quinta-feira, 30 de abril de 2020

DIA INTERNACIONAL DO JAZZ E JACINTA



O Dia Internacional do Jazz é celebrado neste dia, 30 de abril. Começou a celebrar-se em 2012 com o objetivo de lembrar a importância deste género de música, mas também para promover a aproximação de cultura de diversos povos do mundo. 
O Jazz está associado à luta pela liberdade e à abolição da escravatura. 
Nesta data, permitam-me que evoque neste meu recanto a Jacinta, da Gafanha da Nazaré, cantora e docente universitária de Jazz, com voz e expressão que muito aprecio e de cuja amizade me orgulho. 

Fernando Martins

quarta-feira, 29 de abril de 2020

DIA MUNDIAL DA DANÇA - 2020



Para todos os que apreciam a dança e gostam de dançar, 
mesmo em tempo de COVID-19 ou talvez por isso.

PARÓQUIA DA VERA CRUZ TEM NOVO SITE


Foi com gosto que registei nos meus destaques o novo site da paróquia da Vera Cruz, cuja visualização me agradou bastante. Vai ser, para mim, de visita frequente porque naquele espaço noto dinâmica, à partida, e ares modernos capazes de nos abrir a novos horizontes nos campos da paroquialidade, espiritualidade, harmonia e humanidade. 
Há muito que defendo na Igreja a ligação ativa e empenhada ao ciberespaço, fonte inesgotável de comunicação multifacetada, onde as comunidades religiosas têm lugar para o diálogo permanente com as mais variadas formas de pensar e agir. 
Tenho para mim que o confinamento provocado pelo COVID-19 terá levado a Igreja a descobrir o peso das novas tecnologias na vivência expressiva da fé e na forma de a partilhar. 
Daqui, deste meu cantinho com mais de 15 anos, formulo votos dos maiores sucessos à paróquia da Vera Cruz, na esperança de que venha a inspirar outras paróquias. 

F. M.

15 MILHÕES PARA A COMUNICAÇÃO SOCIAL


É público que o Governo vai apoiar com 15 milhões de euros a comunicação social, pagando publicidade institucional, anunciou o Ministério da Cultura. Pretende assim ajudar um setor que se tem tornado cada vez mais deficitário, o que levaria a uma morte sem honra nem glória. É claro que haverá regras a cumprir, não vá dar-se o caso de o dinheiro cair em saco roto, não contribuindo para um jornalismo de qualidade, como é lógico. 
A comunicação social, em geral, está a confrontar-se com a concorrência dos órgãos digitais, que operam em cima da hora, através de textos, imagens e sons quase em direto, um progresso indiscutível a nível informação e formação, que nos satisfaz, embora, como é o meu caso, a nostalgia do jornal e revista em papel não tenha desaparecido. Um diário e um semanário digitais garantem-me janelas bastante amplas para o mundo, estando em permanente atualização. O semanário, no fundo, é diário. Contudo, a saudade e o cheiro do papel ainda não se diluíram. De vez em quando volto a eles, mas o treino ajudar-me-á a esquecer a comunicação social escrita, em papel, até porque já me custa folhear os jornais, sobretudo os que saem com formatos muito grandes para o meu gosto. 
O Governo vai, portanto, ajudar os jornais, revistas, rádios e televisões, esperando eu que não se estabeleça uma espécie de compadrio que suscite obrigações para quem recebe os apoios, coisa muito ruim no jornalismo. A independência é um princípio sagrado. Por cá andaremos para ver, se Deus quiser. 

Fernando Martins

terça-feira, 28 de abril de 2020

A FARMÁCIA - TEMPLO ILUMINADO DENTRO DA NOITE



A Farmácia Morais veio para a Gafanha da Nazaré na década de 40 do século passado. Ficava na atual Av. José Estêvão, perto da nossa casa. A Dona Ester Morais, bem conhecida por todos os gafanhões, era a diretora técnica e proprietária. Chegou a ser, como há dez anos averiguei, a proprietária e diretora técnica mais idosa do país, em atividade. Entretanto, cumpriu a sua missão neste mundo, aconselhando os que recorriam à sua experiência de farmacêutica para curar certas maleitas. Até me explicou como fabricava os comprimidos...
Há anos, vi e li, na Farmácia Morais, um poema curioso e expressivo que se apresentava encaixilhado. Tentei saber da origem, mas nada encontrei. Com o telemóvel, registei o que foi possível captar, mas hoje, a atual proprietária, Maria de Lurdes, teve a gentileza de me enviar uma cópia do original. E diz assim: «“Mais vale tarde… que nunca”. Ao rever pastas antigas de documentos, ainda dos meus pais, encontrei o prometido... E, como diz o ditado, “O prometido é devido”, aqui envio com todo o carinho e amizade, “A Farmácia”». Não faltaram, ainda, os votos de boa saúde. 
Muito obrigado pela amizade  e simpatia. 

Fernando Martins

VISITA GUIADA NO MUSEU MARÍTIMO DE ÍLHAVO


Ontem à noite tive o prazer de ver na RTP2 mais um programa da série “Visita Guiada”, todo ele passado no Museu Marítimo de Ílhavo. Paula Moura Pinheiro falou e entrevistou Álvaro Garrido, que foi diretor e consultor do museu ilhavense, cargo que deixou de exercer recentemente por razões profissionais no âmbito académico. Profundo conhecedor dos meandros da pesca do “Fiel Amigo”, Álvaro Garrido elucidou a entrevistadora e o público onde chega a RTP2, com notas históricas e humanas que não podem cair no esquecimento. 

Podem ver aqui

segunda-feira, 27 de abril de 2020

RETOMA DAS CELEBRAÇÕES CATÓLICAS SERÁ GRADUAL

Nota Pastoral do Bispo de Aveiro

O Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, publicou uma Nota Pastoral — A vida pastoral em tempos de pandemia —, na sequência da reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal (CPCE) que se realizou no passado dia 21, para «preparar orientações gerais, em diálogo com as autoridades governamentais e de saúde, para quando terminar esta terceira fase do estado de emergência, com a retomada das celebrações comunitárias da Eucaristia e outras manifestações cultuais». 
O nosso bispo realçou na sua NP que a Diocese de Aveiro, tal como o CPCE, «também está solidária com tantos profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, auxiliares da ação médica...) que dão o melhor de si mesmos nesta situação tão difícil; com tantos responsáveis de lares e outras instituições, onde o Covid-19 entrou e aumentou o sofrimento daqueles que já estavam tão frágeis». 
«Temos consciência de que a retoma das celebrações comunitárias será lenta e gradual, e, tendo vários sacerdotes contactado os serviços centrais da Diocese para conhecimento de algumas orientações para os próximos tempos, julgamos que estamos num tempo de muita incerteza e devemos estar sempre em comunhão com as determinações que as autoridades sanitárias possam indicar. Apesar de toda esta incerteza, aqui ficam as orientações possíveis», afirmou D. António Moiteiro na sua NP.

NADA SERÁ COMO DANTES



Nada será como dantes. O antes e o depois ficaram separados pelo surgimento devastador do COVID-19. O antes sabemos como foi, cada um à sua medida. Os mais velhos contam a história que viveram; os mais novos dizem do próximo-passado que lhes foi descrito. Ambos, por mais conjeturas que se elaborem, nunca terão certezas do que realmente possa brotar das cinzas que agora enxameiam o mundo. Esta será uma visão pessimista. A visão otimista ainda não se encaminha para nos embalar num sono tranquilizador. Mas quando ele vier e dele acordarmos, talvez possamos dizer: Afinal, tudo se resolveu a bem. 

Fernando Martins

domingo, 26 de abril de 2020

Primavera que tarda


AGORA

Abre-te, Primavera!
Tenho um poema à espera
Do teu sorriso.
Um poema indeciso
Entre a coragem e a covardia.
Um poema de lírica alegria
Refreada,
A temer ser tardia
E ser antecipada.

Dantes, nascias
Quando eu te anunciava.
Cantava,
E no meu canto acontecias
Como o tempo depois te confirmava.
Cada verso era a flor que prometias
No futuro sonhado…
Agora, a lei é outra: principias,
E só então eu canto confiado.

Miguel Torga

Em "POESIA COMPLETA"

NÃO DEIXAR NINGUÉM PARA TRÁS

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

«A nova prioridade vai ser a mais complicada. Será possível vencer a exuberância das manifestações recíprocas e espontâneas sem anestesiar a cordialidade?»

1. Certos acontecimentos pedem-nos disponibilidade para intervir e pensar o mundo de novo. Diz-se que os portugueses são repentinos perante desafios inesperados, mas pouco constantes em se manterem abertos aos problemas novos que acontecem na vida social, política, científica e cultural do nosso tempo.
Desconfio destas caracterizações algo aforísticas. Parece-me que os nossos decisores políticos, sem autoritarismo, foram acertando o passo para tentar um objectivo complexo sintetizado pelo primeiro-ministro: “A primeira prioridade foi conter a pandemia sem matar a economia. A nova prioridade que temos agora é a de reanimar a economia sem deixar descontrolar a pandemia. Há uma coisa que sabemos: não podemos morrer da cura.” [1]
A nova prioridade vai ser a mais complicada. Será possível vencer a exuberância das manifestações recíprocas e espontâneas sem anestesiar a cordialidade? Já teremos interiorizado que, à solta, continuamos a ser uma ameaça de contágio e de sermos contagiados, deitando a perder o que foi conseguido no isolamento?
Perante esse perigo não se pode obedecer apenas aos impulsos do sentimento e ao arbítrio individual. As orientações elaboradas, de forma convergente, pela DGS e pelas diversas instâncias dos poderes legítimos, devem merecer a nossa atenção. Dado que a liberdade de expressão, em Portugal, não está posta em causa, é sempre possível apontar o dedo aos abusos. Mas o mundo não se reduz a Portugal, à União Europeia, aos paraísos dos ricos, nem às ânsias das confissões religiosas – que têm manifestado um sentido exemplar da responsabilidade – em reabrir as suas portas.