sexta-feira, 27 de abril de 2007
Portugueses em missões internacionais
NOVIDADES A CAMINHO
quinta-feira, 26 de abril de 2007
Ares da Primavera
Um artigo de D. António Marcelino
quarta-feira, 25 de abril de 2007
25 de Abril
Uma canção de Abril
Ontem apenas
fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.
Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.
Uma gaivota voava, voava,
asas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de voar.
Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho
num campo qualquer.
Como ela somos livres,
somos livres de crescer.
Uma criança dizia, dizia
"quando for grande
não vou combater".
Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.
Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquista
do pão e da paz.
Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás.
Um artigo de Alexandre Cruz
2. Há uma geração que sofreu e lutou por ela; há uma outra, mais nova, que a recebe de mão beijada, sem ter a mínima noção do quanto ela custou. Para a geração que a construiu pode-se correr o perigo de se ficar nesse passado, diluindo a responsabilidade cuidada que cada dia essa liberdade exige; para os mais novos, gravemente, pode não se dar o mínimo valor ao presente da liberdade social que se tem o privilégio de viver todos os dias. Novas pontes, novos entendimentos, serão fundamentais para o reequilibrar do barco da liberdade, por um lado não ditando a perder a história que se construiu, mas, por outro, não se ficando na história passada pois cada dia a cada cidadão é pedido o zelo de um mundo livre na responsabilidade.
3. Acolhermos a “liberdade” significará a abertura multifacetada às dimensões fundamentais do ser pessoal e social. Ser livre é ser-com-os-outros! Quantos sistemas sociais, políticos e económicos (construíram e) constroem outras formas de ler a vida em que o “lugar do outro” é apropriação, exploração e exclusão?! Quantas faces demolidoras têm as novas escravaturas que das coisas tecnológicas à não aceitação de pontes com o “outro” e emergência do “medo” vão erguendo barreiras e distâncias?! Quanta (con)fusão entre a autêntica liberdade solidária e a libertinagem individualista que apaga as noções da ética e dos deveres para com a comunidade?! Que noção de liberdade perpassa nas publicitadas formas de comunicar, educar, estar, viver? Como conseguimos “segurar” os referenciais de sempre (para uma plena realização humana) garantindo futuro à própria liberdade?
4. Se há valor transversal que é caminho de plena dignidade humana e horizonte de reconhecimento dos direitos humanos, a LIBERDADE estará sempre nesse patamar urgente que não se pode descurar. Em países e em sociedades onde ela não existe que todos os canais e correntes abram as portas à liberdade humana. Onde a liberdade felizmente é um “hábito” diário, que desperte a atenção na consciência de que há muito caminho para andar carecendo as nossas sociedades ocidentais de um maior aprofundamento social e pessoal da liberdade, que tenha ecos numa ética de justiça social para todos. O caminho da liberdade, na sua verdadeira essência, é um caminho sempre inacabado, pois esta implicará uma reconstrução permanente. Só na base do pensar e querer com seriedade dedicada o bem de todos, e olhando sempre para o futuro, haverá sustentabilidade para a liberdade.
5. Porque é que, muitas vezes, em países que a muito custo, rigor e exigência, “conquistaram” a sua autonomia e liberdade democrática, na fase posterior dá-se a decadência e desagregação social? Havendo na fase de “resistência” toda uma energia motivada na busca desse ideal livre, quando esse ideal se alcança vem ao de cima a verdadeira raiz da noção de liberdade… Tantas vezes essa liberdade (inconsistente) não tem raiz profunda e dá origem a sistemas desviados de corrupção, de conluios de poder, de libertinagem oportunista. Também será de reconhecer que nunca será com liberdade responsável “à força” que o rumo da história atinge o progresso desejado. Só na base da educação (social e pessoal) a liberdade que se procura e alcança terá raiz para (contra os ventos alienantes e as marés do vazio) triunfar aproximando-nos de uma DIGNIDADE HUMANA acolhida, esta que será o expoente máximo da liberdade.
6. Até chegar a esse ideal, e não de forma virtual mas real, a EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE será das tarefas fundamentais das sociedades que desejarem ter futuro a sério! É que a mesma invenção com boa liberdade pode gerar cura, com má liberdade pode iniciar uma calamidade… É importante demais para não haver tempo! Se, por descuido ou inércia, perdermos a grandeza da liberdade, o que nos fica? Como viveremos? Quantos dias sobreviverá a própria democracia? De pais para filhos, de educadores para educandos, conversar sobre as histórias da verdade da vida será gerar e reconstruir as fronteiras da liberdade, nestas garantimos um saudável amanhã!
terça-feira, 24 de abril de 2007
Revolução dos Cravos
Sendo tecnicamente iguais os anos, horas, minutos e segundos em todos os tempos, percebemos que as análises e desenvolvimentos dependem muito das velocidades da mudança, da correria do tempo nas diferentes tábuas da história.
Ao celebrar-se mais um aniversário da Revolução do 25 de Abril de 1974 sempre se precipitam as análises de ar científico nos acontecimentos desenhados nos últimos anos da nossa história. E a verdade vem ao de cima: crescem analistas embrulhados nas suas próprias experiências, ideologias e dogmatismos. Em cada ano fazem parar a história para repetirem as próprias histórias. Recusam submeter a leitura aos critérios do todo, do tempo, dos contextos. Como se a Revolução dos Cravos fosse o único elemento a atravessar-se na nossa caminhada. Tivesse ou não havido a revolução não estaríamos hoje como em 1974. Multiplicam-se as causas das inúmeras transformações que se operaram na família, na cultura, na política, na Igreja. Requisita-se assim, aos sábios, uma leitura serena dos eventos no seu significado integral e não apenas em meia dúzia de foguetes mais vistosos. A história faz-se com a emersão de elementos escondidos e aparentemente insignificantes que alimentam os grandes troncos. Como a água, humilde e casta que alimenta, sem se ver, as grandes florestas. Ainda estamos muito longe de compreender os factos que irrigaram a nossa história, para esta chegar como chegou até nós.
segunda-feira, 23 de abril de 2007
UM POEMA DE EUGÉNIO DE ANDRADE
DIA MUNDIAL DO LIVRO
TRÊS MILHÕES DE PORTUGUESES JÁ LÊEM
O PÚBLICO diz, na abordagem que fez ao tema, que em Portugal já somos mais de três milhões de portugueses a ler. Cerca de 37 por cento dos portugueses é um bom número, se tivermos em conta que ainda há poucos anos havia quase dez por cento de analfabetos, sendo a percentagem de analfabetos funcionais, aqueles que lêem mas não conseguem interpretar, com fidelidade, o que lêem, muito mais elevada.
Com estes três milhões de leitores, o panorama melhorou significativamente, mas temos de convir que há ainda um longo percurso a percorrer, para atingirmos os valores dos países da Europa mais evoluídos neste campo. Mas afinal, o que lêem esses portugueses? Não se sabe. O inquérito apenas revela que no mês anterior os leitores garantiram que leram um livro. De qualquer forma, já estamos a evoluir, muito embora todos saibamos que muitos portugueses não têm capacidade económica para adquirirem livros com alguma regularidade.
Penso que a leitura passa muito pela educação, com base na família, na escola, nas comunidades religiosas, nas instituições e até nas livrarias e nas editoras. Importa sensibilizar para a leitura, propondo bons livros, falando de escritores e do que os motiva, visitando livrarias, com jovens, e sugerindo algumas obras. No contacto com os livros, haverá sempre, penso eu, o desejo de o ler.
O que importa é criarmos uma certa empatia entre os futuros leitores e os livros, com muitas histórias de permeio, que acicatem o gosto pela leitura.
domingo, 22 de abril de 2007
Santuário de Schoenstatt: Peregrinação Diocesana
6 de Maio, pelas 14 horas
Santuário de Schoenstatt, em dia de peregrinação. Foto do meu arquivo
“COM MARIA, AO SERVIÇO DA FAMÍLIA”
No próximo dia 6 de Maio, vai realizar-se a Peregrinação Diocesana ao Santuário de Schoenstatt, na Colónia Agrícola da Gafanha. Trata-se de uma iniciativa que começou, há anos, a criar raízes, reunindo católicos um pouco de toda a Diocese de Aveiro, e não só.
Depois do acolhimento, às 14 horas, haverá a oração inicial, a que se seguirá a Festa à Mãe, pelas 15 horas. Depois, às 16.30 horas, será o momento da Bênção do Santíssimo Sacramento.
A Eucaristia, presidida pelo Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, tem hora marcada para as 17 horas.
O lema da peregrinação – COM MARIA, AO SERVIÇO DA FAMÍLIA – vai ser um bom ponto de partida para a reflexão que se impõe, nos tempos que correm, tantos e tão diversificados são os ataques aos valores cristãos da Família.
Pelo que tenho testemunhado, há muita gente que aproveita esta ocasião para desfrutar de toda uma ambiência que convida ao silêncio e à interiorização das graças do Santuário, que se resumem em três princípios fundamentais. Ali experimentam-se as graças do acolhimento, da transformação pessoal e do envio apostólico.
Curiosidades
Citação
Ares da Primavera
Para recordar
TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 20
Sabia-nos bem (oh! Se sabia!) o feriado de 12 de Maio. Pausa muito apreciada nos duros tempos de estudo. Hoje sabemos que é para honrar a memória da Princesa Santa Joana. Nessa época, só muito reconditamente nos chegavam os ecos da procissão que percorria as ruas da Cidade.
Mas o que bem perdurou foi o que vem narrado em «Crónica da Fundação do Mosteiro de Jesus, de Aveiro, e Memorial da Infanta Santa Joana Filha Del Rei Dom Afonso V (Códice Quinhentista)» – Leitura, revisão e prefácio de António Gomes da Rocha Madahil, Aveiro, Edição do Prof. Francisco Ferreira Neves, 1939, na página 173:
«Nom passarey sem dizer hua Cousa tã maravilhosa. E aos que o vyrõ de müy grãde amyracõn e spãto e Cousa de notar. A qual foy que é como fosse no mês de Mayo stãdo todo ho pumar onde esta sancta Senhora tiinha seu solaz e desëfadamento andãdo e stãdo ë elle aos tëpos e oras que lhe vagavã [...] E cõ muita diligëncia ho mãdava Regar e plantar de arvores e ervas, põodo algüas per suas proprias mãos. ...[P]er elle passou e foy levado ho ataude cõ ho Corpo desta santa Senhora, hïindo toda a procissõ cõ elle que já disse, magnifestamente per todos foy vysto todas as arvores e ervas secarã e lhe cayrã todas as folhas, mayormente per debayxo daquellas per que passarõ. E as que darredor stavã, que erã duas Carreyras de grãdes e muitos fremosos marmeleyros que a sobredita Senhora mãdou e per ssy ajudou a põor ~e duas ordëes. E outras de cidreyras. Stãdo tudo muito fremoso e carregados de nova fruyta pera vïir a seu tëpo, tudo foy seco e cahido que mais nõ prestarõ në tornarõ. Em que pareceo e se demostrou tudo se doer e tomar doo por ho fallecimëto desta santa Senhora.»
E que nos surge, em transcrição livre, na página 121 do «Livro de Leitura da 3.ª Classe, do Ensino Primário Elementar», 4.ª edição, 1958:
«Naquele mês de Maio, os jardins e o pomar do mosteiro de Jesus, em Aveiro, estavam floridos e verdejantes como nunca se vira.
Muitas plantas tinham sido dispostas e regadas carinhosamente pelas mãos da princesa Santa Joana, que nesse mosteiro vivia.
O melhor recreio da filha de D. Afonso V era deixar a sua cela e passear com as outras freiras à sombra daquelas árvores e no meio daquelas flores.
Chegara, porém, o fim da Santa Princesa. Todos os sinos das igrejas dobravam a finados, e no mosteiro ia um choro alto, porque ela deixara de viver.
Preparam-lhe o túmulo no coro da igreja e organizam o cortejo funerário desde a cela, passando pelos jardins, para que a vissem pela última vez as plantas que ela estimara tanto.
Deu-se então um caso maravilhoso! À passagem do enterro, começaram a murchar todas as ervas e a desfolhar-se as flores. As folhas e os frutos novos secaram nas árvores e foram caindo tristemente sobre o caixão.
Ninguém pôde conter as lágrimas, ao ver que a própria natureza tomava parte no sentimento que, pela morte da Santa, encheu a corte e o reino de Portugal.»
Quantas coisas belas e encantadoras se encerram nos tesouros que o nosso povo foi acumulando!
Manuel
Um artigo de Anselmo Borges, no DN
sábado, 21 de abril de 2007
Um artigo de Laurinda Alves, no CV
O ritmo a que corre a vida e a vertigem dos dias não favorecem em nada uma atitude mais introspectiva ou reflexiva, mas, no entanto, todos reconhecemos que precisamos de momentos para parar, reflectir e tomar decisões.
Como a vida não se compadece com este tipo de necessidades, temos de ser nós próprios a tomar consciência de que sabemos mais do que percebemos.
Ou seja, temos acessso a tanta informação, vivemos tantas experiências, conhecemos tantas pessoas e somos tão solicitados para tantas coisas tão diferentes, que raramente temos tempo para processar tudo isto. E quando falo em processar, falo em perceber, mas, acima de tudo, em separar o essencial do acessório. Ou, voltando à linguagem metafórica, em separar o trigo do joio.
Saber mais do que aquilo que se percebe é uma das grandes armadilhas modernas. Acontece-nos sem darmos por isso e, pior, acontece desde muito cedo. Hoje em dia as crianças e os adolescentes também já sabem muito mais do que percebem e é justamente por verem e ouvirem falar de tanta coisa que têm a ilusão de que sabem tudo. Na verdade uns sabem de mais enquanto que outros percebem de menos.
Voltando às questões essenciais, que tantas vezes ignoramos ou substituímos por outras mais acessórias, vale a pena tomar consciência de que temos a tentação recorrente de arranjar desculpas (as chamadas “boas razões”) para adiar certas coisas.
Importa perceber que, a partir de uma dada altura, não podemos adiar mais. Não se trata de precipitar as questões mas sim de as enfrentar. De olhar para elas e dar passos, lidar com elas. De fazer qualquer coisa de concreto que nos permita ir mais longe.Nesta linha de pensamento, a atitude mais correcta passa por perceber a hora certa para assumir as coisas que andamos sempre a adiar. E não as adiar mais.
Outra grande armadilha que temos em nós é o argumento das “boas razões”. Quantas vezes arranjamos “boas razões” para fazer isto e deixar de fazer aquilo quando, no fundo, sabemos que as nossas intenções são ambíguas ou estão distorcidas? E, aqui entre nós que ninguém nos ouve, quantas vezes não são mesmo mesquinhas?
A trapalhice interior e a falta de clareza nas intenções transparecem fatalmente na nossa atitude e, daí também, a necessidade de clarificar e purificar.
Neste sentido, por tudo aquilo que fica dito e, especialmente, por aquilo que guardamos em nós e pertence à esfera do inconfessável, vale a pena pedir nesta Páscoa um coração limpo. Ou melhor, apostar em purificar o coração e em clarificar as intenções para deixarmos de ter a sensação de “dar a volta ao texto”.
Ares da Primavera
Assistência religiosa nos hospitais
LIMBO
sexta-feira, 20 de abril de 2007
Um poema de António Correia de Oliveira
PELA PÁTRIA
Ouve, meu filho: cheio de carinho,
Ama as Árvores, ama. E, se puderes,
(E poderás: tu podes quanto queres!)
Vai-as plantando à beira do caminho.
Hoje uma, outra amanhã, devagarinho.
Serão em fruto e em flor, quando cresceres.
Façam os outros como tu fizeres:
Aves de Abril que vão compondo o ninho.
Torne fecunda e bela, cada qual,
A terra em que nascer: e Portugal
Será fecundo e belo, e o mundo inteiro.
Fortes e unidos, trabalhai assim…
- A Pátria não é mais do que um jardim
Onde nós todos temos um canteiro.
In “A Alma das Árvores”
Ares da Primavera
Um artigo de D. António Marcelino
Durante mais de 25 anos, o casal Billings investigou pacientemente até ao aperfeiçoamento, que só depois divulgou, um método que respeita por completo as leis da natureza, devidamente provado e cientificamente credenciado. A ele se associaram depois cientistas de todo o mundo. Por estranho que pareça, encontrei ao longo da minha vida já vivida, médicos e enfermeiros que orientam o planeamento familiar em centros de saúde públicos, desconhecendo este avanço da ciência, que comporta, para além dos efeitos desejados, um total respeito pela natureza da mulher.
Trata-se de um verdadeiro método ecológico, é bem dizê-lo, num tempo em que parecem valer mais os pássaros e as cegonhas que as pessoas.
Quem não anda distraído, nem distante, de coisas importantes da vida sabe, perfeitamente, que o problema grave do planeamento familiar está longe de resolvido, com a seriedade que um tal problema merece. Assim, quer pelos efeitos pretendidos de um processo imediato, quer pelas diversas consequências que por vezes surgem a afectar a saúde e a vida da mulher.
A situação é mais grave e preocupante em relação a diversos químicos, mas não é também inócua quando se trata de alguns meios mecânicos.
A máquina maquiavélica e poderosa das multinacionais, produtoras de produtos orientados para impedir a fertilidade, e a luta desenfreada de interesses entre as mesmas, tem levado a que muitos dos directamente inseridos no processo, como informadores e decisores, se instalem apenas naquilo que as mesmas empresas comunicam e propõem, de mistura com benesses que não se podem perder. Assim é mais fácil e mais rentável.
Os métodos naturais foram por isso, progressivamente, depreciados e calados, mesmo por aqueles que, por dever de ofício e por honestidade profissional, os deviam conhecer bem para os poderem propor, de modo esclarecido, à decisão livre de quem procura, legitimamente, informação e orientação para regular e planear os filhos que deseja. Não se trata apenas, dado que se sonega informação a que se tem direito, de um situação injusta, frente aos utentes de um serviço público. Trata-se, também, de ver, de modo superficial e pouco honesto, um problema grave que requer uma informação correcta e uma educação acompanhada.
O pouco cuidado em todo este processo, é lamentável e tem feito diminuir, vertiginosamente, a natalidade e criado um desequilíbrio perigoso entre a prática sexual e a dimensão positiva e responsável da mesma.
A quem pode interessar esta situação? É bom que se interroguem sobre o problema e a realidade os médicos, os informadores sexuais, as associações de planeamento e os cada vez mais numerosos abortistas, por um tempo ufanos e vitoriosos em batalhas, onde a vida, as pessoas, a sociedade e o respeito pelas leis da natureza contam cada vez menos.
Ainda sou dos que acreditam que o mérito da investigação, longa e séria, de John Billings e de sua esposa continuarão a contar para os casais que reagem aos mais fácil e são fieis às opções em que natureza é respeitada e as suas leis acolhidas, de modo sempre mais agradecido.
quinta-feira, 19 de abril de 2007
São Jacinto antigo
Os livros
Prémio para Mia Couto
MIA COUTO PREMIOU
Mia Couto é um ficcionista de rara e original sensibilidade, reconhecido e traduzido em muitos países. É especialista em vencer a barreira da linguística tradicional do Português, ao criar, em tantas páginas dos seus livros, novas palavras, numa mistura, se assim podemos dizer, da Língua de Camões com dialectos africanos, em especial moçambicanos.
Ao receber este prémio, Mia Couto premiou, também, toda a pátria da Língua Portuguesa, ao torná-la ainda mais conhecida e quiçá mais procurada pelos amantes da literatura e do pensamento de expressão portuguesa, que abrange um pouco de todo o mundo.
Pontificado de Bento XVI
“É um texto com muitas virtudes, designadamente no que se refere à compreensão dos sinais dos tempos, à exigência ligada às responsabilidades sociais de todos no mundo contemporâneo e a uma espiritualidade aberta e respeitadora das diferenças”, afirma, referindo o que a Encíclica tem de “extraordinariamente importante e também de inesperado”.
O balanço a fazer dos dois anos de pontificado de Bento XVI “terá de ser provisório, sobretudo porque existem, neste momento, desafios muito exigentes perante os quais se encontra a Igreja e o pontificado”, em especial nos domínios do magistério da paz, da justiça e do diálogo entre as religiões, “domínios que este Papa tem manifestado um especial interesse e empenho”.
As diferenças, comparativamente com o pontificado de João Paulo II, são muito significativas, porque são figuras muito diferentes, segundo Guilherme d’Oliveira Martins porque “Bento XVI é um universitário, foi-o durante toda a sua vida e João Paulo II teve uma experiência académica muito rica no entanto foi sempre um pastor”.
O actual Papa tem-se centrado em diversas ocasiões “nos elementos que tocam à compreensão da cultura contemporânea como cultura da dignidade da pessoa humana contra a lógica de cultura de indiferença, de esquecimento e de ausência de memória”. O desafio que Bento XVI terá pela frente, na opinião do Presidente do Tribunal de Contas está “na complementaridade que tem de ficar mais clara, entre o sentido pastoral e sentido do ensinamento e da reflexão e razão”.
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Ares da Primavera
Eduardo Prado Coelho voltou ao PÚBLICO
Reler os clássicos
Ao dar o seu apoio a esta tradução e edição, o crítico literário norte-americano Harol Bloom considera OS MAIAS como “um dos mais notáveis romances europeus do século XIX, comparável, na sua totalidade, às melhores obras dos grandes mestres russos, franceses, italianos e ingleses da prosa de ficção”.
O mesmo crítico sublinha que a obra “revela a decadência de Portugal, no seu longo declínio, que iria culminar no regime fascista de Salazar do século XX”.
O importante desta notícia, para os portugueses do nosso tempo e para outros povos, também está, como creio, na necessidade que há de reler os nossos clássicos, que são, sem dúvida alguma, uma das principais fontes da forma do viver e pensar dos nossos antepassados.
A vida do povo e o retrato das sociedades de antanho estão mais nos romances do que nos livros de história. Com esta verdade, quem quiser saber mais dos nossos avós tem de ler os livros dos nossos clássicos. Afinal, Eça de Queiroz é de todos os tempos. Por isso, até os norte-americanos vão gostar de o ler.
Um artigo de António Rego
Um artigo de Alexandre Cruz
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Ares da Primavera
O exemplo de Bento XVI
Teólogo de renome, cardeal com ampla intervenção no tempo de João Paulo II, agora Papa, Ratzinger não se cansa de mostrar toda uma vitalidade impressionante. Apesar dos seus 80 anos de idade e quando tantos mais novos se apresentam reformados e conformados com nada fazer, Bento XVI dá ao mundo um exemplo digno de ser louvado.
O Governo da Igreja não é, certamente, tarefa fácil, para manter a unidade numa universalidade de culturas, raças, costumes e diferenças sociais abissais. Mas nem por isso o Papa deixa de mostrar serenidade nas decisões e ousadia nas propostas. Ainda escreve, como o prova o livro que acaba de sair sobre Jesus Cristo, que há-de ser bastante procurado e lido, numa altura em que tanto se especula sobre a vida histórica do Senhor.
Bento XVI é, portanto, um bom exemplo para todos nós, sobretudo para os descontentes da vida, para os acomodados, para os que não conseguem descortinar razões elevadas para viver com dignidade, mas ainda com objectivos abertos ao projecto de um mundo melhor para todos.
Fernando Martins
Diplomas de José Sócrates
BOM CONSELHO
Penso que Portugal e os portugueses estão cheios de problemas, a merecerem, sem dúvida, uma atenção e um empenho muito grandes, da parte de todos. Mas há sempre alguns que teimam em desviar a atenção do povo das verdadeiras inquietações, lançando no ar questões fracturantes, mas que em nada contribuem para a procura das melhores soluções para as muitas dificuldades que nos afligem. Se repararmos bem, haveremos de chegar à conclusão de que estas atitudes são cíclicas, teimando em alimentar questiúnculas que, no fundo, não têm valor digno de grande registo. Há órgãos de comunicação social que se aproveitam disto para vender notícias, normalmente bombásticas, na ânsia de conquistar leitores, ouvintes e telespectadores. É que há muita gente que delira com boatos, insinuações maldosas, calúnias, crimes de faca e alguidar e... diplomas mal conseguidos. Já agora, não é verdade que meio mundo está na situação de José Sócrates?
Ora, o Presidente Cavaco Silva veio lembrar, numa sessão sobre a inclusão, num País como o nosso, em que há tantos excluídos e marginalizados, que o mais importante será, em dúvida, promover a solidariedade e o desenvolvimento de Portugal.
Fernando Martins
Citação - Frei Bento Domingues
Pobreza
O documento divulgado pelo Banco Mundial (BM) - edição de 2007 dos "Indicadores do Desenvolvimento Mundial" – destaca também a diminuição da percentagem dos que vivem com menos de dois dólares diários, estimando contudo, que em 2004 ainda havia 2.600 milhões de pessoas - quase metade da população do mundo em desenvolvimento - vivendo abaixo desse patamar.
O estudo atribui ao progresso a diminuição da pobreza, a que está associada a taxa do crescimento do Produto Interno Bruto per capita, que subiu à média de 3,9% desde o ano 2000.
Outra razão considerada "chave" para que, no ano de 2004, houvesse cerca de 260 milhões de pessoas a menos em situação de pobreza extrema face a 1990, foi a massiva redução da miséria na China no período mencionado.
Contudo, as estatísticas deixam claro que o momento não é de triunfalismo, revelando por exemplo, que mais de 10 milhões de crianças menores de cinco anos morrem todos os anos por doenças que se podem prevenir.
Quanto às diferentes regiões em desenvolvimento, o estudo destaca que a América Latina tem a maior esperança de vida, com 72 anos, e também a menor taxa de mortalidade entre as crianças menores de cinco anos.
Nesta região, 8,6% das pessoas vivem na pobreza extrema face aos 9% do Leste asiático ou 41,1% da África Subsaariana.
Já a região do leste asiático e Pacífico vem à cabeça do mundo em desenvolvimento graças às elevadas taxas de crescimento, que lhe permitiram reduzir a pobreza mais rapidamente do que noutros lugares.
A região revela também vantagem na educação, ao ter alcançado a escolarização universal primária.
As regiões do Médio Oriente e Norte de África avançaram muito em educação: quase 90% das crianças acabam a sua educação primária.
O sul da Ásia tem as menores taxas de alfabetização feminina do mundo em desenvolvimento, dependendo mais da agricultura que qualquer outra região.
Na África Subsaariana a esperança de vida caiu dos 49 para os 47 anos desde 1990, devido à alta taxa de mortalidade infantil e à incidência da SIDA.
sexta-feira, 13 de abril de 2007
JESUS DE NAZARÉ
O ROSTO DO SENHOR
Em Portugal, a obra é editada pela Esfera dos Livros e chegará às bancas no próximo mês de Maio. As edições são, neste momento, já mais de 20.
O título simples não esconde décadas de trabalho, apresentando, numa linguagem teológica narrativa, uma busca pessoal do "rosto do Senhor" e procurando demonstrar a coincidência entre a dimensão religiosa e a dimensão história de Cristo.
Ao longo dos séculos, de forma mais ou menos espectacular, têm chegado teorias muito diversas sobre a vida de Jesus, muitas vezes com a pretensão de serem a "resposta definitiva" para as questões que se levantam. O Papa, neste livro, procura responder às tendências do actual contexto cultural, que procuram distanciar o Jesus da história do Cristo da fé, quase ignorando as respostas "institucionais" sobre a figura central do Cristianismo.
Os factos históricos, contudo, podem estar ao serviço da fé. Ao longo de 10 capítulos, Bento XVI mostra-se atento aos dados da pesquisa moderna sobre Jesus e apresenta o Jesus dos Evangelhos como o verdadeiro Jesus histórico, "uma figura sensata e convincente a que podemos e devemos fazer referência com confiança e sobre a qual temos motivos para apoiar a nossa fé e a nossa vida cristã".
O Jesus que encontramos nos Evangelhos é, para o Papa, "muito mais lógico do ponto de vista histórico e também mais compreensível do que as reconstruções com que nos tivemos de confrontar nos últimos anos".
"Eu tenho confiança nos Evangelhos", afirma, com convicção.
O Papa adverte que a obra não foi escrita contra a exegese moderna, mas alerta que "os piores livros, destruidores da figura de Jesus, desmanteladores da fé, estão cheios de supostos resultados da exegese".
Este livro, cuja redacção se iniciou em 2003, continuando em "todos os momentos livres" desde que foi eleito Papa. Uma segunda parte do livro, dedicada à infância de Jesus, será publicada mais tarde.
Bento XVI entra na discussão em volta de Jesus: questão, que desde logo, desperta a atenção: há uma verdadeira história de Jesus? A verdadeira história de Jesus não está na Bíblia? A figura dos Evangelhos é credível?
No livro há um alerta: "a interpretação da Bíblia pode tornar-se um instrumento do Anticristo", se seguir caminhos errados.