sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Uma saudação natalícia para todas as Rosas...


A Rosa passou, olhou, e, com simpatia, dirigiu-me uma saudação amiga. Identificou-se como explicanda de há décadas. Estava eu sentado na zona de passagem de uma grande superfície a ver correr o tempo e as pessoas para as compras ou delas regressando. Sempre apressadas, como é timbre de quem tem horas contadas para tudo.
Como não gosto de apreciar preços e de andar à cata dos saldos ou coisa parecida, por ali me quedei meio absorto. A Rosa acordou-me da modorra em que estava. E a conversa pegou… com evocações de bons tempos. Foi uma grande alegria.
Estar com alunos e explicandos de há décadas é voltar ao passado, tornando-o presente. E a Rosa levou-me de mansinho, que na minha idade as comoções podem tornar-se perigosas, numa caminhada de recordações que nunca mais teriam fim, se não surgisse o seu marido que tive o prazer de ficar a conhecer.
Para mim, evocar é reviver, é dar lugar e espaço ao passado no presente. É sentir-me novo e atuante, é ver nos olhos de quem me fala reflexos de brincadeira, de correrias, de jogos onde cabiam todos e que implicavam habilidades, tendências, força e destreza, partilha e emoções. Mas ainda, e sobretudo,  de trabalho, de gosto pelo saber, da vontade de vencer.  E a Rosa levou-me com agrado meu, e dela certamente, a épocas em que fui e fomos muito felizes. 
Obrigado, Rosa, por me teres acordado de uma certa letargia, enquanto esperava a minha Lita. E fica ciente de que, de minha parte, haverá sempre lugar para a partilha de sentimentos.
Um abraço para todas as Rosas…

Fernando Martins 

Ide contar a João

Reflexão de Georgino Rocha 
para o III Domingo do Advento

«Deus está aí. Discreto, mas solícito. Silencioso, mas interveniente. “Ferido”, mas sanador. Peregrino e companheiro no tempo, mas “dono” da casa de família onde acolhe, em alegre festim, todos os que souberam caminhar com Ele e aceitar o ritmo do seu amor.»

Assim começa a resposta que Jesus dá aos enviados de João. “Ide contar o que vedes e ouvis”. Mt 11, 2-11. João estava na cadeia, onde chegam notícias contrastantes com o que havia anunciado na sua missão profética. E tem dúvidas, como é normal. Quer esclarecer e procurar a verdade. Não deixa que a cadeia lhe aprisione o espírito nem limite a liberdade. Para ele, como para qualquer pessoa, viver na dúvida é uma espécie de prisão que limita a razão e amarra o coração. Não deixa adormecer a pergunta inquietante nem se inibe face ao preconceito que mina a confiança. Fiel a si mesmo, honesto e decidido, quer saber e encarrega os seus discípulos de buscarem a resposta desejada. Que belo exemplo nos dá e apelo nos faz para sermos peregrinos da verdade!
João anuncia o reino prestes a chegar e urge a conversão com palavras duras, metáforas de amedrontar as “raças de víboras”, invectivas fortes aos palradores que “dizem e não fazem”, ameaças terríveis de castigos iminentes, apelos gritantes ao arrependimento e à correspondente mudança de atitudes. O “juízo de Deus” vai iniciar-se. O contraste é claro, como veremos a seguir.
O estilo de Jesus surge como resposta velada à pergunta preocupada de João. Acolhe os cegos e abre-lhes os olhos. Aproxima-se dos coxos e restitui-lhes a liberdade de movimentos. Escuta a súplica dos leprosos e estes ficam limpos da doença que marginaliza e rói a dignidade humana. Toca os ouvidos dos surdos e estes abrem-se à realidade nova da escuta que relaciona e insere no vasto horizonte comunicacional. Visita as famílias com defuntos, reza por eles e ordena-lhes que regressem à vida terrena, ao convívio dos seus. Que desafio nos lança o estilo de Jesus!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Presidente Marcelo faz anos



Tenho andado um pouco distraído por razões que não vislumbro, mas dei conta há momentos que o Presidente Marcelo fez anos, tendo nascido em 12 de dezembro de 1948. E porque aprecio a forma como tem exercido as funções de mais alto Magistrado da Nação, com sentido de proximidade elevado ao mais alto grau, não podia deixar de o felicitar nesta data, com votos de saúde e coragem para continuar a cumprir a sua missão. 
Confesso que me tem surpreendido o desempenho  do nosso Presidente  Marcelo, porque não encontro nada parecido no mundo que conheço ou ao qual tenho acesso. Um Presidente que está presente em todas as situações junto dos mais carentes de afeto e dos que merecem aplausos, vencidos pela vida, uns, e vencedores em tantos momentos, outros, precisa mesmo das nossas palavras de simpatia, estímulo e apreço. 
Parabéns, Presidente Marcelo.

Fernando Martins

NATAL feliz para todos



NATAL

Lá na gruta de Belém
onde nasceu o Redentor
houve falta de agasalho
que sobrou em Paz e Amor
Apoio humano e divino
prendas singulares do mundo
foram presença marcante
nesse Presépio fecundo
cuja pobreza na grandeza
e desamparo era bondade
e que simplesmente deu
rumo à Humanidade.
Que nesta época de Natal
de já rara fraternidade
que ao menos, depois da festa,
Possa celebrar-se a Amizade.

M. Cerveira Pinto


NOTA: Este poema, de um colega e amigo que muito estimo, publiquei-o há dez anos no meu blogue. Republico-o  com votos de Santo Natal para a sua família e para os meus muitos amigos. A ilustração representa a sensibilidade da Lita. 

É importante dar "cátedra" aos não crentes

 D. António Marcelino - A cátedra dos não crentes e o átrio dos gentios

D. António Marcelino

«Era importante dar “cátedra” aos não crentes, ou seja, proporcionar-lhes espaço e tempo próprio para se exprimirem livremente e ouvirem quem bebesse do Evangelho, mais do que de regras e proibições canónicas. “Cátedra dos Não Crentes”, assim se chamou esta audaciosa iniciativa, à qual o Cardeal Martini, ele próprio, não se furtou a dar a cara no diálogo longo com Umberto Eco. Ficou a coragem em livro, também publicado em português, com o título expressivo “Em que crê quem não crê”. Pela Cátedra de Milão, uma iniciativa regular e cíclica, passaram filósofos e pensadores, ateus e agnósticos, indiferentes satisfeitos e gente ansiosa de verdade.»

Ler mais aqui 


Nota: Não estranhem por apresentar hoje, neste meu blogue aberto ao mundo, um texto com foto de D. António Marcelino, que foi Bispo de Aveiro e que me marcou profundamente. É que tenho por hábito reler textos dele e doutros que nas minhas buscas sobressaem, levando-me a relê-los com prazer, muitos dos quais mantêm uma atualidade indiscutível.

F. M. 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Dia Internacional da Montanha

Serra do Caramulo

Hoje, 11 de dezembro, celebra-se o Dia Internacional da Montanha, uma oportunidade para refletirmos sobre a importância da preservação das montanhas no mundo. Faço-o com gosto porque fico sempre fascinado com montes e serras desde que, menino da ria e do oceano, contemplei ao longe as silhuetas das montanhas, em dia claro, avistadas das planícies marinhas que nos envolvem. 

Quando ando pelas serras, todo o meu ser fica dominado pelo prazer da solidão desejada, do silêncio procurado, da paz sonhada. Perco-me a contemplar paisagens tantas vezes inacessíveis, horizontes sem fim, quietudes tranquilizantes. Depois, regresso ao dia a dia dos meus quotidianos, num corre-corre próprio do estar e viver com a família e amigos. À montanha voltarei sempre que puder e se puder.

Revista Igreja Aveirense – Um espelho da diocese de Aveiro



É na partilha de experiências, projetos, sonhos 
e realidades que aprendemos a fazer mais e melhor


A revista Igreja Aveirense (IA), referente ao primeiro semestre de 2019, acaba de ser editada e já tive o cuidado de a compulsar para apreciar, com atenção e curiosidade naturais, porque gosto de estar a par do que faz e pensa a Igreja em terras aveirenses. 
A IA vive o XV ano da sua existência, com edições semestrais, fazendo refletir no seu conteúdo o viver e o sentir da comunidade diocesana, traduzidos nos multifacetados trabalhos pastorais, sociais, culturais e espirituais dos católicos e das paróquias, que se estendem do litoral marítimo e lagunar até às serras, com as suas aldeias remotas mas de vivências cristãs a vários níveis. 
A revista é um espelho, tão completo quanto possível, das suas 101 paróquias, com destaques para o que diz, prega, ensina e propõe o nosso bispo, D. António Moiteiro, mas ainda o que se programa e faz nos arciprestados, nas associações, serviços, obras laicais, movimentos, instituições, departamentos e organizações de diversíssima ordem que constituem a nossa Igreja local, multifacetada por natureza, respirando ares citadinos e populosos a par de aldeias quase desertas, mas com alma enriquecida por purezas ancestrais. 
Destacamos, nesta edição, publicações de interesse eclesial e humano e a homenagem a D. António Marcelino, mas também é digno de nota, a fechar, uma pessoa notável, que bem conhecemos, Maria Armanda Pêgo Guedes, cuja vida cristã foi exemplo para muitos. 
IA é uma revista que precisa de ser lida e consultada para se conhecer quem somos e como somos enquanto cristãos num mundo em permanente mudança. É na partilha de experiências, projetos, sonhos e realidades que aprendemos a fazer mais e melhor, se possível. 

Fernando Martins