edificasse uma capela… 
«O rei terá vindo sem guia e, com toda a facilidade, terá encontrado a imagem como a vira em sonho. Mandou construir a capela e juntamente uma torre para defesa dos que assistissem à Senhora.» 


quinta-feira, 25 de junho de 2009

Dia da Igreja Diocesana: Domingo, 28 de Junho, no Santuário de Santa Maria de Vagos

Santuário de Santa Maria de Vagos
:
Todos os diocesanos estão convidados
O Dia da Igreja Diocesana celebra-se no Domingo, 28 de Junho, no Santuário de Santa Maria de Vagos. Este dia é sempre uma ocasião de convívio, oração e reflexão das paróquias, padres, leigos, grupos, movimentos e outras estruturas que compõem a Diocese. Todos os cristãos estão convidados para este dia, que conclui com a Eucaristia presidida por D. António Francisco, às 16 horas. No canal de TV Online da Diocese de Aveiro (http://www.diocese-aveiro.pt), será transmitida em directo, pelas 16 horas, a Eucaristia do Dia da Igreja Diocesana, presidida pelo Bispo de Aveiro.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Nota Pastoral do Bispo de Aveiro sobre o Ano Paulino

APRENDER COM PAULO,
PROPÓSITO DA IGREJA AVEIRENSE
A Igreja Aveirense quer “aprender com Paulo a paixão pelo Ressuscitado, o gosto pela sabedoria do Evangelho, a abertura aos novos caminhos de renovação, as razões firmes da esperança, a determinação para ir ao encontro de todos na imensa vastidão do mundo a evangelizar” – afirmei na homilia da celebração eucarística do Dia da Igreja diocesana no Santuário de Santa Maria de Vagos. Na mesma ocasião e perante numerosa assembleia de fiéis, fiz a abertura do “Ano Paulino” com um gesto cheio de simbolismo: a apresentação pública da imagem de S. Paulo que, significativamente, provinha da paróquia de Belazaima do Chão, no arciprestado de Águeda. Quero, agora, aprofundar este simbolismo e desenvolver algumas dimensões da vida e da obra de S. Paulo que podem ajudar-nos a enriquecer a nossa vida cristã, a das nossas comunidades, a dos vários movimentos e associações e a apreciar as propostas pastorais do próximo Ano Apostólico.
Ler mais em Diocese de Aveiro

terça-feira, 1 de julho de 2008

Diocese de Aveiro: cinco anos ao serviço da caridade

A diocese de Aveiro estará nos próximos cinco anos voltada para o serviço da caridade. Este anúncio foi feito por D. António Francisco dos Santos, bispo de Aveiro, por ocasião do dia da Igreja Diocesana, que teve lugar no domingo, no Santuário de Santa Maria de Vagos. O actual ano pastoral foi voltado para “O serviço aos mais pobres é sinal visível e expressivo da verdadeira Igreja de Jesus Cristo”. Mas porque “servir os pobres com uma solicitude permanente” e caridade “não se esgota nunca”, a igreja de Aveiro sente que “o trabalho pastoral ao longo do ano realizado deve ampliar-se, alargar-se e consolidar-se”. Na homilia que o Bispo de Aveiro dirigiu aos diocesanos, assinalando também o início do ano Paulino, D. António Francisco dos Santos referiu que a igreja diocesana quer “aprender com Paulo a paixão pelo Ressuscitado, o gosto pela sabedoria do Evangelho, a abertura aos novos caminhos da renovação, a determinação para ir ao encontro de todos na imensa vastidão do mundo a evangelizar”. “Temos tanto a aprender com estes Apóstolos (Pedro e Paulo) para não fecharmos o anúncio do Evangelho e a missão da Igreja àqueles que já conhecem Deus, que já vivem d’Ele”. D. António Francisco dos Santos indica que espera “uma sociedade nova a nascer de uma civilização em mudança, onde a procura de Deus é silenciosa e complexa, onde as praças já não têm lugares para o Deus desconhecido, mas onde no coração humano continua a haver espaço para o Deus necessário”. “Esperam crianças sem baptismo, jovens desejosos de encontrar certezas de fé e razões de esperança, famílias que querem ver o seu amor abençoado e os seus filhos a crescer com critérios de dignidade e de valor, idosos a braços com provações trazidas pelo peso da idade, pela doença e pela solidão”, pois são muitos os que aguardam “sinais concretos de acolhimento da Igreja” para regressar a uma descoberta da fé, numa missão confiada a todos. “Todos somos chamados e convocados para a missão: bispo, presbíteros, diáconos, consagrados(as) e leigos(as)”.
Fonte: Ecclesia

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Dia da Igreja Diocesana: 29 de Junho

Santuário de Santa Maria de Vagos

Da Mensagem do Bispo de Aveiro
"Convido e convoco toda a Diocese: presbíteros, diáconos, seminaristas, consagrados(as) e leigos(as) para, no próximo dia 29 de Junho, celebrarmos no Santuário de Santa Maria de Vagos, o Dia da Igreja Diocesana.
Vamos aí sentir a alegria da nossa fé, fortalecer a comunhão da Igreja diocesana e celebrar a Eucaristia, sacramento da caridade e “dom de Deus para a vida do mundo”.
Vamos reencontrar e unir no Dia da Igreja Diocesana todos os dias do Ano Pastoral já vividos, afirmar passos já dados, avaliar o caminho percorrido e delinear o novo ano pastoral que daqui se anuncia.
Vamos saudar e agradecer quantos na vida sacerdotal, consagrada ou matrimonial celebram durante este ano momentos jubilares marcantes.
Alegra-me convidar de forma especial e acolher com particular dedicação todos aqueles para quem este ano pastoral significou uma etapa nova ou marcou um modo diferente de ser Igreja ou de viver em Igreja: os sacerdotes recebidos na Diocese, as irmãs religiosas aqui regressadas ou recém-chegadas às suas Comunidades, os que iniciaram a sua caminhada no Seminário ou no Pré-Seminário, os novos diocesanos, as famílias que celebraram o seu matrimónio ou o baptismo dos seus filhos, as crianças que pela primeira vez receberam a Eucaristia e os jovens e adultos crismados ao longo do ano.
Tem profundo significado sentir a presença dos grupos de acção sociocaritativa das diferentes Comunidades."

Pode ler toda a Mensagem de D. António Francisco

segunda-feira, 12 de maio de 2008

DEVOÇÕES

Santuário de Fátima

Santuário de Santa Maria de Vagos

Santa Joana Princesa

Hoje, na região de Aveiro, convergem três devoções de grande significado para os católicos. Para os ditos praticantes e para os que gostam de se classificar como não praticantes. Ainda não percebi bem o porquê desta dicotomia, mas que ela existe, em conversas, lá isso existe. As três devoções a que me refiro são as celebrações do dia da Padroeira da cidade e diocese de Aveiro, Santa Joana, de Santa Maria de Vagos e de Nossa Senhora de Fátima. Nestes dois últimos casos, são as festas em honra da mesma Senhora. No primeiro, trata-se da beata Princesa Joana, cuja memória o povo de Aveiro gosta de manter viva no coração e na vida.
Para Fátima, a esta hora, ainda caminham, decerto, intermináveis filas de peregrinos, de todos os recantos de Portugal e do Mundo, em busca de um olhar materno da Mãe de Deus e nossa Mãe, de tantas alegrias e dores. Se calhar, mais das dores. Para Vagos, para o santuário que vem dos tempos do Rei Sancho, há tantos séculos, peregrinam os de Cantanhede, mas também os de toda esta região, para quem, a segunda-feira depois do Pentecostes, é dia de romaria, com promessas a cumprir e orações de súplica. Mais fervorosas, talvez, em épocas de fomes, de doenças, de necessidade do espiritual, que, com o trabalho e com as canseiras, fica um pouco esquecido, acabando, normalmente, por vir à tona, mais tarde ou mais cedo.
Com Santa Joana temos outra grande devoção, que se estende, curiosamente, a crentes e não crentes. Pelos meus diversos contactos com o povo aveirense, tenho constatado que a nossa Princesa está no coração de todos. Não há, presentemente, as romarias tradicionais, mas há um culto sentido pelas pessoas e partilhado por artistas de todos os quadrantes estéticos. Escreve-se continuamente sobre a padroeira da cidade e diocese. Ela consegue estar em todos os lados: na poesia, na história, nos discursos dos políticos, nas ruas, nas associações e grupos cívicos, nos estabelecimentos, nas ruas e praças, nas irmandades, nas paróquias… E não é tradição que os romeiros de Santiago por aqui passavam, a caminho de Compostela, unicamente para visitarem o túmulo da filha de D. Afonso V?
A quantos hoje e amanhã peregrinam à Nossa Senhora de Fátima e à Senhora de Vagos, a quantos em Aveiro participam nas festas de Santa Joana e se abeiram do seu túmulo ou participam na procissão e demais cerimónias, a quantos alimentam por estas formas a sua fé e a quantos apreciam a fé dos outros, os meus votos de que passem estes dias com alegria e paz.

FM

domingo, 23 de março de 2008

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 70


EDIFÍCIOS ESCOLARES NA GAFANHA

Caríssima/o:

Do que se tem dito facilmente se conclui que a Gafanha era terra mal amada pelas autoridades concelhias, pois quase todos os edifícios escolares funcionavam em construções que deixavam muito a desejar.
Assim escrevia o P. João Vieira Resende em 1940:

«Até hoje, em toda a Gafanha, apenas há quatro edifícios escolares próprios. As outras escolas têm funcionado em casas particulares, por arrendamento.
São os seguintes os edifícios próprios onde funcionam as escolas da Gafanha:
- Um na Gafanha do Carmo, com um só lugar para o sexo masculino, construído e doado ao Estado em 1925 por José Ferreira Jorge, para ali ser colocado o seu filho e actual Professor, Sr. José Cândido Ferreira Jorge.
- Outro na Gafanha de Aquém, com um lugar para o sexo masculino e outro para o sexo feminino. Foi construído e doado ao Estado em 1925 pelo falecido Professor de Ílhavo José Nunes da Fonseca, para ali ser colocada a sua filha, a Sr.ª D. Vicência da Conceição Fonseca. Em 1936, foi reconstruído pela Câmara Municipal de Ílhavo com a comparticipação do Estado. Tem um lugar para cada sexo.
- Outro no lugar da Chave, da freguesia da Gafanba da Nazaré, com um lugar para cada sexo, construído e doado ao Estado em 1921 (?) por António Carlos, para ali ser colocada sua filha e actual Professora, a Sr.ª D. Maria da Luz Carlos. Foi reconstruído em 1930 pelos Srs. Sebastião Lopes Conde e Manuel Carlos Anastácio.
- Um outro na Gafanha da Boa-Hora, com um lugar para cada sexo, construído em 1934 pela Câmara Municipal de Vagos.»
[MG, 211]

Curioso o desabafo que lhe escapou na página 206, em nota, e que lança uma confusão que se encontra desfeita acima:

«Arquivemos aqui a vergonhosa realidade de, ainda hoje, as três escolas da Gafanha da Encarnação funcionarem num acanhado e velho pardieiro de aluguer. Sempre abandonada! A Gafanha do Carmo tem edifício próprio para o sexo masculino, mandado construir pelo seu professor José Cândido Ferreira Jorge. Também no lugar da Chave, da Gafanha da Nazaré, Sebastião Lopes Conde e Manuel Carlos Anastácio mandaram construir um belo edifício para dois lugares de professor.»

Tão pouco se tem escrito sobre a Gafanha que estas linhas do Padre Resende soam como uma bênção, embora nos abram sorrisos descontraídos algumas das suas observações. Bom seria que se pegasse nas suas deixas e se construísse obra de raiz. Sei que não é fácil nem cómodo, mas é urgente!

Santa Páscoa!

Manuel

terça-feira, 20 de novembro de 2007

AS NOVENAS DA MINHA INFÂNCIA


Não é novidade para ninguém se dissermos que os nossos avós eram gente crente, de uma fé inquebrantável bebida no seio da família, onde as orações quotidianas tinham hora marcada. Ao levantar e ao deitar ficavam por conta de cada um, mas às refeições, em especial antes ou depois da ceia, havia habitualmente momentos de oração colectiva, com o terço a marcar presença na grande maioria dos lares gafanhões. O pai ou a mãe, se aquele andavam embarcados, ou um dos filhos, orientava a reza do terço, onde no final eram recordados todos os familiares falecidos, com, por vezes, intermináveis orações pelas suas almas, não ficando esquecidos os vizinhos e amigos.
Mas hoje vamos lembrar as novenas que, como o nome indica, eram promessas em que participavam nove pessoas, normalmente gente muito nova, para além da pessoa em dívida para com qualquer santo ou santa, ou mesmo Nossa Senhora. Também participámos em algumas delas, motivo por que hoje as queremos recordar, sabendo de antemão que alguma coisa passará, tantos são os anos que já se foram.
A “dona” ou o “dono” da promessa fazia os inevitáveis convites a nove meninos e meninas, ou só meninos ou só meninas, rapazes ou raparigas, conforme o prometido, e no dia aprazado, por norma ao domingo ou em qualquer dia santo de guarda, lá íamos em grupo, a pé, ora à Senhora da Saúde, na Costa Nova, ora à Senhora dos Navegantes, no Forte, ora ao S. João, na Barra, ora à Senhora de Vagos, onde rezávamos o terço e uma ou outra oração da devoção da organizadora da novena, para depois se regressar.
Se a novena era a um lugar perto da Gafanha da Nazaré, regressávamos a casa onde nos era servido um pequeno lanche à base de tremoços, pevides e um ou outro bolito. Para regar o que se comia, bebia-se água do poço e em casos especiais lembro-me bem de ter bebido um pirolito (gasosa em garrafinha com uma bola de vidro a servir de rolha, fixa no gargalo pela pressão do gás do próprio líquido). Se era longe, a merenda era mesmo ali, no largo da capela ou da igreja, a uma sombra qualquer, que naquelas idades nem se dava por ela. Contavam-se umas histórias, cantavam-se umas cantigas, algumas religiosas e ao gosto da “dona” da novena, olhávamos uns para as outras e brincávamos, corríamos e saltávamos. A um sinal da chefe lá regressávamos a casa, com uma tarde vivida de forma bem diferente, que naqueles tempos não havia televisões nem rádios com que passar o tempo.
Quantas vezes, a organizadora da novena, talvez pelo gosto de se ver rodeada de gente nova, até marcava uma nova novena para o próximo ano. É que, naqueles tempos, os “médicos” do corpo e da alma, para além dos curandeiros, eram muitas vezes os santos e Nossa Senhora, a quem se recorria em horas de aflição. Nunca nos lembramos de ter participado em qualquer novena em honra de Jesus Cristo, do Espírito Santo ou de Deus-Pai.
Diz o padre Resende, na sua já famosa Monografia da Gafanha, que “o povo da Gafanha, desde épocas remotas, vai em novena à Senhora de Vagos, a Santa Maria Madalena da Tabueira e do Rio Tinto e a outras igrejas e capelas circunvizinhas”. E refere que “nas suas aflições recorrem sempre a Deus ou aos Santos, e por vezes o cumprimento das suas promessas era bastante penoso”.
Claro que os tempos são outros e hoje as novenas caíram em desuso, tão certo estamos disso por não as vermos organizadas por esta Gafanha da Nazaré. Nas outras Gafanhas, não sabemos se ainda se mantêm, ou se também já foram trocadas por outras formas mais modernas de pagar promessas feitas em hora de aflições.
Não sabemos o porquê de essas promessas se apoiarem em nove meninos e meninas, rapazes ou raparigas, mas julgamos que o número nove terá algum valor simbólico ou mágico, a que os antigos estavam muito agarrados. Lembremos as orações e as comunhões nos nove primeiros sábados, por exemplo.
As novenas, como outras promessas feitas pelos católicos, estão também ligadas ao hábito de alguns quererem associar outras pessoas ou familiares às suas devoções. Nós próprios cumprimos algumas promessas feitas por outras pessoas. Minha mãe fez várias promessas que eu achei por bem cumprir para a não desgostar. E não só por isso. Se me diziam directamente respeito, por que não haveria de colaborar com quem teve a bondade e a devoção de interceder junto de Nossa Senhora por mim?


Fernando Martins

Foto: Igreja de Santa Maria de Vagos, restaurada

NB: Aceitam-se achegas e experiências análogas