AS NOSSAS BICICLETAS - III
Caríssima/o:
Há memórias privilegiadas...
De meu irmão Artur destaco duas passagens que nos podem ajudar a recuar no tempo.
«QUE GRANDE ESTOIRO!
Depois do trabalho, em direcção a casa, não sei precisar se antes se depois do que se passou na loja, na Malhada, antes de chegar à ponte quem vem da Gafanha em direcção a Ílhavo, parámos para dar ar à bicicleta, na garagem que aí havia.
O Pai disse-me:
- Vou dar ar para um ano; assim não paramos tantas vezes para dar ar.
Toca de encher a roda e ele apalpava e dizia-me:
-Ainda não está boa!
E eu não respondia e ele continuava a dar ar.
A certa altura aquilo dá um estoiro tão forte que toda a gente veio à porta ver o que se passava. O pneu e a câmara de ar saíram do aro e eu nem sabia onde estava com o barulho que tudo aquilo fez!
Toca a pôr tudo novo.»