terça-feira, 11 de novembro de 2008

A ACEGE (Associação Cristã de Empresários e Gestores) defende que "A pobreza e o desemprego permanecem como os dois principais problemas da sociedade portuguesa e há um risco não negligenciável de se agravarem no próximo ano. Todos os empresários e gestores deverão consciencializar a importância do seu papel neste contexto, assumindo-se como verdadeiros Líderes sociais, gerando confiança e agindo de forma positiva e solidária, sobretudo em quadros de grande dificuldade." E acrescenta que, "Neste contexto, deve ser dada especial atenção à questão do salário mínimo e ser feita uma avaliação, articulando critérios de sustentabilidade da empresa com critérios de generosidade e amor aos mais desfavorecidos, no sentido de apurar, em consciência, se é possível pagar acima do mínimo legal."
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ISCRA no centro da Igreja Diocesana

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TEMPO E TEMPLO DE SABEDORIA
O Bispo de Aveiro quer que o ISCRA esteja no centro da atenção da Igreja diocesana, tendo proposto que dois órgãos de aconselhamento pastoral reflictam em breve sobre o Instituto. Na abertura do ano lectivo, que decorreu no sábado passado, 8 de Novembro, no Seminário de Aveiro, D. António Francisco sublinhou que o ISCRA deve ser “tempo e templo de harmonia”, “tempo e templo de sabedoria”, onde há “lugar e vagar para Deus”, “espaço de formação cristã”, “plataforma de diálogo com o mundo e com a cultura”. Em breve, o Conselho Diocesano de Pastoral (formado por leigos, consagrados e clero) e o Conselho Presbiteral (formado apenas por presbíteros) vão pronunciar-se sobre a identidade e objectivos da escola nascida há 19 anos principalmente para a capacitação de leigos.
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Coisas do nossos "intigos"

"Lembro-me que, em criança, andando a vaguear pela Ria, ali pelo Regueirão, na Marinha Velha, havia um sítio a que nós chamávamos o Moinho – e lá estavam ainda os restos da construção: pedaços de adobos, telhas quebradas… Teria sido mesmo um moinho? – Assim no-lo atestava a nossa imaginação e uns restos de tradição oral. Mas seguindo por um rego que derivava para terra, lá bem na estrada, surgiu mesmo um “moinho” a sério, mas movido a electricidade, creio que era do Ti João Conde. (De uma vez fui lá trocar milho e resolvi ir de bicicleta. À volta, no Zé da Branca, dei o maior trambolhão da minha vida. Ainda não dominava bem a “burra”, pois aprendera a andar nessas férias, para ir para o liceu… Amigos, senti-me voar, até me faltou o ar na descida tão brusca… e dei comigo no fundo da valeta!)"
Excerto de um texto escrito, em 1985, por Manuel Olívio da Rocha e publicado no Boletim das Bodas de Diamante da criação da Gafanha da Nazaré. Pode ler tudo aqui.

A Arte de Roubar de Leonel Vieira

Não senhora. Não rouba nem ensina a roubar. Mas leva-nos qualquer coisa este novo filme de Leonel Vieira. Leva-nos a atenção para a vantagem de encarar o cinema português com tradição e actualidade, lembrando-nos não só que é bom mas necessário saber conjugar veia artística e brilho comercial.
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Monumentos de origem portuguesa no mundo

Segundo diz o Jornal de Notícias, são 22 os monumentos de origem portuguesa espalhados por África, Ásia e América do Sul classificados pela UNESCO que concorrem ao título de Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo. A eleição começa dia 10 de Dezembro. Se quer ver algumas, clique aqui.

A melhor juventude

É possível abordar o fenómeno da Acção Católica de um ponto de vista puramente histórico e referir como nestes 75 anos ele se tornou um observatório privilegiado para olhar o interior da própria Igreja e o impacto desta no mundo.
Três quartos de século permitem uma visão suficientemente ampla e diversa e, entre os estudiosos, restam hoje poucas dúvidas sobre a centralidade decisiva da Acção Católica e o papel charneira que essa militância representa. Ela tem espelhado e trabalhado cada tempo num esforço metódico de coincidência com o real (distante das espiritualidades autosistémicas e desencarnadas), mas concebendo o tempo como laboratório do Reino: nas suas tensões e sinais a interpretar, na sua largueza e na tarefa que nos compromete.
É possível abordar a Acção Católica em chave sociológica e maravilhar-se com esta movimentação transversal a meios e estratos sociais, onde o laicado encontrou uma espécie de escola de formação e de oportunidades, mas também onde tantos padres carismaticamente se destacaram. A “marca” Acção Católica é detectável um pouco por todo o lado: na linguagem e nas prioridades dos programas pastorais; no currículo dos bispos e no seu modo de leitura da realidade; nas vozes mais consistentes e originais do laicado, sendo de mulher muitas dessas vozes; no tecido eclesial como um todo; na vida das paróquias e na dinâmica dos movimentos que, entretanto, emergiram; no ideário e na praxis social e política.
Num mundo em acelerada recomposição, a Acção Católica tem sido a antena e o sintoma, o posto de escuta e o palco de experimentação. Mas a interpretação da Acção Católica e do seu significado ficariam irremediavelmente lacunares sem uma leitura espiritual. A Acção Católica não é apenas expressão organizativa ou a introdução de uma eficaz cultura metodológica na prática cristã. É expressão da primavera do Espírito que dá a cada baptizado a consciência dinâmica da sua condição e missão. É obra desse incessante Pentecostes que explica o mistério da própria Igreja e instaura cada cristão, face ao mundo, como sentinela da aurora.

José Tolentino Mendonça

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Foto-Desafio

Descobrir a identidade deste homem é tarefa muito difícil. Eu sei. É como descobrir agulha num palheiro. Mesmo sabendo isso, não desisto de lançar aqui o desafio aos meus leitores. Quem será este homem? Onde terá sido tirada esta fotografia? Junto de uma seca do bacalhau? Claro. No porto bacalhoeiro? Evidentemente. Na Gafanha da Nazaré? Penso que sim. Mas quem será ele? O avô ou bisavô de um qualquer conterrâneo nosso? Talvez. Ajudem-me nesta tarefa. Um doce para quem me informar. Com provas? Pois claro!

Igreja não cala convicções sobre família

D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga e presidente da CEP (Conferência Episcopal Portuguesa), defendeu, na abertura da Assembleia Plenária dos bispos portugueses, que “O Estado tem a alta responsabilidade e a grave obrigação de defender a instituição familiar”. Noutro passo do seu discurso, adiantou que “Devemos ser respeitadores dos pensamentos diferentes. Só que não podemos renunciar à nossa identidade que, em muitos aspectos, se consubstancia com a cultura portuguesa”.

Dar voz aos pobres para erradicar a pobreza

Imigrantes
"Dar voz e poder aos pobres na resolução dos seus problemas é uma condição para o sucesso das estratégias de luta contra a pobreza. Assim o entendemos e ficou assinalado nesta Audição Pública. Este passo deve ser dado, desde já, através do incentivo à participação dos utentes dos serviços sociais públicos e de instituições de solidariedade social na avaliação dos mesmos. Há, porém, que ir mais longe e fomentar as associações que integrem pessoas de grupos sociais mais fragilizados, dando-lhes oportunidades de poder e participação na resolução dos seus problemas e maior visibilidade junto das respectivas Autarquias e outros poderes públicos. A este propósito, merece referência específica a situação dos imigrantes e a das populações que vivem em bairros de habitat degradado ou em bairros sociais que carecem de apoio para que se organizem e aproveitem de sinergias inerentes ao trabalho em rede."
Ver todo o documentos aqui

Crónica de um professor

O poster
Quando colocou, no quadro, os posters dos artistas trazidos pelos seus alunos, não pôde esconder o comentário que aquela personagem lhe despertava: -I like Brad Pitt! He is a “bird”, he is a good-looking man! E usou os maneirismos que uma adolescente ostenta, perante a admiração dos seus ídolos. Além do mais, o nome era uma referência no imaginário feminino, quanto aos dotes que qualquer mulher aspira num homem! Era um artista de cinema, um ícone da indústria cinematográfica, que andava na boca de todas as jovens de bom gosto. Tratava-se do Brad Pitt, o namorado da Angelina Jolie, apressou-se o Edgar a acrescentar. Com efeito, era dotada de certa jovialidade de espírito, esta professora; no concernente ao corpo, praticava a filosofia do nosso rei D. Duarte: “Mens sana in corpore sano!” Compreendia o espírito irreverente dos alunos e até participava em algumas brincadeiras. A brincar, também se aprende, e nada melhor do que partilhar as vivências dos jovens e adolescentes, para os cativar para a parte mais séria da vida escolar – a aprendizagem. Assim, para lhes ensinar as nacionalidades, na língua estrangeira, pediu-lhes que levassem, para a aula, figuras/fotos/recortes de pessoas famosas, oriundas de outros países . Por uma sequência aleatória, foi colocando, no quadro, várias imagens, tendo ficado, em último lugar, a do Brad Pitt. Foi feita a apresentação do novo vocabulário, o registo escrito, nos cadernos diários, e quando se estava no melhor da aula, a admirar o “ídolo” (!!!), eis que a campainha toca, vindo pôr fim àquela contemplação. Ultimava os preparativos para deixar a sala, ainda sem ter retirado a figura do supracitado actor, quando na mente daquela professora perpassou, fugazmente, a ideia de”coleccionar” a foto. Empunhava já a pasta, quando subtilmente aquela aluna, tendo, por telepatia, adivinhado os pensamentos da professora, lhe pergunta: Quer ficar com o poster para si? Um fulgor brilhou no olhar da mestra que disse para os seus botões! - Ainda há alunos atentos na aula! Ainda alguém presta atenção às minhas palavras! Ainda vale a pena, evocando as palavras de Fernando Pessoa: ”Tudo vale a pena se a alma não é pequena!” E… a alma daquela professora era a de uma menina, adolescente, que ainda se deixa deslumbrar com a beleza de um artista de cinema!
Mª Donzília Almeida

domingo, 9 de novembro de 2008

Eu, professor aposentado, me confesso…

Confesso que começo a ficar baralhado. Fui professor e continuo muito ligado à classe. Temas como escola, ensino, educação, alunos, professores e comunidade educativa continuam a ter um lugar especial na minha mente. Bem tento ficar de fora, alheando-me do que se passa à minha volta, ao nível do ensino e da educação, mas não consigo. De todo… Perante a realidade das gigantescas manifestações de descontentamento dos professores, não posso ficar indiferente. Não consigo. E se a isto juntar o que ouço de alguns professores, com esgares de revolta e de tristeza, não devo ficar calado. Este país não pode continuar alheio ao diálogo; não pode aceitar a incapacidade, permanentemente demonstrada por parte dos responsáveis, para se sentarem, de uma vez por todas, à volta de uma mesa, para se acabar com os tristes espectáculos que todos estão a fazer passar para os alunos. Quando os professores e os governantes não conseguem entender-se, gritando, em altos berros, as suas razões, que hão-de as crianças e jovens pensar? Eu sei que há professores muito honestos e muito esforçados; eu sei que há professores muito competentes e muito criativos; eu sei que há professores que trabalham por vocação, numa entrega diária; mas sei que o contrário também é verdade. Os primeiros, no entanto, estarão em grande maioria. Disso tenho a certeza absoluta. Já por lá passei. Por estes dias tenho ouvido diversos docentes, de vários graus de ensino. Todos se queixam do excesso de burocracia, o que os impede de se entregarem mais e melhor àquilo que gostam de fazer: ensinar; muitos se queixam de alunos indisciplinados e pouco estudiosos; diversos contestam a arrogância e a prepotência do ministério; outros tantos sentem-se desesperados pelo clima desgastante do dia-a-dia, que lhes destrói a serenidade necessária para ensinar e motivar os alunos, para a descoberta e para a aprendizagem. Deste meu recanto, de professor aposentado, apetece-me pedir a quem nos governa que ouse ouvir os professores, para que o caos acabe. E ao Presidente da República suplico que, pensando muito nos alunos, converse com o primeiro-ministro. É urgente encontrar uma saída para este drama nacional. As nossas escolas precisam de paz. Todos ganharemos. Fernando Martins

Direitos Humanos celebrados em Aveiro

A Plataforma DH congrega 15 entidades locais e regionais para a celebração condigna do 60.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A coordenação é da Comissão Fórum::UniverSal, sendo a organização de PANGEA org. e Fórum::UniverSal - Fundação João Jacinto de Magalhães e Centro Universitário Fé e Cultura. A Declaração, adoptada e proclamada, aconteceu a 10 de Dezembro de 1948, em Paris, por iniciativa da Assembleia-Geral das Nações Unidas, e apresenta 30 Artigos, que mantém uma actualidade abrangente e digna de ser amplamente divulgada e aplaudida. Amanhã, 10 de Novembro, Dia Mundial da Ciência ao Serviço da Paz e do Desenvolvimento, no Auditório da Livraria SAS-UA, pelas 17 horas, vai ser divulgada a Agenda Aveiro DH. Mas as comemorações da Declaração Universal dos Direitos Humanos vão continuar até 24 de Dezembro, com “10 Milhões de Estrelas, um Gesto de Paz”. Nota: Regularmente, aqui farei eco do que aconteceu e do que irá acontecer, já que a Agenda da Plataforma DH inclui muitas e diversificadas acções.

DAR

Os jornais-referência começam a perceber que vale a pena apostar em temas que nos suscitem a reflexão e a acção. O EXPRESSO é um deles e a sua REVISTAÚNICA tem abordado, semana a semana, assuntos que são outros tantos desafios. O último número tem por PRATO PRINCIPAL o tema DAR. Deixando de lado as ENTRADAS e as SOBREMESAS da Ementa, fixemo-nos no mais importante. Vai ser uma excelente refeição para toda a semana. Então, DAR mostra-nos extraordinários caminhos de vidas que se dão aos outros. É gente com imaginação fértil, generosa em extremo e com capacidade sem fim para amar. A dado passo, encontro um subtítulo que diz o seguinte: Dar de nós. Dar sem medo. Dar sem tempo. Dar sem pedir. Dar por todos. Dar tudo por tudo. Dar o melhor. Dar e trocar. Dar. Um verbo conjugado de várias formas pelos voluntários. Eis cinco histórias singulares. É isso mesmo. São histórias singulares que nos convidam a olhar à nossa volta: Voluntária num Centro de Dia. Estar disponível para aceitar o outro. Voluntária para trabalhar com animais. Voluntário numa Associação. Voluntária nos Médicos do Mundo. A ÚNICA mostra-nos “Uma Pessoa Comum”, portuguesa, que fundou um Orfanato no Quénia, construiu casas no Nepal e lutou pelos Direitos Humanos na Birmânia. Dá casos concretos de jovens a quem Portugal concedeu asilo. Retrata “mães de Aldeias SOS”. Apresenta gente capaz de “dar um pouco de si” próprios [órgãos] aos outros. Revela os sem-abrigo de forma diferente, “para mostrar como somos todos iguais”. Divulga causas, fala do consumo e até nos mostra lapsos de políticos a “dar… barraca”. Leiam para meditar. E para também se darem, se puderem.
Boa semana.
FM

Artesanato da Região de Aveiro

Desde sempre gostei muito do artesanato da nossa região. Nas feiras e nas exposições, individuais ou colectivas, paro sempre para apreciar a habilidade da nossa gente. Sem complexos, os artesãos trabalham à vista de todos, mostrando a sua arte e a habilidade que possuem para, das suas mãos, nascerem peças normalmente únicas. Falando com eles, aprecio o gosto com que se entregam à paixão de criar, mas também o desgosto que sentem por saberem que, se não houver estímulos, muito artesanato pode morrer. Ao chamar a atenção dos meus leitores para o nosso artesanato, apenas me move o desejo de ver mais gente na sua loja, ali junto aos Arcos, em Aveiro. Mas, já agora, sugiro que visitem a Galeria do seu “site”. FM

Raul Brandão passou pela Gafanha

Raul Brandão foi para mim o escritor que melhor retratou a Ria de Aveiro e as gentes ribeirinhas, quando por aqui andou em 1922, para depois publicar no seu muito badalado livro “Os pescadores”. Já tenho falado deste escritor e elogiado o que escreveu. Gosto da poesia que brota da sua alma. Raul Brandão apresenta-se em "Os pescadores" como um tipo "esgalgado e seco, já ruço, que dorme nas eiras ou sonha acordado pelos caminhos". "Sou eu que gesticulo e falo sozinho, envolto na nuvem que me envolve e impregna. Que força me guia e impele até à morte?” Quando relembra o seu regresso do mar, das muitas viagens que fez, para depois descrever, com arte e poesia, o que viu e sentiu, diz que vem sempre “estonteado e cheio de luz” que o trespassa. Depois pega nos “apontamentos rápidos”, em “meia dúzia de esboços afinal, que, como certos quadradinhos, do ar livre, são melhores quando ficam por acabar”. E acrescenta com nostalgia de poeta da prosa: “Estas linhas de saudade aquecem-me e reanimam-me nos dias de Inverno friorento. Torno a ver o azul, e chega mais alto até mim o imenso eco prolongado… Basta pegar num velho búzio para perceber distintamente a grande voz do mar. Criou-se com ele e guardou-a para sempre. – Eu também nunca mais o esqueci…”
FM