sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Caminhos de perdão, a correcção fraterna

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XXIII


O Evangelho deste domingo faz parte do capítulo que Mateus, o autor do relato, dedica à vida da Igreja enquanto comunidade realizada num espaço e no tempo. Centra-se no relacionamento entre os seus membros e estabelece uma espécie de escala para o caso de haver desavenças ou pecados entre eles. Mt 18, 15-20. 
Como restabelecer a relação fraterna se foi quebrada e se o pecador persiste na obstinação? Vamos deter-nos nalguns passos a dar (a correcção ou promoção fraterna), procurando abrir horizontes de reconciliação e perdão. 
Há sentimentos e atitudes indignas: ser tolerante passivo, agravar a emoção sentida e alimentada, pagar na mesma “moeda”, retaliar com vingança, excluir o indesejado do círculo de relações, deixar “cair os braços” e esperar que uma crosta se imponha e gere a indiferença. Ou pura e simplesmente, recorrer ao tribunal civil que, apesar da sua nobre função, não resolve questões de consciência. 
A tolerância activa é uma atitude de profundo respeito que revela lucidez e coragem, ponderação e sentido de oportunidade. Não é sinónimo de imposição incriminatória, nem de reacção moralista e uniformizadora. Pelo contrário, traduz o reconhecimento da dignidade ferida, da convivência desfeita, da relação cortada naqueles que estão chamados, por natureza e pela bênção de Deus, à harmonia das diferenças legítimas no todo da humanidade. Quando degenera, dá origem ao tolerantismo que, indiferente ao bem comum, deixa andar as “coisas” ao sabor da corrente, tenha ela o colorido que tiver. 

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

CÂNDIDO TELES - Transparências da Ria e do Mar

Museu Marítimo de Ílhavo
Até 8 de Novembro
121 obras 


 

Estabilização do nosso cordão dunar



A Câmara Municipal de Ílhavo e a Agência Portuguesa do Ambiente assinaram, hoje, o contrato e auto de consignação da Empreitada de Recuperação e Estabilização do Cordão Dunar entre as Praias da Barra e da Costa Nova. Trata-se de um investimento de cerca de 400 mil euros, com o prazo de execução de 4 meses. A intervenção é assegurada pelo Município de Ílhavo e pela Agência Portuguesa do Ambiente.

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Nota: As dunas são assim. Vão e vêm como as marés. Por mais que os cientistas e técnicos estudem e ponham em prática o que consideram fundamental para nos defender das ondas e das marés vivas do oceano, sobretudo no inverno, é certo e sabido que haverá sempre problemas nas costas dunares. Por isso, as cíclicas reposições de areia nas nossas praias. 

TARDINHA


TARDINHA foi o nome que dei a esta foto que encontrei hoje num dos meus arquivos. Presumo que se trata de um registo feito há anos na Figueira da Foz. Seja como for, aqui a partilho pela serenidade que ela me transmitiu. Votos de bom fim de semana que está a chegar.

POSTAL ILUSTRADO - Forte da Barra

 Marina 


 

Aveiro sem Feira do Livro?


Feira do Livro em Aveiro (foto de arquivo)

Consta-me que não teremos este ano a Feira do Livro em Aveiro, talvez com medo dos contágios que persistem no mundo. Todos os dias, os meios de comunicação social vêm com números assustadores. O Covid-19 ainda não desistiu. Mas a feira podia realizar-se, tal como aconteceu noutras regiões. É que eu aprecio sobremaneira as feiras dedicadas exclusivamente aos livros, mas não gosto nada das outras. 
As feiras de livros são realmente do  meu interesse pela variedade de obras à venda, sobretudo algumas que caíram no rol do esquecimento. As que vão sendo publicadas e publicitadas são de fácil aquisição, em especial nas livrarias bem organizadas e atentas aos interesses dos clientes. Contudo as obras editadas há muito tempo e de autores menos badalados passam depressa dos nossos olhares e intenções. O que é pena. Pode ser que o próximo ano seja mais propício à organização da Feira do Livro em Aveiro.

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Em defesa das liberdades de educação

Os pais e encarregados de educação 
devem agir em conformidade com 
o que consideram melhor 
para as crianças e jovens



— Considerando que a Declaração Universal dos Direitos Humanos reconhece expressamente que «Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos» (art. 26.º);

— Considerando que o Pacto Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais especifica que «Os Estados […] comprometem-se a respeitar a liberdade dos pais» […] e a «assegurar a educação religiosa e moral dos seus filhos em conformidade com as suas próprias convicções» (art. 13.º);

— Considerando que, no Protocolo Adicional n.º 1 à Convenção de Protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais, os membros do Conselho da Europa convieram em que «O Estado, no exercício das suas funções, que tem de assumir no campo da educação e do ensino, respeitará o direito dos pais a assegurarem aquela educação e ensino consoante as suas convicções religiosas e filosóficas (art. 2.º);

— Considerando que a Convenção Internacional sobre os direitos da criança estabelece que «a criança tem o direito de conhecer os seus pais e de ser educada por eles» (art. 7.º);

NOME DA GAFANHA

Artigo de João Gaspar
Padre e historiador 


 João Gaspar
Uma questão que não deixa de espevitar a nossa curiosidade é a de saber a origem das palavras, designadamente os nomes de pessoas e de povoações e o que eles radicalmente significam. Tantos e tantos antropónimos e topónimos, se fossem bem entendidos e bem assimilados, indicariam programas para a vida de pessoas e para a história de povoações.
Aqui e agora, dou a minha opinião sobre o significado da palavra 'Gafanha' e sobre o porquê da sua primitiva e secular aplicação a uma larga zona chã, senão mesmo pantanosa, à beira do mar e da ria. Sem menosprezo de alguém, não me refiro às outras explicações ou hipóteses. Foram elas explanadas pelo padre João Vieira Resende, por Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal, por Américo Costa, pelo dr. Joaquim Tavares da Silveira, pelo prof. dr. José Leite de Vasconcelos e pelo padre Manuel Maria Carlos... e agora pelo Cardoso Ferreira.
Em 1853, Pedro José Marques ainda registou o topónimo 'Galafanha' (Diccionário Geográphico abbreviado das oito províncias dos Reinos de Portugal e Algarves, Lisboa, 1853), informando que se tratava de uma zona territorial da freguesia e do concelho de Vagos; nessa ocasião, porém, já vulgarmente de dizia 'Gafanha'. Muito mais tarde, em 1938, Américo Costa, no seu Dicionário {Diccionário Chorográphico de Portugal Continental e Insular - etc, VI volume, editado em 1938) apontou igualmente o mesmo topónimo 'Galafanha', embora remetendo a sua explicação para o étimo 'Gafanha; decerto pretenderia que não se perdesse uma designação que julgava anterior à então corrente e usual.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

EVOCAÇÕES: EXPO'98

Na Expo'98. Terceiro dia. Três dias depois um enfarte

A caminho da Expo'98

Um dos meus grandes prazeres é recordar os momentos da vida. Uns são agradáveis, a maioria, e outros nem tanto. Quando deparei com a última foto registada na EXPO'98, senti a alegria do que pude apreciar, mas logo se sobrepôs o que me aconteceu no sábado seguinte: um enfarte, talvez provocado pelo esforço.

Gafanha da Nazaré - Cronologia

D. Maneuel II 
23 de Junho de 1910 — Decreto de D. Manuel II para a criação da freguesia e paróquia 

30 de Julho de 1910 — Auto de revista da capela de Nossa Senhora da Nazaré, no lugar da Gafanha (Chave)

31 de Agosto de 1910 — Ereção canónica da paróquia da Gafanha de Nossa Senhora da Nazaré, por D. Manuel Correia de Bastos Pina, Bispo de Coimbra 

27 de Outubro 1910 — Instalação e primeira sessão da Comissão Paroquial Administrativa da freguesia da Gafanha; compareceram os cidadãos nomeados membros da comissão por alvará do Governo Civil de Aveiro, com data de 24 do corrente. Foram eles, José Ferreira de Oliveira (presidente), António Teixeira (tesoureiro), Manuel Nunes Ribau (secretário) e Jacinto Teixeira Novo, José Maria Fidalgo e Manuel Ribau Novo, vogais. O tesoureiro não chegou a assinar a ata por ter falecido, entretanto. 

1 de Maio de 1911 — Auto de delimitação da freguesia da Gafanha da Nazaré, segundo cópia de 18 de Maio assinada por Samuel Tavares Maia 

2 de Janeiro de 1914 — Instalação da primeira Junta da Paróquia da Gafanha da Nazaré; Os membros juraram cumprir fielmente as leis do país como cidadãos da República Portuguesa. A Junta ficou constituída por José da Silva Mariano (presidente), João Sardo Novo (tesoureiro) Alberto Ferreira Martins (secretário). Posteriormente, a Junta também elegeu para vice-presidente Manuel José Francisco da Rocha. 

Fernando Martins 

(continua)