quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O tempo está de má cara em todos os sentidos



Aventuras de um boxer: Regresso às aulas

Maria Donzília Almeida

Olá, Amigos!

Cá estou, depois de um longo interregno, a veranear por aí a esmo, para dar um ar da minha graça. Apareci num tempo que não está para graças, e num dia que não tem graça nenhuma! Andam por aí umas criaturas vestidas de bruxas e de diabretes, a pedir guloseimas de porta em porta. A minha dona não acha graça nenhuma, pois diz que isso não tem nada a ver com a nossa cultura. Chamam a isso Halloe’en. Os Portugueses só sabem imitar o que vem de fora, não sabem ser criativos!
Refiro-me a um tempo, no sentido lato, ou seja lato sensu, como ouço dizer à minha dona, num latinório que tenho dificuldade em entender. Ah! Mas ela que quer ver-me instruído e faz-me a tradução para português! Pois o tempo está de má cara, quer no sentido meteorológico, quer noutros sentidos, como..................... o tempo político! Este anda pelas ruas da amargura e parece que não se vislumbra uma aberta no horizonte. A política é mesmo complicada para o meu cerebrozinho de cão! Mas não é só p’ra mim! É o que ouço dizer aos amigos da minha dona, quando se reúnem em tertúlia e discutem longamente o estado da nação. Parece, se é que eu entendi o que eles comentam, que os políticos têm andado a portar-se muito mal e não sabem fazer as contas! Até já ouvi dizer que vão tirar dinheiro à minha dona! Será que também irei ser afectado e ficarei sem a minha paparoca?

Só quem tem flores e cultiva flores pode oferecer flores


A resvalar para a lixeira e para o atoleiro

António Marcelino

Há na nossa sociedade realidades positivas que não se podem esquecer, porque nunca o pessimismo que mata a esperança é porta de saída para qualquer problema. Há decisões políticas e inúmeras e louváveis iniciativas privadas em prol do bem comum. São estas iniciativas de pessoas, grupos e instituições, que travam os presságios de um fim doloroso. As preocupações com o Orçamento e afins varreram para segundo plano ou fizeram sair do tablado das responsabilidades um mundo de problemas concretos que tocam a vida das pessoas e tornam o ambiente social mais problemático e grave. A interdependência é uma lei da natureza que não se pode esquecer. “Há vida para além da crise”, advertiu um político sensato, para dizer que uma fixação de quem governa arrasta sempre consequências sociais imprevisíveis. Para além dos problemas sociais que se vêm agravando, um deles é a lixeira, imoral e amoral, em que o país se está tornando, já a resvalar para um atoleiro, de onde não será fácil sair. Entretanto, multiplicam-se as vítimas da incúria e do silêncio. São pais amordaçados que podem cada vez menos, e crianças e jovens que, fascinados pelo abismo e com caminho abertos, são empurrados para usufruir o mais fácil, sem regras e à revelia.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Museu de Ílhavo: Tudo num Barco


Até 30 de Janeiro de 2011 ainda pode ver esta exposição temporária no Museu Marítimo de Ílhavo. A não perder.

Governo: Uma situação aberrante

No Governo do nosso país há quem tenha a hombridade de proclamar, alto e bom som, que "Vivemos uma situação aberrante". Outros estão caladinhos...  

Helder Bandarra: 50 anos de arte

 
A Exposição “50 Anos de Arte” de Hélder Bandarra fica patente ao público, na galeria da antiga Capitania,  até 5 de Dezembro, podendo ser apreciados trabalhos de desenho, pintura, escultura, cenografia, design gráfico e cartonismo,  de terça a sexta-feira, das 14.00 às 18.00 horas,  e  aos sábados, domingos e feriados, das 15.00 às 19.00 horas. A entrada é livre.

Ler mais aqui

Mário Soares sempre atento...

As máquinas são como as pessoas. De vez em quando adoecem

As máquinas são como as pessoas. De vez em quando adoecem. Depois é preciso consultar o médico e, se tal for preciso, recorrem aos hospitais. O meu computador de todos os dias, e, até, quase de todas as horas, está internado à espera de uma intervenção. Espero que fique de saúde, para também eu me sentir aliviado... Por enquanto vou-me servindo do que estiver à mão, sem as ferramentas com que costumo trabalhar...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Cáritas avisa: período mais negro ainda não chegou

A crise instalou-se entre nós, mas o período mais negro ainda não chegou. Veja aqui e aqui.

Prendas para o Banco Alimentar Contra a Fome


Uma Flor no meio deste esterco...

Enquanto autarca aceitarei prendas que possam ser encaminhadas para o Banco Alimentar contra a Fome.
Quando tomei posse como presidente da Câmara de Santarém fui confrontado com a quantidade de prendas que chegavam ao meu gabinete. Era a véspera de Natal. Para um velho polícia, desconfiado e vivido, a hecatombe de presuntos, leitões, garrafas de vinho muito caro, cabazes luxuosos e dezenas de bolo-rei cheirou-me a esturro. Também chegaram coisas menores. E coisas nobres: recebi vários ramos de flores, a única prenda que não consigo recusar.

domingo, 14 de novembro de 2010

Semana dos Seminários: O sacerdote não é o administrador de uma associação qualquer


Seminário de Santa Joana Princesa - Aveiro


«O sacerdote não é o administrador de uma associação qualquer, cujo número de membros se procura manter e aumentar. É o mensageiro de Deus no meio dos homens; quer conduzir a Deus, e assim fazer crescer também a verdadeira comunhão dos homens entre si. Por isso, queridos amigos, é muito importante aprenderdes a viver em permanente contacto com Deus.
Quando o Senhor fala de «orar sempre», naturalmente não pede para estarmos continuamente a rezar por palavras, mas para conservarmos sempre o contacto interior com Deus.
Exercitar-se neste contacto é o sentido da nossa oração. Por isso, é importante que o dia comece e acabe com a oração; que escutemos Deus na leitura da Sagrada Escritura; que Lhe digamos os nossos desejos e as nossas esperanças, as nossas alegrias e sofrimentos, os nossos erros e o nosso agradecimento por cada coisa bela e boa, e que deste modo sempre O tenhamos diante dos nossos olhos como ponto de referência da nossa vida. Assim tornamo-nos sensíveis aos nossos erros e aprendemos a trabalhar para nos melhorarmos; mas tornamo-nos sensíveis também a tudo o que de belo e bom recebemos habitualmente cada dia, e assim cresce a gratidão. E, com a gratidão, cresce a alegria pelo facto de que Deus está perto de nós e podemos servi-Lo.»

Bento XVI, Papa

Da Mensagem do Papa para a Semana dos Seminários, que hoje termina.

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

(Clicar na imagem para ampliar)

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 210

PELO QUINTAL ALÉM – 47



O CARVALHO


Tomás Tavares de Sousa, eng.


Caríssima/o:

a. Aí fica a fotografia dos nossos dois carvalhos, por trás do canavial.
Como todas as árvores do nosso quintal, também nos podiam contar a sua história. Mas a quem poderia ela interessar?
E se os trago hoje é por falta de um castanheiro, que já os houve, mas como não davam castanhas...nesta época do S. Martinho traziam a tristeza da desilusão!

e. E carvalhos se viam alguns pelos nossos campos da Gafanha; contudo e como era (será ainda?) habitual, pouca ou nenhuma importância se lhes dava: procuravam-se frutos comestíveis... para matar a fome...

i. A madeira do carvalho é muito boa para a construção, sob a forma de vigas.
Serve igualmente como combustível. A lenha de carvalho é excelente para dar calor, queimando devagar e uniformemente, até que todo o tronco se desfaça.
As folhas e frutos (bolotas ou landes) podem ser aproveitados como alimento para o gado.
Já foi usado para bronzear couro.

o. O seu tronco forte é coberto por uma casca rugosa riquíssima em propriedades curativas. O chá é recomendado para diarreias, e na forma de banho para aliviar hemorróidas e fissuras.
Como é habitual, muito utilizada na medicina popular. O gargarejo ou líquido para limpeza bucal é usado para laringites, faringites, dor de garganta e amigdalite; compressas para queimaduras, cortes, eczema, dermatite, hemorróidas, lombriga, varizes e vasos capilares fracos.

u. Curiosidades:

sábado, 13 de novembro de 2010

Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo em Festa

Ministra ladeada por Ribau Esteves e Fernando Maria

Orfeão da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo


Unidade de Cuidados Continuados
recebe os primeiros doentes
na próxima segunda-feira

A Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo esteve hoje em festa, com a inauguração da sua Unidade de Cuidados Continuados. Associaram-se as forças vivas do concelho, com o povo que costuma estar atento a iniciativas deste género. Marcou também presença a ministra da Saúde, Ana Jorge.
No momento da bênção, o administrador paroquial de Ílhavo, Padre João Gonçalves, recomendou a quantos vão trabalhar com os doentes neste Hospital que olhem para eles com o coração, porque «quem vê com o coração vê melhor, vê mais longe».
O provedor da Santa  Casa, professor Fernando Maria da Paz Duarte, não escondia a sua satisfação pela meta alcançada, que é, contudo, um  outro ponto de partida… E pediu a todos que continuem a dar os seus contributos, para mais ajudarem  os que mais precisam.
Recordou a longa caminhada «com alegrias e tristezas, mas sempre com muita determinação», louvando o apoio constante da autarquia ilhavense, nomeadamente do seu presidente, Ribau Esteves, «durante todos estes anos de canseiras». Contudo, não esqueceu os Irmãos e a Mesa Administrativa da Misericórdia e quantos «incentivaram a concretização deste projecto». Uma referência especial para o benemérito ilhavense, Joaquim Coelho, emigrante nos EUA, onde conseguiu congregar conterrâneos, e não só, com o objectivo de angariar fundos para o Hospital  de Cuidados Continuados.

O País mudou e nem tudo é mau


PROTESTO, LUTO E REFLEXÃO
Anselmo Borges

A sabedoria da história bíblica das vacas gordas e das vacas magras - armazenar no período da abundância para os tempos de dificuldade - há muito que foi esquecida entre nós. E aí está a crise, incalculável, na perplexidade, e sobretudo sem horizontes de futuro. Ninguém nos diz o que se pode razoavelmente esperar, depois de tanta crise e sacrifícios sem fim, e este é o perigo maior.
Há a crise mundial, uma imensa interrogação sobre o que ainda se chama União Europeia, a subordinação da política ao poder económico-financeiro. Entre nós, é tudo isto. Mas não só.
É certo que o País mudou, e nem tudo foi mau. A rede viária, por vezes até com excessos desnecessários - que interesses estavam em causa? -, permite comunicação rápida. Pôs-se fim ao analfabetismo. Há nichos de excelência na investigação e no ensino. Houve alguma mudança nas mentalidades, a convivência com outras culturas e religiões é boa. Grandes camadas da população viram o seu nível de vida melhorado.
Mas, depois, há perguntas que inevitável e desesperadamente se colocam, e todas, quando se pensa na situação presente e no que aí vem, convergem para esta: como foi possível chegar à beira do abismo em que nos encontramos?

Uma reflexão para este fim-de-semana

Fé e cultura




Além do rebanho
Henrique Raposo


Perante o tópico "catolicismo no espaço público português", convém discutir três pontos.


I. Em Portugal, o catolicismo tem de enfrentar algo que é comum a todas as sociedades europeias: a ilegalização de Deus. As elites europeias transformaram Deus num assunto semi-clandestino. Deus passou ser um assunto impróprio para as elites sofisticadas. Como se pode combater esta clausura de Deus? Bom, para começo de conversa, temos de salientar um "pormenor": a ilegalização de Deus é um fenómeno europeu, e não mundial. Com o seu habitual eurocentrismo, a elite europeia consagrou o fim da religião como uma das marcas obrigatórias da modernidade. Porém, várias sociedades modernas (EUA, Índia, Israel, Brasil, etc.) conciliam a modernidade com a fé. A Europa está sozinha na ilegalização de Deus. Sobre este ponto, recomenda-se - e muito - a leitura de "O Regresso de Deus" (Quetzal), de John Micklethwait e Adrian Wooldridge.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Porto: Estação de São Bento

Egas Moniz apresenta-se ao Rei de Leão, com mulher e filhos


Cenas do Douro

Torneio de Arcos de Valdevez

Um curto passeio pelo Porto, de que já dei conta neste meu espaço, não podia dispensar uma visita à Estação de São Bento. Os painéis que ostenta, de sabor histórico, despertaram o interesse de turistas e eu não fugi à regra. Recordar o que na antiga escola primária aprendi e ainda ensinei é sempre agradável. A História de Portugal, do meu tempo de menino, tinha por finalidade objectiva estimular o amor à Pátria Lusa em cada português. Era uma História em que por norma só se falava de heróis, santos e mártires, com muita lenda à mistura. Haveria tempo, depois, para descobrir os feitos reais e as lendas que inculcaram no nosso espírito. Mas também algumas omissões de permeio. 

FM

Bateira do Mar "Carlitos"

Bateira do Mar "Carlitos


A Bateira do Mar "Carlitos", de que vi notícia no blogue  Marintimidades, é mais uma flor para o jardim da nossa cultura. O trabalho do Capitão António Marques da Silva, um apaixonado pelas coisas do mar e da nossa laguna, tem encontrado um palco certo, aquele blogue, para chegar a todo o mundo.

Veja aqui

As modas: Av. Dr. Lourenço Peixinho precisa de rejuvenescer

Av. Dr. Lourenço Peixinho


Ontem passeei um pouco pela Av. Dr. Lourenço Peixinho para matar saudades. Andava uma equipa atarefada a arrancar árvores e a transportá-las para fora daquele espaço que foi, outrora, a sala de visitas da cidade. Era por ali que aos domingos, dia de folga, eu passeava com minha mulher e filhos, para ver as montras e para equacionar eventuais compras. Depois, chegada a hora do lanche, entrávamos num café ou numa pastelaria para saciar os apetites, que gente nova precisa de comer com frequência. Também havia o Parque Infante D. Pedro, como zona que atraía as pessoas, sobretudo no Verão.
Quando surgiu o OITA, a sala de visitas mudou-se, em grande parte, para aquele novo centro, onde não faltavam novidades para todos os gostos e apetites. Mal se podia passar pelos corredores e pelas escadas que davam acesso aos quatro pisos. As novidades sempre atraíram as pessoas e continuam a atrair. Gostamos de visitar o que aparece, gostamos de apreciar as inovações, gostamos de ver as novidades. Mas o OITA de hoje já não atrai o público como antigamente. Vi por lá muito pouca gente. As lojas praticamente sem ninguém, num dia de semana à tarde. Novas propostas nasceram e outros desafios desviaram as nossas atenções.
Presentemente, as salas de visitas são outras. As Glicínias e o Fórum despertam os interesses das populações, com ofertas sedutoras e variadas. O pessoal está todo voltado para aqueles espaços.
Pensa-se em revitalizar a antiga Av. Dr. Lourenço Peixinho. Há muitos aveirenses envolvidas no processo da sua reconstrução. Oxalá consigam descobrir uma forma de dar vida nova àquele espaço, para que ele não fique reservado apenas para zona de passagem, sem motivos que nos desafiem a ficar.

FM
 

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O dinheiro tanto fecha os olhos ao pobre como ao orgulhoso



O gigante e o anão

António Marcelino


Parece que a esperança da salvação do país virá agora da China. De lá veio, já desde há anos, a ruína do pequeno comércio, porque ninguém pode competir com quem de lá veio e encheu cidades e vilas de novas lojas dos 300, com patrocínios dos nossos governos, que os de cá não têm, nem nunca tiveram. E ainda não sabemos tudo. Nem sei se alguma vez o saberemos. Até os governantes democráticos cultivam tabus de seu interesse e nem sempre dão contas de tudo.
O senhor da China passeia-se disponível pela Europa, no meio de manifestações a favor e contra, para comprar as dívidas dos países falidos ou à beira da falência, e propondo-se assinar acordos que lhe permitam acessos sempre crescentes e sem regresso. Quem só vê o dinheiro que precisa, nem se interroga sobre a fonte que o produz e como se acumulam biliões num país com milhões de pessoas forçados a viver como escravos. Para ajudar a Europa virá agora dinheiro de um país que tem o último Prémio Nobel da Paz na prisão, milhares de trabalhadores expropriados na sua terra, gente sem voz para reagir à injustiça, muitos que vivem sob o fio ameaçador da pena de morte, verdadeiros proletários obrigados a produzir sem direitos, milhões de cidadãos proibidos de sonhar com uma vida livre. Mas, como se diz que o dinheiro não tem cor…

Fátima Ribau: Uma catequista persistente


Fátima Ribau

A mais antiga catequista
da Gafanha da Nazaré em actividade



Fátima Ribau, funcionária aposentada da Junta de Freguesia, é a mais antiga catequista no activo da nossa comunidade. Viúva, duas filhas e seis netos, cuidou de duas crianças, agora adultas, filhas de uma família pobre e desestruturada, ainda a viverem consigo. Estudante voluntária, na juventude e quando casada, licenciou-se em Português e História e tirou o curso Básico de Teologia no ISCRA (Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro). Participou também em inúmeras acções de formação ao nível da Catequese.
Neta de Manuel Ribau Novo (Ribau da Russa), um dos grandes obreiros da construção da nossa igreja matriz, Fátima Ribau naturalmente viveu os problemas da comunidade com muito empenho. Começou a dar catequese em 1962, com 15 anos apenas, depois de ter estagiado dois anos, ajudando catequistas mais experientes. O responsável na altura pela organização e dinamização da catequese era o Padre José Manuel, coadjutor do Prior Domingos Rebelo.
Recorda que já havia fichas de inscrição das crianças da catequese, catecismos e guias para os catequistas. As Senhoras Mestras, que ela ainda frequentou para se preparar para a Primeira Comunhão, tinham dado lugar aos novos catequistas, agora sob orientação mais programada.
Recordando os seus primeiros passos como educadora da fé, cita a Fernanda Matias, como a catequista que mais a marcou pela sua dedicação à catequese. E acrescenta que há décadas havia muito o espírito de levar as crianças a recitar orações e fórmulas, embora já houvesse orientações no sentido de ajudar «as crianças a sentirem a presença de Deus na vida, com a indispensável colaboração das famílias».