sexta-feira, 10 de abril de 2009

ALBUFEIRA: Museu Municipal de Arqueologia




O Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira abriu ao público em 20 de Agosto de 1999. Está localizado no núcleo antigo da cidade, na Praça da República, em edifício do século XIX. O museu oferece ao visitante a evolução histórica desta região, desde a pré-história até ao século XVII, e integra a Rede Portuguesa de Museus, com data de inscrição de 2003. Com entrada gratuita, a visita proporciona ao visitante o registo de alguns dados curiosos, nomeadamente, sinais da presença, no Sul de Portugal, do homem do paleolítico e do neolítico, mas ainda da idade dos metais. 
Os meus olhos fixaram-se na colonização romana, onde se assinala que Santa Eulália e a praia dos Aveiros (Atenção a este vocábulo) estão identificadas com a exploração dos recursos marinhos. Brincos, anzóis, armas de ferro, mosaico romano, pilastras e colunas, telhas de sepulturas e outros restos que são rastos de gente que veio de Roma. A civilização islâmica também deixou vestígios que ainda perduram no quotidiano das gentes actuais, havendo prova disso em inúmeras povoações. A idade moderna apresenta também diversos elementos que vale a pena visitar. Há no piso superior um colecção de gravuras de George Landmman (1780-1854), pintor inglês que registou várias paisagens portuguesas. Permitam-me que deixe aqui uma sugestão: se passarem por Albufeira, passem pelo Museu.

ÍLHAVO: Feriado Municipal


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Para uns minutos de pura reflexão, nesta Sexta-Feira Santa

ESPERANÇA QUE ORIENTA E ESTIMULA A VIDA

Há anos, Vítor Cunha Rego, com a profundidade que sabia dar aos seus escritos, escreveu no DN, de que foi director, um comentário curioso sobre os feriados da Páscoa que, para muita gente, são apenas a ponte alargada que permite saídas mais longas. Ansioso, interrogava-se, procurando com sinceridade, o essencial que pudesse dar sentido à sua vida. E perguntava, então, qual a razão dessa tão desejada ponte que surgia, cada ano, a contento de toda a gente, crente ou não crente. Não deixou de lamentar, por fim, que tantos se aproveitassem dela sem irem até ao acontecimento, maravilhoso e único, da Páscoa de Cristo, que a todos a permitia gozar. Na Páscoa evoca-se e celebra-se o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, Filho de Deus, com todo o seu significado, pessoal e social. Acontecimento único, com sentido definitivo para a história de cada cristão convicto e da própria humanidade. Há vidas serenas, mesmo em momentos de tempestade, dor e incompreensão. Outras são vidas tumultuosas, sem razões válidas para tanta perturbação e instabilidade. Todos os dias o vemos em graus diferentes e em gente concreta e com a sua história. Porque acontece assim? Causas profundas e subtis comandam a vida e suas reacções e escapam, frequentemente, ao olhar de quem vê de fora e, às vezes, até ao próprio. Há na vida de cada um de nós coisas que nos condicionam. Fáceis de verificar se são exteriores e se tornam objecto das nossas críticas, louvores ou desculpas. Outras há que nos determinam, têm dentro de nós as suas raízes, cultivadas ainda que escondidas. Tudo isto se vai tornando claro, de harmonia com a atenção e o sentido que damos à vida, e o cuidado que prestamos às nossas acções e comportamentos. Quem vive de exterioridades ou de emoções passageiras não percebe ou não dá atenção ao que se passa em si próprio ou à sua volta. Sabe da ponte para a aproveitar, mas não se debruça para lhe alcançar as margens, a força que nelas existe e o estímulo que pode vazar dentro de nós, mais importante que os dias feriados que proporciona. É este passar pelas coisas sem lhes descobrir o sentido, que faz escassear a esperança, empobrecer a vida e menosprezar as exigências que a comandam e as riquezas que contém. Chegamos à Páscoa. Com ela, à possibilidade de uma nova ponte, que tanto dá para passear, como para, serenamente, vivenciar a experiência de se sentir amado, vivo e liberto, e de se poder saciar na Fonte inesgotável, de onde dimana felicidade e paz. A Páscoa é, para os cristãos, a Festa por excelência. Não se resume a flores e amêndoas.Traz consigo energias renovadoras que dão sentido diário àqueles que celebram na fé a sua vida, e permanecem, unidos na esperança, a todos os outros crentes, para os quais Jesus Cristo, vencedor da morte, é a figura central da história humana. Páscoa é “passagem da morte à vida”. Só o amor é capaz de a realizar em todos e em todas as circunstâncias. Diariamente. O amor de um Deus, rico em misericórdia, que nos dá o Seu Filho. O amor redentor de um Filho que se entregou à morte para a todos dar vida. Ele venceu a morte e, pela fé que n´Ele depositamos e pelo dom d´Ele que recebemos, nos torna, também a nós, verdadeiros vencedores. Nesta certeza reside a nossa esperança. Ao cristão coerente, o único que está vivo como cristão, se pede que dê razões da sua esperança a uma sociedade que teme a verdade, não tem horizontes de vida e despreza os estímulos que a convidam a ir mais além. Sem se descobrir e viver a Páscoa, não se saboreia a alegria e a paz que no Aleluia pascal se manifesta. A luz da Igreja é Cristo Ressuscitado. Sem esta luz, nada tem valor. A vida cristã ou é pascal ou não é vida. Apelo que não se pode iludir nem adiar. Uma vida pascal é o melhor contributo do cristão à sociedade. Só ele é consequente e carregado da esperança que pode ajudar a sua necessária e urgente humanização.
António Marcelino

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Centro Social Paroquial aposta em novo Lar de Idosos

Actual Lar vai ficar 
para grandes dependentes


Em reunião conjunta dos Conselhos Económico e Pastoral da paróquia de Nossa Senhora da Nazaré, na terça-feira, 24 de Março, no Auditório Priores da Gafanha da Nazaré, foi dado parecer favorável, por unanimidade, sobre a aquisição de um terreno e construção de um novo Lar de Idosos, já que o actual precisa de profunda remodelação, para responder às exigências legais implementadas pelo Estado, nos últimos anos.
O novo lar, da responsabilidade do Centro Social Paroquial, tem de ser fruto de “um diálogo alargado”, para que a comunidade se habitue a amá-lo, no dizer do Prior da Gafanha da Nazaré, Padre Francisco Melo.
Ao apresentar três hipóteses para a sua localização, o Padre Francisco sublinhou a necessidade de se apostar num espaço situado no “centro da vida” da freguesia, para permitir aos idosos a convivência e a utilização de serviços essenciais, numa perspectiva de todos continuarem plenamente integrados na sociedade.
Apontou uma zona perto da igreja matriz, lugar de encontro, de vida e de muitos eventos, onde não faltam cafés e outros estabelecimentos que favorecem a proximidade com pessoas, familiares e amigos. “Esta opção permitirá que o Centro Social tenha assim uma acção mais próxima e interventiva na comunidade”, fazendo, ao mesmo tempo, com que toda a freguesia “sinta mais o lar como seu”, refere o relatório apresentado pelo Prior da Gafanha da Nazaré.
O terreno previsto para a construção daquele edifício, com 7793 metros quadrados, situa-se nas traseiras do mercado e possui duas entradas para a rua Guerra Junqueiro, havendo ainda a possibilidade de expansão para um dos lados, diz o mesmo relatório. Com a construção de um novo edifício, com capacidade para 60 utentes de Lar (o permitido pela legislação em vigor), 40 de Centro de Dia e 60 de Apoio Domiciliário, pretende-se manter em funcionamento o actual lar com as valências que integra, mas “com a perspectiva de num futuro próximo ser remodelado para funcionar exclusivamente como lar”, para servir pessoas “em situação de grande dependência”.
Com este projecto, o Centro Social Paroquial da Gafanha da Nazaré tem em conta a convicção de que a freguesia vai continuar a crescer sob o ponto de vista demográfico e social, à semelhança do que tem acontecido nas últimas décadas, sem ignorar o aumento substancial das pessoas idosas, por força cada vez maior da subida da esperança de vida. Nessa linha, o Padre Francisco Melo adiantou que é “importante que a opção que hoje fazemos deixe em aberto outras opções futuras”, nomeadamente, “o alargamento para outras valências”. Valorizou, entretanto, a existência de espaços exteriores “para os idosos poderem andar ao ar livre”, realidade reconhecida na zona escolhida para a implantação do lar, que é vista como tarefa prioritária e urgente.
À reunião conjunta dos Conselhos Económico e Pastoral da paróquia de Nossa Senhora da Nazaré, associaram-se outras instituições sedeadas na freguesia, designadamente, a Fundação Prior Sardo, de âmbito paroquial, a Obra da Providência e o Clube Stella Maris, tuteladas pela Diocese de Aveiro, numa clara demonstração de unidade, que importa frisar. Também foi dado parecer favorável, por unanimidade, sobre o relatório e contas da direcção do Centro Social, referente ao ano de 2008. Deles se salienta que o Centro, com 67 idosos no Lar, 16 no Centro de Dia e 38 no Apoio Domiciliário, constitui-se “como importante empregador, com os seus 40 colaboradores, a acrescer os que estão em regime de prestação de serviços”.

Fernando Martins


Antigo aluno de Manta Rota


Por estar no Algarve, apetece-me recordar um antigo aluno, de Manta Rota, que deve viver na Gafanha da Nazaré e que não vejo há bastantes anos. Gostava que me visitasse, para recordar com ele os tempos em que veio para a nossa terra.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Mensagem pascal do Bispo de Aveiro

Páscoa - Vitória da vida
Com mera naturalidade e numa primeira sensação, verificamos que a morte nos aparece a prevalecer sobre a vida. Foi o que aconteceu com Jesus Cristo, naquela sexta-feira, 7 de Abril do ano 30. Com imenso amor, Ele amou de tal modo os homens e as mulheres que deu a vida por eles. Depois, quando parecia evidente que tudo ia terminar em derrota, eis que Deus intervém poderosamente e ressuscita o seu Filho e Servo fiel. Não há poder humano que resista ao querer de Deus.
É esta a mensagem do dia de Páscoa para os cristãos e para as pessoas de boa vontade. A vitória da vida surge mesmo através da morte. Assim como a bela rosa se abre entre espinhos, a linda flor de nenúfar cresce no meio dos pantanais e a esperança vence qualquer crise, também a vida em autenticidade manifesta-se naturalmente pelo testemunho alegre da fé em Cristo e pelas obras de serviço aos irmãos. A Deus, que é o Vencedor e o Senhor da Vida, pertence sempre a última palavra, que é a palavra da vitória. Neste ano paulino, recordo o que escreveu o apóstolo na primeira carta aos coríntios (15, 54-57): - «A morte foi absorvida na vitória»; por isso, «dêmos graças a Deus, que nos dá a vitória por Jesus Cristo.»
Nesta data singular, inundada de alegria festiva, faço votos sinceros por uma Páscoa muito feliz, como expressão de júbilo tanto no seio das nossas comunidades e das nossas famílias, como no íntimo de todas as pessoas que, por qualquer motivo, vivem connosco, nas cidades, vilas e aldeias da nossa Diocese de Aveiro.
Aveiro, 8 de Abril de 2009
António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro

Gafanha da Nazaré: I Ciclo de Conferências

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Albufeira, espaço lendário




Os desdobráveis e brochuras dizem que Albufeira é um espaço lendário. Por aqui se foram fixando, através dos séculos, as mais variadas gentes, nomeadamente, visigodos, romanos, muçulmanos e outros, todos eles deixando as suas marcas na região, que ainda perduram no quotidiano deste povo, para não falar dos sinais do paleolítico, datados do VI milénio antes de Cristo, como pode ser confirmado no Museu Municipal de Arqueologia.
Com um clima privilegiado, acentuadamente mediterrânico, tornou-se nas últimas décadas um extraordinário pólo de desenvolvimento turístico, atraindo gentes dos mais variados quadrantes. Pelas suas ruas e ruelas, cirando pessoas que buscam descanso, calor e paz de espírito, que as águas cálidas do oceano proporcionam.
Vocacionada a região algarvia para o turismo, Albufeira assumiu o seu papel, voltando-se para quem chega, na mira de oferecer o que os veraneantes precisam e procuram. Comércio variegado, para todas as bolsas, mostra de tudo, desde o banal ao mais requintado. Ruas e esplanadas, largos e praias amplas, com pessoas a banhos de mar e sol, neste mês de Abril, dão-nos a sensação de um Verão antecipado, E se assim é nesta altura, em Primavera de nuvens por vezes carregadas e de ventinhos frios, como não será daqui a uns meses?

FM

terça-feira, 7 de abril de 2009

Dia Mundial da Saúde

No dia de hoje, dedicado à saúde, designado por Dia Mundial da Saúde, apenas ouvi referências à doença! Estranha contradição do ser humano! Será que ambas as partes vivem tão interligadas que a sua relação é, na mente humana, indissociável? Com efeito, durante o tempo em que me ocupava dos meus afazeres domésticos, hoje de manhã, assisti, via radiofónica, a um debate, na antena 1, sobre a utilização dos genéricos. A discussão foi acesa e aí se esgrimiram os vários argumentos, pró e contra os referidos medicamentos. A questão que eu levanto é esta: por que razão, neste dia, não são transmitidas receitas, conselhos, dicas para manter esse estado de perfeito bem-estar físico e psicológico a que denominam saúde, em vez de se falar na parte negativa da questão? Pela positiva é que devemos reger-nos, não é esse o lema deste blog? Por que motivo, sempre que se fala de saúde, vem imediatamente, à memória, esse rol ilimitado de doenças, incómodos, maleitas, que perturbam o equilíbrio do nosso dia a dia? Do tratamento das doenças estão encarregados os médicos e pessoal paramédico, e deixemo-los trabalhar! A minha filosofia de vida para manter uma boa saúde é o lema apresentado pelo poeta romano Juvenal e largamente difundido pela literatura, que se sintetiza no “Mens sana in corpore sanu”. Assim, uma boa prática de exercício físico, aliada a uma higiene de vida mental são a garantia desse bem estar harmonioso que todos almejamos! Amigos! Toca a andar, marchar ou até correr, porque não, para termos uma vida de qualidade, ou a qualidade de vida que merecemos como seres superiores na hierarquia da criação! E... haja Saúde! E... só uma redonda dica: “An apple a day...keeps the doctor away!”
Mª Donzília Almeida

Reino dos Algarves para ingleses

Praia da Rocha 

Quando D. Afonso III conquistou definitivamente o Algarve, expulsando os mouros, passou a usar o cognome de Rei de Portugal e dos Algarves. Portugal, a partir daí (século XIII), ficou, mais ou menos, com as fronteiras que ainda hoje tem. Vem esta lembrança a propósito de eu ter dito um dia destes que estava no Reino dos Algarves. E assim parece, sobretudo nas zonas turísticas, onde pontificam, passe a palavra, os veraneantes estrangeiros, com destaque para os ingleses. 
No interior, tanto quanto sei, o nosso povo continua, com a sua pobreza e idiossincrasia, a ser português, alheio às infraestruturas que suportam a carga populacional que tem raiz no Reino de Sua Majestade Isabel II. 
Tal como vejo, em algumas zonas do litoral algarvio predominam estabelecimentos hoteleiros e comerciais para toda a gente, é certo, mas mais direccionados para os estrangeiros. Sinal disso são os dísticos publicitários que não enganam ninguém. E até a natureza de algumas ofertas, que não se vêem tanto noutras terras do País. 
Na zona onde me instalei para estas curtas férias pouco mais há do que isso. Quando perguntei por uma livraria, logo me disseram que a grande maioria dos turistas não vêm para o Algarve para ler. Livrarias, só nos grandes centros urbanos ou nas grandes superfícies. O mesmo se diga para outro género de comércio, que não case com este sector do lazer. Assim, para além de hotéis e restaurantes, mais bares e garrafeiras, e similares, pouco mais há. 
No fundo, o que existe tem de ir ao encontro do consumidor. E como nós precisamos de viver, vamos na onda. E agora vem a história. O Algarve, no litoral, faz jus ao título que já ostentou. É, realmente, um Reino para férias de muita gente. 
Se calhar, no tempo de D. Afonso III, esta invasão de turistas seria tida como ameaça à nossa tranquila independência. Hoje, não será assim. E o que precisamos é de muitos turistas, já que essa será a melhor aposta, à falta de indústrias que nos imponham no mundo. Mas, cá para mim, podíamos enriquecer estas zonas com a nossa cultura. Estruturas somente para inglês ver e usufruir, com pouco do que é intrinsecamente nosso, parece-me obra inacabada.

Fernando Martins

O conserto dos Vinte

Sabemos que as coisas não estão bem. Que possivelmente nunca estarão bem. Pelo menos no nosso tempo. Sabemos que todas as pessoas, instituições, iniciativas, das cobardes às heróicas, sempre longe do infinito, padecem duma limitação, tornando mais visível o mal feito que o bem escondido Mas que existe. Entretanto continua a fazer notícia a metade do copo sem água, a mancha mínima sobre a alvura extensa, as distâncias que faltam, sem olhar as percorridas. Vendo bem as coisas a imperfeição está mais na forma como se olha aquilo que se faz. O estado de alma é o primeiro grande factor da óptica que temos sobre o mundo.
António Rego
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AVEIRO: Encontro Internacional de Poesia

O Encontro Internacional de Poesia vai realizar-se em Aveiro, no Museu da Cidade, junto à sede da Rota da Luz, em 18 de Abril de 2009, pelas 17h30m. Trata-se de uma organização do Grupo Poético de Aveiro e conta com o apoio da câmara aveirense. Participam, entre outras instituições e pessoas, o Grupo Literário e Artístico Sarmiento, de Valladolid, e poetas de Pontevedra, Argentina e Itália. Como convidada especial, estará presente Olinda Beja. A entrada é livre.

Fé e cultura: São Paulo poeta

São Paulo
1.Estamos na antigamente chamada «Semana da Paixão», agora a quinta da Quaresma, e parece-me oportuno chamar hoje a atenção para alguns textos de Paulo.Falar de Paulo como poeta parece mais um título provocador e, de facto, não está nos esquemas habituais dos teólogos e exegetas falar de Paulo como poeta, mas antes como um judeu convertido, um pregador itinerante de Jesus morto e ressuscitado, um catequista de adultos, um organizador de comunidades cristãs, um apologista da mensagem cristã, um pensador, um homem da reflexão a tender para o sisudo. É verdade, mas também é verdade que, nas suas catequeses escritas ou cartas pastorais, Paulo inclui alguns textos poéticos de fina sensibilidade que a Igreja utiliza na «Liturgia das Horas» com o nome de «hinos» ou «cânticos». Alguns exegetas discutem se eles serão todos da iniciativa de Paulo ou recolhidos nas assembleias cristãs. Seja como for, a sua inclusão nas cartas revela a sensibilidade de Paulo e a força evangelizadora desses textos. Ao falar de «hinos», não deve pensar-se em textos com rima. Essa nem é característica essencial da poesia. O texto poético traduz em poucas palavras, escolhidas e densas, o dinamismo interior de um acontecimento, de um gesto, de uma pessoa. Faz apelo ao rosto oculto das coisas e o texto releva o que está para além da sintaxe gramatical. A poesia ultrapassa a prisão da morfologia mas não a verdade das coisas e dos factos «Ser poeta é ser mais alto», «é ter sede de infinito e dar de beber». Aquilo que na poesia parece excessivo é, afinal, o espaço exigido pela abundância da Criação e dos gestos divinos. É esse mistério da abundância que Paulo exprime nesses textos, o «comprimento, largura, altura e profundidade» do amor de Cristo.
D. Joaquim Gonçalves
Bispo de Vila Real
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segunda-feira, 6 de abril de 2009

ARGUS "REGRESSA" A PORTUGAL



O Argus entrou na Barra de Aveiro. Mesmo longe, não fico indiferente à notícia do "regresso" do velho bacalhoeiro ao nosso País, onde, penso, foi feliz. Mas para conhecer a sua história, clique aqui. Outro futuro, espero que risonho, lhe auguro.

Renascença lança uma «campanha pela positiva» na imprensa

PELA POSITIVA
Congratulo-me com a "campanha pela positiva" encetada pela Rádio Renascença. Há anos que ando nela, no meu blogue, e não só, mas é óbvio que não chego tão longe e tão alto. Quem nos dera que outros alinhassem. O mundo seria bem diferente.

Dois prémios para João Alberto Roque


João Alberto Roque, 47 anos, professor de Biologia e Geologia na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, contista, inscreveu dois primeiros prémios no seu currículo literário. O primeiro alcançado no concurso Matilde Rosa Araújo, patrocinado pela Câmara Municipal da Trofa, em 2006, com o conto “Pirilampo e os deveres da escola”, e o segundo no concurso António Feliciano Rodrigues (Castilho), organizado pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Funchal, em 2008, com “O primeiro passo na Lua”. 
O “Pirilampo e os deveres da Escola” foi editado com ilustrações de Helena Zália e entrou já no Plano Nacional de Leitura (PNL). “O primeiro passo na Lua”, para além da edição por conta da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, tem já agendada publicação na Editora Nova Vega, esperando o autor que o seu conto veja a luz do dia a 20 de Julho de 2009, quando perfaz 40 anos sobre a chegada do homem ao satélite da Terra. 
João Roque sempre gostou de escrever, mas foi no Timoneiro, há anos, que descobriu a sua veia ficcional, quando alimentava, mensalmente, a rubrica “À volta de um provérbio”. Os anos foram passando, até que alguém colocou na escola onde lecciona um cartaz anunciando um concurso literário da Câmara da Trofa. “Aquilo desafiou-me; eu era capaz de escrever e de concorrer; em dois ou três dias tinha o conto escrito e quando o acabei gostei muito do que tinha escrito; pedi à colega Cláudia Ribau que o ilustrasse e enviei o trabalho; surpreendentemente, acabei por ganhar.”
Para o nosso entrevistado, os concursos têm de interessante a certeza de que o que escrevemos “vai ser lido por alguém; alguém que, em princípio, tem capacidade crítica; no concurso da Trofa, por exemplo, o júri era constituído por gente de pergaminhos: António Torrado, Viale Moutinho, Armandina Maia, António Pontes (vereador da autarquia) e, sobretudo, Matilde Rosa Araújo, que representou, para mim, uma satisfação muito grande”. 

A complexidade da Justiça

1. Se a complexidade apresenta-se como um eixo de interpretação de todo quanto se move, então o “simplificar” com eficácia para actuar em conformidade será o lema a seguir. Não custa a compreender que sistemas como o de justiça, num mundo global que pula e a avança a toda a pressa, são facilmente surpreendidos e fintados com todas as mil-e-uma tecnologias que hoje têm poderes de comunicação e agilidade muito acima das instituições dos estados. A desarticulação actual entre as justiças nacionais e as sociedades efectivamente (nos valores e nos defeitos) transnacionais, apesar de instâncias que vão procurando responder aos novos desafios, essa desarticulação será hoje uma das grandes batalhas sociais a vencer.

Um poema de Domingos Cardoso

Favor
Olhando-me ao espelho, devagar, Vejo as marcas que o tempo foi deixando Nas rugas que me cercam o olhar brando Lavado por um pranto por chorar.
Vejo-me de alma aberta, par em par, E ressaltam desse ar tão venerando, Alegrias compradas, contrabando, Quem, por feliz, se quer fazer passar.
Vida, que és repetido recomeço, Concede-me um favor que não mereço, E eu te entrego o meu ser hipotecado.
Tomando a esperança por esteio, Neste mudar de vida o mais que anseio É viver sem os erros do passado.
Domingos Cardoso

Um Alentejo mais verde

Ontem atravessei o Alentejo, região do nosso País tão expressiva. Dele se fala tanto com histórias que nos transportam a fantasias que não cansam. No horizonte, uma viagem até ao Reino dos Algarves, onde se acomoda mais o sol com uma temperatura amena. O Alentejo que ontem vi, por onde passei, deu-me a sensação de estar mais verde. Planície a perder de vista, como sempre, aqui e ali os meus olhos fixaram-se em oliveiras plantadas com planos previamente traçados, A simetria indiciava cuidados especiais. Grandes extensões de terra agricultada. Pastos verdejantes, com sistemas de rega operacionais. Gado que tosa a erva macia entre arvoredo ou no descampado. Montes abandonados também havia, mas a ideia com que fiquei garante-me que o Alentejo pode recuperar a vitalidade que já teve. Faço votos para que isso seja possível.
FM