quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Os pobres viraram ricos

Por António Marcelino

Vemos que muitos proletários de ontem, que fizeram guerras para uma maior justiça na sociedade, quando as coisas viraram tornaram-se milionários déspotas e orgulhosos. Assim em Angola, em Moçambique, nos países de Leste e da América Latina, na Rússia, e por aí adiante. Chega-me de Moçambique: “Todos os dias se anunciam novas riquezas no país: o gás, o ouro, o ferro, o carvão e, brevemente, o petróleo… Os rapazes do poder, outrora marxistas-leninistas, estão transformados em ultracapitalistas. A corrução campeia. Nenhum investimento é feito em prol do povo. Maputo segue na senda das casas de luxo e anuncia-se um investimento de 300 milhões de dólares para uma ponte sobre a baía e uma autoestrada até à Ponta do Ouro, para servir os novos ricos. À volta da cidade do Maputo, vivem dois milhões de desgraçados sem água, luz, esgotos…” O mesmo se passa noutros países. Percorri, entre 1969 e 1973, muitas zonas de Angola. Por picadas, com olhos de ver. Como se pode morrer à fome, num país que a natureza bafejou com tanta generosidade? Como é possível que quem sofreu não se empenhe, agora, para que todos vivam melhor e disponham do necessário? Que sentido tem para os novos ricos o bem estar do povo?


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Provérbios para a crise

Li no Almanaque  Bertrand 

«A adversidade faz o homem prudente, mas não rico»


Diz-se que os provérbios nasceram com o saber de experiência feito. E se calhar é mesmo verdade. Seja como for, este vem a propósito da crise por que estamos a passar. Então, se a adversidade nos não torna ricos, ao menos que aprendamos com ela a ser mais prudentes no futuro.

A forma do cristianismo em mudança


Por José Tolentino Mendonça

«Em tantas situações, nesta diáspora cultural onde estamos semeados, a única palavra verosímil é a do testemunho de uma vida vivida com simplicidade e alegria no seguimento de Jesus.»

Karl Rahner

O teólogo Karl Rahner escreveu que “A Igreja tem sido conduzida pelo Senhor da história para uma nova época”. Não se trata só de baixas drásticas nos indicadores estatísticos quando se compara a atualidade com aquele que já foi o quadro da vivência da Fé. A questão é bem mais complexa. Talvez o que o nosso tempo descobre, mesmo entre convulsões e incertezas, seja um modo diferente de ser crente, traduzido de formas alternativas nas suas necessidades, buscas e pertenças. Não estamos perante o crepúsculo do cristianismo, como defendem aqueles que se apressam a chamar pós-cristãs às nossas sociedades. Quem não se apercebe que o radical lugar do cristianismo foi sempre a habitação da própria mudança não o colhe por dentro. Mas há eixos que se vão tornando suficientemente claros para que seja cada vez mais um dever os enunciarmos e contarmos com eles. Podem-se apontar três: 

Dia Mundial da Saúde Mental — 10 de outubro


Por Maria Donzília Almeida



 “Mens sana in corpore sanu”


"Solução melhor é não enlouquecer mais do que já enlouquecemos, não tanto por virtude, mas por cálculo. Controlar essa loucura razoável: se formos razoavelmente loucos não precisaremos desses sanatórios, porque é sabido que os saudáveis não entendem muito de loucura. O jeito é se virar em casa mesmo, sem testemunhas estranhas. Sem despesas."
Lygia Fagundes Telles


“Saúde mental” é um tema muito delicado e...opinar sobre ele parece ser uma ousadia a toda a prova! Mesmo assim e correndo o risco de meter a foice em seara alheia, atrevi-me a abordá-lo.
Nos tempos conturbados que correm, é difícil manter a sanidade mental, mas também não é aconselhável deixar que outros tomem as rédeas do poder, conduzam os nossos destinos e fiquemos impávidos e serenos perante o desastre! Do que tenho lido sobre o tema, a loucura poderá, por vezes, ser a forma inconsciente do ser humano de suportar o sofrimento excruciante que a vida impõe. E, por vezes, o insano, demente ou atrasado mental, como vulgarmente a sociedade apelida esses indivíduos, nem sempre é tão destituído como pensa o comum dos mortais. Recordo o episódio passado num hospital psiquiátrico, em que um doente é interpelado pelo diretor da instituição: — Porque conduz esse carrinho de mão, de pernas para o ar?- Se o levar direito, carregam-mo com tijolos!
Dá para refletir e sobre isso, gostaria de dizer que não consigo estabelecer a linha de fronteira entre a normalidade e o seu oposto! Nem ninguém ainda se atreveu, por maior Q.I. que possua, a fazer essa definição! Se é certo que “De médico e louco todos temos um pouco!”, mais difícil é, então, rotular as pessoas. Uma certa loucura saudável até faz parte duma personalidade equilibrada. Não vivemos ancorados, numa zona de branco ou de preto, ambas se misturam e completam, dando um matiz que é mais real, mais humano!
Recolhi algumas frases de celebridades que opinaram sobre a sanidade/insanidade mental.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Exercício físico no Jardim Oudinot


A Lita em pleno exercício

O Jardim Oudinot estava com pouca gente. Mais pescadores de borda d’água à espera que o peixe picasse, que outros visitantes. Os que marcaram presença, na manhã de ontem, tinham aspeto de reformados ou desempregados. Alguns, porém, denotavam ares de folga profissional ou académica. Crianças nem de perto nem de longe. 
Uns poucos procuravam manter-se jovens, cuidando da saúde. Eu e minha mulher, a Lita, fazíamos parte deste grupo, caminhando tranquilamente. Outros experimentavam o parque geriátrico, que convidava ao exercício físico. Não é coisa fácil para quem já tem os músculos flácidos ou pouco ginasticados. Eu passei e olhei. Mas a Lita quis dar um ar da sua graça e lá foi. Bem me desafiou, mas eu preferi caminhar. Ia dar parte de fraco, está bem de ver.

Pedofilia abala Igreja

Li no METRO Lisboa



O Sínodo dos Bispos, a decorrer no Vaticano, terá, sem dúvida, grande importância para a vida da Igreja Católica, para a civilização cristã e para o mundo em geral. Estarei atento, tanto quanto possível, para aqui dar nota do que lá se passar. Mas hoje e aqui, neste meu espaço, não posso deixar de publicar a reflexão do cardeal de Washington, sobretudo na parte em que denuncia quanto a Igreja ficou abalada com os hediondos crimes da pedofilia perpetrados por alguns clérigos. Uma minoria, decerto, não atinge a coluna imensa dos padres e bispos que sempre se portaram condignamente. Mas que esses criminosas abalaram a Igreja Católica, lá isso abalaram. Sei de quem se afastou da comunidade cristã por causa deles. E não me venham para cá com a história de que se trata de gente sem verdadeira fé. É gente boa e arauta da mensagem evangélica, mas com dificuldades em conviver com crimes desta natureza. 

FM


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Dia Mundial dos Correios - 9 de outubro

Por Maria Donzília Almeida




Celebra-se a 9 de outubro o Dia Mundial dos Correios, data do aniversário da criação da União Postal Universal (UPU) em 1874, em Berna. Na sua mensagem sobre este dia, o diretor-geral da UPU, Edouard Dayan, salienta que os correios são parte integrante do mundo digital, devendo continuar a inovar, a desenvolver serviços postais eficientes e acessíveis e a explorar novas tecnologias que permitam diversificar e melhorar os serviços. Refere ainda que o apoio dos governos é crucial para que o sector postal funcione como motor das economias nacionais.
Os pioneiros da comunicação postal foram os chineses. Mas os primeiros despachos por via aérea talvez tenham sido feitos pelos cretenses e fenícios, usando pombos e andorinhas.

Gaivota adotada por pescadores no Jardim Oudinot

Pescador prepara uma  refeição para a gaivota

Gaivota ferida


Hoje passei pelo Jardim Oudinot e deparei-me com uma cena pouco comum: um pescador preparava a refeição para uma gaivota que se apresentava diminuída. O pescador cortava uma marmota aos bocados para que a gaivota a pudesse comer mais facilmente. Então, à minha pergunta sobre o insólito da situação, o pescador contou-me a história daquela gaivota.
Quando um pescador lançava às águas da ria a linha com a chumbeira e o anzol na ponta, com o isco, a gaivota, que andava  por ali à cata de um peixito, foi atingida, sem que o pescador pudesse evitar o choque. Resgatada das águas, foi acolhida e passou a ser alimentada pelos pescadores que por ali andam normalmente. Garantiram-me que ainda pensaram em enviá-la para um qualquer centro de recuperação, mas não sabiam onde encontrá-lo. E ali ficou a gaivota, manca e de asa caída. Dorme nas pedras e de manhã salta para a marginal, sentindo-se bem, o que constatei, entre os pescadores desportivos. 

CRÓNICA DE BENTO DOMINGUES

PÚBLICO DE ONTEM



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domingo, 7 de outubro de 2012

Série Mar Português: pode um navio contar a história da pesca do bacalhau?

Li no PÚBLICO

 ARGUS (Foto de Paulo Pimenta) 


"Este navio teve duas vidas e está a caminho da terceira. Foi bacalhoeiro português nos bancos da Terra Nova e da Gronelândia. Foi cruzeiro turístico nas Caraíbas, quem sabe se não foi como um barco do amor. E agora, que regressou ao país de origem depois de ter sido resgatado do abate nas Antilhas Holandesas, a ideia é torná-lo num navio-memória da sua primeira vida. O Argus ficou célebre mundialmente, tudo por causa de um livro que apareceu em 1951 nas principais livrarias de Londres e Nova Iorque e, pouco depois, em Portugal: A Campanha do Argus — Uma Viagem na Pesca do Bacalhau."

Fonte: PÚBLICO (revista 2)

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