segunda-feira, 14 de março de 2005

LEITURAS: NOVOS PROBLEMAS

NOVOS PROBLEMAS é o título de um artigo de Helder Ramos, Professor Efectivo do Ensino Básico e Secundários e nosso conterrâneo, publicado no PÚBLICO e que merece ser lido. Sublinha ele que, "Com as sucessivas mudanças sociais e as consequentes actualizações legislativas, descobriu-se na Escola uma plataforma de interesses nunca antes vista". Para ler, clique aqui.

NO CUFC

Bênção dos Finalista - 2005
A Bênção dos Finalistas da Universidade de Aveiro (UA) está já a ser preparada. Terá lugar no dia 8 de Maio, na Alameda da UA, esperando-se a adesão de todos os alunos que, preparados para a vida, estão de partida. Para reflectir, aqui oferecemos uma bonita Mensagem da Comissão da Bênção dos Finalistas: Um passo no futuro
Antes de partir, a nossa mesa redonda!
Num tempo que voou, Porque o vivemos a brilhar, Foram anos, trabalhos, cadeiras e canseiras sem parar!
A todos, foram imensos, Eis chegada a hora de reconhecer: Olhar para trás, sentir o vencido mar, À Ria, às gentes de Aveiro agradecer!
E se ao futuro a incerteza pertence Na hora sempre sofrida de partir, Fica-nos o sabor bem especial Da arte da esperança sentir!
A Bênção é a nossa festa especial, Finalistas da academia vamos cantar! É o dia da unidade e grito maior Que nos leva aos céus a Deus louvar!
Será, em mesa universal, a aula maior Onde a abundância da paz todos encanta..., Símbolos e Cursos, na Alameda, projectam o melhor... O sonho, o futuro, triunfo de agiganta!

Cantar pelas Almas do Purgatório

Casa Gafanhoa
No próximo sábado, 19 de Março, pelas 21.30 horas, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré vai Cantar pelas Almas do Purgatório, a partir da Casa Gafanhoa. Esta é mais uma iniciativa que recorda tradições antigas, que ainda retenho na memória, música e parte da letra. Quando era menino, o Cantar pelas Almas do Purgatório fazia-se à noite, na Quaresma. Três homens erguiam um painel e duas lanternas, e atrás seguiam as pessoas rezando e cantando. Entravam nas casas que lhes abriam a porta da sala do Senhor, sala da frente, e com devoção entoavam cânticos, cuja letra reproduzo, em parte, da segunda edição da Monografia da Gafanha, de 1944, do padre João Vieira Rezende, que foi prior da Gafanha da Encarnação. Recebiam esmolas que depois eram aplicadas na celebração de missas pelas almas do Purgatório. Joèlhemos nós in terra Já nusêmos os premêros Nossa companhia banha Jesus Cristo berdadêro. Atromantadas de dores De contínu padecer, Assim são nas almas santas Nu Prugatório arder. Das almas do Prugatório É bem que nos alembremos; Nós havemos de morrer Sabe Deus par donde iremos. Ò almas santas benditas Pedi ó Nosso Senhor Qu’êste nosso oração Seja im bosso loivor. Seja im, bosso loivor Tamê da Birgem Maria, Pelas almas Padre-Nosso Pur elas Ave-Maria. (Excerto da versão do padre João Vieira Rezende, in Monografia da Gafanha)

Tema em destaque

No PÚBLICO
Mário Pinto reflecte sobre
Revisão Constitucional 1.No discurso de tomada de posse do primeiro-ministro Sócrates, que apenas ouvi e ainda não pude ler com vagar, notei breves mas destacadas referências a tópicos fundamentais de doutrina social e política. Porém, a breve referência política a princípios deixa sempre a interrogação acerca da sua interpretação e aplicação no futuro, que pode sofrer grandes variações, às vezes de 180 graus. É por isso que se torna necessário esperar para ver. Entretanto, essas referências estimulam-me a algumas considerações sobre questões cuja discussão doutrinal é insuficiente entre nós. José Sócrates falou de igualdade de oportunidades e de liberdade - e eis aqui uma magna questão, em que subsiste uma tensão inevitável entre a igualitarização estato-administrativa (maior intervencionismo e providencialismo estatal) e a liberdade e responsabilização pessoal no aproveitamento das oportunidades (mais responsabilização da iniciativa privada e da sociedade civil). Creio que nós temos este problema mal resolvido.
Para ler, clique aqui.

JOÃO PAULO II regressa ao Vaticano

Depois de 18 dias de internamento na Clínica Gemelli, em Roma, o Santo Padre já regressou ao Vaticano, onde vai prosseguir a reabilitação da traqueotomia a que foi sujeito, por complicações respiratórias. O Sumo Pontífice fez o trajecto de regresso a casa numa viatura com uma câmara de televisão instalada no seu interior, permitindo a transmissão de imagens em directo. Durante o percurso, João Paulo II saudou as centenas de pessoas que se juntaram ao longo da estrada. Segundo os serviços de informação da Santa Sé, será João Paulo II a decidir em que actividades da Semana Santa participará, de 20 a 27 de Março.

POSTAL ILUSTRADO

Canal Central

domingo, 13 de março de 2005

Johann Strauss II


Valsas para sempre 

Johann Strauss II 

Parte da tarde deste domingo vai ser para ouvir Johann Strauss II. O Strauss das valsas para sempre, para todos os tempos. Quem há por aí que não conheça o Danúbio Azul, a Valsa do Imperador, o Sangue Vienense ou Contos dos Bosques de Viena? Quem há por aí que, ao ouvir uma valsa, qualquer que ela seja, de preferência dos Strauss, não sinta o corpo a puxá-lo para um pezinho de dança? 
Johann Strauss foi o considerado o "pai da valsa", mas seu filho, do mesmo nome, esse foi o "rei da valsa", que empolgou Viena e o mundo com melodias que muitos conhecem. Ainda hoje. Este Johann Strauss II, o filho mais velho do Johann Strauss, nasceu em 25 de Outubro de 1825 e faleceu no dia 3 de Junho de 1899, vitimado por uma pneumonia. Mas antes de morrer e durante toda a sua vida, desde muito jovem, viveu para a música, oferendo-a ao povo, em locais públicos, com a sua orquestra de 15 executantes, que ele dirigia enquanto tocava violino. O nosso Strauss deste domingo percorreu as principais cidades da Europa e da América, onde, como compositor e maestro, deliciou o tempo de então, chegando aos nossos dias a sua arte sem paralelo no género. Também compôs operetas e outras músicas, em especial polkas, mazurkas e marchas, sempre ao gosto popular. 

F.M.

LEITURAS

1 – No PÚBLICO, pode ler o já habitual artigo de Frei Bento Domingues, “Jesus Cristo: uma revolução traída?”. No mesmo jornal, e também como é habitual, leia o texto de António Barreto, “A primeira prova”. 2 – No DIÁRIO DE NOTÍCIAS, pode ler o tema do dia, a tomada de posse do novo Governo e a promessa de José Sócrates, de “lutar contra interesses particulares e corporativos”. No mesmo diário, leia “Sampaio apoia Governo mas exige decisões”.

Novamente no PORTO

A "Ferreirinha" D. Antónia, a "Ferreirinha"
Na última viagem ao Porto, já referida neste meu espaço de partilha com tantos amigos, conhecidos e desconhecidos, mas todos sentidos, também fui "cheirar e provar", nas Caves Ferreira, o afamado Vinho do Porto, também conhecido por Vinho Fino, como as gentes da Régua o baptizaram. Foi muito agradável entrar num "santuário" do mais célebre vinho português, conhecido em todo o mundo pelo seu requintado sabor e cuja história, de séculos, o classifica como a mais genuína criação do povo do Alto Douro. Tonéis e pipas bem alinhados, limpos e extremamente cuidados, guardam, há décadas, os preciosos néctares, de produções diversas e bem seleccionadas, num ambiente muito próprio e denunciador do carinho com que a famosa bebida é tratada, até chegar a hora da degustação. Música ambiente, serena, melodiosa, como que ajuda, no dizer por graça do cicerone, o vinho a crescer em qualidade. Paredes decoradas com ilustrações antigas mostram ao visitante o esforço enorme da hora da vindima. Homens descalços transportam aos ombros, sob sol escaldante, do alto da serra até ao sopé, de socalco em socalco, 40 quilos de uvas, até aos carros de bois que fazem depois, pachorrentamente, o último percurso para o lagar. Noutros recantos das caves, mostram-se alfaias antigas, alambiques já ultrapassados, entre outras recordações da faina das vindimas e do fabrico do Vinho Fino. Depois, num salão de uma dignidade austera e bem decorado, foi a prova dos vinhos, qual deles o de sabor mais original. E num frontispício lá estava o retrato da mítica "Ferreirinha", de seu nome Antónia Adelaide Ferreira, a alma mater das Caves Ferreira, por quem os durienses nutrem uma admiração e um carinho especiais. Mulher de uma tenacidade a toda a prova, foi capaz de criar riqueza e de dar trabalho a milhares de pessoas nas suas quintas, ao mesmo tempo que se tornou uma benfeitora ainda hoje lembrada. D. Antónia, que viveu entre 1810 e 1896, plantou vinhas, ergueu quintas, construiu hospitais, escolas, estradas e termas, beneficiou Misericórdias e concedeu bolsas de estudo, enquanto ajudava os agricultores em tempos de crise, comprando os seus vinhos, que depois exportava para diversos países da Europa e da América. Ir ao Porto e não visitar umas caves é como ir a Roma e não ver o Papa. Se for à cidade invicta, passe pelas caves. Fernando Martins

DEZ RÉIS DE GENTE... E DE LIVROS

Sara Reis da Silva publica novo livro Sara Reis da Silva
Na Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré e na livraria Navio de Espelhos, de Aveiro, Sara Reis da Silva lançou ontem o seu segundo livro, "Dez Réis de Gente... e de Livros - Notas sobre Literatura Infantil". O primeiro, publicado em 2002, tese do seu mestrado na Universidade de Aveiro, versou o tema "A Identidade Ibérica em Miguel Torga". O livro ora apresentado, numa edição da Caminho, nasceu de uma tentativa semanal de promover o gosto pelo livro e pela leitura, através da Rádio Terra Nova e do jornal O Ilhavense, proporcionando à autora, ao mesmo tempo, a aproximação a muitas pessoas. A partir de hoje, Sara Reis da Silva, docente da Universidade do Minho, imagina o seu livro nas mãos dos que gostam de literatura para crianças e acredita que, "no convívio com os livros, podemos ser melhores". Para a jovem autora, os "livros são os nossos olhos mágicos", pelo que é de imaginar o enriquecimento interior de quantos aceitarem o desafio da leitura literária, que ela lançou aos muitos amigos que a escutaram na Junta da Gafanha da Nazaré e na livraria O Navio de Espelhos. O Prefácio é do Prof. José António Gomes, que, na apresentação da obra, definiu a Sara como "uma pessoa rara", tendo sublinhado que "Dez Réis de Gente... e de Livros" tem a ver, quase tudo, com "a pluralidade dos sentidos". José António Gomes salientou, ainda, que o livro de Sara Réis da Silva "vem preencher uma patente lacuna e enriquecer o panorama crítico nesta área, privilegiando a contemporaneidade (...) e a produção literária lusófona". A obra destina-se a pais e educadores, a editores e criadores, a livreiros e bibliotecários, a críticos e divulgadores, bem como a todos os que acreditam que os livros são, de facto, os nossos grandes amigos, que nos ensinam sem enfado, nos divertem com humor, nos levam a viagens de sonho, nos alimentam o espírito, nos tornam solidários com outros povos e nos enriquecem a nossa personalidade. O design gráfico e a ilustração da capa são, respectivamente, de José Serrão e de Ana Miriam, irmã da autora. F.M.

RIA DE AVEIRO

Marina do Clube de Vela da Costa Nova Posted by Hello

sábado, 12 de março de 2005

GOVERNO com poucas mulheres

Já aqui dissemos que o Governo tem apenas duas ministras, o que não abona nada em favor do primeiro-ministro José Sócrates. É um Governo predominantemente constituído por homens, não obstante o PS pregar a ideia da importância da mulher na política, tanto mais que elas são a maioria em muitos sectores da sociedade portuguesa. Na saúde, na educação e na ciência, entre outros. Afinal, continua a discriminação da mulher, ao fim de tantos anos de luta pela conquista do lugar que lhe pertence na vida, a todos os níveis. Bem prega Frei Tomás. Como consequência disso, as mulheres socialistas não podiam deixar de ficar muito descontentes, como refere o PÚBLICO em manchete. Maria de Belém diz mesmo que “há afunilamento na entrada de mulheres para a política”, Edite Estrela acrescenta que “gostaria que houvesse uma maior representação feminina” e Celeste Correia adianta que “é um retrocesso nos sinais positivos que foram dados”. Quando toda a gente sabe que a sensibilidade feminina é necessária, fundamentalmente para a humanização da política, não se esperava que o Governo ficasse indiferente a esta verdade. A mulher conhece melhor o dia-a-dia da vida e os problemas das famílias, a mulher está mais atenta, pela sua natureza, aos que mais sofrem (não estão elas, em grande maioria, no voluntariado?), a mulher ameniza, com mais facilidade, os conflitos e denota mais capacidade para se identificar com o povo. A meu ver, claro. Por isso, tenho pena que as mulheres continuem relegadas para segundo plano. F.M.

LEITURAS

1 – No PÚBLICO, pode ler um artigo do Kofi Annan, sobre o combate ao terrorismo. 2 – No DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Daniel Proença de Carvalho lança alertas sobre Segurança e Justiça. 3 – “Voluntariado com novo rosto” é o tema de um artigo que pode ler na ECCLESIA.

No Centro Cultural da Gafanha da Nazaré

"AMBIENTE VIVO" Trabalho colectivo de crianças
No Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, vai estar patente ao público, até 21 de Março, entre as 15 e as 23 horas, uma exposição sobre o ambiente, denominada "AMBIENTE VIVO", que se integra no projecto "+ ECO 2005". Trata-se de uma iniciativa da Câmara Municipal de Ílhavo, que envolve alunos das escolas do Ensino Básico e jardins-de-infância do concelho e se destina a toda a gente. Na apresentação do programa da autarquia ilhavense, o presidente Ribau Esteves sublinha que aquele projecto congrega todos os agentes que trabalham na área do ambiente e tem como objectivo "fazer mais e melhor", neste sector. O facto de os artistas serem crianças, não significa que esta exposição se dirija só a elas. Todos os adultos lucrarão se a visitarem, pois ali podem encontrar conselhos muito úteis para a preservação da natureza. As crianças denunciam as ofensas que fazemos ao ambiente, enquanto lembram a importância da água, dos rios, dos mares e das florestas. Os trabalhos foram elaborados com aproveitamento de desperdícios e denotam sensibilidades que têm de ser estimuladas e cultivadas. Afinal, de nada servem exposições como estas, se não tiverem seguimento e reflexo nos nossos comportamentos do dia-a-dia. F.M.

sexta-feira, 11 de março de 2005

DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL



O Dia Internacional do Livro Infantil, que se celebra no próximo dia 2 de Abril - data em que se comemoram também os duzentos anos do nascimento do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, não pode ser ignorado por pais e demais educadores, com especial realce para professores. Educar para a leitura, fonte inesgotável de saberes, é nos dias de hoje uma tarefa que deve envolver toda a gente com responsabilidades educativas e, ainda, todos os amantes da cultura, em geral, e do livro e da leitura, em particular.

F. M.

DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL 


Os livros são os meus olhos mágicos


 Há muito, muito tempo, vivia na Índia antiga um rapaz chamado Kapil. Além de gostar muito de ler, era extremamente curioso. Tinha a cabeça cheia de perguntas. Por que motivo o Sol era redondo e por que mudava a Lua de forma? Por que cresciam tanto as árvores? E por que razão as estrelas não caíam do céu? 

Kapil procurava as respostas em livros de folha de palmeira escritos por homens sábios. E lia todos os livros que encontrava. Ora, um dia, estava Kapil ocupado a ler quando a mãe lhe deu um embrulho e disse: «Arruma o livro e leva esta comida ao teu pai. Já deve estar cheio de fome.» Kapil levantou-se com o livro na mão e fez-se ao caminho. Enquanto percorria o duro e acidentado trilho que atravessava a floresta, não parava de ler. De súbito, o seu pé bateu numa pedra. Tropeçou e caiu. E logo um dedo começou a sangrar. Kapil ergueu-se do chão e continuou a caminhar e a ler, com os olhos colados ao livro. 
Não tardou a bater noutra pedra e, uma vez mais, estatelou-se. Desta feita doeu-lhe mais, mas o texto escrito em folha de palmeira fê-lo esquecer as feridas. De repente, um clarão surgiu e ouviu-se um riso melodioso. Kapil levantou os olhos e deparou com uma formosa senhora, vestindo um sari branco. Ela sorria e uma auréola de luz rodeava-lhe a cabeça. Estava sentada num cisne branco e gracioso. Numa das mãos trazia um luminoso rolo de pergaminho. Com outras duas segurava um instrumento de cordas chamado veena. Estendeu a quarta mão para o rapaz e disse: «Meu filho, estou impressionada com a tua sede de conhecimento. Quero dar-te uma recompensa. Qual é o teu maior desejo?» Kapil pestanejou de espanto. Diante dele encontrava-se Saraswati, a Deusa do estudo. 
No instante seguinte, o rapaz cruzou as mãos, fez uma vénia e murmurou: «Por favor, Deusa, dá-me um segundo par de olhos para os pés, a fim de que eu possa ler enquanto caminho.» «Assim seja» - e a Deusa abençoou-o. Tocou na cabeça de Kapil e a seguir desapareceu entre as nuvens. Kapil olhou para baixo. Um segundo par de olhos brilhava-lhe nos pés e ele deu um salto de alegria. Logo a seguir, fixou os olhos no livro e desatou a caminhar pela floresta, apenas conduzido pelos seus pés.

Graças ao amor pelos livros, Kapil cresceu e tornou-se um dos sábios mais ilustres da Índia. Em toda a parte era conhecido pela sua imensa sabedoria. Também lhe puseram outro nome, Chakshupad, que em sânscrito significa «aquele cujos pés têm olhos». 

Saraswati é a deusa do estudo e do saber, da música e da fala. Esta é uma antiga lenda indiana sobre um rapaz que descobriu como o saber é transmitido pelas palavras, essas palavras que os homens sábios escreviam em manuscritos de folhas de palmeira. Os livros são os nossos olhos mágicos. Dão-nos informação e conhecimentos e servem-nos de guias nos difíceis e acidentados caminhos da vida.

MANORAMA JAFA

Crescem famílias com dificuldades em Aveiro

E, de repente, vieram as dificuldades económicas. Sem conseguir dinheiro para pagar as despesas do dia-a-dia, têm de pedir ajuda. Para comer, vestir, para ter luz e água. Estas famílias são cada vez mais em Aveiro. Os que estão mais sozinhos na vida têm de pedir também um local para dormir O número de famílias em dificuldades está a crescer em Aveiro, a avaliar pelos que recorrem aos serviços da Cáritas Diocesana de Aveiro. O relatório com os dados de 2004 ainda se encontra por fazer mas, em 2003, foram 328 as famílias que pediram ajuda. Se em 2004 a Cáritas sentiu um aumento significativo de pedidos em relação ao ano anterior, é de esperar que os dados oficiais mantenham a tendência de crescimento verificado. O número de atendimentos no apoio às famílias também tem um correspondente aumento. Em 2002, a Cáritas registou 1449 atendimentos, 1547 em 2003 e cerca de 3000 em 2004.
Para ler mais, consulte o Diário de Aveiro.

Maiorias absolutas são prejudiciais ao Parlamento

O ex-Presidente da Assembleia da República, Mota Amaral, disse que as maiorias absolutas são prejudiciais ao Parlamento. Esta afirmação, vindo de quem veio, deve levar-nos a reflectir. E talvez possamos concluir daí que os nossos políticos ainda não estão suficientemente maduros para viverem numa democracia que se quer adulta, onde o respeito pelas diferenças tem de ser norma cívica a seguir. Os nossos políticos tem de se convencer que não são senhores da verdade absoluta e que já não estamos em tempos de sectarismos, onde o adversário político é inimigo a abater. As opções a tomar não têm necessariamente que sair, em exclusivo, do Partido que detém a maioria. Venham de onde vierem, as propostas têm de passar pelo crivo da discussão sadia, optando-se, com simplicidade, pelas que forem melhores para o País e para os portugueses, tendo em conta, naturalmente, os programas escolhidos nas eleições. Um político moderno e respeitador dos princípios democráticos, não pode fechar-se, cegamente agarrado à cartilha do seu Partido, mas deve saber ouvir as oposições, dialogar com as forças sociais da nação e ter a humildade suficiente para dar a mão à palmatória, quando não está no caminho certo. O importante é que, no Parlamento ou fora dele, os políticos revelem maturidade cívica e consciência bem formada e com capacidade para reconhecerem que ninguém é dono da verdade toda. Há sempre alguém, por mais absurdas que possam parecer as suas ideias, que tem uma parte da verdade. Fernando Martins

LEITURAS

1 – No PÚBLICO, O Presidente Sampaio defende combate ao terror com respeito pelos direitos humanos. 2 - Francisco Sarsfield Cabral escreveu na revista Além Mar que "Perdão da dívida pode evitar o estrangulamento financeiro dos países pobres". 3 - Pode ler na ECCLESIA que "Portugal não pode esquecer as lições da emigração", um tema sobre o I Encontro Mundial das Comunidades Portuguesas, decorrerá de 29 a 31 de Março de 2005, na casa diocesana do Vilar, Porto.

quinta-feira, 10 de março de 2005

NOVA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Hoje, o Parlamento volta a ter vida
A partir de hoje, temos uma Assembleia da República renovada, embora, ainda, com bastantes rostos conhecidos, muitos dos quais por ali andam desde o 25 de Abril. · É um Parlamento maioritariamente PS e acentuadamente de esquerda, por decisão do povo português; · Tem como funções principais legislar e fiscalizar a acção do Governo; · Deve estar atenta ao que se passa no País e no mundo, reflectindo as inquietações do povo e tendo em conta sempre os mais desfavorecidos; · Deve mostrar trabalho útil, dignidade na discussão dos assuntos que a Portugal e aos portugueses interessam e respeito pelos valores que enformam a nossa sociedade; · A maioria parlamentar não pode deixar de ouvir as oposições, optando pelas propostas que lhe apresentarem, independentemente das cores partidárias em que brotaram, se forem oportunas e boas para a maioria do povo português; · Deve dar o exemplo de vida democrática, em todas as circunstâncias, com simplicidade e transparência; · Deve renunciar às discussões fúteis e aos ataques pessoais, valorizando permanentemente o que é positivo; · Deve ser barómetro da harmonia e uma mais-valia para a perenidade da Pátria e para o progresso, a todos os níveis; · Deve estimular o Governo, para que, com afinco, governe sem compadrios e em luta contra os lóbis corporativos; · Que aposte e tudo faça para chegar ao fim da legislatura, porque não podemos andar, eternamente, a mudar de Governos, são os meus votos. Fernando Martins

PAPA hospitalizado mais uns dias

Papa na Políclína Gemelli
O boletim clínico oficial sobre a saúde do Papa, publicado esta manhã pelo Vaticano, refere que "o Santo Padre, acolhendo o conselho dos seus médicos, irá prolongar por mais uns dias a sua estada na Policlínica Gemelli, a fim de completar a sua convalescença, que prossegue de forma normal". Antes disso, o porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls, confirmou que João Paulo II irá regressar ao Vaticano antes do Domingo de Ramos, a 20 de Março. "O Papa estará de regresso ao Vaticano para a Semana Santa" disse Navarro-Valls aos jornalistas à saída do hospital. Apesar do optimismo reinante, João Paulo II delegou em Cardeais, seus colaboradores, a responsabilidade de presidirem às principais cerimónias da Semana Santa, pela primeira vez no seu Pontificado. O calendário já divulgado pela Santa Sé refere que o Papa dará a bênção "Urbi et Orbi" no dia de Páscoa e mostra que João Paulo II ainda não renunciou a presidir à Via-Sacra no Coliseu. Para mais informações, leia na ECCLESIA.

A SECA

A água começa a ser um bem escasso O nosso País, com alguma regularidade, é "contemplado" com secas que não podem deixar de nos inquietar, pelos seus efeitos catastróficos na economia, já que não afecta apenas a agricultura. E, segundo os técnicos, o povo português ainda não se convenceu de que a água não é um bem inesgotável. Em alguns países, sobretudo africanos, o drama da falta de água é terrível e se não olharmos de frente para este problema, também entre nós podemos correr o risco de um dia termos de viver situação idêntica. A Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza não se cansa de alertar para isso e até publicou no seu "site" algumas recomendações, para pouparmos água no dia-a-dia. Leia, para se consciencializar de que todos podemos fazer qualquer coisa.

Em Aveiro, na Casa da Juventude

SINAIS DO MAR, até sábado Rede
Na Casa da Juventude de Aveiro, pode apreciar, com calma e olhos bem abertos, imagens que ainda fazem parte do nosso quotidiano. Até sábado, dia 12. São gestos do mar, e paisagens do mar, e pássaros do mar, e utensílios do mar, desaguando num fascinante trabalho a duas mãos. Um misto de exposição etnográfica e de fotografias, num projecto conjunto de Isabel Silva e Sara Agudo. Esta é mais uma iniciativa do Projecto BlogAveiro, cujas fotos também podem ser vistas no http://www.gestosdomar.blogspot.com/.

LEITURAS

Para hoje, sugiro, como leituras de opinião, “Tema polémico que o não devia ser”, de D. António Marcelino, “Felizes os que promovem a Paz”, de Jorge Carvalhais, e “Falar, sim; experimentar, não”, de Teresa Soares Correia, todas do Correio do Vouga.

quarta-feira, 9 de março de 2005

LIVROS para jornalistas, e não só

1 - Está já à venda "PÚBLICO - Livro de Estilo", na sua segunda edição. Trata-se de um precioso guia dirigido a jornalistas, mas também a todos os que se interessam pela Língua Portuguesa. Na primeira parte, apresenta textos sobre a Ética e a Deontologia, bem como Critérios, Géneros e Técnicas, para bem se escrever a língua pátria. Na segunda parte, oferece Alfabeto do PÚBLICO, Normas e Nomenclaturas, com as principais regras gramaticais. Não faltam exemplos de frases, expressões e palavras certas e erradas. Há ainda SIGLAS e outras informações muito úteis para quem deseja escrever com correcção. A edição é do PÚBLICO. 2 - "Saber Escrever - Saber Falar" é um livro de Edite Estrela, Maria Almira Soares e Maria José Leitão, que deve estar sempre à mão de quem não gosta de dar pontapés na gramática. Trata-se de um guia completo para usar correctamente a Língua Portuguesa. A edição é da Dom Quixote. 3 - Daniel Ricardo, jornalista com muitos anos de experiência, escreveu "Ainda bem que me pergunta - manual de escrita jornalística". Este livro é o primeiro manual de escrita jornalística, publicado em Portugal, de um autor português para o público português. Nele se mostra como se deve escrever com clareza e com rigor. A edição é da Editorial Notícias.

LEITURAS

1 – Para hoje, proponho a leitura de um texto publicado na ECCLESIA, intitulado “CNIS defende a criação de uma Plataforma Social nacional”. Nele se sublinha que as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) esperam mudanças com o próximo Governo. Para bem dos que são apoiados pelas IPSS no nosso País. 2 – No mesmo local, vale a pena ler “Educação é a melhor arma para combater pobreza infantil”. 3 – No PÚBLICO, leia “Governo prevê ano de incêndios muito difícil”, porque temos mesmo de estar atentos. A seca não augura nada de bom.

terça-feira, 8 de março de 2005

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 4

Heroínas tão ignoradas...
Hoje, como manda a tradição, o senhor Presidente da República homenageou 30 mulheres nossas compatriotas, que se distinguiram, ao longo do ano ou das suas vidas, nas áreas em que estão envolvidas, contribuindo para uma sociedade mais justa, no respeito pelas diferenças. É bom reconhecer a justeza desta atitude do senhor Presidente Jorge Sampaio, numa data em que se procura sublinhar, um pouco por todo o mundo ocidental, sobretudo, a importância da mulher, tanto na família como no trabalho, tanto na política como na cultura, tanto na ciência como no ensino, tanto no desporto como na arte. De facto, desde sempre a mulher foi a trave-mestra da sociedade, quer pela sensibilidade que oferece a tudo quanto faz, quer pelo dom da maternidade, quer, ainda, pela ternura com que suaviza as agruras da vida. Mesmo quando, durante tantos séculos, ela foi escravizada pelas comunidades patriarcais, sempre a sua marca esteve presente. Mas se é importante reconhecer a pertinência do gesto do senhor Presidente da República, distinguindo mulheres que, de alguma forma, deram provas de competência e lutaram pela dignificação das mulheres, pelo seu exemplo e acção, também é correcto pensar que muitas outras continuam a ser esquecidas. São as mulheres humildes que se dão sem limites a tudo em que estão metidas, quantas vezes com sacrifícios inauditos. São as heroínas, tão ignoradas, com duplos empregos, na profissão e em casa. São as maltratadas pelos maridos e secundarizadas nos locais de trabalho. São as exploradas pelos patrões desonestos. São as escravas sexuais que não conseguem libertar-se de redes mafiosas. São as discriminadas na sociedade machista. São todas essas, entre outras, que eu hoje quero homenagear, com a minha solidariedade e reconhecimento, por tudo quanto nos dão. F.M.

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 3

ANTÓNIO GEDEÃO Calçada de Carriche Luísa sobe, sobe a calçada, sobe e não pode que vai cansada. Sobe, Luísa, Luísa, sobe, sobe que sobe sobe a calçada. Saiu de casa de madrugada; regressa a casa é já noite fechada. Na mão grosseira, de pele queimada, leva a lancheira desengonçada. Anda, Luísa, Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada. Luísa é nova, desenxovalhada, tem perna gorda, bem torneada. Ferve-lhe o sangue de afogueada; saltam-lhe os peitos na caminhada. Anda, Luísa. Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada. Passam magalas, rapaziada, palpam-lhe as coxas não dá por nada. Anda, Luísa, Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada. Chegou a casa não disse nada. Pegou na filha, deu-lhe a mamada; bebeu a sopa numa golada; lavou a loiça, varreu a escada; deu jeito à casa desarranjada; coseu a roupa já remendada; despiu-se à pressa, desinteressada; caiu na cama de uma assentada; chegou o homem, viu-a deitada; serviu-se dela, não deu por nada. Anda, Luísa. Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada. Na manhã débil, sem alvorada, salta da cama, desembestada; puxa da filha, dá-lhe a mamada; veste-se à pressa, desengonçada; anda, ciranda, desaustinada; range o soalho a cada passada, salta para a rua, corre açodada, galga o passeio, desce o passeio, desce a calçada, chega à oficina à hora marcada, puxa que puxa, larga que larga, puxa que puxa, larga que larga, puxa que puxa, larga que larga, puxa que puxa, larga que larga; toca a sineta na hora aprazada, corre à cantina, volta à toada, puxa que puxa, larga que larga, puxa que puxa, larga que larga, puxa que puxa, larga que larga. Regressa a casa é já noite fechada. Luísa arqueja pela calçada. Anda, Luísa, Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada, sobe que sobe, sobe a calçada, sobe que sobe, sobe a calçada. Anda, Luísa, Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada. Poesias Completas (1956-1967)

LEITURAS

1 – Sobre o Dia Internacional da Mulher, leia: No PÚBLICO, “MULHERES EM PORTUGAL, NA EUROPA E NO MUNDO...”; Na ECCLESIA, “Marcha das mulheres, caminho de esperança!” ; Na ECCLESIA, novamente, uma denúncia do Vaticano, "Santa Sé denuncia escândalo da pobreza que atinge as mulheres";
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MULERES DA GAFANHA -2 Posted by Hello

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 2

As mulheres da Gafanha As mulheres da Gafanha merecem um estudo profundo sobre o seu papel na construção das povoações e das comunidades desta região banhada pela Ria de Aveiro. É certo, porém, que alguns estudiosos e escritores de renome já se debruçaram sobre elas, cantando loas à sua tenacidade e coragem, mas elas merecem mais. Há décadas, e é sobre essas mulheres que nos debruçamos hoje, elas eram as mães solícitas e amorosas dos filhos, mas também os "pais" que garantiam o sustento da casa, enquanto os maridos se aventuravam nas ondas do mar na busca de mais algum dinheiro que escasseava em terra. Em jeito de desafio a quantos podem e devem, pelos seus estudos e graus académicos, retratar as nossas avós, com rigor histórico, já que, hoje e aqui, não há lugar nem tempo para isso, apenas indicamos algumas pistas, que há mais de 50 anos nos foram oferecidas por Maria Lamas, na célebre obra "As mulheres do meu país" que viu há tempos a luz do dia em 2ª edição, numa iniciativa da "CAMINHO", e que tão esquecida tem andado. Diz a escritora que "A seca do bacalhau na Gafanha emprega muitas centenas de mulheres, durante parte do ano, havendo secas onde o trabalho é permanente, porque abrange duas campanhas, a dos lugres e a dos arrastões", acrescentando que, "Pelos costumes e ambiente em que vivem e ainda porque tanto se entregam à lavoura como à faina da seca ou qualquer outra que se lhes proporcione, elas conservam, sob certos aspectos, a mentalidade da mulher do campo; mas a disciplina das tarefas realizadas em comum ou distribuídas numa coordenação de actividades, o sentido das responsabilidade, os horários fixos e ainda o contacto com outras realidades directamente ligadas ao seu próprio esforço vão-lhes dando uma noção diferente da vida e criando consciência da importância do seu labor". Mais adiante, tece algumas considerações sobre as raparigas da Gafanha, sublinhando: "Estas jovens do povo parece que se vão distanciando, no trajar e nos gostos, das suas mães. Trabalham na terra, quando a faina da seca termina, mas quando vão à cidade apresentam-se vestidas como se lá vivessem. Gostam de ir ao cinema, se têm ocasião para isso; discutem o 'que se usa'; são raras, porém, as que mostram interesse pela leitura. Casam, quase sempre, com operários dos estaleiros ou pescadores de bacalhau. Depois de casadas perdem muito da sua vivacidade e até o gosto na sua pessoa - a não ser uma ou outra de personalidade mais definida. A pouco e pouco vão seguindo o caminho das outras mulheres que, antes delas, foram novas, engraçadas e um tanto rebeldes contra o pensar das mães. Insensivelmente, adaptam-se à vida sacrificada, em que tudo é trabalho, sobressaltos e luta pelo pão. Mesmo quando conseguem certo desafogo económico, o espírito mantém-se-lhes embotado e alheio ao progresso do Mundo, fora dos seus interesses pessoais e imediatos". Ao recordar este estudo de Maria Lamas, quisemos tão-só homenagear as mulheres trabalhadoras e corajosas que ajudaram, e de que maneira, a construir a Gafanha que hoje conhecemos. Fotos de gafanhoas ilustram "As mulheres do meu país". E aqui ficam, algumas, como desafio a todos os gafanhões, para que sejam identificadas pelas actuais gerações. Fernando Martins

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 1

Que se apresse uma nova consciência universal


 

Qualquer causa que se espelha nos habituais dias internacionais contém em si um misto de "memória" e de projecto. E ao mesmo tempo, à primeira vista, manifestam uma sofrida quase-ineficiência, uma imensa pequenez diante da própria difícil realidade. Lembrar o Dia Internacional da Mulher, em sociedades de raízes patriarcais que nos deram origem, quer ser oportunidade de lançar o olhar a fim de nos aproximarmos sempre mais de uma maturidade humana que parece que a cada momento se nos escapa. E aqui, qualquer posição extremista está sempre a mais: quer a indiferença, o deixar correr (até à constatação dramática da crescente denúncia de violência doméstica), quer a exuberante exaltação feminista que cega o horizonte, podendo paralisar a relação humana pacífica e saudável (até em fragmentada família). (...) 
Falar da mulher (como falar de homem) com integralidade, será também e essencialmente pensar a Família: como está? Que concepções e visões, problemáticas e esperanças, de hoje e para amanhã?... Há quem diga que (com tanta radicalidade em alguns sectores que se observa na chamada vida moderna... e com crianças que já há muito não recebem a educação de Pai e Mãe) estamos em caminhos de retrocesso em relação à própria dignidade de cada um. Homem e Mulher perdem(-se)! 
A valoração dignificante só se encontra pela alteridade, na relação com o outro, e nunca pelo isolado individualismo; aqui preside a ilusão, já que ninguém será autenticamente feliz sozinho. Quase dizemos que, quer queiramos quer não, temos de re-aprender a viver uns com os outros! Porquê 8 de Março - Dia Internacional da Mulher? 
A história não é animadora no contexto de revolução industrial. Neste dia, no ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve. Ocuparam a fábrica a fim de justamente reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, fora declarado incêndio. Morreram queimadas 130 mulheres. 
Em 1910, numa Conferência Internacional de Mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". Se da história, na antiguidade clássica (em Roma) a mulher infelizmente não era sujeito de direito ..., foi o horizonte do Cristianismo, com maior vigor a partir do século IX, que ajudou a criar sentido de humanidade rumo à dignificação da mulher. E tudo parte da família: na ideia da instauração do casamento monogâmico como factor decisivo (até para a progressiva intervenção na corte...), a mulher passou a ser o elemento essencial na constituição da família. 
Se o caminho sofrido já vai muito longo, que se apresse uma nova consciência universal, em que será o Ser Humano na sua essência e competência a viver caminhos situados de igualdade, onde nunca se tratará de clonar ideias de um inconsciente igualitarismo, mas um profundo e humilde apreciar a riqueza e beleza das tarefas diferenciadas de cada um na mesma construção da família e, por isso, do mundo mais humano.

Alexandre Cruz, do CUFC

Quaresma no CUFC

Via-Sacra para revisão de vida
O CUFC - Centro Universitário Fé e Cultura está a viver a Quaresma, envolvendo quantos desejam preparar a Páscoa, em espírito de bondade, justiça e verdade. Seguindo o apóstolo Paulo, os crentes e todos os homens de boa vontade são convidados a oferecer maior clareza às escuridões da história, revestindo de luminosidade valorativa, e pela positiva, tudo quanto será o pensar e o agir do dia-a-dia. Paulo deixou-nos, para esta semana, importantes desafios quaresmais, no sentido de que ninguém deixe passar o tempo, ficando adormecido em relação a melhorar algo na vida, sua e dos outros, rumo a uma sociedade mais fraterna. Amanhã, quarta-feira, 9 de Março, pelas 21 horas, no CUFC, haverá uma caminhada meditada - uma VIA-SACRA para revisão de vida - com a participação e dinamização de grupos, movimentos e comunidades que vivem e crescem à sombra da fé em Jesus Cristo, alicerce de um mundo melhor. Todos estão convidados.

segunda-feira, 7 de março de 2005

UE deve ser modelo de unidade

João Paulo II escreveu hoje que a UE constitui “um modelo de vontade política em favor da unidade dos povos e da paz”, especialmente importante nos nossos dias.“No mundo de hoje, fragilizado pelo perigo do terrorismo e pela persistência de conflitos duráveis e sempre ameaçadores, a União Europeia aparece aos nossos olhos como um modelo de vontade política em favor da unidade entre os povos e da paz”, refere o texto papal, dirigido ao novo embaixador da Grécia junto da Santa Sé.
As cartas credenciais de Stavro Lykidis e também do novo embaixador da Áustria, Helmut Turk, foram recebidas pelo Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano, devido ao internamento do Papa.A mensagem papal convida os Estados-membros da UE a “trabalhar com todas as suas forças em favor do entendimento entre os povos, bem como pelo reforço das instituições internacionais encarregadas de o garantir”.
João Paulo II apela ainda a “uma política corajosa de desenvolvimento em favor dos países mais desfavorecidos, mormente no continente africano”.Tendo como pano de fundo a catástrofe do maremoto do passado dia 26 de Dezembro, o Papa destacou a capacidade de “mobilização da comunidade internacional”.“Devemos esperar, portanto, uma mobilização semelhante das nações e das pessoas, em favor da paz e do homem”, apontou.
Fonte: ECCLESIA

Câmara de Aveiro oferece à cidade CASA MUNICIPAL DA CULTURA

Os aveirense já podem contar com mais um espaço cultural. A Casa Municipal da Cultura foi inaugurada no domingo pela autarquia aveirense, ficando desde agora à disposição de toda a população, através da instalação no edifício de 15 instituições. O antigo imóvel do Turismo e que também já albergou a Biblioteca Municipal não deixará de implementar as mais variadas áreas da cultura aveirense, graças a novas possibilidades que foram oferecidas às colectividades culturais concelhias. Estou em crer que, a partir desta inauguração, os aveirenses, e não só, saberão aproveitar esta boa oferta da Câmara Municipal de Aveiro.

LEITURAS

1 – Graça Franco é uma jornalista que gosto de ler. As suas reflexões, que habitualmente publica no PÚBLICO, dizem-me sempre muito. Hoje proponho a leitura do seu texto, intitulado “Ética procura-se com carácter de urgência”. 2 – Uma outra sugestão. No mesmo jornal, vem uma entrevista ao Prof. Adriano Moreira, um intelectual que domina várias frentes e cujo pensamento vale a pena conhecer. Leia, pois, "A experiência do Iraque deve ser a vacina definitiva contra os unilateralismos".

CULTURA à nossa volta

Pintura
Os mais pessimistas têm o hábito de dizer que não há acções culturais à nossa volta, atirando para cima do Estado, autarquias, Igreja e instituições a culpa dessa situação. Nada mais errado. À nossa volta há uma infinidade de propostas de âmbito cultural, espiritual e social, como talvez nunca tenha acontecido na história. Basta olhar e ver o muito que se faz por cidades, vilas e aldeias, para constatar aquela realidade. Só quem não quer ver é que não vê. Desde cinema a teatro, desde dança a música para todos os gostos, desde palestras e seminários a encontros, desde conferências a exposições de pintura, escultura e fotografia, desde festivais de folclore e etnografia a edições de livros e CD, desde revistas a jornais que fazem pensar, desde programas de rádio e de TV a concertos,desde museus a monumentos por todo o lado, de tudo podemos usufruir. Todos os dias os meios de comunicação social nos alertam para os programas mais importantes, para os projectos artísticos mais expressivos, para o trabalho de artistas das mais diferenciadas áreas, para a literatura de grandes e de promissores artistas, para espectáculos de encher o olho e a alma. E depois, clamam que não há nada para ninguém. A verdade é esta: às vezes, são muito poucos os que estão atentos ao que acontece de importante; outros, em número muito mais elevado, ficam só pelo futebol. É pena. Então, o que poderemos fazer? Muito simplesmente oferecer o nosso estímulo a quem participa raramente, ou quase nada, nos projectos culturais que são oferecidos a todos, normalmente por preços modestos ou mesmo gratuitamente. E dizer aos que nos cercam que o homem é um todo: cultural, religioso, social e artístico. E não apenas trabalho, desporto e divertimentos fúteis. F.M.

domingo, 6 de março de 2005

III JORNADAS EUROPEIAS DAS UNIVERSIDADES

PAPA envia mensagem aos universitários João Paulo II deixou ontem um recado aos jovens universitários europeus: "Não existe contradição entre a Fé e a razão." E logo sublinhou que, "apesar de não poder estar presente no meio deles, não deixa de lhes estar próximo através da afeição e das suas orações". Na sua mensagem, dirigida aos universitários europeus, pediu que "nunca deixem de descobrir a verdade da sua existência, porque a Fé a Razão são duas asas que conduzem a Cristo, verdade de Deus, verdade do homem". O Papa recordou, ainda, a importância da busca intelectual como caminho para encontrar Cristo. As palavras do Santo Padre foram o ponto alto destas celebrações das III Jornadas Europeias das Universidades, que preparam a Jornada Mundial da Juventude. Esta Jornada decorrerá na Colónia, Alemanha, no próximo mês de Agosto. Os universitários estiveram presentes na Aula Paulo VI (Vaticano), na Catedral de Bari, Berlim, Bucareste, Kiev, Lisboa, Madrid, Tirana, Zagreb e nos Santuários de Santa Maria da Vitória (Londres) e de Nossa Senhora da Guarda (Génova), para a recitação do terço, cujo primeiro mistério foi rezado a partir da Sé de Lisboa, sob a presidência de D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca. Como sempre, a Mensagem do Santo Padre foi largamente aplaudida, como se o Papa estivesse junto dos jovens universitários.

LEITURAS

Como habitualmente, sugerimos a leitura de dois bons artigos, dos bem conhecidos Frei Bento Domingues, “Deus não fecha ao sábado”, e António Barreto, “Interesses. Ligações”, ambos publicados no PÚBLICO. Neste mesmo jornal, pode ainda ler o artigo de António Marujo, intitulado “Papa terá de reduzir a sua actividade se quiser continuar a liderar a Igreja

JACINTA canta e encanta

Tributo a Bessie Smith
Cantora de jazz Jacinta
Os CD não são como alguns livros, que ficam guardados na estante depois de serem lidos. Os CD são para serem ouvidos com frequência, ou seja, sempre que os apetites musicais os convoquem ou os ritmos nos venham à memória. É assim que costumo fazer. E hoje, num domingo de muita tranquilidade interior, vou ouvir, mais uma vez, Jacinta e o seu Tributo a Bessie Smith. É o seu primeiro CD, mas há outro na forja, para quem gosta de jazz. Jacinta é uma cantora de jazz da Gafanha da Nazaré. Estudou piano e composição na Universidade de Aveiro, onde se licenciou, e distinguiu-se no Chuva de Estrelas. Mais tarde, em 1997, rumou a Nova Iorque, para frequentar a Manhattan School of Music, onde foi premiada com bolsa de estudos. Concluiu o mestrado em Jazz Vocal e tornou-se cantora profissional. A partir daí, começou a cantar, tendo merecido os mais elevados elogios, pela voz potente e bem timbrada e pela forma como a domina. José Duarte, o autor e apresentador do programa "Um, Dois, Três... Cinco Minutos Jazz", considerou Jacinta como "A cantora de jazz portuguesa". O maior elogio que uma artista pode ouvir. Jacinta foi a primeira cantora de jazz do nosso País a gravar na conceituada editora discográfica Blue Note, augurando-se-lhe largo futuro nesta área musical, tal é força da sua arte e da sua vontade. Entretanto, para além de concertos, por Portugal e pelo estrangeiro, Jacinta ainda tem tempo para dar aulas numa escola particular de Aveiro. No próximo dia 10 de Março, participará no Festival de Jazz de Braga.
E agora vou ouvir o CD de Jacinta. E não me canso. F.M.

PORTO: cidade liberal

Pintura da capela da paramentação Estive no Porto, há dias. Nunca me canso de visitar a cidade liberal e invicta. A que recebeu como herança o coração de D. Pedro IV, Rei de Portugal e Imperador do Brasil, a que não permitia que a aristocracia por lá permanecesse mais de três noites e três dias, a capital do trabalho como há tanto se apregoa, e com alguma razão, a dos monumentos carregados de história. Foi uma visita a correr, mas valeu a pena. Olhei de perto o ex-libris da cidade, a Torre dos Clérigos, barroca, original criação de Nasoni, reparei na cadeia da Relação, onde esteve preso o Camilo e sua Ana Plácido, contemplei a igreja dos Congregados que tanto frequentei para participar na missa, quando estudante, e entrei na Sé, que tem ao lado o Paço Episcopal. A Sé é fácil de visitar. Quem for de comboio, pode sair em São Bento e dirigir-se para lá a pé. A Sé vê-se bem, pela sua imponência e antiguidade. De origem românica, data do segundo quartel do século XII, tendo recebido ao longo do tempo diversas alterações. Existe desde os primórdios da nacionalidade. Tudo pode ser apreciado com calma. Há cicerone que explica o essencial, mas temos de fazer perguntas. Na capela do Santíssimo Sacramento podemos admirar um retábulo de prata, cujo sacrário se deve aos ourives Manuel Teixeira, Manuel Guedes e Bartolomeu Nunes e data de 1632 a 1651. É um trabalho muito belo e valioso. Diz-se que os portuenses o pintaram aquando das invasões francesas para esconder a prata. Depois há o museu que nos oferece à vista preciosidades ímpares. Alfaias litúrgicas de várias épocas, paramentos trabalhados a fios de ouro e prata e outras peças de regalar os olhos estão à espera de quem sabe contemplar o belo. Pinturas de diversas épocas e estilos podem ser apreciadas por todo o templo e nas salas e capelas anexas. Numa delas, que hoje é local de paramentação em dias festivos, vimos um conjunto de pinturas laterais de uma beleza rara (ver foto). Vale a pena sair de casa de vez em quando para visitar o que nos enche a alma e nos lembra a história de gente de fé e de trabalho. Voltarei a falar do Porto num dos próximos dias. Fernando Martins Posted by Hello

sábado, 5 de março de 2005

NOVO GOVERNO alimenta esperança num futuro melhor

Saindo do maior sigilo de sempre, em Portugal, José Sócrates anunciou ao País as suas escolhas ministeriais. Oito ministros vieram do PS e outros tantos são independentes. Apenas duas mulheres fazem parte do elenco. Mas a maior curiosidade está na escolha de Freitas do Amaral, um dos fundadores do CDS, para a pasta dos Negócios Estrangeiros, área que conhece muito bem, ou não tivesse sido presidente da Assembleia Geral da ONU. Outra curiosidade está no facto de 50 por cento dos ministros serem professores universitários. É, ainda, um dos mais pequenos Governos de sempre. Alguns ministros têm experiência governativa, ligada ao eng. Guterres, e até há quem já pertenceu ao PCP. Será, para muitos comentadores, um Governo sem grandes vedetas, mas suficientemente capaz de nos levar a alimentar a esperança em dias melhores. Nesta fase da vida nacional, acho que não temos o direito de ser derrotistas. Acho que devemos dar ao novo Governo, liderado pelo único político que conseguiu, no PS, uma maioria absoluta, o apoio indispensável para que possa tirar-nos do beco sem saída aparente, em que temos estado. Não se ganha nada em começar a dizer mal das escolhas do eng. Guterres. Se o PS lhe deu carta branca para formar um Governo credível e com capacidade para governar com competência, não podem nem devem os adversários iniciar ataques por tudo e por nada, só porque é bonito dizer mal. Urge cultivarmos um ambiente político responsável e sempre pela positiva. Isso não exclui a crítica na hora própria, mas com consistência. Também não gostei de ver, à direita e à esquerda, ataques a Freitas do Amaral, pelo simples facto de ter sido fundador e dirigente do CDS. Afinal, quem é que neste mundo, e em particular na política, não admite mudar de ideias? Não há tantos exemplos em vários partidos? F.M.

Um livro de Sara Reis da Silva

"Dez Réis de Gente... e de Livros - Notas sobre Literatura Infantil"
Sara Reis da Silva, docente da Universidade do Minho, acaba de publicar o seu segundo livro, "Dez Réis de Gente... e de Livros - Notas sobre Literatura Infantil". O primeiro, sua tese de mestrado na Universidade de Aveiro, tem por título "A identidade ibérica em Miguel Torga". Segundo a Editorial Caminho, responsável pela edição de "Dez Réis de Gente... e de Livros - Notas sobre Literatura Infantil", este volume reúne um conjunto de textos críticos acerca de livros infanto-juvenis, de diversos autores portugueses, "originalmente destinados a um público de ouvintes e leitores de uma rádio e de um jornal regionais, a quem Sara Reis da Silva pretendeu despertar o gosto pelos livros e pela leitura literária". São ensaios que surgem, por isso, "num registo intencionalmente coloquial" e próximo dos seus destinatários. A editora sublinha, ainda, que, "na multiplicidade de textos seleccionados e nas abordagens aqui coligidas, pressentem-se visões mais ou menos afectivas ou gostos pessoais". Sara Reis da Silva, que bem conheço e aprecio pelo seu labor quotidiano em prol da cultura, na vertente do ensaio e da reflexão crítica do que se vai publicando, é suficientemente jovem para que possamos contar com a sua entrada na ficção. O apelo, de quem sabe do que ela é capaz, aqui fica registado.
A obra será apresentada no próximo dia 12, sábado, na Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, às 17 horas, e na livraria O Navio de Espelhos, às 21.30 horas . Fernando Martins

Para pensar

Exclusão racial continua entre nós
Fui educado no respeito por toda a gente, independentemente da sua raça, religião, posição social e opção política democrática. Foi uma educação de matriz cristã, que, ao longo da vida, continuei a cultivar. Por isso, é com mágoa que vejo, neste país que se considerava multirracial e multicultural na minha infância e juventude, a exclusão de portugueses da vida pública, nomeadamente da vida política. Nas sucessivas eleições, de âmbito nacional ou local, é raro serem eleitos compatriotas nossos de raça negra para o Parlamento e para as autarquias, como também não se vêem a ocupar cargos ministeriais. E no entanto, toda a gente sabe que há portugueses de diversas raças, que estudaram e tiraram os seus cursos como os portugueses de raça branca, que são tão capazes como quaisquer outros. Mas a verdade é que nas estruturas do Governo e das autarquias, e até nos quadros partidários, os negros ou de outras etnias ficam excluídos. Quando há tanto tempo se fala entre nós da necessidade de dinamizarmos a inclusão, quando há tanto tempo se condena a exclusão a qualquer nível, quando há organismos criados e vocacionados para promoverem a integração e para contribuírem para a erradicação da xenofobia e do racismo, estranha-se que os dirigentes partidários não dêem o exemplo de integrarem nas suas listas, em posições elegível, cidadãos portugueses, independentemente da sua raça. E também, que no Governo não haja nunca um lugar para os eternos excluídos da vida política portuguesa.
Fernando Martins

LEITURAS

À conversa com… Roberto Carneiro Em entrevista ao semanário Voz Portucalense, da Diocese do Porto, Roberto Carneiro, ministro da Educação de Cavaco Silva, fala de “A didáctica do esforço, do rigor, da disciplina e da responsabilidade. No site do semanário, ver Tema Vivo.

Apelo urgente

Será que Aveiro merece a livraria Navio de Espelhos? A pergunta veio de pessoa amiga e com a pergunta veio o apelo que transcrevo, porque as boas causas não podem ser ignoradas. Estou com a livraria Navio de Espelhos, porque reconheço a sua importância para a cultura dos aveirenses de todas as idades e de todos os quadrantes. Sou frequentador desta livraria e continuarei a sê-lo, porque este espaço cultural não pode desaparecer. F.M. "A livraria Navio de Espelhos em Aveiro não é só um local onde se podem comprar livros ou CDs. É um ponto de encontro para falar sobre livros, tomar um café à volta de livros ou de música, ver uma exposição, assistir a um debate ou a uma apresentação, encontrar um amigo. Estes locais, que fogem à pressão do lufa-lufa e da moda, têm dificuldade em sobreviver. Por culpa de todos nós! Chegou ao meu conhecimento que a Navio de Espelhos atravessa dificuldades financeiras. Talvez, à semelhança do que aconteceu com a livraria Buchholz em Lisboa, possamos iniciar uma corrente de resistência e solidariedade, e ajudar. Basta passar mais por lá e comprar um livro ou um CD. Vale a pena. Tenta informar quem julgues que possa participar nesta corrente."

POESIA para todos

Por motivo de obras, o monumento não poderá
ser visto por uns tempos
Em frente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, há um modesto monumento ao Homem do Mar, com um pequeno excerto de um poema de Fernando Pessoa. Na minha opinião, a poesia devia ser mais democratizada, ou não fosse ela importantíssima para fortalecer a sensibilidade de toda a gente. Tenho visto por aí alguma poesia em monumentos e recantos de jardins. E até já andou em transportes públicos de uma cidade, como andou a embrulhar pão numa padaria. Mas é preciso muito mais, ou não fosse Portugal um país de poetas, quantas vezes ignorados pelo nosso povo.
F.M.

sexta-feira, 4 de março de 2005

O SANTO PADRE está melhor

Em declarações à Rádio Renascença, o embaixador português no Vaticano, João Alberto Paris, sublinhou que "o Santo Padre continua a recuperar bem da intervenção que fez há dias", estando a fazer exercícios de respiração e de fala e, por consequência, está a "registar-se uma evolução favorável, depois da traqueotomia a que foi sujeito". O embaixador português, que foi recebido pelo subchefe do protocolo da Secretária de Estado do Vaticano, aproveitou o encontro para dizer que Portugal está a acompanhar com grande emoção a reabilitação do Papa, já que o povo português tem uma ligação especial com o Santo Padre. Na sua rotina diária, o Papa começa mesmo a intensificar o ritmo de trabalho, acompanhando o dia-a-dia da Santa Sé em reuniões com os seus colaboradores.

Para meditar

Cultura cristã - da liturgia maronita Tu que deste a santidade aos santos e a sabedoria aos simples e desceste aquele ardor sobre os apóstolos que deram testemunho de Ti acolhe e santifica os grãos desta oração Teus vivificantes dons curem nosso temor dos caminhos Demora em nós a sombra do Teu nome que salva In Rosa do Mundo, com tradução de José Tolentino de Mendonça