sábado, 8 de agosto de 2015

Voz político-moral global (1)

Crónica de Anselmo Borges 


«O centro da Igreja é o ser humano, 
sempre frágil e necessitado
de compreensão e ternura»


"A descrição do Papa como um super-homem, como uma estrela, é ofensiva para mim. O Papa é um homem que ri, chora, dorme tranquilamente, e tem amigos, como as outras pessoas." Quem isto diz é o Papa Francisco, dessacralizando o papado, citado por R. Draper num artigo na National Geographic deste mês, com o título provocador: "O Papa vai mudar o Vaticano? Ou o Vaticano vai mudar o Papa?" À partida, digo que estou convicto de que é o Papa que vai mudar o Vaticano. Seria péssimo para a Igreja e para o mundo se fosse ao contrário. Ele sabe que ninguém é perfeito: "Existimos apenas nós, pecadores." Mas também sabe que "Deus não tem medo de coisas novas! É por isso que nos surpreende continuamente, abrindo-nos o coração e guiando-nos por caminhos inesperados."

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Passeios

Santuário de Schoenstatt 
Em moda estão as caminhadas e os passeios de bicicleta. De manhã e à noitinha, não faltam ranchos que caminham tranquilamente. E fazem-no com animação, conversando e rindo. Por razões de saúde e de convivência, está bem de ver. E os ciclistas terão os mesmos objetivos. Então, propomos que de em vez em quando, nestas férias, se peregrine aos santuários de Schoenstatt e de Santa Maria de Vagos. O primeiro, com a finalidade de sentir a serenidade que ali se experimenta, associando-lhes a oração que possa brotar de cada coração agradecido pelas dádivas do céu. O segundo, em homenagem às principais raízes das gentes gafanhoas, num ambiente agradável. Santa Maria de Vagos ali está acolhedora desde a fundação da nacionalidade.


Sofrer

"Sê capaz de sofrer. Mas não digas nada que possa
 perturbar o sofrimento dos outros"

Léon-Paul Fargue (1876-1947)


- Posted using BlogPress from my iPad

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Um sorriso

"É necessário muito pouco para provocar um sorriso 
e basta um sorriso para tudo se tornar possível."

Gilbert Cesbron (1913-1979)


- Posted using BlogPress from my iPad

Museu de Ílhavo e Navio Santo André

Vista panorâmica do Porto Comercial (Clicar para ver melhor)
As estatísticas respeitantes ao Museu Marítimo de Ílhavo e ao Navio-museu Santo André mostram a mais-valia que representam aqueles espaços museológicos para a nossa cultura e turismo. Importa aproveitar o que nos é oferecido a preços módicos ou em dias de portas franqueadas para nos apercebermos do que temos de bom. E as férias são uma excelente oportunidade para nos cultivarmos. 

Ler mais  aqui 

Leituras de férias



O hábito da leitura continua a beneficiar quem o pratica. Os livros são riquíssimas fontes de cultura e de saberes. Mas este mês ficaríamos de mal com a nossa consciência se não recomendássemos a leitura de dois preciosos livros do Papa Francisco: “A Alegrias do Evangelho” e a sua segunda encíclica, “Louvado Sejas”. Ambos apreciados por personalidades de todos os credos e culturas. A propósito deste último, Carlos Fiolhais, físico e professor universitário, nos dez livros que recomendou para estas férias, diz no PÚBLICO: «A segunda encíclica do actual Papa é um extraordinário ensaio sobre a atenção que devemos à nossa casa comum, o planeta Terra. Não é só a ecologia, mas também a economia que nos deve preocupar.»



domingo, 2 de agosto de 2015

"Francisco quer ações, não meras palavras na questão do ambiente"

Autor de uma biografia fundamental sobre o Papa, 
Austen Ivereigh falou ao DN sobre a primeira encíclica de Francisco, 
o seu percurso, preocupações e o concílio em que foi eleito

Papa Francisco e Austen Ivereigh

As ações humanas produzem a degradação do ambiente?

A importância da encíclica é que toma posição no debate científico sobre a questão, reconhecendo que as alterações climáticas são resultado da ação humana, mas as evidências em que se baseia surgem mais do testemunho dos pobres, sintetizadas através das declarações de conferências episcopais. Isto é deveras importante, porque o Papa está a afirmar que o povo de Deus está a sofrer e que sente e vê esse sofrimento. E a ciência sustenta esta evidência. O que não tem sido entendido por muitos nos EUA que dizem não ser admissível o Papa tomar posição sobre a ciência quando ele, de facto, diz que a evidência vem do sofrimento dos pobres.

Pode ler a entrevista no Diário de Notícias

Confiança

"Aquele que não tem confiança nos outros não lhes pode ganhar a confiança"

Lao-Tsé (-570-490), filósofo da China Antiga

Li no Público


- Posted using BlogPress from my iPad

sábado, 1 de agosto de 2015

Liberdade e dignidade

Crónica de Anselmo Borges 


«Mas quantos são verdadeiramente donos, senhores, 
de si e não escravos das paixões e das coisas, 
sobretudo do dinheiro e da opinião pública 
e do politicamente correcto?»



Apesar de todos os debates à volta de se saber se somos livres ou não, vivemos na convicção de que o somos, o mesmo acontecendo com as sociedades. Caso contrário, como se explicariam as leis, as normas, os louvores, os julgamentos, as penas, as prisões?
Há uma experiência de fundo: o ser humano não é objecto, coisa. Olhamos para as coisas como um "isso", mas olhamos para os seres humanos como um "alguém". Alguém que é um "tu" como "eu" e, ao mesmo tempo, um tu que não sou eu: outro eu e um eu outro, formando um "nós". O outro, no seu rosto e olhar, impõe-se-me como um "alguém corporal", a visibilidade de uma interioridade inacessível que se mostra, afirma e impõe.

Deixar Deus ser Deus

Reflexão de Georgino Rocha

 A partir do que digo, 
ajustem o vosso modo de pensar, 
alterem a vossa compreensão, 
conformai a vossa vida

Georgino Rocha


Os judeus caem em si. A condição social de origem de Jesus não condizia com o reconhecido estatuto de Mestre e, menos ainda, com o seu discurso após a multiplicação dos pães. Jo 6, 41-51. E, coerentemente, interrogam-se sobre o que está a acontecer: Um artesão de Nazaré da Galileia ser o enviado de Deus? O filho de José e de Maria, bem conhecidos na terra, declarar-se pão da vida? O deslocado de Cafarnaum ensinar, com linguagem dura, “coisas estranhas” na sinagoga? Donde lhe vem tal autoridade? Jesus não entra “no jogo” de pergunta-resposta. Os factos estão à vista, são públicos. A explicação é clara, persuasiva e respeitadora. A mensagem é apelativa, mas não surte efeito. Em vez de se deixarem atrair por Deus e entrar na novidade que o ensinamento de Jesus comporta, começam a murmurar e “estancam” no seu rígido pensar e nos seus velhos hábitos, distanciam-se interiormente e muitos acabam por O abandonar. 
João, o autor da narrativa, destaca a relação de Jesus com Deus Pai e faz uma excelente catequese que choca abertamente com a mentalidade dos ouvintes judeus. Eles, como talvez muitos de nós, têm as suas ideias a respeito de Deus e querem encerrá-Lo nesse quadro de referências. Jesus propõe uma perspectiva diferente: A partir do que digo, ajustem o vosso modo de pensar, alterem a vossa compreensão, conformai a vossa vida. “Não murmureis entre vós, Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que me enviou, não o trouxer”.