quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Darwin e o Génesis

Papa promove debate
Darwin e o Génesis:
regresso ao passado?
O anunciado encontro de Bento XVI com os seus antigos estudantes de Teologia em Castel Gandolfo, para discutir questões relativas à evolução darwinista e à Criação tem gerado um crescente interesse, com várias teorias a serem atiradas ao público. Darwin e a Igreja têm encontro marcado entre 1 e 3 de Setembro, num colóquio à porta fechada. Os antigos alunos de doutoramento de Joseph Ratzinger reúnem-se, mais uma vez, em volta do seu mestre e personalidades como o presidente da Oesterreichichen Akademie der Wissenschaften, Herbert Mang, o jesuíta Paul Elbrichk, professor de filosofia em Munique, ou o filósofo Robert Spaemann. Um dos mais destacados participantes é o Cardeal Christoph Schoenborn, voz activa no debate em curso há vários meses sobre o assunto. O Arcebispo de Viena criticou duramente, no ano passado, “o evolucionismo no sentido do neo-darwinismo – um processo não planeado, sem guia e de selecção natural” num artigo escrito para o New York Times. Mais recentemente, em entrevista à Rádio Vaticano, o Cardeal austríaco disse que “se tudo for fortuito, a vida não tem sentido”, precisando que “nem todas as explicações da evolução, do devir do mundo, da vida ou do homem são compatíveis com a fé”.
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Capela do Forte

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Capela de Nossa
Senhora dos Navegantes
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“No Forte, freguesia da Gafanha da Nazaré, começou a ser construída em 3 de Dezembro de 1863 a capela de Nossa Senhora dos Navegantes, sob a direcção do exímio engenheiro Silvério Pereira da Silva, a expensas dos pilotos da Barra, sendo então piloto-mor um tal senhor Sousa. Custou 400$000 réis. Na parede está fixada uma lápide que diz: «Património do Estado». Há de interessante e invulgar nesta capela as suas paredes ameadas e a ombreira da porta principal, de pedra de Ançã, lavrada em espiral com arco em ogiva. Celebra-se a sua festa na última segunda-feira de Setembro com enorme concorrência de forasteiros das Gafanhas, de Ílhavo, Aveiro e Bairrada. Nesse dia Aveiro é um deserto por se terem deslocado para ali muitos dos seus habitantes. A procissão ao sair do templo segue por sobre o molhe da Barra e regressa pela estrada do sul que vem do Farol. A festa é promovida pela Junta Autónoma da Barra.” In “Monografia da Gafanha”, do padre João Vieira Rezende, 2ª edição, 1944 :::: Algumas considerações A memória, que todos temos de tudo e de mais alguma coisa, pode reconstruir-se por muitos modos: Pela consulta de documentos e de escritos que os nossos antepassados nos deixaram; por literatura, mesmo de ficção, que nos dá imagens, normalmente expressivas, do viver e do pensar do povo; por experiências pessoais que em jeito de diário alguns costumam registar; por fotografias ou pinturas que ilustram hábitos vividos pelos homens e mulheres que nos antecederam; por conversas com gente que tem muito para contar, e que a maioria das vezes leva para a eternidade estórias dignas de serem recontadas e conhecidas; por filmes e outros registos que estão perdidos ou esquecidos nos arquivos oficiais e particulares. Enfim, a história dos usos e costumes de pessoas e comunidades está por aí à espera de ser reescrita ou divulgada. Que esta transcrição da "Monografia da Gafanha", que aqui ofereço, possa servir como ponto de partida para o estudo da história da festa em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, que em breve se vai realizar. São os meus votos.
Fernando Martins

Direitos Humanos

Na Biblioteca Municipal de Aveiro
"25 anos a defender
os direitos humanos"
No hall da Biblioteca Municipal de Aveiro está patente ao público, até ao final de Setembro, uma exposição da Amnistia Internacional que pretende alertar a comunidade aveirense para o constante desrespeito dos direitos humanos no mundo.
Promovida pelo Núcleo de Aveiro da Amnistia Internacional, em colaboração com a Biblioteca Municipal de Aveiro, a exposição intitula-se “Amnistia Internacional - 25 anos a defender os Direitos Humanos em Portugal” e mostra um pouco do que tem sido a actividade, em Portugal e no mundo, daquela instituição internacional de defesa dos direitos humanos, fundada no Reino Unido e já galardoada com o Prémio Nobel da Paz.
De 23 a 29 de Setembro, irá decorrer a Semana Aveirense de Direitos Humanos, evento multicultural de promoção da educação e de defesa dos direitos humanos, promovida pelo Núcleo de Aveiro da Amnistia Internacional.
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Fonte: Correio do Vouga

Rendimento Social de Inserção

Boletim Estatístico aponta para 225 mil pessoas a receber o Rendimento Social de Inserção
"A SUBSIDIARIEDADE
DEVE GERAR INCLUSÃO"
Mais de 225 mil pessoas recebiam o Rendimento Social de Inserção no passado mês de Maio, segundo dados constantes no Boletim Estatístico da Direcção-Geral de Estudos, Estatística e Planeamento divulgado ontem. Este número refere-se às pessoas que beneficiaram do Rendimento Mínimo Garantido, lançado no governo de António Guterres, e às que beneficiam do agora chamado Rendimento Social de Inserção. “Houve de facto um aumento, mas esta soma deve ser esclarecida para não sermos demasiado alarmados” refere o padre Agostinho jardim Moreira, presidente da direcção em Portugal, da Rede Europeia Anti – Pobreza (REAPN). “É importante ver é que houve um aumento significativo na região do Porto” refere, atingindo quase o dobro de Lisboa. “Aqui se reflecte a falta de emprego, com o fecho de várias fábricas, a fraca qualidade profissional das pessoas, a falta de formação e capacidade económica” salienta. O Porto é o distrito que tem o PIB menor no país, tornando-se assim a zona mais pobre. “Assiste-se a uma crise económica onde as pessoas não são incluídas na vida activa” refere.
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quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Um artigo de D. António Marcelino

Educar ainda
é possível? Um novo ano escolar começa com o bulício de milhares de alunos, a perplexidade e a desilusão de muitos professores, a preo-cupação e a meia indiferença de muitos pais, as interrogações de gente atenta aos problemas do país, mormente aos da educação.Alguém que de há muito me habituei a ler, porque sei que fala do que sabe, do que pensa, do que o preocupa, e é perito nestes assuntos, escrevia há pouco: “A figura do educador não existe, porque desapareceu também a figura pessoal do educando, reduzido a aprendiz de saberes positivos, de conteúdos objectiváveis e de técnicas que o preparam para uma profissão de futuro”. A ser assim, onde está a formação para que um aluno possa existir e afirmar-se como pessoa? Não é difícil verificar que, em tais condições, ninguém perde tempo a compreender-se e a assumir-se como formador ou educador, preferindo recolher-se no seu mundo próprio e reduzir-se à condição de simples técnico de um saber. Esta desilusão, mais ou menos generalizada, dos professores pode dizer-se que é o sintoma mais grave da crise moral de um país. Uma desilusão que não tem apenas por detrás razões profissionais, por pesadas que sejam, mas, dado o papel da escola, a consciência de uma missão social fundamental que não se pode realizar de modo normal, tantos são os entraves de dentro e de fora e as mil dificuldades diárias que encontra quem deseja fazer, com competência e seriedade, algo que seja consequente e positivo na vida dos educandos. Há nisto tudo um problema velho que se agravou, de que não se fala e que continua a criar dificuldades em ordem à educação escolar. Não é apenas problema nosso, porque outros países o sentem e já sofrem por não se ter resolvido. Em anos de democracia pacífica, em que muita gente determinante se pôs de acordo sobre coisas importantes da vida nacional, não se encontrou ainda um consenso em matéria educativa. O que é educar e quais os melhores modelos educativos? Qual o lugar dos pais e do Estado em tão importante tarefa? Quem mantém como básico o princípio da igualdade na educação e o da personalização? Quem defende uma educação centrada na pessoa e ao serviço da sua realização própria com tudo o que isto significa? Como se situa a escola nisto tudo? Os que defendem um ensino igual para todos e consideram a sociedade o lugar fundamental para esta tarefa, não chegam a entender-se por razões antropológicas, fundamentadas em diversos conceitos de humanismo, político-partidárias, eivadas de preconceitos religiosos e sociais, razões ideológicas, mutiladoras da pessoa, da democracia e de uma sociedade de pessoas livres e, por isso mesmo, do futuro. Também chegou cá, com cheiros de actualidade, o slogan da “escola única, pública e laica”. Um retrocesso de séculos, que nega o presente e fecha as portas ao futuro. Detrás das palavras existe uma concepção filosófica, uma visão antropológica, um projecto de sociedade, uma política e um modelo educativo, que impedem uma educação para este século. A educação não pode deixar de assentar em valores morais e éticos, os únicos que estruturam interiormente pessoas livres e responsáveis. Quem tem coragem e poder para fazer repensar aspectos essenciais da educação?
O ano escolar que começa tem muitos problemas e escolhos, uns fáceis de aplanar e de remover, outros não tanto, porque se cruzam os interesses, em vez de se somarem os esforços. As preocupações políticas cifram-se agora em arrumar a casa, não se apercebendo, ou não querendo aperceber-se, de que o alicerce desta não tem consistência e os seus muros estão a ruir. Todos podemos ver que assim é. Educar não é o mesmo que distribuir computadores a torto e a direito ou calar os professores. Porém, o Ministério chama-se da Educação. De qual? Há que dizê-lo, para que nos comecemos a entender, a dar sentido à escola e esperança ao país.

Grupo Poético de Aveiro

Poemas
sobre
a desigualdade
de oportunidades
O Grupo Poético de Aveiro, em parceria com a Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens, está a organizar uma actividade que consiste na publicação de poemas escritos por jovens. Poemas sobre a desigualdade de oportuni­dades entre mulheres e homens, com a extensão máxima de uma página A4.
Os trabalhos deverão ser enviados, juntamente com dados de identificação (nome, morada, telefone, endereço electrónico, idade, profissão), até ao dia 15 de Setembro de 2006, para Grupo Poético de Aveiro, Casa Municipal da Cultura, Sala 5/9, Praça da República, 3º andar, 3810-156 Aveiro.

Orações cristãs

Orações cristãs
em todas as línguas do mundo
A agência missionária do Vaticano, Fides, está a preparar um dossier especial dedicado à divulgação das orações cristãs mais conhecidas, no maior número de línguas possível. O objectivo é “contribuir para a Nova Evangelização do mundo, tão tenazmente desejada pelo Papa João Paulo II”. A Fides pretende colocar à disposição dos fiéis de todo o mundo as seguintes orações: 1. Textos do Ordinário da Missa: Confiteor, Kyrie, Glória, Credo-Símbolo Niceno-Costantinopolitano, Sanctus, Agnus Dei. 2. Textos das orações quotidianas do cristão: Credo-Símbolo dos Apóstolos, Pai-Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai, Mistérios do Terço, Oração de São Bernardo, Oração a São Miguel. 3. Algumas orações tradicionais relativas à devoção Eucarística e Mariana: Te Deum, Veni Creator, Veni Sancte Spiritus, O Salutaris Hostia, Tantum Ergo, Magnificat, Salve Rainha, Alma Redemptoris Mater, Angelus, Regina Caeli, Stabat Mater. A agência missionária espera a colaboração das Igrejas católicas dos vários países do mundo que queiram oferecer o seu contributo, enviando o texto das orações acima indicadas nas línguas usadas nos respectivos países para o seguinte endereço de email: french@fides.org (indicar em francês, latim ou italiano o texto da oração enviada e a língua).
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Fonte: Ecclesia

terça-feira, 29 de agosto de 2006

Ambiente: multas para quem o ofender

Nova lei ambiental
prevê multas e sanções
pesadas para infractores
O decreto-lei sobre coimas e sanções ambientais, publicado hoje, prevê multas de entre 500 e 22.500 euros, valor que é duplicado no caso de presença ou emissão de substâncias perigosas que afectem pessoas, bens ou o ambiente. De acordo com o diploma hoje publicado em Diário da República, os montantes das coimas podem oscilar entre 500 e cinco mil euros, no caso de pessoas particulares, e entre nove mil e 22 mil euros para pessoas colectivas.
Estes valores são elevados para o dobro "quando a presença ou emissão de uma ou mais substâncias perigosas afecte gravemente a saúde e a segurança das pessoas, bens e ambiente".
Pela prática de contra-ordenações graves e muito graves o diploma prevê sanções acessórias, simultaneamente com a aplicação da multa, entre as quais a interdição do exercício de actividades, o fim do direito a benefícios/subsídios concedidos por entidades públicas e a proibição de participar em actividades que visem publicidade.
Quem cometa crimes ambientais graves pode ainda ver-se privado de participar em concursos públicos, ver suspensa a licença ou alvará, pode perder benefícios fiscais e de crédito e ver selado o equipamento destinado à produção.
O decreto-lei sobre coimas e sanções ambientais prevê também a criação de um cadastro, tutelado pela Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território, onde deverá constar o registo das sanções e das medidas cautelares aplicadas.
Com as receitas provenientes das multas aplicadas é criado o Fundo de Intervenção Ambiental, destinado à prevenção e reparação de danos resultantes de actividades lesivas para o ambiente.
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Fonte: PÚBLICO

Um artigo de Alexandre Cruz

Pontapé de saída!...
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1. Em todos os níveis de vida social existem leis, regras, normativas. E quem pertence a esses mesmos organismos ou instituições no acto de compromisso e pertença, naturalmente, subscrevem as ordens da casa em que entraram. Existirão regras e legalismos sempre a actualizar, mudar e instâncias a renovarem-se, é certo, mas esse será outro processo que jamais se poderá enquadrar ou confundir com as situações em que se procura “apagar o fogo”; de princípio, regras assumidas, regras vividas! A estas regras pertence um sem número de referências que, melhor ou menos melhor, são as que existem e estão consagradas na Lei de Bases do Desporto. Sabe-se que esta normativa legal, na sua amplitude e abrangência, é permeável a interpretações duvidosas, dando margem a “puxar a brasa para a sardinha” da conveniência e da circunstância oportuna; hoje dá jeito desta, amanhã dará daquela. Já parece quase como o “jogo” dos deputados, em que mudam o discurso interpretativo da lei, em que quando estão na oposição segue-se por uma “vírgula”, e quando no governo dá mais jeito o “ponto final”! Por estes dias, em que tanto se tem falado do complexo “caso Mateus”, talvez a realidade a salientar seja a de que, para mal ou para bem, o futebol é uma realidade (com legalidade) própria que os clubes aceitam voluntariamente, um império que cresceu demais mas pertence ao mundo dos vivos; hoje é um fenómeno empresarial que envolve loucos milhões, o futebol que está tornado num factor símbolo das grandes cidades da Europa, espectáculo que todos vêm mesmo os que intelectualmente o criticam, jogo de altíssimas emoções públicas que por isso é trampolim para bons e maus protagonismos, visibilidades e…oportunismos. Mas neste caso concreto, e havendo ainda opiniões para todos os gostos, a base de todo o mal estará em ter-se avançado com este jogo do “caso Mateus” para os tribunais comuns. Não fará sentido invocar que seria uma questão relacionada com o factor do trabalho do jogador e que por isso como cidadão tem direito ao trabalho sendo este um factor transversal a todas as áreas da sociedade. O Gil Vicente inscreveu o jogador fora de horas, fora do prazo em que o poderia fazer legalmente pelas normas que aceitou ao estar na Liga de Futebol; por isso incumpriu. O recurso para os tribunais comuns de uma situação de foro específico desportivo até parece algo de cómico, sendo evidente que os tribunais acolhem todos os recursos e regem-se pela lei geral, o que naturalmente dá a salgalhada (alhos por bugalhos!) previsível que observamos. 2. O caos do “caso Mateus” aumenta quando à confusão de planos se junta a distracção e/ou ineficácia da Liga de Clubes (uma instância de todo não necessária ao futebol mas criada à imagem do polémico protagonismo do seu “Valente” autor!) a par do compadrio de instância disciplinar. O adiar do “caso” desde 11 de Janeiro à boa maneira portuguesa atirando para o futuro o que deve ser resolvido “já” (até porque era evidente que os vizinhos Belenenses e Leixões ou outros estariam à espreita) e com a preocupante confusão interesseira de um juiz da Comissão Disciplinar fazem da situação um enredo polémico a resolver-se rapidamente. Ainda, qual espelho de realidades que existem, valerá a pena acompanhar o percurso desse tal juiz da Comissão Disciplinar da Liga que optou por acrescentar mais problema ao problema: (fonte: Jornal PÚBLICO, 25 de Agosto) “A 1 de Junho: o conselheiro Domingos Lopes pede dispensa por considerar que existia "colisão de ordem familiar e pessoal", uma vez que era filho de um dirigente do Gil Vicente. (…) A nove de Julho: Nova reunião. Domingos repensa e diz que afinal vai votar. Domingos Lopes, presidente da Comissão Disciplinar, supostamente altera o seu sentido de voto e a decisão fica empatada a dois votos. Domingos Lopes invoca então o seu voto de qualidade e ganha o Gil Vicente. Os conselheiros Pedro Mourão e Frederico Cebola, vencidos, tecem fortes acusações aos colegas e demitem-se do cargo.” Talvez estes simples dois parágrafos de conluios e confusões já cheguem para ilustrar o panorama da realidade que cheira a apitos dourados que ficam perdidos indeterminadamente no tempo. Chegarão em próximos anos, certamente, as pontes institucionais de direito entre o Direito Civil e o Direito Desportivo (até porque o desporto, a nível mundial, proporciona os maiores acontecimentos) e aí já tudo estará enquadrado. Mas por enquanto, como tal não existe, temos a certeza de que o pior de tudo foi “adiar”. Veja-se o esforço de eficácia da justiça desportiva italiana… Se em Janeiro passado, quando da inscrição indevida no tempo do jogador Mateus em que o Gil Vicente incumpriu formalmente fugindo à lei desportiva, se nessa atura, com atenção e eficácia de justiça tivesse havido a pedagógica “sanção” nada desta novela teria existido. 3. Já há muito está visto que a Liga de Clubes não faz sentido de existir como existe; talvez seja o momento de dar um “pontapé para a saída” da Liga e serenamente de suas personalidades que precisarão de justificado descanso da vida pública; talvez, por último e mesmo o mais importante, fosse de atribuir à Federação Portuguesa de Futebol a gestão de todo o futebol nacional; a Federação que brilhantemente, e contra ventos e marés, “organizou a casa”, teria toda a capacidade e credibilidade reconhecidas para um projecto de fundo, sereno e consistente neste reerguer de uma visão nacional envolvente. Nesta “jogada” estratégica e fundacional teria lugar de honra a instância governamental do desporto. (Já agora: pareceu-nos “inquietante” o tempo de antena de domingo dado ao presidente do Gil Vicente, quando da viagem a Lisboa para ir visitar o jardim zoológico que tanto aprecia! Fez-nos lembrar o famoso Ferreira Torres!... Que país e que líderes valentes!...)

Entre a Ria e a Floresta

Mais fotos
sobre este trilho
Em www.heraonline.org pode ver novas fotos relativas à inauguração do trilho "Entre a ria e a Floresta", e novas informações acerca da associação HERA.

Boa medida

Discriminar deficientes
pode fechar empresas
Uma empresa ou organismo público que discrimine deficientes ou doentes com patologias incapacitantes arrisca-se a fechar as portas durante dois anos, além de estar sujeita a coimas no valor de 20 a 30 salários mínimos. O agravamento das punições para estas práticas constam de uma nova lei, ontem publicada em Diário da República, e aplica-se também às seguradoras que recusem seguros de vida.
De acordo com as novas regras, são vários os actos considerados discriminatórios: da publicitação de anúncios de emprego que excluam deficientes, à recusa de créditos bancários, passando pela negação da comunicação em linguagem gestual. (ver texto ao lado). Não só as empresas, como as pessoas singulares poderão ser punidas caso dêem um tratamento menos favorável a um doente com risco agravado de saúde ou a um deficiente.
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Leia mais no DN

Um artigo de António Rego

Confissões
O que restará de tudo isto? Rolados séculos e milénios sobre as coisas de aspecto imperecível, o que fica da vaga dos tempos e das fúrias dos ventos? Modos e modas, escolas, estilos, épocas, tudo roda e se muda. Muitas imagens e factos do passado, sabem a absurdo ou ridículo. O jovem sorri da sua imagem em criança. Todos os passados têm um sabor a afecto e repulsa, porque nenhum tempo regressa à realidade no seu tom certo. O sépia dos anos cria luzes e neblinas de tal forma que nada é repetível na sua realidade perfeita. A que vem tudo isto? A este tempo e a todos os tempos que rodam e deixam rastos, caminhos abertos de luz com o seu aspecto de evidência e obscuridade. A face real e simbólica de todas as coisas como que se revolve no nosso jogo quotidiano de referência ao todo, no espaço e temporalidade que nos cabe viver. Felizes as gerações que se revêem em espelhos e modelos, com protótipos que mereçam registo de memória e impulso para acreditar no passado e no futuro.
Por isso as sendas luminosas que nos precedem de sábios, artistas, místicos e profetas, nos abrem caminhos para o que temos a criar e percorrer. Como poderia a humanidade sobreviver sem essas referências nos campo do pensamento, da ciência, do belo, e nessa arte indescritível de se relançar no imperecível, infinito e eterno que dá sentido a todo o transitório e efémero?
S. Agostinho, ainda no início do cristianismo soube expressar quase todas as perguntas que há no coração do ser humano, dando consistência e sentido à edificação do tempo e do templo que constitui cada ser humano. É bom, numa época de aspecto fútil e imediatista, repousar o coração onde o convertido de Tagaste encontrou repouso:”Tarde Vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e fora de mim vos procurava…Estáveis comigo e eu não estava convosco. Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria se não existisse em Vós…Tocastes-me e agora desejo ardentemente a vossa paz”.(Das Confissões de S. Agostinho, Lib. 7)

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Editorial de Eduardo Dâmaso, no DN

Discriminações
A idade é um factor que pesa cada vez mais no mercado de trabalho. Quem fica desempregado depois dos 40 tem grandes dificuldades no regresso à vida activa. As empresas preferem empregar jovens com remunerações mais baixas e uma enorme disponibilidade que lhes é dada por habitualmente não terem começado ainda a constituir família. São estas as regras implacáveis do mercado de trabalho que começou a desenhar-se sobretudo na recta final do século XX por força do avanço tecnológico. É um mercado que exige elevados níveis de produtividade, grande competitividade, muitas horas de trabalho, múltiplas capacidades, salários controlados em tectos rígidos e uma valorização da carreira que já não depende em exclusivo de factores clássicos como a progressão por tempo de trabalho ou negociações salariais de matriz sindical.
A Comissão Europeia quer travar essa tendência discriminatória com base na idade e vai dedicar o ano de 2007 a uma grande campanha a favor da igualdade de oportunidades. Aprovou já uma directiva no sentido de impedir a discriminação, mas que não é cumprida pela generalidade dos países. Acrescente-se: não é e muito dificilmente será. A dinâmica do mercado imposta pela concorrência global chega a ser cruel na forma como valoriza a trilogia juventude-qualificação-salários baixos e não a sabedoria e a experiência associadas a trabalhadores mais velhos. Por isso se banalizou a ideia de que há uma geração a que se chamou "dos mil euros", ou seja, de jovens com bons níveis de qualificação, na esmagadora maioria universitários, que ficam anos a ganhar este salário. Por isso está cada vez mais posta em causa a ideia do emprego para a vida ou a de que os direitos e regalias sociais são intocáveis.
A discriminação deve ser combatida, mas é muito difícil fazê-lo apenas com regulamentação. O melhor que cada um pode fazer por si está mais na determinação que tiver em enfrentar o problema do desemprego do que em ficar à espera de uma asa protectora. A formação permanente, a procura de novos saberes, a capacidade de adaptação a novos desafios, a procura de novas formas de ganhar a vida mais ligadas ao empreendedorismo são inevitáveis. Até porque se a concorrência entre trabalhadores já hoje é grande ela tenderá a agravar-se de forma implacável com os níveis de desemprego galopantes entre jovens licenciados que se constata um pouco por todo o lado. É mau, mas é assim que está o nosso mundo.

domingo, 27 de agosto de 2006

Um poema de Aida Viegas

PARTILHA

Precisava de alguém p' ra partilhar A alegria que trago no meu peito. Precisava de alguém a quem contar Que tudo agora corre do meu jeito. Precisava de abrir meu coração; Ver brilhar outros olhos de alegria, Ver sorrir outro rosto de emoção, Ter mil amigos a fazer-me companhia. Mas... estou quase só. Todos estão ocupados. Ocupados por virtude ou por defeito. Bebo sozinha, estou quase embriagada. Tanta emoção já não cabe no meu peito; Tanta ventura já transborda em minha taça. Assim não vale. Assim não sabe a nada Beber sozinha a alegria, não tem graça.

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In LETRAS & OUTROS OFÍCIOS

Citação: Praxes académicas

“Completando o curioso cenário, o tribunal alegou que as actividades concretas da praxe não ultrapassaram a ‘normalidade’. Ficou, assim, a saber-se que, para a instância judicial em causa, de que resta a esperança de que esteja isolada no seus critérios de análise, forçar uma estudante a simular orgasmos com os mais diversos objectos e para gáudio de uma plateia de cidadãos cujo direito a boçalidade deve ser protegido é algo que não esbarra no mais elementar conceito do senso comum. Pior do que a impunidade que cava o silêncio de quem preferiria não se ver obrigado a resignar-se a uma prática primata que se disfarça sobre as nobres vestes da tradição, é perceber que quem teria o dever de fazer julgamentos sérios e ponderados também alinha no jogo. É mais um sinal de que, nos meandros do sistema judicial, prolifera a normalidade.”
João Cândido da Silva,
no PÚBLICO de ontem

Ideia interessante

A palavra do Senhor
acompanhada por uma bica
e uma tosta mista
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Quando acaba a adoração, depois dos cânticos e dos momentos de reflexão e do pai-nosso e de todos terem louvado ao Senhor, os fiéis não se vão logo embora. Aproveitam para beber um café, para comer uma fatia de bolo caseiro ou um croquete que sabe mesmo a carne, para discutir os últimos desaires do Benfica, para contar as diabruras dos miúdos. Atrás do balcão, Lina e António estão atarefados. A aparelhagem toca, baixinho, uma música que fala de fé enquanto, na pequena capela ali ao lado, há quem continue de mãos postas a rezar.
São assim as tardes de sábado no Café Cristão, na Amora, Seixal. Inaugurado a 24 de Junho, com a presença e a bênção do bispo de Setúbal, o primeiro Café Cristão da Península Ibérica está ainda em fase de arranque: o calor levou a maior parte dos fiéis para a praia e as acções de divulgação só agora estão a começar. "Lá para Outubro esperamos já estar a funcionar em pleno", garante António Andrade, que, com a sua mulher Lina, gere o espaço.
Por agora, o café é ainda uma curiosidade. Os miúdos do bairro aparecem para comprar guloseimas e para brincar um pouco no espaço infantil. Há quem entre, veja tudo, comente que está muito bonito e vá embora. Há quem nunca tenha ido à missa mas venha aqui tomar café depois do almoço. Na segunda semana de funcionamento um grupo de peregrinos espanhóis entrou por ali dentro num alvoroço: vieram a Fátima mas, como encontraram a indicação do café no site do Vaticano, decidiram ver do que se tratava. "São todos bem-vindos", garante Lina. "Temos aqui pessoas muito diversas, ateus, católicos e de outros credos. É muito bonito."
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Foto do DN
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Leia mais no DN

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

A Palestina:
um problema
teológico?
Em 1977, em Jerusalém, tendo-lhe observado que mais cedo ou mais tarde os judeus teriam de partilhar Jerusalém com os palestinianos, um funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita atirou-me: "Nunca! Não esqueça que esta terra nos foi dada por Deus há três mil anos!" Já antes me tinha confessado que era ateu, mas formara os filhos no conhecimento da Bíblia e celebrava a Páscoa como está determinado. E eu percebi melhor como tantas vezes a religião não passa de cimento ideológico político. De facto, sobretudo desde a fundação do Estado judaico, há dois povos com a consciência de que a Palestina lhes pertence, respectivamente, há três mil e quase 1400 anos: os judeus reportam-se ao reino de David e Salomão - ano 1000 a. C. - e os palestinianos à conquista pelos árabes em 636 d. C.
Desde o século XIX, o movimento político sionista lutou por um Estado para o povo judeu - pensou-se na Palestina e também noutras regiões. Assim, embora a tenha apressado, o Holocausto não foi a causa da criação do Estado judaico. Em 29 de Novembro de 1947, por maioria sólida e com o beneplácito dos Estados Unidos e da antiga União Soviética, as Nações Unidas aprovaram a divisão da Palestina em dois Estados: um Estado árabe e um Estado judaico, com fronteiras claras, a união económica entre os dois e a internacionalização de Jerusalém sob a administração das Nações Unidas. Note-se que, apesar de a população árabe ser quase o dobro e os judeus estarem então na posse de 10% do território, ficariam com 55% da Palestina.
O mundo árabe rejeitou a divisão. Mas, à distância, mesmo admitindo a injustiça da partilha e suas consequências - é preciso pensar na fuga e expulsão dos palestinianos -, considera-se que a recusa árabe foi "um erro fatal" (Hans Küng). Isso é reconhecido hoje também pelos palestinianos, pois acabaram por perder a criação de um Estado próprio soberano pelo qual lutam. Em 15 de Maio de 1948, terminava o mandato britânico sobre a Palestina e Ben Gurion proclamou o Estado de Israel. A resposta árabe (palestinianos e Estados árabes vizinhos) não se fez esperar, e deflagrou a primeira de seis guerras. Entretanto, o Estado de Israel continua a não ser aceite por muitos árabes e há judeus que acalentam a tentação do sonho de um Estado que abrangesse toda a Palestina. E aí está um dos focos principais de instabilidade mundial.
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sábado, 26 de agosto de 2006

Uma oferta de Laurinda Alves

Não posso deixar de mostrar, hoje e aqui, a oferta de Laurinda Alves a todos os seus leitores. É uma oferta simples, como todas as que semana a semana apresenta na revista XIS, que acompanha o PÚBLICO aos sábados. Trata-se, neste caso, de um conhecido e bonito texto do Eclesiastes, do Antigo Testamento. Texto conhecido e bonito, mas também poético e oportuno, que nos é dado para reflexão. Aqui fica: ::::
O tempo de guerra é sempre um tempo inquietante, de dor e sobressaltos mas, também, de esperança. Para tudo há um tempo,
para cada coisa há um momento debaixo dos céus
UM TEMPO PARA CADA COISA Tempo para nascer, e tempo para morrer; Tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado; Tempo para matar, e tempo para sarar; Tempo para demolir, e tempo para construir; Tempo para chorar, e tempo para rir; Tempo para gemer, e tempo para dançar; Tempo para atirar pedras, e tempo para juntá-las; Tempo para dar abraços, e tempo para apartar-se; Tempo para adquirir, e tempo para perder; Tempo para guardar, e tempo para deitar fora; Tempo para rasgar, e tempo para costurar; Tempo para calar, e tempo para falar; Tempo para amar, e tempo para odiar; Tempo para a guerra, e tempo para a paz. :: (Ecl 3. 1-13)

Imagens da Gafanha da Nazaré

:: IGREJA DE NOSSA
SENHORA DA NAZARÉ ::
Se vier à Gafanha da Nazaré ou por aqui passar, em dia de festa ou noutra altura qualquer, aconselho-o a visitar a igreja matriz. Foi restaurada há tempos, como dei nota neste meu espaço, com muito bom gosto e com muita dignidade, num esforço conseguido de recuperar os traços mais marcantes do passado, ligados a um estilo muito próprio desta região, dos finais do século XIX e princípios do século XX. O arranjo interior apresenta-se ao visitante com sobriedade e com arte, mas também com preocupações de longevidade. Facilmente se vê que o trabalho feito com recurso a bons materiais se destina a algumas gerações. Para além da antiga imagem da Padroeira, Nossa Senhora da Nazaré, todo o seu enquadramento, em talha dourada, merece uma atenção especial. Mas se o visitante se der ao cuidado de olhar com olhos de ver todo o interior, e mesmo o exterior, confirmará que vale a pena passar por lá, sem pressas. F.M.

TURISMO E PATRIMÓNIO RELIGIOSO

Universidade Católica promove curso online
A Universidade Católica Portuguesa (UCP) oferece um curso online de turismo e património religioso a todos os que têm manifestado interesse por estes assuntos. A iniciativa é da Faculdade de Teologia que pretende explorar as potencialidades da Internet com um curso como este, de pós-graduação, acessível a qualquer pessoa, esteja onde estiver. As inscrições estão abertas até 15 de Setembro e podem ser feitas inevitavelmente pela Internet ou pelo telefone.

Um artigo de Francisco Sarsfield Cabral, no DN

O herói de Cuba e o inimigo americano
Desde que Fidel Castro adoeceu, sendo a sua saúde um segredo de Estado, multiplicaram-se os comentários sobre este dinossauro do comunismo. Com razão. Fidel é o líder político há mais tempo no poder em todo o mundo - desde 1959. Mas pouco se fala da surpreendente popularidade que este ditador ainda conserva no seu país.
Se já era estranho existir há tantos anos uma ilha comunista a menos de 250 quilómetros dos Estados Unidos, ainda mais curioso é o comunismo cubano ter sobrevivido ao colapso do seu protector, a União Soviética. Fidel escapou a dezenas de tentativas para o assassinar (muitas delas gizadas pela CIA) e a vários planos de intervenção militar externa para mudar o regime, o mais célebre dos quais culminou no fiasco da Baía dos Porcos em 1961.
A brutal repressão interna do regime cubano explica parte da sua longevidade política. Mas não explica que a aceitação do tirano Fidel em Cuba seja ainda hoje apreciável. Nada que se compare, por exemplo, à descrença e ao cinismo desencantado que prevaleciam nos anos 70 e 80 nos povos europeus sob o império soviético.
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sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Festa na Gafanha da Nazaré

Largo 31 de Agosto
:: Festa em Honra da Padroeira ::
Neste fim-de-semana, a Gafanha da Nazaré vai estar em festa, como manda a tradição de muitas décadas. Diz a história que os gafanhões honravam a Padroeira, Nossa Senhora da Nazaré, sempre no último domingo de Agosto.
Era e é uma festa em que se casa razoavelmente bem o profano com o religioso. Não tem havido choques significativos entre esses interesses, embora se diga que o cultural tem ficado um tanto ou quanto esquecido. Concordo perfeitamente, até porque elevar um pouco o nível dos festejos seria, sem dúvida, uma mais-valia para o grande encontro dos gafanhões, tanto dos que vivem na Gafanha da Nazaré e arredores, como dos que por aqui gozam as suas férias.
Para além dos foguetes, que acho exagerados, e da música pimba, que predomina, vejo o prazer que muitos experimentam quando reconhecem os amigos que não viam há anos, sinto em alguns o retorno ao tempo em que saboreavam as cavacas e os suspiros, lembro quantos, na meninice, participavam na procissão como "anjinhos", caminhando com bolhas nos pés ao som cadenciado das bandas de música, que executavam, ano após ano, os mesmos trechos musicais.
A festa da Padroeira era também tempo de roupa nova, dos primeiros namoricos, de pagar promessas a Nossa Senhora, habitualmente levando, com esforço enorme, o andor aos ombros.
Era tempo de petiscos melhorados em casa, de convites aos amigos de longe, de missa cantada pelos corais das bandas de música e de sermão pregado "por distinto orador sagrado", como rezavam os cartazes.
Era tempo de concursos de fogueteiros, de ouvir e proclamar a melhor filarmónica, dos pastores que vinham com os seus rebanhos para que todos os gafanhões pudessem comer carneiro assado no forno.
Era o tempo em que as famílias se reuniam à roda da mesa, depois da missa do dia, em franco e alegre convívio, formulando votos de que no próximo ano tudo seria melhor.
Boas festas para todos.
Fernando Martins

Um poema de Orlando Jorge Figueiredo

MAR
Aqui está o mar inteiro e firme olhos abertos e azuis voz rouca e veemente Cresce em mim como espuma o desejo de amar o mar In “Guardador de Sonhos”

Santo André

Navio-Museu Santo André vai para
doca seca
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Mais de 100.000, é o número de visitantes de que o Navio Museu Santo André se «orgulha» de ter recebido durante os cinco anos de vida como pólo museológico. Atracado junto do Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, este antigo arrastão bacalhoeiro dá como alcançado o grande objectivo que esteve na origem do seu aparecimento como memorial da pesca do bacalhau por artes de rede de arrasto e emalhar.
Um dos raros exemplos de recuperação bem sucedida de exemplares do património náutico português que na passada quarta-feira celebrou cinco anos após a sua inauguração como navio museu. Especialmente vocacionado para as camadas estudantis, este navio pretende despertar as novas gerações para uma parte do património cultural e social do concelho de Ílhavo, que durante décadas esteve directamente ligado à actividade piscatória do bacalhau. E melhor do que consultar livros, ver fotografias ou mesmo ler documentos antigos, será uma visita a um arrastão que fez parte da frota portuguesa do bacalhau e que durante 50 anos rompeu as águas frias do Norte na captura do «fiel amigo», usando as artes do arrasto.
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União Astronómica Internacional decide

Plutão já não é um planeta
O sistema solar passou a ter apenas oito planetas. A União Astronómica Internacional decidiu hoje que Plutão, até aqui um dos nove planetas do nosso sistema solar, é um planeta anão. Os planetas do sistema solar são agora Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno.
A primeira definição de planeta, aprovada hoje depois de um debate acalorado entre 2500 cientistas e astrónomos de todo o mundo, traça uma linha clara entre Plutão e os actuais oito planetas do sistema solar.
Segundo a nova definição, para que um corpo celestial possa ser considerado um planeta deve orbitar em torno de uma estrela, ter massa suficiente para ter gravidade própria e assumir uma forma arredondada e ser dominante na órbita.
Esta última norma foi determinante para desclassificar Plutão, que até se cruza com o "vizinho" Neptuno na sua órbita em torno do Sol.
Para além das definições de planeta e de planeta anão, o documento da União Astronómica Internacional cria uma terceira categoria para abranger todos os outros objectos - à excepção dos satélites -, que ficam agora conhecidos como pequenos corpos do sistema solar.
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