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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O papel do provedor do leitor num órgão de comunicação social

Quem pensar que o provedor do leitor de um órgão de comunicação social não passa de uma figura simbólica, para apenas levar os órgãos directivos e os profissionais a reflectirem sobre o que fazem ou não fazem, engana-se redondamente. Joaquim Vieira, provedor do leitor do PÚBLICO, age com independência e com rigor, mostrando à saciedade como se cumpre uma missão de suma importância na comunicação social dos nossos dias.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Elogios à comunicação


Todos os projectos de comunicação são úteis. Basta que ofereçam contributos à construção dessa característica fundamental da pessoa humana: a relação.
Por esta perspectiva passa o trabalho de muitos projectos mediáticos. Também os que dependem, pessoal ou institucionalmente, da Igreja Católica em Portugal.
As recentes Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais constituíram prova disso: pela presença de mulheres e homens apostados em propor a toda a sociedade o Evangelho pelos meios de comunicação, pela partilha de diferentes metodologias para comunicar, pelo desejo de ver novos e diferentes projectos audiovisuais a concretizarem-se entre nós, pela busca do trabalho profissional e sobretudo pela constatação do que já se oferece à história da comunicação por imperativos missionários. Aí se incluem projectos pessoais, disseminados pelas redes, ou posturas institucionais, representativas de um todo, que podem chegar aos receptores em qualquer soundbyte mediático.
Esta prioridade oferecida à comunicação acontece em diferentes funções: naquelas que têm por objectivo a comunicação institucional, nas que cumprem um desejo de comunicação em proximidade, nas que geram grupos virtuais e nas que se jogam no palco mediático generalista. E em todas segundo critérios de profissionalismo próprios, tão distantes quanto as ferramentas e metodologias comunicativas: dependem da natureza e dos objectivos da instituição que se quer em comunicação, estão em sintonia com a identidade histórica exigida pelos leitores dos meios regionais e locais, obedecem às gramáticas da comunicação em rede e ombreiam com as demais empresas ou agentes da comunicação quando as mensagens se lançam nos areópagos audiovisuais.
Diferentes funções e ferramentas da comunicação, mas todas necessárias. Palpites sobre o que depende de outros também são precisos. Mais ainda contributos efectivos, concretizados na multiplicidade de presenças mediáticas, pessoais ou institucionais.
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Paulo Rocha

domingo, 31 de maio de 2009

Os portugueses gostam de telenovelas

Quando toca a crianças, é uma alegria
Os portugueses gostam de telenovelas. Gostam mesmo. Penso que esse gosto vem de há muitos anos, quando os brasileiros nos mostraram algumas que apaixonaram muita gente. Não condeno esse simpático gesto. Cada um dá o que tem e o que pode. Conheço gente que já não consegue viver sem elas. Venham elas à hora que vierem, é certo e sabido que não faltam telespectadores. Cada um come do que gosta. Eu também vi algumas, mas depois achei que estava a perder tempo. Senti-me preso, manipulado, dependente. Era como uma droga leve. Depois libertei-me, tornei-me independente e mandei à fava essa perda de tempo. Os portugueses aprenderam a lição que veio dos brasileiros, como aprendem tudo o que é novo. E se vier do estrangeiro tanto melhor. Cheira a coisa fina. Depois começaram a imitá-los. Pelo que tenho ouvido, imitam bem e em alguns casos até os ultrapassam. Dizem… Os temas foram recriados, ampliados e divulgados por literatura da especialidade. As telenovelas têm consumidores. Mas de vez em quando os nossos órgãos de comunicação social acham que é preciso inovar, inventando ou aproveitando assuntos que dão para uma infinidade de capítulos. Pedofilia da Casa Pia, negócios do Freeport vida privada de políticos, escândalos sociais, corrupção. E quando toca a crianças, então é uma alegria. Se ela for estrangeira, tanto melhor. Até fazem filmes. Joana, Maddie, Esmeralda e Alexandra. Esta, que é russa, até dá pano para mangas. Claro que ainda não descobriram umas meninas e meninos cujos pais não têm pão para lhes dar, nem dinheiro para as vestir e educar, ou sem pais e sem família. Uma coisa vos garanto: quando essas telenovelas acabarem, estou cá a pensar que algum guionista vai inventar uma história capaz de as substituir. Os portugueses gostam…
FM

domingo, 24 de maio de 2009

Mensagem do Papa para o 43.º Dia Mundial das Comunicações Socais

"Novas tecnologias, novas relações.
Promover uma cultura de respeito,
de diálogo, de amizade”
“Embora seja motivo de maravilha a velocidade com que as novas tecnologias evoluíram em termos de segurança e eficiência, não deveria surpreender-nos a sua popularidade entre os utentes porque elas respondem ao desejo fundamental que têm as pessoas de se relacionar umas com as outras. Este desejo de comunicação e amizade está radicado na nossa própria natureza de seres humanos, não se podendo compreender adequadamente só como resposta às inovações tecnológicas. À luz da mensagem bíblica, aquele deve antes ser lido como reflexo da nossa participação no amor comunicativo e unificante de Deus, que quer fazer da humanidade inteira uma única família. Quando sentimos a necessidade de nos aproximar das outras pessoas, quando queremos conhecê-las melhor e dar-nos a conhecer, estamos a responder à vocação de Deus - uma vocação que está gravada na nossa natureza de seres criados à imagem e semelhança de Deus, o Deus da comunicação e da comunhão.”
Leia toda a Mensagem aqui
Nota: Clicar na imagem para ampliar

terça-feira, 5 de maio de 2009

MOÇÃO DE CENSURA AO PAPA

A mensagem deste ano para o Dia Mundial das Comunicações Sociais é uma das mais fascinantes destes 43 de celebração. Acerta em cheio nas esperanças e dúvidas que nos geram as novas tecnologias, sobretudo para as crianças e jovens. Se por um lado a média de vida aumentou - cada vez há mais gente a trabalhar aos setenta ou mais – por outro, envelhece-se mais cedo porque as novas tecnologias vão gerando iliteracia digital com uma velocidade estonteante, deixando os dedos ágeis das crianças a tocar as suas sinfonias criptadas que irritam os adultos e os deixam despeitados de não caminharem à velocidade instintiva das novas gerações. O cartaz do Dia Mundial deste parece um enigma. E de facto é. Espécie de provocação para que quem não sabe pergunte do que se trata e o que significa. Que olha o planeta rodeado por asteróides tanto da Net como dos telemóveis. Veja-se por exemplo: Google, Wikipédia, Twitter, Myspace, YouToube, Chats, Blogs, Hi5, Facebook, Ipod, Mp3, 4, Messenger, e mais um interminável desfile de siglas que, aliadas aos compactos literários de quem – diz-se - comete erros ortográficos, desencadeia vias comunicacionais nunca existentes no passado. Por isso se recomenda na carta que acompanha o cartaz: “olhe bem. Parece que há uma gralha no título. Procure entender o que lá está. Se não sabe, pergunte aos jovens e adolescentes. É o que anda nas pontas dos dedos de quase todos. Como diz o Papa: muitas vezes esse mundo parece-nos estranho.” O lançamento do Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano, a nível nacional, será marcado por um “confronto” de jornalistas: como trataram a Igreja desde as conferências do Casino da Figueira às declarações do Papa no avião para os Camarões? Ou, como esteve a Igreja nesses acontecimentos? Não esquecendo a forma como foi noticiada a canonização do Santo Condestável, ou o último acontecimento conhecido: a “moção de censura” dos membros do órgão máximo da Câmara Baixa de Espanha (PSOE, CiU, PNV e parte do PP) a pedir ao Papa explicações pelas suas declarações sobre a SIDA em recente viagem à África. Como se as palavras do Papa tivessem um valor coercitivo. Dizia o E-Cristians: ”O Congresso dos Deputados não é ninguém para intrometer-se no âmbito das considerações morais que de uma posição religiosa se possam manifestar porque, ao actuar assim atenta contra o princípio constitucional de neutralidade do Estado”. E se os belgas (que fizeram algo de semelhante) ouvirem esta teoria, até lhes fará bem. Mas isso iremos debater no próximo dia 21 na Universidade Católica, no encontro de jornalistas. António Rego

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Tanto drama na comunicação social

Hoje ouvi um desabafo de pessoa amiga sobre os noticiários das nossas TVs. Diz que as más notícias já cansam. Eu sei que o nosso mundo está cheio de coisas más, com guerras, desastres, assaltos, mortes. Também há, é certo, notícias e reportagens agradáveis: gente solidária, artistas que transmitem alegria, projectos inovadores, vitórias em vários domínios, imagens belíssimas, sons que tranquilizam, culturas que nos enriquecem… Mas, realmente, o que nos fere é o negativo, o triste. Como inverter este estado de coisas na nossa comunicação social? Será difícil, até porque é preciso educar para novas mentalidades. O negativo terá o seu lugar, mas urge mostrar também, com destaque, o positivo.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

CORREIO DO VOUGA COM NOVA CARA

Jornal feito para os leitores e com os leitores
Chegou-me hoje às mãos um Correio do Vouga com nova cara. Diz a direcção, em nota de esclarecimento, que este semanário da Diocese de Aveiro “muda para ser mais agradável de ler, ter mais informação, ter outra informação”. Assumindo que “parar é morrer”, o Correio do Vouga apresenta-se com outra cara, na “imagem e no conteúdo”, sendo feito “com o mesmo empenho profissional e paixão”. Sendo suspeito em qualquer juízo de valor (não posso esquecer que fui seu director durante 12 anos), não quero enjeitar a obrigação de apoiar as mudanças verificadas, mudanças que são sempre sinais de aposta no futuro, neste mundo de competição desenfreada. Alguma comunicação social não se coíbe de pôr de lado a ética profissional, apenas para vender mais notícias, em especial de sinal negativo, as tais que atraem mais publicidade. O Correio do Vouga, que alinha pela positiva, com boa informação e com a formação adequada, oferece agora, em mais páginas, outras razões para ser mais lido. Além das secções e colaboradores habituais, há novas rubricas, mais notícias um pouco de todos os âmbitos. E até nem sequer foi esquecido o passado, que poderá ser, para muitos leitores, mais um motivo de interesse. O mesmo se diga da “Espiritualidade”, do “Ver, Ouvir, Sair” e do “Almanaque”. E porque é feito para os leitores e com os leitores, esperam-se sugestões. Os meus parabéns para a direcção do Correio do Vouga e para quantos semana a semana o fazem. FM

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Jornadas Nacionais da Comunicação Social

FÁTIMA – 25 e 26 de Setembro
O EVANGELHO DIGITAL A criação continua e Deus não deixa de se “inscrever”na história dos homens. A Igreja, pela palavra e pelo testemunho, vai traduzindo esse registo de todos os tempos – tradição oral, palavra reverberada no eco das culturas e civilizações, escrita, biblos, cartas, actos e apocalipses, mensagens, encíclicas, notícias, bytes, pixeis, em todos os módulos, – vem repetindo oportuna e inoportunamente esse anúncio, entrecruzado na história quotidiana do homem e da salvação. Este é o nosso tempo. A nossa vez. Na auto-estrada da informação, no metálico da informática, nos numéricos entre zero e infinito, como vamos dizendo Deus, Verbo, Jesus, Salvador, transcendência, dentro de todas as formas que o nosso mundo tem de se aproximar e afastar de Deus? Como fazemos esse percurso? Como tocamos a Internet com o olhar e o dedo de Deus? Como difundimos a Boa Nova? Como fazemos os nossos portais, jornais, informações, desenhos, animações, vídeos? Que avaliação humilde e corajosa fazemos do nosso trabalho ou do nosso distanciamento face ao EVANGELHO DIGITAL?
Fonte: Ecclesia

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Ainda o caso Meddie

A TELENOVELA VAI CONTINUAR...
A telenovela vai continuar, pelos vistos. Quando tudo fazia prever que o caso estava arrumado, por falta de provas, eis que um simples livro vem acordar toda a gente para a história dramática da menina desaparecida há mais de um ano sem deixar rasto. A comunicação social, ávida de temas de cartaz, aí está a reconstruir todo o drama. São precisos temas escaldantes para o Verão arrancar em grande, agora que o sol chegou, com assuntos que envolvam as pessoas. Claro que é o Caso Meddie, a menina inglesa. Os casos, que os há, de muitos outros meninos e meninas desaparecidos continuarão no silêncio dos gabinetes policiais. Ninguém repara neles. Ninguém sabe se foram assassinados ou envolvidos pelas redes pedófilas. Não interessa. Só interessa o Caso Meddie. Não me canso de magicar sobre o porquê de tudo isto. Mas sempre vou pensando que, afinal, a “virtude” desta situação está, simplesmente, nos “negócios” de muita comunicação social. Sem casos, não se vendem notícias… No fundo, quer fazer-se passar a ideia de que houve erros graves que dificultaram a descoberta do crime, se é que houve crime. O espectáculo das acusações mútuas, mesmo entre polícias, vai marcar esta época estival. Cá para mim, os erros foram protagonizados por toda a gente: pais que abandonaram os filhos para jantar com os amigos; polícias e demais autoridades que não terão agido com perspicácia e prontidão necessários; comunicação social que apostou friamente em ganhar notoriedade e dinheiro com um drama, alimentando a “telenovela” com capítulos e mais capítulos da história e com repetições de cenas e de coisa nenhuma, até à exaustão; e nós todos que fomos na onda dos manipuladores de opinião. É triste que, de dramas familiares, que envolvem pessoas e sentimentos, se alimentem juízos temerários, enquanto, porventura, se descura o trabalho de investigação, que deve ser feito em silêncio, muito longe dos holofotes dos industriais e comerciantes de notícias. FM

sábado, 3 de maio de 2008

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa


Celebra-se, hoje, dia 3 de Maio, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, instituído, em 1991, pela UNESCO.
O relatório “Worldwide Press Freedom 2007”, da organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF), afirma que Portugal está entre os dez países do mundo com mais liberdade de imprensa, a mesma posição que ocupava no ano transacto, numa lista de 169 países. Os países com maior liberdade de imprensa são a Islândia, a Noruega e a Estónia, enquanto que a Eritreia está em último lugar, seguida da Coreia do Norte e do Turquemenistão.
Angola é o único país lusófono onde não há liberdade de imprensa.
O mesmo relatório considera que o Brasil, Moçambique, Timor-Leste e Guiné-Bissau são países onde impera “liberdade parcial” de imprensa, enquanto Cabo Verde e São Tomé e Príncipe são os únicos países lusófonos com “liberdade total”.
A Eritreia, país africano que faz fronteira com a Etiópia e com o Sudão, é colocada, pela primeira vez, no último lugar da lista anual dos Repórteres Sem Fronteiras, substituindo, assim, a Coreia do Norte (168º), que antes ocupava essa posição.
Apesar da posição privilegiada que Portugal ocupa neste “ranking” mundial, tal não significa que liberdade de imprensa no país corresponda a isenção, rigor, objectividade, independência, informar para formar e pluralismo.
Sinal disto mesmo, são as diferentes reacções que os representantes da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC), do Sindicato dos Jornalistas portugueses (SJ) e da Associação Portuguesa de Imprensa (API) têm sobre a situação da liberdade de imprensa em Portugal, apresentando diagnósticos diferentes da situação actual.
A Comissão Nacional da UNESCO em Portugal, divulgou um comunicado em que aborda a situação do jornalismo no mundo.

Vítor Amorim

sexta-feira, 2 de maio de 2008

DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS - 4 DE MAIO



Mensagem do Papa






«Os meios de comunicação social: na encruzilhada entre protagonismo e serviço. Procurar a Verdade para compartilhá-la»



"É preciso evitar que os media se tornem o megafone do materialismo económico e do relativismo ético, verdadeiras chagas do nosso tempo. Pelo contrário, eles podem e devem contribuir para dar a conhecer a verdade sobre o homem, defendendo-a face àqueles que tendem a negá-la ou a destruí-la. Pode mesmo afirmar-se que a busca e a apresentação da verdade sobre o homem constituem a vocação mais sublime da comunicação social. Usar para tal fim todas as linguagens, cada vez mais belas e primorosas, de que dispõem os media é uma tarefa grandiosa, confiada em primeiro lugar aos responsáveis e operadores do sector. Mas tal tarefa, de algum modo, diz respeito a todos nós, porque todos, nesta época da globalização, somos utentes e operadores de comunicações sociais. Os novos media, sobretudo os telemóveis e a Internet, estão a modificar a própria fisionomia da comunicação, e talvez esta seja uma ocasião preciosa para a redesenhar, ou seja, para tornar mais visíveis, como disse o meu venerado predecessor João Paulo II, os traços essenciais e irrenunciáveis da verdade sobre a pessoa humana (cf. Carta apostólica O rápido desenvolvimento, 10)."

Bento XVI

Leia toda a Mensagem

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Blogues aumentam transparência


Diz o Jornal de Notícias de hoje que o guru da blogosfera Bruno Giussani defendeu ontem, em Lisboa, nas Conversas da Unicer, que os blogues aumentam a transparência das empresas e a sua proximidade com o público, clientes e accionistas, dando-lhes a sensação de que conhecem, entendem e participam no funcionamento da companhia.
Para o investigador, empresário e ex-director de estratégia do Fórum Económico Mundial de Davos, o "blogging" é "um desafio" que precisa de ser interiorizado, fomentado e aprendido pelas empresas, até entrar na rotina.Apesar dos cerca de 20 mil "bloguistas" portugueses, as empresas nacionais ainda são muito cépticas na sua utilização, facto que Giussani atribui à relutância histórica e cultural quanto ao aumento da transparência. Admitiu riscos, raros, de divulgação de informações confidenciais.O primeiro blogue nasceu 1994, pelas mãos de Justin Hall. Hoje são mais de 112 milhões em todo o mundo.

NOTA: Aqui está um tema interessante para reflectir. Há blogues com mais leitores do que muitos jornais, por exemplo. Com leitores fiéis e participativos, o que torna a comunicação mais rica. Quando houver uma maior desinibição e um maior reconhecimento da importância dos blogues, na difusão de ideias e na implementação do diálogo a nível global, passaremos a ter uma sociedade mais próxima. E se os blogues apostarem, de facto, no que as pessoas têm de mais positivo, mais fraternidade haverá no mundo.
FM

segunda-feira, 31 de março de 2008

Comunicação social sabe, mas não cumpre

Toda a gente na comunicação social sabe que não deve entrevistar uma criança que foi vítima de um pedófilo (como o de Loures), mas entrevista; toda a gente sabe que não deve repetir à exaustão as imagens do vídeo do telemóvel, mas repete; toda a gente sabe que não deve ir para as portas do Carolina Michaelis entrevistar alunos menores sobre o que se passou, mas vai; toda a gente sabe tudo, mas faz de conta que não sabe.
JPP, no Abrupto

“Parem com isto, deixem os alunos em paz"

:
Concordo... Mas há jornalistas que não desarmam. Serão sádicos ou exigem-lhe isso? Ou serão os consumidores de notícias que precisam de "telenovelas"? Ou serão todos, por não terem mais em que pensar?
FM

sexta-feira, 28 de março de 2008

A ÁRVORE E A FLORESTA



Sem qualquer suporte científico, verifico que, quando alguém procede à leitura de um jornal ou revista, tem uma curiosidade, quase inata, em procurar as “frases do dia”, da “semana”, ou do “mês”, que mais não são do que uma pequeníssima parte retirada de um assunto mais amplo, vasto e profundo.
Porém, não vejo, nestes comportamentos (nem a tal me atreveria), qualquer aspecto mais ou menos positivo que possa prejudicar ou ajudar, séria e eficazmente, quem tem este costume de leituras. Creio é que é preciso ir mais longe!
Não deixa, no entanto, de ser um hábito e, provavelmente, uma necessidade para muitos leitores, funcionando como um bálsamo e um revigorador espiritual, cujo efeito é o da pessoa sentir que não está só no mundo – num mundo em que todos os assuntos podem fazer parte das ditas frases – e em que há sempre alguém que está com ela, que a compreende e conforta, mesmo não a conhecendo.
Procura-se, mesmo, decorar aquela(s) frase(s) que mais nos aconchegam, para as transmitir, o mais fiel possível, aos outros. Tudo soa a boa nova: os diagnósticos, finalmente, foram feitos e as soluções, para muitos problemas, já foram encontradas.
Quase tudo é possível lá caber, pelo que, cada frase, parece ter sido feita mesmo à medida das necessidades de quem a lê.
Todas as nossas críticas, desejos, insatisfações, expectativas, e provavelmente muito mais, estão lá! Parece haver algo mágico em tudo isto!
Assim, não é de admirar que surjam, através destas leituras, sentimentos, mais ou menos generalizados, em alguns leitores, de que alguém já encontrou a fonte milagrosa da cura, a panaceia para todas as dificuldades e – muito melhor, se tal for possível – alguém já é capaz de ser o centro de um unanimismo sagrado, capaz de resolver, de uma vez por todas, os males que possam afectar e afligir a vida de cada um.
Bem sei que pode haver alguma dimensão caricatural nestas palavras, mas também reconheço que a verdade possível de cada realidade vai, e tem mesmo que ir muito, para além de frases ou fórmulas feitas, sejam elas do “dia”, da “semana” ou do “mês”.
Se assim não for, tem-se o caminho aberto para a cultura da demagogia, das promessas fáceis e para a manipulação pessoal e colectiva, ainda que possa não ser essa a intenção do ou dos seus autores.
O sentido crítico da pessoa tende a desaparecer, e nada mais se questiona, pelo que a intolerância instala-se, sem se dar por isso. Já não é preciso acreditar em mais nada!
Claro que não se trata de pôr tudo em dúvida, (era o que mais faltava) muito menos de querer (como se eu tivesse algum poder para tal) em contribuir para uma sociedade paralisante e asfixiante.
Trata-se, isso sim, de lembrar que é preciso, é mesmo muito urgente e necessário, ir para além das palavras enlatadas, que nos tendem a servir, com a melhor das intenções.
Assim como a crítica, as divergências de opinião, os confrontos de ideias, sérios e leais, entre outros exemplos, fazem parte, integrante e indispensável, da continua construção de uma cidadania de verdade, com direitos e deveres para todos, lembro o que Fernando Pessoa escreveu: “O mundo, à falta de verdades, está cheio de opiniões.”
Na sua sabedoria proverbial e ancestral, o povo diz que “de boas intenções está o inferno cheio”. Desejo, humildemente, dizer a este mesmo povo que, ao continuar a ler as tais frases “emolduradas”, não se esqueça que é mais fácil dar uma opinião do que procurar o bem e a verdade, em nome de todos, numa atitude de compromisso assumido e transparente.
Vítor Amorim

quarta-feira, 26 de março de 2008

A telenovela continua

Já vi, vezes sem conta, o vídeo da aluna em luta com a professora por causa do telemóvel. A notícia, vista, ouvida e lida, também já cansa. O que agora se diz nada acrescenta ao que já se sabe. Não seria melhor acabar com estas cenas? Ou não há mesmo mais nada para noticiar? Quem procura notícias, durante o dia, está condenado a ver e a ouvir, até à exaustão, sempre as mesmas imagens, com as informações já gastas.

PÚBLICO com a blogosfera

O PÚBLICO passa a colaborar, de forma mais concreta, com a blogosfera. É um passo digno de registo, porque incentiva, por esta forma, a ligação às notícias do dia-adia. A ferramenta, chamada "Twingly", é já usada em alguns jornais estrangeiros, como o "Politiken", da Dinamarca, ou o "Helsingin Sanomat", da Finlândia.

domingo, 9 de março de 2008

Portugal desconhecido dos portugueses

“O país não é grande, mas continua muito desconhecido dos próprios portugueses. Não estou a pensar só em paisagens e monumentos. Refiro-me, sobretudo, ao país que se constrói nas famílias, nas escolas, na agricultura, nas empresas, nas fábricas, nas universidades, nos centros de investigação, na criação artística, nos internatos, nos lares para idosos, mas prisões, nas escolas de polícia, nos serviços públicos, etc. Fazer de um telejornal a apresentação minuciosa de acidentes, desastres, polícias, ladrões e jogadores de futebol não é, de certeza, a única informação que interessa. Um país, para se conhecer a si mesmo, precisa, em primeiro lugar, de ser informado acerca do que está a nascer, a crescer e a desenvolver-se, em todos os sectores da vida e da actividade. A melhor pedagogia não é aquela que só sabe mostrar o que está mal, mas a que ajuda a potenciar o que há de melhor nas pessoas, nos grupos, nas instituições. Com inteligência e boa vontade, com os recursos de que os meios de comunicação podem dispor, é possível fazer mais e melhor.”
Bento Domingues, no PÚBLICO de hoje :
NOTA: Faço minhas as palavras de Frei Bento Domingues. Já diversas vezes aqui denunciei esta situação, mas a minha voz não chega tão longe como a deste conhecido colunista do PÚBLICO e padre dominicano. O futebol é rei em Portugal. Tudo quanto diz respeito a clubes e jogadores de topo enche, diariamente, a comunicação social. Tanto nos noticiários como em programas próprios. E quando cheira a mexericos, então há jornalistas que até deliram. O povo, que também gosta destas coisas, vai atrás. Tudo o mais não interessa.

quarta-feira, 5 de março de 2008

O PÚBLICO faz 18 anos


O PÚBLICO faz hoje 18 anos. Em termos humanos atingiu a maioridade. Sob o ponto de vista jornalístico já nasceu adulto e responsável. É, desde o primeiro número, o meu jornal diário. Só não o leio por motivos de força maior: doença ou outros incómodos. E quando isso acontece, fico com a sensação de um certo vazio. Depois, até chego à conclusão de que, na verdade, aconteceu algo de importante a que não tive acesso.
O PÚBLICO é considerado um diário de referência. No dia-a-dia traz o essencial do País e do mundo. Mas com frequência não me mostra o que aconteceu na minha rua, nem aborda alguns temas de que gostaria. Contudo, o fundamental, o retrato do quotidiano e a perspectiva do futuro próximo, vem lá.
Fico sempre satisfeito com o que publica? Não. Por vezes revolta-me a importância que dá a banalidades, a mexericos, a denúncias não suficientemente esclarecidas, a sensacionalismos… Mas talvez isso seja hoje uma forma de condescender com a (inevitável) procura de novos leitores e mais publicidade, base da sustentabilidade económico-financeira de um qualquer órgão de comunicação social. De qualquer modo, continuo a cultivar o princípio de que nem sempre os fins podem justificar os meios.
Parabéns ao PÚBLICO e a quantos o fazem no dia-a-dia, em luta constante pela qualidade.

FM

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

JORNAIS EM PERIGO




”A rentabilidade da imprensa está cada vez mais em perigo. Se calhar hoje em dia 70% dos jornais portugueses dão prejuízo, portanto é óbvio que têm de arranjar soluções para reencontrar a sua rentabilidade num mercado cada vez mais difícil.”

Mário Arga Lima, proprietário e administrador de “A Bola”. Afirmação extraída de uma entrevista concedida ao Jornal de Negócios de hoje

Há muito se fala disto. Os jornais estão mesmo em perigo. Por isso, a carga, cada vez maior, dos descartáveis que os acompanham. Pagam-lhes para os suportarem e podem atrair leitores. Depois os livros, de graça, uns, e a preços baixos, outros. Outras ofertas, qual delas a mais exótica, também ajudam a vender jornais.
Quem está viciado na leitura de jornais tem pena de ver desaparecer alguns que fizeram história. Como já aconteceu tantas vezes. Então que fazer, sendo verdade que os vendedores de notícias estão a repetir-se até à náusea? Não sei. Só sei que está a generalizar-se a procura de noticiários on-line. O mundo está à nossa mão. A informação e a formação circulam a velocidades estonteantes. Novos hábitos crescem de forma acelerada. Há dias, enviaram-me um “site” com televisões gratuitas abertas aos cibernautas. Enviei-o para um amigo que está a viver um tanto ou quanto numa zona isolada. Seria para ele ocupar o tempo livre de forma saudável. Respondeu-me que já tinha um outro muito melhor…
Os jornais, claro, não poderão resistir a esta concorrência. Há também jornais gratuitos a serem distribuídos nos grandes centros. Tendo-os de borla, por que razão hão-de comprar-se outros? Só o farão, naturalmente, se o que se paga for mesmo muito bom…e diferente, para muito melhor.

FM