sábado, 9 de março de 2013

O regresso do filho pródigo


PAI SURPREENDENTE
Georgino Rocha


Cresce a murmuração a respeito dos comportamentos de Jesus por causa de acolher e comer com pecadores. São seus porta-vozes os fariseus e os escribas, conhecidos pelo zelo em relação à observância das leis. Era manifesto que ele andava com “mas companhias”, gente “fora de lei”, excluída das bênçãos de Deus, marginalizados sociais, proscritos contagiantes e amaldiçoados. De facto – informa Lucas na parábola do Pai bondoso e cheio de misericórdia -, “publicanos e pecadores aproximavam-se todos de Jesus para O ouvirem”. 
A resposta à murmuração chega em género de parábola, a mais bela do Evangelho. É tão rica que se converte em fonte de inspiração para artistas de rara qualidade. Sirva de exemplo Rembrandt, pintor flamengo do século XVII, e Nouwen, escritor jesuíta contemporâneo com o seu livro “O regresso do Filho Pródigo”. É tão rica que fica como o “retrato” mais expressivo do Pai que surpreende pelas atitudes que toma, pelos sentimentos que revela, pela determinação serena e firme que assume face aos filhos que não se relacionam nem reconhecem como irmãos. Assim, é Deus. Assim somos nós, sempre que reproduzimos este comportamento.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Dia Internacional da Mulher

Já foste menina
Albertina Vaz



«Já foste menina de vestido cor-de-rosa e lacinhos de cetim, menina de olhar doce e embalo de boneca, menina de brincar às cozinhas e passear carrinhos, menina de correr no jardim e de sonhar flores imaginárias ou pássaros de mil cores.
Depois assomaste à janela com Gedeão e chorámos contigo em “lágrima de preta” e foste “mulher da erva” com Zeca Afonso, e mãe com Pessoa, chorando “o menino de sua mãe”. E deram-te o nome de “Rainha” de Neruda e provaste o “amor errante” de Alegre…
Depois foste mulher, mãe, escrava da vida, Luísa na “Calçada de Carriche” de Gedeão; filha chorando a mãe com Drummond de Andrade - “Sempre”; já te sentiste traída como conta Eugénio de Andrade – “Poema à Mãe”; já foste saudade com José Jorge Letria - “Quando eu for Pequeno”.
E soubeste ser “Nini dos meus quinze anos” com Paulo de Carvalho e cantaste “Os amantes com Casa” de Joaquim Pessoa e a “Ternura” de Mourão-Ferreira mais o “Porquinho da Índia” de Manuel Bandeira. Depois acabaste por ser o “Meu amor, meu amor, minha estrela da tarde” de Ary dos Santos.»

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Polo da Biblioteca de Ílhavo na Gafanha da Nazaré

A biblioteca é um espaço de cultura viva
Uma biblioteca é muito mais 
do que um sítio de prateleiras com livros 

Quem passa apressado pelo Centro Cultural da Gafanha da Nazaré (CCGN) talvez nem se aperceba das atividades que lá dentro se desenvolvem. É que o CCGN não é apenas o auditório, os espaços expositivos e a sala de conferências, mas também o Fórum da Juventude e o Polo da Biblioteca Municipal de Ílhavo (BMI), que é uma referência a nível regional, com os seus projetos direcionados para a juventude de todas as idades. 
A propósito desta realidade, ouvimos o vereador Paulo Costa, que tutela a área da cultura da Câmara Municipal de Ílhavo (CMI), entre outras responsabilidades do executivo, com o objetivo de tornar mais conhecido o Polo da BMI, aliás, com um movimento significativo, destacando-se uma frequência de 350 utilizadores em média por mês, a que se somam 470 empréstimos para usufruto domiciliário de livros, CD e DVD, no mesmo período. E se há a noção de que estes valores traduzem um movimento significativo, é pertinente reconhecer que a fasquia tem de continuar a crescer, para bem da cultura, sublinhou o nosso entrevistado. 
Depois de recordar que a autarquia aposta na democratização da cultura, com a BMI a estender-se a todas as freguesias, através dos polos de leitura, Paulo Costa frisou que «Uma biblioteca é muito mais do que um sítio de prateleiras com livros», já que à sombra deles «se desenvolvem múltiplas iniciativas, seja com escolas, seja com a visita de escritores convidados, seja, ainda, com a Hora do Conto». No fundo, acrescentou que a BMI e os Polos «são espaços de cultura viva, com uma componente muito importante, que é o livro físico, à volta do qual tudo gira».

Dia Internacional da Mulher - 8 de março



Para realçar a figura feminina, socorri-me das palavras poéticas de quem soube tão bem interpretar os seus anseios, os seus devaneios e os seus sonhos de eternidade.
Convosco, o testemunho sentido de Domingos Cardoso.


Maria Donzília Almeida


Flormágoa


Peito aberto à espada desta Vida
Sofreu Florbela as mágoas com que o mundo
Quis punir tanto amor e tão profundo,
Que a ele trouxe ao ser assim nascida.


Levava em cada veia dolorida
Pedaços de um destino vagabundo
Que a si mesmo se fez um moribundo
Marcando a hora atroz da despedida.


Tão cansada dos dias de sofrer
Melhor lhe foi partir para nascer
Tão leve e livre, igual a etérea brisa.


Cada um dos seus versos é mensagem
Rasgada em sua carne, na coragem,
De quem se fez mulher e Poetisa!
 
Domingos Freire Cardoso 





quinta-feira, 7 de março de 2013

Os militares estão preocupados...


Diz a Associação Nacional de Sargentos: "Todos os cenários estão em cima da mesa, da elaboração de uma simples exposição à presença na rua". E eu acrescento: Entre um cenário e outro não estará uma revolução? Haverá razões para matar a democracia? Penso que não!

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Menos carros para os políticos

A Assembleia da República quer reduzir a frota automóvel ao serviço dos titulares de cargos políticos, de altos cargos públicos e de cargos dirigentes da administração pública "entre 33% e 50%".

Li esta boa ideia aqui 

Papa: José Manuel Fernandes prevê figura de continuidade



«Para o antigo diretor do jornal ‘Público’, entrevistado pela Agência ECCLESIA, há hoje “muito a preocupação, sobretudo fora da Igreja, mas também em alguns setores desta”, de que a hierarquia católica “esteja em sintonia” com as tendências atuais, “com tudo o que tem a ver com a doutrina moral e com os costumes”.
Em causa estão situações como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que tem estado a ser debatido em diversos países, e que tem merecido até a desaprovação da Santa Sé.
José Manuel Fernandes não espera qualquer tipo de mudança de paradigma, com a eleição do sucessor de Bento XVI, porque no seu entendimento, “uma coisa é a Igreja compreender que a forma como as pessoas se relacionam, as famílias se constituem, outra coisa é submeter a uma moda a sua doutrina”.
“O que está no centro da doutrina da Igreja é a ideia do amor, não é a ideia da felicidade instantânea, e às vezes há confusão entre uma e outra, felicidade não é prazer imediato, isso muitas vezes cria mais desgosto, mais infelicidade, mais desestruturação em nome de valores muito fugazes”, aponta o colunista.»

Li aqui

Os hiperativos




Sinais dos tempos…
Maria Donzília Almeida

Qualquer professor depara, hoje, com muita frequência, nas nossas salas de aula, com um tipo de alunos, que os psis…rotularam de hiperativos.
São aquele tipo de criaturas que põe em polvorosa a paciência de qualquer docente, seja ele em princípio de carreira, seja ele já um professor com tarimba na profissão.
É aquele aluno que está sempre a mexer, que fala pelos cotovelos, que se mete com os colegas, enfim, que desestabiliza completamente o ambiente da sala de aula e leva o professor ao desespero.
Reportando-me aos tempos em que estive do outro lado da barricada, no remoto século XX, não tenho memória desta tipologia de alunos. Se os havia, ninguém dava por isso, ou eles sabiam,muito bem, controlar esse superavit de energia.

A Igreja conciliar não admite protagonismos individuais

Continuar, renovar, inovar?
Este o desafio posto à igreja
António Marcelino

António Marcelino


Na Igreja, como na sociedade, a procura de caminhos novos para melhor servir as pessoas é um problema que se põe com premência e que não se pode iludir. As mudanças sociais e culturais, as novas aquisições tecnológicas, as experiências vividas por pessoas empenhadas, o realismo e as exigências da vida diária e, no caso da Igreja, as orientações conciliares e história vivida exigem uma atitude positiva ante os desafios que surgem a cada hora. Uma atitude que pede clareza nos objetivos, verdade nas propostas, conhecimento, reflexão, abertura, disponibilidade e discernimento nas decisões e, por fim, avaliação responsável.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Ainda o Palheiro de José Estêvão




«As companhas tinham chegado em 1808 ao areal,ali mesmo defronte daquele local,onde se estabeleceram os palheirões de guarda de material, e um ou outro palheiro de que temos referência, entre eles o do padre José Bernardo de Sousa, o do capitão-mor, chefe das Ordenanças, Manuel Maia Vizinho, o do José Ferreira Félix,vereador e sargento-mor, o de João de Azevedo, feitor do sargento-mor, e o de José Gomes dos Santos, feitor do cap-mor. Também, ali, naquele local, o abastado comerciante, Manuel de Moura Martinho, oriundo de Viseu, mercantel da sardinha, construiu um palheiro – que provavelmente seria originalmente um armazém de salga de sardinha, eventualmente, para habitação, também. Decorria o ano de 1840 quando José Estêvão lhe adquire o palheiro, e, provavelmente, lhe introduziu modificações sensíveis.
José Estêvão, diz-nos o seu filho Cons. Luís Magalhães, adquire-o para que junto com sua esposa, D Rita de Moura Miranda, pudesse «nesse recanto modesto e obscuro», … mas belo e largo» descansar das “violentas refregas da vida publica”,aí passando, com a família, por norma, longos períodos.»

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