terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Gafanha da Nazaré - Rua Cesário Verde



José Joaquim Cesário Verde nasceu em Lisboa, a 25 de fevereiro de 1855. Filho de José Anastácio e de Maria da Piedade, família de comerciantes e lavradores.O seu pai era proprietário uma loja de ferragens na Rua dos Bacalhoeiros, em Lisboa, onde em 1872, Cesário Verde começou a trabalhar.
No ano letivo de 1873-1874 ingressou no Curso Superior de Letras da Universidade de Lisboa, que nunca chegou a terminar. Mas a frequência daquele estabelecimento de ensino permitiu-lhe estabelecer relações de amizade com outros escritores, em particular Silva Pinto.
Em dezembro de 1873, iniciou a sua colaboração com o Diário de Notícias e mais tarde, com Diário da Tarde, do Porto, onde publicou muitos dos seus poemas.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

PATRIMÓNIO - Lugre Gafanhoto

Ex-voto ao Senhor Jesus dos Navegantes



O lugre “Gafanhoto” saíra do Porto carregado de cimento com destino à barra de Aveiro. Ao aproximar-se de Aveiro foi colhido pelo mau tempo e, fazendo-se ao largo, nunca mais foi visto. Sem mantimentos, sem meios de segurança, a sua sorte começou a preocupar toda a gente. Confiava-se na valentia do capitão, mas, perante os elementos desencadeados, a esperança de salvamento desvanecia. Passado uns dias atracou em Leixões com grave avaria. Renasceu a alegria em muitos corações e secaram-se em muitos olhos as lágrimas. No momento agudo do perigo os tripulantes ajoelharam no convés do barco e prometeram mandar celebrar missa e sermão ao Senhor Jesus dos Navegantes de Ílhavo, promessa que cumpriram no dia 29 de janeiro de 1933. O Gafanhoto foi construído em 1919 por Joaquim Dias Ministro, em Pardilhó, e teve como primeiro armador Bagão & Ribaus, Lda. Após este episódio foi reparado e rebatizado de San Jacinto e motorizado para a campanha de 1934. Navegou até 1952. Depósito da Igreja Paroquial de Ílhavo em exposição no Centro de Religiosidade Marítima.

Fonte: Agenda "Viver em Janeiro" da CMI

Dia do Festival do Sono - 3 de Janeiro


Celebra-se hoje, 3 de janeiro, o Dia do Festival do Sono. Não pense que estou a brincar ou que estou a sonhar, depois de uma noite mal dormida por força da agitação provocada pelos festejos da passagem do ano. Nada disso. Não me excedi com os festejos nem abusei nas comidas e bebidas. Porém, admito que o Dia do Festival do Sono possa estar ligado à agitação própria das passagens do ano, com excessos de quem quer afogar tempos tristes. Ou então quererão alguns desforrar-se por não terem gozado a vida por causa dos trabalhos e preocupações.
Seja como for, a verdade é que umas boas sonecas dão jeito para recuperar energias de um ano inteiro de lutas e canseiras.
Se puderem, aproveitem, à conta deste Festival, e durmam hoje, descontraidamente, um sono reparador. Eu farei isso logo à tarde. Garantidamente.

domingo, 2 de janeiro de 2022

A fortuna é cega

"Não somente é cega a fortuna, como ainda, geralmente, traz cegos aqueles a quem favorece"

Cícero (106 - 43 a. C.), 
advogado e político romano

Em Escrito na Pedra do PÚBLICO

sábado, 1 de janeiro de 2022

Reassumi a vida pela positiva

º
Com os anos a passar em louca correria, as festas já me cansam. Sinto-as, talvez contagiado pelo fervor dos mais jovens, mas logo desligo preferindo as memórias, apesar de algumas sombras de permeio. E é nelas que me instalo com algum regalo, tantas vezes. Hoje também assim foi.
A passagem do ano, com a família presente e à distância, que os modernos meios de comunicação aproximam, dão azo à partilha de saudações na hora própria. Num já, ficámos em 2022 e consciente ou inconscientemente voltei aos projetos ou sonhos de projetos. E foi aqui que reassumi a vida pela positiva, recusando o desânimo e apostando em ânsias de trabalhos e canseiras que me hão de rejuvenescer.
O primeiro sol do ano novo deu um ar da sua graça, sem me dispensar de agasalhos, e à noitinha, o ambiente aconchegante da salamandra acesa animou-me a escrever esta nota para o meu blogue. E que contas darei aos meus seguidores daqui a um ano? Na altura falaremos.

Fernando Martins

Ano Novo: 2022

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Os fenomenólogos da religião fazem notar que, mesmo nas sociedades secularizadas, encontramos ainda algo dos mitos cosmogónicos, nomeadamente nos festejos da passagem de ano: folguedos e licenças, uma certa tonalidade orgiástica, alguma "confusão" social na noite de passagem de ano, simbolizam o regresso ao estado indiferenciado e caótico de antes da formação do mundo pelos deuses. Volta-se, portanto, de algum modo ao caos das origens, para que o mundo se regenere e se reponha o cosmos: um mundo outra vez novo, ordenado, belo.
Aparentemente, é a repetição. Mas, de facto, é mesmo no novo que nos encontramos: 2022. Nunca houve nem nunca haverá um ano como este em que acabamos de entrar. É novo e único na História da Humanidade e do mundo.
Depois dos eufóricos festejos - neste ano, por causa da pandemia, quase nada -, também haverá alguns pensamentos de meditação.

Miguel Torga para abrir o ano

SÍSIFO 

Recomeça...
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo 
Ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar 
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…

Do Livro "Miguel Torga - Poesia Completa"