quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Gafanha da Nazaré: 101 anos de vida



Celebra-se hoje, 31 de agosto, o 101.º aniversário da criação da paróquia. Motivo, sem dúvida, para todos os gafanhões se sentirem orgulhosos do seu passado e das marcas de trabalho e persistência que todos ostentam, como símbolo da herança que lhes legaram. Hoje também vai ser inaugurado o monumento do centenário, pelas 19.30 horas, na Cale da Vila, curiosamente o nome pelo qual era mais conhecida a nossa terra, nos seus primórdios. 
Nesta data e com esta inauguração termina um ano de celebrações levadas a cabo pela paróquia, pela freguesia e pelo município, esperando-se que, tão breve quanto possível, apesar da crise e das restrições impostas pelas instâncias internacionais, as obras previstas para o centro da Gafanha da Nazaré sejam levadas a cabo. O centenário da nossa terra precisa dessa prenda.

FM

De novo na Gafanha da Nazaré

Praia da Barra: Obelisco

Uns dias de férias, fora dos ambientes habituais, fazem sempre bem à mente e ao corpo. Longe dos meus livros e arquivos, mas também à volta com o iPad2, uma nova forma de lidar com o mundo virtual, não pude conviver com os meus leitores e amigos, como era meu gosto. Retomo hoje, na certeza de que continuarei atento ao mundo que me cerca, de raio sem limite.

Fernando Martins

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Monumento do Centenário: A inaugurar no dia 31 de agosto




Monumento evocativo dos 100 Anos da Criação da Freguesia e Paróquia da Gafanha da Nazaré A inauguração do “Monumento do Centenário”, evocativo do Centenário da Criação da Freguesia e Paróquia da Gafanha da Nazaré (1910-2010), vai realiza-se no dia em que se assinalam os 101 anos dessa efeméride e como corolário das comemorações que ocorreram durante o ano de 2010. Na próxima quarta-feira, dia 31 de Agosto, pelas 19.30 horas, na rotunda existente na intersecção da Avenida dos Bacalhoeiros com a Avenida José Estêvão na Gafanha da Nazaré, viveremos esta inauguração que marca também o encerramento das Festas do Município de Ílhavo 2011. A obra de arte que tem o Mar, a Pesca e a Indústria do Bacalhau como tema de referência é da autoria do Escultor Albano Martins, teve a produção de “Nuno Sacramento – Galeria de Arte Contemporânea”, e é um investimento assumido na totalidade pela Câmara Municipal de Ílhavo no valor de 113 mil euros.
Nota: Informações cedidas pela CMI

domingo, 28 de agosto de 2011

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 252

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 35






BALADA DAS MENINAS DE BICICLETA

Caríssima/o:

Há coisas que só um poeta pode fazer...
Vem daí comigo e segue o conselho de Vinicius de Moraes: ... leva “a tristeza no quadro da bicicleta”!

Meninas de bicicleta
Que fagueiras pedalais
Quero ser vosso poeta!
Ó transitórias estátuas
Esfuziantes de azul
Louras com peles mulatas
Princesas da zona sul:
As vossas jovens figuras
Retesadas nos selins
Me prendem, com serem puras
Em redondilhas afins.
Que lindas são vossas quilhas
Quando as praias abordais!
E as nervosas panturrilhas
Na rotação dos pedais:
Que douradas maravilhas!
Bicicletai, meninada
Aos ventos do Arpoador
Solta a flâmula agitada
Das cabeleiras em flor
Uma correndo à gandaia
Outra com jeito de séria
Mostrando as pernas sem saia
Feitas da mesma matéria.
Permanecei! vós que sois
O que o mundo não tem mais
Juventude de maiôs
Sobre máquinas da paz
Enxames de namoradas
Ao sol de Copacabana
Centauresas transpiradas
Que o leque do mar abana!
A vós o canto que inflama
Os meus trint'anos, meninas
Velozes massas em chama
Explodindo em vitaminas.
Bem haja a vossa saúde
À humanidade inquieta
Vós cuja ardente virtude
Preservais muito amiúde
Com um selim de bicicleta
Vós que levais tantas raças
Nos corpos firmes e crus:
Meninas, soltai as alças
Bicicletai seios nus!
No vosso rastro persiste
O mesmo eterno poeta
Um poeta – essa coisa triste
Escravizada à beleza
Que em vosso rastro persiste,
Levando a sua tristeza
No quadro da bicicleta.            

     Manuel
                        





UMA REFLEXÃO PARA ESTE DOMINGO

SABER SOFRER, O EXEMPLO DE PEDRO
Georgino Rocha
Pedro fica perplexo com o que ouve a Jesus. Contrastava tanto com o que havia experimentado. Realmente, era frustrante. Sentia-se desiludido, ele que tinha recebido tão rasgado elogio: Feliz és tu, filho de Jonas, por teres descoberto que eu sou o Messias; ele, o porta-voz, do grupo apostólico, que recebe a promessa de ser o alicerce da construção da Igreja e de ficar com as chaves da entrada no Reino; ele, que deixa o nome de família, e aceita ser chamado de modo novo – o da missão que lhe é confiada.
Perante o contraste, o impulso do coração leva-o a agir. A simples hipótese do sofrimento anunciado e do enfrentamento com os chefes religiosos e políticos poder conduzir à morte de cruz, constituía um verdadeiro tormento. Espontâneo e generoso, como era, resolve aconselhar o Mestre. Toma-o à-parte e contesta-o abertamente. A sós, pensava, seria mais fácil dizer-lhe tudo o que entendia ser prudente e sensato, ele que não largava a ideia de um Messias vitorioso, libertador, capaz de desarmar todos os seus inimigos e instaurar a nova ordem anunciada. À-medida que fala, dá conta que o semblante de Jesus se altera. Parece que transmite irritação profunda, fúria incontida. E de facto, a resposta ouvida é tão áspera e dura que o surpreende completamente. Fica em silêncio, sabe Deus com que amargura, a “gemer” a reprimenda e a tentar ouvir as instruções que Jesus ia dando aos discípulos. E por quanto tempo estas palavras o hão-de acompanhar: Põe-te no teu sítio, não queiras desviar-me do caminho traçado, tem em conta as coisas de Deus, não sejas ocasião de escândalo, retira-te, Satanás.

AO SABOR DA MARÉ - 2

1. Em época marcada por inúmeras dificuldades, com a derrocada do comunismo, do capitalismo e do Estado Social, que prometiam o paraíso na terra, toda a gente consciente vive com o coração na boca, sem saber o dia de amanhã. Apesar disto tudo, impressiona a forma como a comunicação social nos apresenta, dia após dia, mas sobretudo aos fins-de-semana, hipóteses de programas de férias no país e no estrangeiro. Afinal, como se todos nadassem em dinheiro e livres de preocupações. Pensando bem, talvez a ideia não seja assim tão má, porque ao menos nos estimulam sonhos. Aliás, já dizia o Camões: "Imagine-o quem não puder experimentá-lo."
2. Mesmo longe, relativamente, da Gafanha da Nazaré, tenho seguido o entusiasmo que a nova direção da ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré) tem mostrado nesta fase de início de mandato. É um significativo sinal de que, desta vez, vai realmente por diante a ideia que de se pugnar, de forma organizada e pela positiva, por uma sociedade mais fraterna e mais dinâmica. Como é natural, na ADIG haverá lugar para todos, quer na ação quotidiana, quer no apoio a que se dispõe a alinhar na primeira linha.
3. Sempre gostei de ler, ouvir e ver, na comunicação social, o que se distingue na nossa região. E por vezes até fico a conhecer realidades que me eram estranhas. Hoje, por exemplo, li no FUGAS do PÚBLICO uma notícia divulgada pela jornalista Maria José Santana, que diz seguinte: "Os amantes dos passeios náuticos têm, agora, a oportunidade de usufruir de passeios exclusivos na ria de Aveiro, a partir do cais da praia da Costa Nova. O novo produto turístico prevê o aluguer de lanchas (com tripulante) para cruzeiros ao pôr do sol, durante a noite, ou ao longo de todo o dia." A notícia continua, mas basta este naco para se perceber a importância da iniciatia.
FM

sábado, 27 de agosto de 2011

DIAS DA JUVENTUDE DE UM GAFANHÃO

Recordações do Ângelo Ribau

Entretanto, enquanto esperava, peguei num livro que ia lendo aos pedaços, quando a disponibilidade de tempo mo permitia. Era “As Pupilas do Senhor Reitor” um livro leve e agradável, escrito por Júlio Dinis. Terminado este, já punha o olho numa colecção de capas vermelhas que existia numa estante. Era uma extensa colecção do mesmo autor - Júlio Verne – vinte e tal livros, que resolvi, logo que tivesse tempo, começar a ler. Ordenei as minhas ideias, e decidi que começaria pelo número um: 
 - “Da Terra à Lua”. 
- Não se pensava em voar e ele descreveu “Cinco Semanas em Balão”
- Não se pensava no mundo submarino e ele descreveu com pormenor que impressionou, as “Vinte Mil Léguas Submarinas”. 
Quem o leu nunca mais esquece o Capitão Nemo, o construtor e comandante do Nautilus. Enfim, ler é viver quando não temos a possibilidade de viver, para depois escrever, e os outros lerem. No entanto Júlio Verne descreveu sem viver. A sua imaginação prodigiosa parece nada ter inventado. Ele via antes de qualquer mortal o fazer. O futuro deu-lhe razão. Praticamente tudo o que ele escreveu se concretizou. Estou a recordar um dos seus mais extraordinários livros “Miguel Strogoff”. Custou-me a acreditar que, tendo ele sido mandado cegar, passando-lhe um sabre aquecido ao fogo sobre as vistas, se verificasse, mais tarde, que as lágrimas que ele chorava, arrefecessem a lâmina do sabre, o que lhe evitou a cegueira. Este facto consta de um dos comentários que li, e foram vários, que aconteceram à personagem do livro. E estes comentários têm muito poucos anos.

S . TOMÉ: AVENTURA NO MAR

Um texto de Maria Donzília Almeida






A travessia do mar, nesse dia, fez lembrar as proezas dos nossos navegadores, quando sulcavam o Atlântico. O dia estava cinzento, sem com isso significar desconforto na temperatura. Em S. Tomé as temperaturas são amenas, mesmo na estação que corresponde mais ou menos ao nosso Outono: nas aragens, que aqui são tépidas e até bem-vindas e na profusão de folhas que cai da imensa vegetação que contorna a estrada. 
Entrámos para a lancha, movida a motor, e acomodámo-nos, como foi possível: uns na amurada da embarcação, a maior parte dos passageiros, no chão, bem juntinhos uns dos outros. Colocados os coletes salva-vidas, lá partimos com destino ao Ilhéu das Rolas. Como é típico dum clima tropical, começou a cair o que em Portugal se chama morrinha, ou chuva molha-tolos. As toalhas que nos acompanhavam para um banho no mar, do outro lado, foram dum préstimo enorme, para nos proteger dessa chuva imprevista. Entretanto, o barco ia sulcando o mar e balouçando ao sabor das ondas. Neste dia o mar estava agitado, no dizer dos naturais, habituados a estas andanças e a transportar turistas da Ponta da Baleia, para O Ilhéu das Rolas.

MAIS SERRAZES







Ao ler as tuas recordações do Parque de Campismo de Serrazes, lembro-me que me falaste dele. Um dia estava "a banhos" nas Termas e uma tarde resolvi ir conhecê-lo. Foi no mês de Setembro. Ao aproximar-me do Parque apareceram no meio do caminho dois lobos! Parei o carro silenciosamente e aguardei que eles desaparecessem. Só depois avancei e ao chegar ao Parque, deserto, dei a volta e regressei às Termas. Nunca mais voltei ao Parque de Serrazes.
Ângelo Ribau

BENTO XVI EM MADRID

Um artigo de Anselmo Borges no DN


Reunir cerca de um milhão e meio de jovens de todo o mundo, festivos e ordeiros, que se mantiveram serenos durante uma forte tempestade, que ficaram em silêncio recolhido em momentos intensamente religiosos, é obra. Dir-se-á que foram para conhecer novas terras e novas gentes, conviver, encontrar outras culturas. Pergunta-se: e que mal há nisso?, não é bom que convivam e aprendam o exercício de uma lição maior: o diálogo intercultural? Deixo aí algumas notas, acompanhado, aqui e ali, do teólogo Xabier Pikaza.