sábado, 12 de março de 2011

Efeméride: Centro Cultural e de Congressos de Aveiro,

Centro Cultural e de Congressos de Aveiro


Neste dia, do ano de 1984, a Câmara Municipal de Aveiro, «incentivada pelo interesse combativo da ADERAV e de outros aveirenses, deliberou nomear um grupo de trabalho para o efeito [visando o estudo e a formulação de um plano da salvaguarda e da utilização do valioso e histórico edifício da Fábrica Jerónimo Pereira Campos, Filhos]; assim se procurou suster a sua prevista demolição».

Fonte: “Aveiro 2009: Recordando Efemérides”, de João Gonçalves Gaspar.

Ainda bem que foi possível evitar a demolição. Hoje, aquele edifício foi adaptado a Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, sendo palco de inúmeros eventos.

Ratzinger procura a figura de Jesus e o núcleo da sua mensagem


O Jesus de J. Ratzinger/Bento XVI

Anselmo Borges

Foi ontem posto à venda, em várias línguas, o volume II da obra sobre Cristo, de Joseph Ratzinger/Bento XVI: Jesus de Nazaré. Da Entrada em Jerusalém até à Ressurreição, condenado, como o primeiro, publicado em 2007, a ser um best-seller.
Os media já tinham tido acesso a excertos, e destacaram sobretudo a afirmação de que não foi "o povo judeu enquanto tal" a insistir que Jesus fosse condenado à morte, mas "o círculo das autoridades sacerdotais e o grupo dos apoiantes de Barrabás".
Agora, com o livro todo disponível, pergunta-se: qual é a sua tese central?
Ratzinger procura a figura de Jesus e o núcleo da sua mensagem. O que ele quer entregar-nos é o Cristo da fé, mas este Cristo é o Jesus da história. De facto, a mensagem do Novo Testamento não consiste numa mera ideia: "Funda-se na história que aconteceu sobre a superfície desta Terra."
No meu entender, é este o fio condutor da obra: "A Encarnação de Jesus ordena-se para o sacrifício de Si mesmo pelos homens, e este para a ressurreição; caso contrário, o cristianismo não seria verdadeiro."

sexta-feira, 11 de março de 2011

Revista LER publica n.º 100, com entrevista a George Steiner



A religião mundial é actualmente o futebol

A revista LER publicou este mês o n.º 100, com uma edição cheia de recordações, muito interessante para quem tem acompanhado a sua vida. Gostei, como tenho gostado de todas as edições que mês após mês saboreio.
Este n.º 100 oferece-nos uma excelente entrevista, o que se verifica todos os meses, aliás. Desta vez com George Steiner, ensaísta, crítico literário e professor em Cambridge. Foi uma conversa com Beata Cieszynska e José Eduardo Franco.
Na abertura, é sublinhado que se trata de «uma lição que deve ser digerida com atenção», porque nela se cruzam temas como o ensino, as redes sociais e as exigências de leitura, fazendo George Steiner «revelações sobre literatura portuguesa». «Lobo Antunes é um gigante, o maior escritor português da actualidade.»


George Steiner


Algumas afirmações de George Steiner, das muitas que podem ser lidas na LER:

«Para ler seriamente é preciso silêncio. Não ponha música, tire a rádio e a televisão do quarto. Tem de saber viver, e conviver, com o silêncio. (Cada vez menos jovens querem viver com o silêncio. Na realidade, têm-lhe medo. O silêncio tornou-se, de resto, muito caro. Uma casa como esta, com um jardim sossegado, é uma exorbitância para um casal jovem, que vai possivelmente viver para um prédio, com paredes tão finas, que é possível ouvir tudo! Vivemos num inferno de ruído constante.)»

«Aquilo que amamos, devemo-lo saber de cor. Não é por acaso que “coração” em latim é “cor”. Ninguém nos pode tirar nunca o que sabemos de cor. Deixem-me frisar: saber, saborear de cor, com o coração, não com a cabeça. Queremos sempre levar connosco o que amamos. Eu sou muito velho, mas tento, todos os dias, ou quase todos, aprender um poema, ou fragmentos de poema, de cor, porque é assim, que se agradece uma bela obra.»

«Tenho sempre um dicionário aberto na minha secretária. Os mais novos não usam dicionário. Empregam um vocabulário mínimo nas sms que enviam. Shakespear usava 24 mil palavras. Num estudo mais recente, (…) o total de palavras usadas por 90 por cento dos americanos ao telefone é de 150 palavras.»

«E o problema mais premente da educação e do ensino é que, sem um pouco de Matemática, é impossível fazer parte da grande aventura que é a mente humana. O facto de haver péssimos professores de Matemática é terrível. São matemáticos que não sabem de Matemática, eles próprios, e matam à nascença esse gosto, essa inclinação, de muitas crianças. É uma espécie de miséria que se autopropaga.»

«Platão, o melhor dos filósofos, o poeta da Filosofia, terá dito à porta da Academia: “não entre quem não gosta de Matemática.” Por isso me perturba tanto o talento infantil que se perde, as possibilidades que se coarctam, por meio de alguma ineficiência docente.»

«No ano passado, foram publicados 300 mil novos livros. Destes, 90 por cento não serão lidos, ou sê-lo-ão apenas por um círculo restrito de pessoas. E é aí, estou em crer, que a internet e as redes sociais vão mudar tudo, inclusivamente as Humanidades. As nossas dissertações, os nossos trabalhos já estão disponíveis online. Estamos num período histórico incrivelmente complicado, mas fantástico.»

«Agora, para os jovens, Deus não existe em absoluto. A religião mundial é actualmente o futebol. É a única coisa capaz de congregar milhões de pessoas. (…) Vive-se para o futebol, morre-se pelo futebol. É a única religião do mundo.»

«Já a música é-me absolutamente indispensável. Sem música poria termo à vida de imediato. A música é para mim, agora, o mysterium tremendum. O que é a música afinal? Por que razão causa determinada reacção numa pessoa, e noutra algo completamente diferente? Não fazemos ideia de como funciona a música dentro de nós. Se passar por uma janela aberta, e lá dentro estiver alguém a tocar piano, a melodia que ouviu não o abandonará jamais.»

Etc.

Seleção de Fernando Martins

Gazela Primeiro convidado a visitar-nos em 2012

Gazela Primeiro


A Câmara Municipal de Ílhavo (CMI), associando-se à festa dos quarenta anos da presença do Gazela Primeiro em Philadelphia, dá os parabéns ao presidente da Philadelphia Ship Preservation Guild, Eric Lorgus, e a todos os Amigos do Gazela que, ao longo de todos estes anos, deram o seu contributo para que aquele navio chegasse bem vivo aos dias de hoje.
Neste dia de aniversário, a autarquia ilhavense apresentou oficialmente o convite para que o Gazela Primeiro esteja presente em Ílhavo, no Festival Náutico, que ocorrerá de 3 a 5 de Agosto de 2012, contando com a presença de vários Tall Ships de todo o Mundo, numa acção integrada nas comemorações dos 75 anos do Museu Marítimo de Ílhavo.

Fonte: CMI

Ratzinger quer ir além do Jesus "histórico"

Jesus tem futuro. Na versão de Ratzinger


O Jesus de Nazaré de Ratzinger quer ir além do Jesus "histórico" que a investigação tem revelado nos últimos dois séculos. Os especialistas criticam aspectos de um livro que já é um best-seller

Artigo de António Marujo no PÚBLICO de hoje

Um livro do padre Manuel Armando


O padre Manuel Armando, que foi coadjutor na Gafanha da Nazaré, entre 13 de agosto de 1965 e 17 de setembro de 1966, lançou há tempos um livro, intitulado “Os pés de um homem nas pegadas de Deus”, com textos e poemas. Neste caso, uma faceta que desconhecíamos no autor.
Pároco de Aguada de Baixo e Avelãs de Caminho, tem como segunda atividade as artes de palco, com carteira profissional, nomeadamente, nas áreas da Magia e da Hipnose Teatral, que apresenta com uma habilidade rara, personificando o artista Marcos do Vale.
Armor Pires Mota, conhecido jornalista e escritor multifacetado, diz que o livro «é recheado de boa prosa, mas também não recusa a poesia que lhe sai natural, fluente, como água de qualquer fonte. Com uma vantagem: não está contaminada de mediocridades de qualquer tipo».
No Prefácio, o nosso bispo, D. António Francisco dos Santos, sublinha que «Este livro, sendo um testemunho de vida e de beleza, é um hino de gratidão aos sacerdotes e de esperança de novas vocações para a vida sacerdotal, nascidas nas famílias cristãs e ajudadas a crescer nas comunidades, nas escolas e nos Seminários da nossa Diocese de Aveiro”.

"Faina Maior: A pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova" vai ser lançado no Museu de Marinha

Segundo volume do livro do Papa


A Paixão segundo Ratzinger

António Rego

Com os mais variados títulos e comentários, nenhum dos grandes jornais de referência do Ocidente ignorou a notícia do lançamento do segundo volume do livro de Bento XVI sobre a vida de Jesus. Parece à primeira vista que um Papa nada de novo teria a dizer acerca uma figura histórica e teologicamente completa. E todavia foi notícia. Exactamente porque este Papa diz muito para além do óbvio e do já dito.
Tal como o primeiro volume, pode deixar alguma perplexidade sobre a dimensão do magistério do Sucessor de Pedro. Mas a verdade é que um teólogo não perde o direito à investigação pelo facto de ser Papa. E, como tem sido vastamente comentado, este homem conjuga a fé, a investigação teológica e dimensão histórica de Jesus e oferece em cada intervenção uma pista de reflexão sobre os tesouros da fé que sempre precisam ser aprofundados.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Ramos-Horta quer ajudar Portugal



José Ramos-Horta


Já há tempos que se fala da pretensão de José Ramos-Horta, Presidente da República de Timor-Leste, em ajudar Portugal, comprando dívida pública do nosso país. Seria legítimo pensar que se trata de um gesto de filantropia ou de gratidão pelo que fizemos na ajuda à independência daquele país-irmão. Mas Ramos-Horta já esclareceu que deseja, tão-só, fazer um bom negócio. Lembra ainda que aposta em envolver neste assunto, o Brasil e Angola, países que têm dinheiro do petróleo para envolver neste investimento. Até pode ser boa ideia, ou não estivéssemos nós numa situação económico-financeira complicada.

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No Brasil funda-se uma igreja em pouco minutos

Ridículo, no século XXI,
de imaginações doentias e interesseiras

António Marcelino

Uma lista das novas igrejas criadas no Brasil em 2010, e só até Setembro, fala de 110. Algumas têm apenas o nome do pastor que as fundou, como “Igreja do Pastor Waldevino Coelho” ou do “Pastor Paulo Andrade, o Homem que vive sem pecados”. Outras, assim intituladas: Ministério dos Favos de Mel, Igreja do Alarido de Deus, Igreja Quadrangular, O Mundo é Redondo, Igreja Bailarinas da Valsa Divina, Igreja Caverna do Adulão, Igreja Cristo é Show, Igreja Fiel até Debaixo de Água, Comunidade do Coração Reciclado, Comunidade de Emoções e por aí adiante… No Brasil funda-se uma igreja em pouco minutos. Basta que seja coisa nova e logo se regista…
Nada mais sério do que a relação com Deus. Nada mais ridículo quando Deus não passa de um objecto e uma ocasião de interesses materiais de gente sem escrúpulos. Um cristão consciente, bem como qualquer pessoa honesta, não pode deixar de reflectir sobre tudo isto e o ambiente que propicia tais aberrações e seus seguidores.

Fonte: Correio do Vouga

Porto de Aveiro: Molhe Norte vai ser ampliado




Amanhã, 11 de março, pelas 12 horas, vai proceder-se ao lançamento do concurso público internacional da empreitada para ampliação do Molhe Norte e aprofundamento do canal de navegação do Porto de Aveiro.
A cerimónia, a decorrer no Hotel de Ílhavo, será presidida pelo Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça, contando também com a presença do Secretário de Estado dos Transportes, Correia da Fonseca.
As obras estão orçadas em 35 milhões de euros, sendo o investimento financiado através de fundos comunitários, do orçamento do Porto de Aveiro e de verbas do Estado.
Pretende-se uma melhoria das acessibilidades do Porto de Aveiro. Os trabalhos têm como finalidade assegurar acrescidas condições de segurança nas manobras de entrada e saída dos navios do porto, em resultado das melhores condições de abrigo contra a agitação e as correntes marítimas desfavoráveis proporcionadas pelo prolongamento do molhe, bem como possibilitar a sua escala por navios de maior dimensão. Nestes termos, espera-se um reforço da sua capacidade para aumentar a sua conectividade e para oferecer serviços de maior qualidade às empresas localizadas no seu hinterland.

Fonte: Porto de Aveiro

Visita à Costa Nova









(Clicar nas fotos para ampliar)

Almocei hoje na Marisqueira da Costa Nova, que conheço há décadas. Foi uma oportunidade para saborear um bom prato e um bom acolhimento, que sempre existiram naquela casa, uma marca de qualidade que faz jus à tradição de bem servir. Foi também uma oportunidade para dar uma volta pela Costa Nova, agora em obras na zona da marginal lagunar, melhorando os acessos. Tudo deverá ficar pronto na época balnear, para não prejudicar os veraneantes e visitantes.
A Costa Nova estava semideserta, com a maioria do comércio mais voltado para o turismo fechado, como era de esperar. Olhei a ria, sempre apetecida, com alguns pescadores na faina ou preparando-a em terra. Dia claro, de sol luminoso, mas ainda sem coragem para nos aquecer de verdade. Relvado sem gente, ruas sem movimento. Daqui a uns tempos, quando o sol nos desafiar com mais vida, falaremos.

FM

Os jovens privilegiam a música


«A geração "download"

Lucinda Canelas

Rapidez, diversidade e partilha definem a cultura que consomem os jovens em Portugal. Eles privilegiam a música. Pedem museus grátis. E lamentam não ter mais dinheiro para gastar. Retrato da geração "download".


Em época de frequências o Espassus, café com uma esplanada ampla à beira de uma piscina no bairro de Carnide, em Lisboa, enche-se de estudantes, muitos deles universitários. Em cima das mesas há portáteis, telemóveis, iPods, cadernos e alguns livros, mas poucos. O cenário repete-se todos os dias. E há até quem fique do pequeno-almoço ao fim da tarde.
Este café, como outros espalhados pelo país, é ao mesmo tempo lugar de estudo e de encontro, ponto de paragem obrigatório para grupos de jovens que dali partem para concertos, sessões de cinema e jogos de futebol.
"Combinamos aqui muitas vezes porque fica perto das nossas casas e toda a gente conhece", diz Catarina, 20 anos, estudante de Psicologia. Pode ser a primeira paragem de uma noite que só acaba no pequeno-almoço do dia seguinte ou o ponto de partida para umas férias de verão no sul com um festival de música pelo meio e muita praia. "Trazemos os computadores, trocamos música, vamos à Net sacar 'trailers' de filmes que havemos de ver no cinema ou em casa de alguém, encontramos amigos do secundário."»

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quarta-feira, 9 de março de 2011

Jornais que fomentam a proximidade


Jornais da Igreja e horizonte eclesial

António Marcelino

Há 42 anos, o Bispo do Porto, ao tempo D. António Ferreira Gomes, rebaptizou o jornal da diocese, que se intitulava “A Voz do Pastor”, para lhe chamar “ A Voz Portucalense”. Pretendeu dizer que queria que o jornal diocesano fosse uma voz da Igreja do Porto ao serviço da formação e informação de todos, e não simplesmente a voz do Bispo da Diocese. O jornal ganhou novo fôlego, alargou o seu horizonte para além do templo, passou a falar mais da vida e daquilo que o Evangelho lhe dizia. Multiplicaram as assinaturas pelo país e, de norte a sul, o jornal era esperado, lido com interesse e comentado pelo seu conteúdo. Os temas significavam o modo novo de a Igreja estar, ver e falar à sociedade. Poucos assuntos do templo, mais assuntos da vida e da sociedade a interpelar os cristãos e a abrir caminho para os que ainda pensavam a Igreja como coisa de padres e de ritos religiosos. Assim se foi vendo que a Igreja, pela sua missão profética e humanizadora, tinha algo de novo a dizer e tinha de o saber comunicar. Por isto, devia ser capaz de escutar, observar, ler e comunicar a partir da vida, dos problemas e dos projectos das pessoas e da sociedade.

Cavaco Silva na tomada de posse: «Há que dar voz aos que não têm voz»

Presidente da República

«É uma cultura que tem de acabar. Deve ser clara a separação entre a esfera pública das decisões colectivas e a esfera privada dos interesses particulares.
Os cidadãos devem ter a consciência de que é preciso mudar, pondo termo à cultura dominante nas mais diversas áreas. Eles próprios têm de mudar a sua atitude, assumindo de forma activa e determinada um compromisso de futuro que traga de novo a esperança às gerações mais novas.
É altura dos Portugueses despertarem da letargia em que têm vivido e perceberem claramente que só uma grande mobilização da sociedade civil permitirá garantir um rumo de futuro para a legítima ambição de nos aproximarmos do nível de desenvolvimento dos países mais avançados da União Europeia.
Esta é uma tarefa de todos, cada um tem de assumir as suas próprias responsabilidades. É essencial que exista uma união de esforços, em que cada português se sinta parte de um todo mais vasto e realize o quinhão que lhe cabe.
Necessitamos de recentrar a nossa agenda de prioridades, colocando de novo as pessoas no fulcro das preocupações colectivas. Muitos dos nossos agentes políticos não conhecem o país real, só conhecem um país virtual e mediático. Precisamos de uma política humana, orientada para as pessoas concretas, para famílias inteiras que enfrentam privações absolutamente inadmissíveis num país europeu do século XXI. Precisamos de um combate firme às desigualdades e à pobreza que corroem a nossa unidade como povo. Há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos.
A pessoa humana tem de estar no centro da acção política. Os Portugueses não são uma estatística abstracta. Os Portugueses são pessoas que querem trabalhar, que aspiram a uma vida melhor para si e para os seus filhos. Numa República social e inclusiva, há que dar voz aos que não têm voz.»

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