quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Um livro de Ângelo Ribau: RETALHOS DAS MEMÓRIAS DE UM EX-COMBATENTE


O Ângelo Ribau acaba de editar um livro — RETALHOS DAS MEMÓRIAS DE UM EX-COMBATENTE. Não é uma daquelas edições que se compram nas livrarias por bom dinheiro e que, quantas vezes!, apetece atirar para o caixote do lixo. É simplesmente um livro para os seus mais íntimos.
Quem conhece o Ângelo sabe que ele sofreu, como tantos outros portugueses, a brutalidade da guerra. Dela fala sempre que a ocasião o proporciona, ao jeito de quem quer afugentar chagas que lhe marcam a alma. E talvez por isso mesmo é que ele escreveu estas páginas, na esperança de que, por esta forma, possa fechar à chave, em baú inviolável, revoltas cravadas na memória como carraças.
Começa este seu trabalho, que acompanhei ao longo do tempo, dirigindo-se «Àqueles que lutaram mas, por eles, nem os sinos dobraram. Tudo à Pátria deram, e dela nada receberam.» E só depois o dedica “Aos seus entes queridos, que sem culpa formada, sofreram como poucos terão sofrido as agruras da Guerra de Angola, sem sequer lá terem estado fisicamente.»
Em Angola, onde lutavam mais dois irmãos, o Ângelo sentiu, na pele e no espírito, a dureza provocada por opções políticas do «orgulhosamente sós», políticas essas que enlutaram famílias sem conta nesta Pátria multissecular.
Não se julgue, porém, que este livro nos vem só com histórias tristes, porque o humor de quando em vez alegrava a malta. Li ou reli, com gosto e com sentido de meditação, as memórias deste amigo que foi à guerra e que pegou nela para nos dizer como se sofre em nome de causas injustas.

O Desporto pode fazer bons vizinhos




A força educativa do desporto


1. Está em fase final o campeonato africano de nações, a decorrer em Angola. Após o atentado inicial em Cabinda contra a selecção do Togo, o jogo passou a ser jogado dentro do campo de futebol. A este caso contra a selecção do Togo podem-se juntar tantos outros onde o desporto é usado para outras finalidades nada desportivas. Pelas multidões que se juntam, pela representatividade dos países e, por isso, pela força sócio-política que o desporto tem, ele é usado desmedidamente como bandeira ora de orgulho nacional, ora de combate intolerante. Não passam muitas décadas em que no centro da própria Europa as modalidades dos jogos olímpicos ou os campeonatos de futebol, quando havia paz e segurança para se realizarem, esses torneios espelhavam bem as lutas “frias” entre os países em jogo.

Alexandre Cruz

Praia da Vagueira à espera do Verão



Passei hoje pela Praia da Vagueira. Não estava deserta, porque ali há alguma vida, mas estava muito longe da época balnear. É normal. Mas este barco do mar, próprio da arte da xávega, mostra bem como se descansa, atrás do barracão. Lá há-de vir  o tempo em que enfrentará, com galhardia, as ondas do oceano.

Por uma escola mais autónoma e plural



No seu comentário final, Eduardo Marçal Grilo, antigo Ministro da Educação e actual Administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, sublinhou que hoje caminhamos para uma escola diversificada. “Cada escola, ou agrupamento de escola, tem o seu projecto educativo. E esse projecto não é um plano de actividades. O projecto educativo é uma ideia do que se quer que os alunos aprendam”, observou.
Marçal Grilo afirmou que a escola é “construída para os estudantes”, não é “dos professores, dos pais, da Câmara Municipal ou da comunidade”.
“É aos pais que cabe a educação pelos filhos”, defendeu.
12 anos depois da lei da autonomia das escolas, o antigo ministro da educação disse que “deve caminhar-se, tão rápido quanto possível, para a autonomia das escolas. Mesmo com riscos”.
Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Tribunal de Contas, também antigo ministro da educação, falou da importância do pluralismo no sistema educativo, afirmando que “uma das expressões da crise social tem a ver com a ideia de que a escola está abandonada”.
“O professor vê-se muitas vezes obrigado a executar funções que não lhe competem, porque o professor não é o único educador. Ele é o profissional da educação mas a sociedade e a família têm uma função fundamental”, precisou.
No início dos trabalhos, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga, destacou "a importância e a urgência em centralizar as competências de uma escola de prestígio". O Arcebispo de Braga realçou o "papel específico da Igreja" que deve ser o de "comunicar o pluralismo educativo”.
Neste sentido "a Igreja tem o direito para apresentar a sua especificidade, mas o dever de dar credibilidade aos projectos", pois a " escola é o primeiro espaço de esperança para a vida".

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Editorial do i: Um orçamento que não se lê

Ideia três, travar salários e admissões na função pública: esta fobia de congelar os salários da função pública – que levará sindicatos para a rua – não deveria ser usada apenas em momentos de grande aflição. O que afecta as contas públicas é a existência de funcionários que não trabalham – não a existência de salários ou dos próprios funcionários. Olhar remunerações de pessoas como um problema é supor que uma dieta começa pela comida – e não pelo gordo. Seja como for, a ideia é fácil e penaliza os mesmos – ainda que se saiba que fazer crescer estes salários é impossível para um país que quase não tem dinheiro para existir.

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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Quem semeia tempestades não tem direito a bonanças


A sorte também
se constrói


1. Poderão existir determinadas situações em que se pense que só os outros é que têm sorte e que o próprio não… Essa ideia das sortes ou dos azares parece-nos reflectir uma visão menos correcta daquilo que são as referências de compromisso que haverão de presidir os caminho diário. Diz um pensamento que «a sorte protege os audazes», e pode-se acrescentar que a sorte é amiga da atenção zelosa e persistente e inimiga do descuido e do desleixo. O ditado que diz que «quem semeia ventos colhe tempestades» também ajuda a compreender a necessidade de sempre e cada dia, nem que custe (será o que lustra!), viver e semear os grandes valores assentes na bondade, no estímulo à dignidade e ética, no apego constante à responsabilidade de ser e fazer em cada momento o melhor possível.

Alexandre Cruz

Costa Nova Antiga




COMO NASCEU A PRAIA
DA COSTA NOVA DO PRADO

Uma Costa Nova denuncia a existência de uma Costa Velha. Documentos históricos relatam que os pescadores de Ílhavo estabeleceram suas Companhas de pesca do alto mar na Costa do Norte, em São Jacinto. A abertura da Barra Nova de Aveiro em 3 de Abril de 1808, barra artificial, foi, pela sua má localização, a causa do assoreamento da orla marítima da praia de São Jacinto, verdadeira calamidade que obrigou as Companhas de Ílhavo a transferir os seus assentos para as areias ao Sul do paredão da Barra, pois ali se tornava impraticável o exercício da pesca.




Desta emergência do abandono da Costa Velha pelas Companhas dos pescadores de Ílhavo surgiu, para estas, a imperiosa necessidade de procurarem sítio adequado onde pudessem trabalhar. O ilhavense Luís dos Santos Barreto foi o primeiro arrais a deixar a assoreada Costa do Norte e a estabelecer-se na Costa do Sul, assento da sua Companha, cujo local já tinha de antemão escolhido e que designou com o nome de Costa Nova, que, afinal, era um Enclave, pois esta zona não pertencia a Ílhavo.
Toda a orla marítima entre Ovar e Mira era pertença territorial e exclusiva do concelho de Ovar. Só em 1855, um decreto de 24 de Outubro, anexou ao domínio dos concelhos da Feira, Ovar, Estarreja, Aveiro, Ílhavo e Vagos, a faixa litoral marítima confinante com a terra firme pertencente a cada um destes seis concelhos.

Dinis Gomes

Aprender as lições do passado para preparar o futuro

 



Comemorar o passado a pensar no futuro

O regime republicano completa um século em Portugal. Atravessou períodos difíceis e no entanto sobreviveu. Nem Salazar o eliminou. Justifica-se, por isso, celebrar cem anos de República.

Mas, celebrar como? Certamente não evocando o passado com espírito saudosista ou propagandístico. Estudar a implantação da República e os anos que se lhe seguiram é importante. Mas numa perspectiva crítica e plural e, sobretudo, aprendendo as lições do passado para prepararmos um futuro melhor.

Francisco Sarsfield Cabral

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O divino não se manifesta no furor dos cataclismos, mas nos pequenos gestos que alteram a vida de quem nos rodeia


O Divino nas ruas

O nosso tempo tem grandes pensadores e esperamos que o terramoto no Haiti desperte as suas reflexões. Até porque os nossos contemporâneos merecem mais do que uma reportagem a “constatar” que o divino já não mora ali.

Em boa verdade, é quase inevitável perguntar por Deus nestas circunstâncias, mas não é honesto esquecer, com essa pergunta, aquilo que é da responsabilidade de cada ser humano. O divino não se manifesta no furor dos cataclismos, mas nos pequenos gestos que alteram a vida de quem nos rodeia, nesta aldeia global em que ninguém é um estranho.
Não será fácil perceber o que se passa no coração dos haitianos. Lembro, contudo, que muitos dos que têm sido salvos dos escombros atribuem a sua sobrevivência a uma força divina que, de uma forma ou outra, sentiram presente ao seu lado, quando a esperança desaparecia. Seria tentado a confiar mais em quem saiu vivo deste verdadeiro inferno do que num qualquer repórter demasiado lesto a expulsar o divino da vida de quem ainda sofre, ama e espera num futuro melhor. Porque há coisas que não se podem contabilizar.

Octávio Carmo




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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O Busto da República Portuguesa para enganar perseguidores



Uma vida já um pouco longa tem sempre muitas histórias. Nem todas, porém, vêem a luz dos nossos mundos, porque, entretanto, outras mais recentes se tornam mais presentes.

Quando abordei aqui, há dias, as celebrações, durante este ano, do centenário da República Portuguesa, falei dos ideais republicanos, mas não omiti as perseguições que na altura se sucederam aos que ousaram pensar diferente.
O Ângelo Ribau veio com um comentário oportuno que reza assim e ao qual respondi que conhecia muito bem a história, se calhar contada por ele:




Amigo Fernando:


Às vezes vale a pena dar-te um "toque"...
Já agora mais uma achega, que talvez a desconheças. Eram tantos os ataques à Igreja e seus membros, que alguns para não serem incomodados, implantavam nos seus telhados, bustos com o símbolo da república. Já reparaste em dois desses bustos que estão no telhado da casa que foi do nosso Prof. Ribau? (Manuel Joaquim Ribau). Foram lá postos com esse fim. Como sabes, para ser padre só lhe faltavam as "Ordens de missa". Daí a perseguição de que começou a ser alvo. Colocados os bustos, não voltou a ser incomodado...
Esta história foi-me contada pelo próprio, uma tarde em que foi à nossa casa buscar um bocado de "bôla" de que gostava muito. E adivinhava sempre quando a minha mãe cozia... A bôla quente era melhor, dizia ele. Messe dia estava bem disposto, e eu que andava com ela ferrada, fiz-lhe a pergunta sobre os bustos.
E a resposta aí está...

Ângelo Ribau

Eu conhecia realmente a história há muitos anos, mas estava sentada num canto da memória, à espera de um "toque". Obrigado, meu caro.
Quem sabe mais histórias dessas?
Um dia destes fui tirar o retrato ao busto feminino da República Portuguesa. Um amigo, ao ver-me a olhar para o telhado, quis saber o que é que eu estava a mirar. Perguntei-lhe se sabia que bustos eram aqueles, que ali estavam ao seu lado há tanto tempo. Não sabia, nem fazia a menor ideia. Adiantou que seriam decorações dos telhados, muito habituais há anos.  Expliquei-lhe. Ficou admiradíssimo. Aqui ficam os retratos para os meus amigos apreciarem...

Fernando Martins

Ensaio de José Eduardo Agualusa, no i de hoje: O Príncipe Perfeito

No meu último romance, "Barroco Tropical", esforcei-me por expor a forma como, em regimes totalitários, o medo vai pouco a pouco corrompendo as pessoas, mesmo as melhores. O medo é uma doença contagiosa capaz de destruir toda uma sociedade.

Mais extraordinário é perceber como um regime totalitário consegue exportar o medo. Não já o medo de ir para a cadeia, é claro; ou o medo de ser assassinado na via pública durante um suposto assalto. Trata-se agora do medo de perder um bom negócio. Do medo de ofender um cliente importante.
Ver dirigentes políticos portugueses, de vários quadrantes ideológicos, a defenderem certas posições do regime angolano com a veemência de jovens aspirantes ao Comité Central do MPLA seria apenas ridículo, não fosse trágico.
Alguns deles, curiosamente, são os mesmos que ainda há poucos anos iam fazer piqueniques a essa espécie de alegre Disneylândia edificada pela UNITA no Sudeste de Angola, a Jamba, vestidos à Coronel Tapioca, e que apareciam em toda a parte a anunciar Jonas Savimbi como o libertador de Angola.

 
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Responsável europeu diz que Gripe A foi o maior escândalo médico do século

Wolfgang Wodarg, presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, diz que a Gripe A foi uma falsa pandemia e que é “um dos maiores escândalos médicos do século.”

A ser verdade, que mundo é este?



República: D. Manuel Clemente diz que Afonso Costa despertou católicos



 
Lei da Separação gerou
reacções contrárias
à intenção do legislador
 
 



Afonso Costa


Contrariando as previsões de Afonso Costa, a “Lei da Separação (1911) despertou nos católicos uma vitalidade insuspeitável” – disse D. Manuel Clemente, bispo do Porto, na primeira sessão de 2010 do Seminário «Religião, Cristianismo e Republicanismo». Promovida pelo Centro de Estudos de História Religiosa da UCP, esta iniciativa integra-se no Programa Oficial das Comemorações do Centenário da República.
Aos participantes no seminário, o bispo do Porto falou sobre a «A vitalidade católica no contexto da República». Nos anos seguintes à Implantação da República (5 de Outubro de 1910), a resistência do clero foi apoiada pelos cristãos. Reunidos em Santarém, a 10 de Julho de 1913, os bispos lançam um apelo aos católicos. O chamado «apelo de Santarém» alterou o panorama sócio-religioso da sociedade portuguesa.“Defesa e afirmação da Igreja; catequização e restauração da sociedade portuguesa com o contributo da Igreja” foram as linhas mestras que marcaram o catolicismo português no primeira metade do século XX. A “radicalização de Afonso Costa (pasta da Justiça e Cultos) não afastou os católicos. Pelo contrário deu-lhes força” – realçou o historiador e bispo do Porto, na sessão realizada, dia 21 de Janeiro, na Universidade Católica. A Igreja defendia a separação do Estado, mas “não neste quadro”.


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domingo, 24 de janeiro de 2010

Festa no Santuário Diocesano de Schoenstatt



Irmã Heloísa


Irmã Lúcia


Irmã Cecília

Para uma pessoa ser feliz,
tem de seguir a sua vocação

«Um jubileu é celebração da experiência de acolhimento da Palavra proclamada, rezada, vivida e testemunhada», mas é também «proclamação da alegria e certeza da bênção de Deus», afirmou D. António Francisco dos Santos, na eucaristia de acção de graças celebrada hoje, no Santuário de Schoenstatt. Três Irmãs de Maria — Heloísa, Lúcia e Cecília — festejaram a sua entrega a Deus, a primeira há 50 anos e as duas últimas há 25.
Dirigindo-se às Irmãs, em especial, referiu que é com os olhos em Cristo que podem «ver mais longe» e ser «construtoras do futuro», na certeza de que um jubileu «ilumina o vosso passado e vos abre horizontes para a missão, que consiste em anunciar a Boa Nova».
Em nome das Irmãs que festejaram os seus jubileus, a Irmã Heloísa explicou, no final da missa, a sua caminhada vocacional. Com a emoção sempre presente, contida umas vezes e outras vezes manifestada, referiu que «cada um de nós tem a história da sua vocação» e que foi grande coincidência celebrar os 50 anos da sua entrega a Deus, neste Ano Sacerdotal e numa altura em que também se comemora o centenário da ordenação sacerdotal do Padre Kentenich.

26 mini-repórteres estreiam acesso ferroviário ao Porto de Aveiro






Uma  equipa de 26 mini-repórteres, com idades compreendidas entre os sete e os 16 anos, coordenada por Fausto Correia, viajou ontem, sábado,  em máquina cedida pela FERROVIAS (máquina Estabilizadora Dinâmica de Via HTT TS-50), empresa que, a exemplo do que sucedeu com a REFER e com a NAVALRIA, se associou à iniciativa “Mini-Repórteres do Porto de Aveiro”.

Os meus livros antigos: OS FAMINTOS de João Grave




Hoje apresento mais um livro antigo da minha biblioteca. Trata-se de OS FAMINTOS — Episódios da vida popular, de João Grave, membro da Academia das Ciências de Lisboa. Esta terceira edição, com data de 1920, é da responsabilidade da Livraria Chardron, de Lélo & Irmão, do Porto.
Diz o autor, que este livro foi um romance de estreia, havendo nas suas páginas «uma frescura de sentimento e uma sinceridade de intuitos» que lhe parecem «incontestáveis».
João Grave nasceu em Vagos em 11 de Julho de 1872 e faleceu no Porto em 1934. Foi escritor, jornalista e director da Biblioteca Municipal do Porto.

Confraria Gastronómica do Bacalhau continua a promover o nosso Fiel Amigo




A Confraria do Bacalhau recebeu
mais de duas centenas
de confrades nacionais, espanhóis e franceses




O XI Capítulo da Confraria Gastronómica do Bacalhau teve início na Câmara Municipal de Ílhavo, no sábado, 23 de Janeiro, com a concentração das Confrarias e a recepção no Salão Nobre, onde usaram da palavra o Grão Mestre da Confraria do Bacalhau e Ribau Esteves, Presidente da Câmara, para saudar as Confrarias presentes, enaltecendo o espírito que anima estas instituições que se empenham na defesa e preservação das gastronomias nacional e regionais.
 A “Patanisca de Honra”, confeccionada pelo cozinheiro Jorge Pinhão, lembrou a todos os convidados que estavam na terra do bacalhau. Às 11 horas, na Capela de Nossa Senhora do Pranto, celebrou-se a missa solene, presidida por D. António dos Santos, Bispo Emérito da Guarda e antigo pároco de Ílhavo, tendo animado musicalmente a celebração a Música Nova de Ílhavo.
No Hotel de Ílhavo foi inaugurada uma exposição filatélica do ilhavense e docente da Universidade de Aveiro, Manuel João Matias, subordinada ao tema “Faina Maior” e de pintura do Confrade do Bacalhau e antigo Capitão da pesca, Manuel Correia.
O almoço teve como ementa derivados de bacalhau (pataniscas, bolos de bacalhau e carinhas), chora, e Bacalhau à Confraria, de autoria do Confrade Chefe Silva

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues



(Clicar na imagem para ampliar)

Para começar este domingo, a visita de um amigo emigrante


Alberto Margaça



Alberto Margaça é um dos muitos gafanhões emigrantes espalhados pelo mundo. Vibra sempre quando se fala da terra que o viu nascer, ali à beira da Escola da Cambeia, que fica no Bebedouro, Gafanha da Nazaré. Esta escola herdou o nome que tinha, na chamada escola da Ti Zefa.
Pois o Alberto, com quem gosto de conversar, teve a gentileza de me visitar ontem. Fálamos dos seus 36 anos de Canadá e da maneira como, longe da Pátria, os nossos emigrantes mitigam as saudades. Da nossa conversa vai sair, no próximo Timoneiro, a entrevista que lhe fiz. Para já, contudo, fica a sua paixão pela música popular portuguesa, que o levou a criar um grupo musical, Searas de Portugal. Deste meu recanto, aberto ao mundo, aqui fica o meu abraço para todos os emigrantes, com votos, também, de que o Alberto faça boa viagem de regresso ao Canadá.

sábado, 23 de janeiro de 2010

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 168

PELO QUINTAL ALÉM – 5


Ti Sarabando com Ti Mar'Joana

O PASTO

A
Ti Sarabando
e a sua Mar'Joana ( Maria Joana)

Caríssima/o:

Hesitei no título: erva... pasto...
Vendo bem as coisas, optei por “pasto”; “erva” nos dias que vão passando até nos dicionários se lhe junta outra conotação muito afastada daquela que nos levava junto dos animais para os alimentar...
Os tempos são outros e não apenas o sentido das palavras se alterou...

a. Pelo nosso quintal há muita erva mas não da que se criava com a sementeira e a adubação abundante para se cortar e levar para os currais das vacas, dos coelhos, dos porcos. Agora não se criam animais e a erva nasce sem ser semeada!

e. Também pelas muitas terras da nossa Gafanha que é da erva que se semeava depois da apanha do milho? Não se vê...
Naqueles tempos, as terras eram limpas de felgas e melhãs; logo “adubadas” com esterco dos currais. Depois deste espalhado, lançavam-se à terra as sementes de cevada, centeio ou aveia. A seguir, margeava-se o terreno.
Parte destas sementeiras destinavam-se a dar grão, mas a grande maioria serviria de alimento para o gado na invernia.
Era ver então como, foicinha na mão, ah!, corta que corta, se enchia a carroça ou ajeitava o molho que se levaria à cabeça ou aos ombros.

i. Quando a economia de subsistência era rainha, tudo se aproveitava. Destas plantas, os do nosso tempo se lembrarão, as folhas e os caules verdes iam alimentar o gado. Das searas, as paveias eram levadas para a eira, malhadas, ensacava-se o grão; a palha ia para os colchões, para a cama dos animais e, por vezes, para a manjedoura.

o. Directamente para a saúde, nada consta; convenhamos, porém, que muitos considerandos positivos se poderiam acrescentar sobre o equilíbrio fisiológico e emocional ...

u. E aqui se agiganta a figura do Ti Sarabando.