sexta-feira, 11 de abril de 2014

FALECEU VASCO BRANCO

Votos de pesar da Câmara Municipal de Aveiro

A Câmara Municipal de Aveiro lamenta profundamente a morte do Dr. Vasco Branco, considerando tratar-se de uma perda irreparável para a cultura e para vida intelectual da Cidade. No momento de imensa consternação a edilidade associa-se à dor e ao luto da Família, a quem dirige os sentidos pêsames.
Natural de Aveiro, Vasco Branco notabilizou-se como pintor, escultor, escritor e cineasta, tornando-se num exemplo de rara diversidade e capacidade artística e de extraordinária sensibilidade humana. 
As criações artísticas refletem o amor incondicional pelas figuras, pelas paisagens e pela história de Aveiro, como documentam os livros e os filmes sobre a cidade, bem como os painéis de azulejos que emolduram locais nobres da urbe, o Mural da Praça da República e o da passagem desnivelada de Esgueira, que são da sua autoria. 

O reconhecimento do trabalho que o Dr. Vasco Branco desenvolveu encontra-se no prestígio e na diversidade de prémios atribuídos em Portugal e no estrangeiro. Entre o final dos anos 50 e os anos 80 foi galardoado com quase todas as distinções cinematográficas portuguesas. Os seus filmes obtiveram prémios em cidades de todos os continentes: Paris, Salzburgo, Cannes, Corunha, Lobito, Newark, Cristchurch e Hiroshima. Na literatura destacam-se o Prémio Antero de Quental, em 1964, e o Prémio Associação Portuguesa de Escritores e Secretaria de Estado da Cultura, em 1979. 
Foi sócio fundador do grupo AveiroArte, fundou o Cine-clube de Aveiro, colaborou com jornais como o “Litoral” e o “Libertação” e participou em inúmeras conferências. 
No dia 12 de Maio 1993, Vasco Branco foi galardoado com a Medalha de Prata da Cidade numa homenagem prestada pela Câmara Municipal de Aveiro. Oportunidade para os aveirenses exprimirem a afeição pela personalidade e pela obra que influenciou o destino cultural e artístico aveirense e projetou o nome da cidade pelo mundo fora. 
A 17 de maio de 2007 a Comissão de Toponímia decidiu propor a atribuição à avenida entre o viaduto da estação de caminho-de-ferro e a rotunda da Policlínica o nome de “Avenida Dr. Vasco Branco. Emérito Aveirense”. A proposta de perpetuar a memória pública do Dr. Vasco Branco foi deliberada na Reunião de Câmara de 11 de junho de 2007. 
Aos 95 anos o Dr. Vasco Branco deixa-nos um exemplo de distinto aveirense e uma obra inigualável. 

Fonte: CMA 

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Nota: Subscrevo inteiramente o voto de pesar da Câmara Municipal de Aveiro pela morte de Vasco Branco, um artista multifacetado e proprietário da Farmácia Branco da Gafanha da Nazaré. Do mesmo modo, como gafanhão, apresento à família enlutada os meus pêsames pelo falecimento de um cidadão que à nossa terra também muito deu.

Postal Ilustrado - Farol da Barra de Aveiro




O Farol da Barra de Aveiro é, sem sombra de dúvidas, o mais expressivo e conhecido Postal Ilustrado da região, que não apenas da Gafanha da Nazaré. É o mais alto de Portugal e um dos mais altos da Europa. Do seu cocuruto, vislumbra-se uma paisagem ímpar de largos quilómetros de raio, e em dias de céu limpo as serras tornam-se muito mais próximas. 
Nasceu como todos os faróis para avisar os navegantes de que ali há terra, mas também barra de entrada e saída de navios. E a sua presença, quer de dia quer de noite, com céu claro ou enevoado, é imprescindível para quem navega ao largo ou para quem demanda o Porto de Aveiro, com as suas valências de pesca, indústria, comércio e recreio. À noite, os sinais luminosos, intermitentes, chegam longe, e em tempos de nevoeiro a ronca encarrega-se, com toda a sua potência sonora, de informar os navegadores. 
A construção do Farol, depois de reconhecida a sua urgência, não demorou muito. No dia 26 de setembro de 1863, uma portaria governamental ordena que se fizesse o projeto e o orçamento. O projeto foi concluído em 5 de abril de 1884 e os trabalhos da construção iniciaram-se em março do ano seguinte. A inauguração oficial do Farol aconteceu em 31 de agosto de 1893. O aparelho iluminante foi ligado e posto a funcionar em 15 de outubro desse ano. 
Na inauguração, presidida pelo ministro das Obras Públicas, Bernardino Machado, futuro Presidente da República, estiveram presentes os membros da Câmara Municipal de Ílhavo e o prior da freguesia, Dr. Manuel Branco de Lemos, informa o padre Resende, na sua Monografia da Gafanha.

Fernando Martins

PESSOA LIVRE

"Não é livre aquele que não obteve 
domínio sobre si próprio."

Pitágoras (-582//-497)


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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Um desafio da Maria Toucedo Marieke

COMO RECORDEI O NOME 
DO MEU AMIGO DA ESCOLA PRIMÁRIA

A escola da Ti Zefa que frequentei 

Quando encontrei o meu amigo João [nome fictício], na avenida principal da cidade, nem sequer soube, de repente, como era o seu nome. Emigrante há décadas, na França, só de tempos a tempos vinha à terra, sempre no mês de Agosto, mês em que eu habitualmente saía para gozar, longe da rotina, uns dias de lazer. Esta coincidência de desencontros a fio fez de nós uns simples desconhecidos.
Saí de casa logo de manhã cedo com vontade de caminhar ao deus-dará, usufruindo de um sol que tardava em aparecer para nos aquecer. Ruas cheias de gente que deambulava a caminho da igreja matriz, para a missa dominical, ou em busca de um lugar num café do centro da cidade para saborear a “bica” e ler o jornal. Das pastelarias e padarias saíam pessoas apressadas com saquinhos de pão fumegante que apetecia comer, logo ali, barrado com manteiga. Carros passavam decerto com destinos marcados e no quiosque eu esperava ansioso o diário que todos os dias costumo ler, na convicção de que iria ter acesso a alguma novidade, daqueles que nos prendem a atenção e nos deixam a pensar.
Da berma da rua, uma voz, forte e alegre, chama por mim, feliz pelo encontro. Olho e vejo um rosto conhecido de há muito tempo. Do tempo da escola primária, da Escola da Ti Zefa, onde o professor Ribau nos ensinou as primeiras letras e nos encaminhou na vida.
– Sabes quem eu sou? – perguntou, certo de que eu o reconheceria, o meu antigo companheiro de classe.

Ler este meu conto aqui

O desafio está aqui

terça-feira, 8 de abril de 2014

Férias da Páscoa num navio bacalhoeiro




«O Museu Marítimo de Ílhavo vai dinamizar a ação “Férias da Páscoa a bordo de um navio bacalhoeiro”, entre os dias 9 e 11 e 15 e 17 de abril. O mote é embarcar na aventura da pesca do bacalhau, sugerindo às crianças participantes vestirem a pele de pescador, de piloto ou de capitão e conhecerem o dia-a-dia a bordo de um navio bacalhoeiro da pesca à linha, através de histórias, jogos e oficinas.»
Felicito quem organiza ações que aproximam as crianças e jovens das nossas tradições marítimas e não só. 

Fonte: MMI

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Luso-Americanos

Crónica de Maria Donzília Almeida


Dadas as condições económicas precárias num Portugal rural, no século passado, (e hoje?) houve um grande surto de emigração para países europeus, bem como para alguns do continente americano, nomeadamente os Estados Unidos da América. Este funcionou no imaginário de muitos proletários, como a verdadeira “árvore das patacas”!
A presença portuguesa nos Estados Unidos remonta ao século XVI, quando o navegador Miguel Corte Real aí chegou pela primeira vez e João Rodrigues Cabrilho explorou a costa da Califórnia.
No século XVIII um grupo importante de descendentes de judeus portugueses, perseguidos pela inquisição em Portugal e depois no Brasil, fixou-se em New York, na altura, New Amsterdam, fundando ali a primeira comunidade judaica da América do Norte. Porém, só se pode falar de uma efetiva emigração portuguesa para o país, a partir de meados do século XIX.

Mons. João Gaspar é o Administrador da Diocese de Aveiro


Mons. João Gaspar

Em obediência ao preceituado no Código de Direito Canónico, o Colégio de Consultores da Diocese de Aveiro elegeu para Administrador Diocesano Mons. João Gaspar, cargo que ocupará até à vindo do novo Bispo.
Congratulo-me com esta eleição, já que Mons. João Gaspar, para além de conhecer profundamente a Igreja Diocesana, é estimado por todos os aveirenses, crentes ou não crentes, mantendo com toda a gente uma enorme capacidade de diálogo e de proximidade. Para mim, esta escolha não constituiu qualquer novidade. 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

IRREGULARIDADES NAS CONTAS DOS PARTIDOS

"O Tribunal Constitucional (TC) detectou irregularidades nas contas de 2009 de quase todos os partidos políticos, entre as quais donativos indirectos, deficiências nos documentos de suporte contabilístico e a impossibilidade de confirmação da origem de algumas receitas."

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NOTA: Bem prega frei Tomás: Olha para o que eu digo e não para o que eu faço.


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NÃO DEVEMOS TER MEDO DA BONDADE




«Nos Evangelhos, os discípulos de Jesus aparecem como homens fortes, corajosos, trabalhadores, mas no seu íntimo sobressai uma grande ternura, que não é virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude e de compaixão. Não devemos ter medo da bondade. Só pela bondade aprenderemos a fazer do poder um serviço, da autoridade uma proximidade e do ministério uma paixão pela missão de anunciar a alegria do evangelho. O evangelho é tudo o que temos e somos.
As Igrejas Diocesanas que servi, mas sobretudo ultimamente a Igreja de Aveiro, acompanhar-me-ão sempre como bênção, de que preciso, e como renovado incentivo ao serviço humilde, concreto, rico de fé e cheio de alegria. Obrigado, Igreja de Aveiro! Obrigado Aveirenses!
A todos, nestas Igrejas Diocesanas procurei amar e servir. Sinto-me hoje acompanhado na amizade e na oração pelos sacerdotes, diáconos, consagrados e leigos, pelas autoridades locais e pelas gentes simples, cuja presença amiga e dedicada de todos, nesta Igreja Catedral, tanto me penhora e sensibiliza.
Assim quero, a partir de hoje, continuar na Igreja do Porto. Apenas quem serve com amor e ternura, que são as linhas do rosto de compaixão e de misericórdia de Deus, é capaz de cuidar, de proteger, de promover e de salvar o seu Povo. Por isso, irmãos e irmãs, ajudai-me a ser pastor ao jeito do coração de Deus e a seguir em todos os passos o exemplo de Cristo, o belo e bom Pastor.»

Da homilia de D. António Francisco
na Eucaristia solene da sua entrada na Diocese do Porto

Ler toda a homilia aqui

domingo, 6 de abril de 2014

POBREZA

"Entre nós é vergonhoso reconhecer a própria pobreza; 
mas pior do que isso é não esforçar-se por escapar dela"

Tucídedes (-460/-396) 
historiador da Grécia Antiga

A RELIGIÃO CRÍTICA E A CRÍTICA DA RELIGIÃO

CRÓNICA DE FREI BENTO DOMINGUES
NO PÚBLICO


1. Conheci o casal luso-catalão, Inês Castel-Branco e Ignasi Moreta, no Parlamento Mundial das Religiões, celebrado em Barcelona no âmbito do Fórum Universal das Culturas, em 2004. Esse jovem casal, apaixonado pelo diálogo inter-humano, inter-religioso e intercultural, falou-me, então, do seu projecto familiar no campo da edição. Pretendia criar um território cultural de bons livros que rompessem com a banalidade e onde reinassem, em conexão, o rigor, as ideias e o prazer, um autêntico hedonismo de leitura pausada e saboreada. Sabor e sabedoria têm, aliás, uma etimologia comum. A leitura e a vida verdadeira não são conceitos antagónicos. São sinónimos.

Peça a peça, a Fragmenta Editorial foi-se tornando uma referência do universo de pensamento crítico e reflexivo. Para o seu conselho de assessores, as respostas institucionais às perguntas religiosas entraram em crise, mas as perguntas antigas e novas, de muitas origens, não se calam. O que já não existe são respostas tranquilizadoras. Andamos, por isso, todos à procura. Não aceitamos que os outros pensem, investiguem e escolham por nós. O que importa é pôr a circular ideias, pensamentos, pistas, críticas, isto é, tentativas de subversão das ideias feitas. Mas não será isto o que caracteriza o chamado “pensamento débil”?

sábado, 5 de abril de 2014

D. António Francisco já tomou posse

Bispo do Porto assume 
as suas responsabilidades 
perante os cónegos portuenses



Entre a minha alegria e a minha tristeza, D. António Francisco dos Santos já tomou posse como Bispo do Porto. Amanhã será a sua entrada solene na Sé do Porto, que o mesmo é dizer na Diocese do Porto, uma das maiores de Portugal. Sinto alegria, por ver reconhecida a sua indesmentível capacidade pastoral e a visão de futuro que o anima, alicerçadas numa fé apaixonada e contagiante. Sinto tristeza por ver partir um bispo próximo, dialogante, atento e disponível, sempre com a palavra certa para as nossas inquietações e dúvidas, mas também para os nossos comodismos, incapacidades e fraquezas.
Sei, pelo que vi durante este tempo em que foi pai espiritual e pastor do povo de Aveiro, desde o oceano e ria até à serra tantas vezes esquecida, que D. António vai para a Diocese do Porto, com os seus mais de dois milhões de habitantes e quase 500 paróquias, bem acompanhado por Deus Trino, de quem vêm as forças, a coragem, a visão profética e a sabedoria necessárias para levar a bom termo  a missão de que foi incumbido pelo Papa Francisco. Sei ainda que continuará, agora entre o povo portuense, a ser uma testemunha fiel e comprometida da bondade, do bem, do sentido do acolhimento e do serviço aos feridos da vida.
Que Nossa Senhora nunca o desampare, são os meus votos.

Fernando Martins

Acesso à internet na escola?


Tito de Morais com estudantes 

«Quanto ao acesso à internet na escola, ele é inevitável. A escola é chamada a ajudar os alunos a desenvolverem as suas competências e a ensiná-los a distinguirem os exemplos “inspiradores” dos “destruidores” que as tecnologias apresentam.
Na opinião de Tito de Morais, o Ministério da Educação não deve cortar os acessos a determinados serviços da internet, nos horários por si estipulados. Serão as escolas que, na sua autonomia, deverão gerir os acessos dos diversos elementos da comunidade escolar.
A internet pode ser um risco ou um meio excelente de trabalho, de conhecimento e de socialização. Tudo depende da forma como a quisermos usar. A decisão depende de cada um, enquadrado pela escola, pela família e pelos amigos.»

Ler ainda Temos uma “audiência invisível” na internet, texto de Teresa Correia

O DINHEIRO FAZ A FELICIDADE?

Crónica de Anselmo Borges 

Lá está Epicuro: "É preciso meditar sobre o que traz a felicidade, pois, se ela estiver presente, temos tudo, mas, se estiver ausente, fazemos tudo para obtê-la." E é o que faz F. Lenoir, num belo livro recente, exigente e acessível, Du bonheur. Un voyage philosophique: como alcançar a felicidade, ser feliz. E não podia faltar um capítulo sobre o dinheiro: ele traz a felicidade?

J. Renard atirou: "Se o dinheiro não faz a felicidade, dê-o." Mas quantos estão dispostos a isso? No entanto, num artigo célebre de 1974, o economista americano R. Easterlin mostrou que no seu país, embora o rendimento bruto por habitante tenha dado o salto extraordinário de 60%, entre 1945 e 1970, a proporção de pessoas a considerar-se "muito felizes" não tinha variado: 40%. Não se confirma a fórmula mágica do capitalismo liberal: crescimento do PIB = aumento da felicidade. Aliás, as estatísticas do Insee diziam o mesmo em relação à França: embora entre 1975 e 2000 se observe um crescimento global do PIB superior a 60%, a proporção das pessoas "satisfeitas ou muito satisfeitas" permaneceu à volta de 75%. Mas há mais. Na Inglaterra, por exemplo, enquanto a riqueza nacional quase triplicou em meio século, as pessoas que se declaram "muito felizes" passaram de 52% em 1957 para 36% em 2005. E quando se compara o índice de satisfação em países com níveis de vida incomparáveis? Ao contrário do que se poderia esperar, a taxa de satisfação é praticamente a mesma nos Estados Unidos ou na Suécia e no México ou Gana, embora o rendimento por habitante nestes países divirja numa escala de um a dez.

JESUS FAZ REVIVER LÁZARO MORTO

Reflexão de Georgino Rocha 
para esta semana



“Lázaro, sai para fora” – grita Jesus com voz forte e determinada. E ele levanta-se e sai, amortalhado como havia sido colocado na sepultura. Jesus continua, dirigindo-se aos circunstantes: “Desligai-o e deixai-o ir”. E João, o narrador do sucedido, conclui: “Ao verem o que Jesus fez, acreditaram n’Ele”.
A revivificação de Lázaro constitui um sinal, na sequência de outros, que visam manifestar quem é Jesus e provocar a adesão à sua pessoa e mensagem: a água transformada em vinho nas bodas de Caná; o pão abençoado e repartido pela multidão; a cura do paralítico junto à piscina e a do cego de nascença; a doação da própria vida como belo e bom pastor; a vitória sobre a morte, simbolizada em Lázaro, e realizada aquando da ressurreição. Estes e outros sinais credenciam um conjunto de ensinamentos sobre a acção inovadora do Messias e induzem as testemunhas a tomar posição, aceitando ou rejeitando o que presenciam e ouvem.
Qual a nossa atitude perante tantos sinais de novidade que a vida nos traz? Deixamo-nos interpelar e somos consequentes?