sábado, 28 de maio de 2005

CHOQUE

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Há gente avisada que nunca é ouvida Esta semana, os portugueses sofreram um choque com o anúncio da subida de impostos para se tentar diminuir o défice das finanças públicas, que pode atingir os 6,83 por cento do PIB (Produto Interno Bruto), até ao fim deste ano, se nada se fizer para o reduzir, segundo revelou uma comissão presida pelo governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio. No fundo, esse anúncio não foi uma surpresa, porque toda a gente já sabia que Portugal está numa situação difícil, mas a verdade é que ninguém gosta de acreditar no pior, mesmo quando a realidade está à vista de todos. Este problema do défice público não é de agora, muito menos dos últimos Governos. Já vem detrás, mesmo dos Governos de Cavaco Silva, sobretudo quando o Estado começou a aumentar, desmedidamente, os encargos com a administração pública e com outras despesas correntes. E também quando iniciou uma política de regalias sociais aos seus servidores, aos políticos e ex-políticos, quando fez obras incompatíveis com a nossa dimensão e capacidades, quando, enfim, começou a gastar, no dia-a-dia, mais do que recebia dos impostos dos portugueses. Há muito que os mais avisados têm vindo a chamar a atenção para a necessidade de se reduzirem as despesas correntes, como única forma de equilibrar as finanças públicas, já que os rendimentos são curtos e os hábitos de muitos portugueses estão marcados pelo princípio de que é correcto enganar o Estado, fugindo ao fisco. É sabido, por exemplo, que a grande maioria das empresas portuguesas apresenta prejuízos no fim do ano, boa forma de não pagar impostos. E no entanto, essas empresas continuam a laborar, como se tudo estivesse bem, sem que haja, por parte dos Governos, quem vá saber o que se passa. O pior, porém, veio agora, com o primeiro-ministro a dizer que tem mesmo de subir os impostos, para tentar debelar a crise. Ninguém gostou, claro, porque se vai mexer no bolso de cada um, sobretudo dos trabalhadores que nunca puderam escapar às malhas do fisco. Os mais frágeis, afinal. No entanto, há analistas que alertam para outras soluções, sem que aparentemente ninguém os ouça. Medina Carreira é um deles. Diz ele, por exemplo: Para quê tantos deputados? Metade não bastaria para discutir as nossas leis? E para quê tantos Ministérios? Doze não seriam capazes de coordenar as políticas governamentais? E porquê um sem-número de assessores dos ministros e de autarcas, a todos níveis? E para quê o TGV e um novo aeroporto, quando há cidades, vilas e aldeias sem acessos mínimos? E para quê tantos estádios de futebol para o Euro 2004, se alguns estão sempre às moscas? E para quê os submarinos, se os nossos militares estão mais vocacionados para colaborar na manutenção da paz? E porquê o escândalo de alguns políticos ficarem com subvenções vitalícias, ao fim de 12 anos de trabalho? E porquê as reformas milionárias, num país pobre? Responda quem souber. Fernando Martins

sexta-feira, 27 de maio de 2005

Voltar a CHAVES para matar saudades

Ponte Romana
Na capital do Alto Tâmega com amigos 


Voltar a Chaves, mesmo que só um dia, é sempre um prazer. Encontro amigos, calcorreio ruas que há anos me foram familiares, nos tempos em que por lá fazia campismo com a família, aprecio jardins cuidadosamente tratados, contemplo monumentos carregados de história e respiro o ar puro do Reino Maravilhoso de Trás-os-Montes, no dizer poético, mas autêntico, de Miguel Torga. 
Na quinta-feira, dia do Corpo de Deus, fui encontrar a capital do Alto Tâmega com toda a sua beleza e conviver com gente solidária, que sabe cultivar amizades através dos tempos. O motivo da minha visita foi a comunhão solene de uma criança, a Alexandra, que há anos tive o privilégio de baptizar, na qualidade de diácono. E foi muito bom recordar outras estadas em Chaves, cujos recantos e pessoas tive a dita de conhecer de perto. 
Foi então, com muita satisfação, que voltei a apreciar a igreja de Santa Maria Maior, a Igreja Matriz, como é conhecida. Templo românico, mas muito alterado nos meados do século XVI. Ao lado, lá está a Igreja da Misericórdia, do Estilo Barroco, onde um dia participei numa missa que durou uns 20 minutos. O sacerdote, velhinho, celebrou sentado para não se cansar muito. 
Olhando à volta, como podia ficar indiferente à Torre de Menagem, resto do primitivo castelo mandado construir por D. Dinis, no século XIV. Ruas estreitas, medievas, circundam a praça principal, a Praça Camões (Segundo José Hermano Saraiva, Luís de Camões teve as suas origens em Vilar de Nantes, Chaves, de onde eram naturais os seus avós), que mostra a Câmara Municipal, o Museu e a estátua de D. Afonso, Conde de Barcelos, Duque de Bragança e Senhor de Chaves, filho ilegítimo de D. João I, o de Boa Memória. Senhor de Chaves, que casou com a filha de D. Nuno Álvares Pereira, que lhe deu fortuna. 
Depois, foi a vez de contemplar a ponte romana que atravessa o rio Tâmega, construída entre o século I e o século II da nossa era, que ainda conserva intactos 12 arcos, que teimam em desafiar o tempo. Duas colunas, epigrafadas, são símbolos de gentes que ocuparam e viveram na Aquae Flaviae, a Chaves de hoje, tornada famosa pelo imperador Flávio Vespasiano, que ali chegou atraído pelo ouro da Serra da Padrela. O Forte de São Francisco, o Forte de São Neutel, igrejas e capelas, palacetes e jardins, de tudo um pouco nos oferece esta cidade que aceita como visitantes mais frequentes os nossos amigos espanhóis. Mas o que mais projecta a Capital do Alto Tâmega, desde a antiguidade até aos nossos dias, é, sem dúvida, a oferta termal. Balneário moderno, com águas bicarbonatadas, sódicas e hipertermais, das mais quentes da Europa (73º), garante cura a muitas maleitas. 
Estar em Chaves é recordar visitas a Espanha, em especial a Feces de Abajo, a aldeia fronteiriça que nos desafiava a experimentar, em espírito de aventura que os mais novos tanto apreciavam, os caminhos dos contrabandistas, para comprar caramelos, chocolates… entre outras coisas, mas também para beber coca-cola, bebida na altura proibida pelo doutor Salazar. 
Estar em Chaves é ter o gosto de saborear o seu genuíno presunto, os pastéis quentinhos com o nome da cidade, e o folar típico, como não há outro. E daqui ainda se saía à procura do vinho dos mortos, em Boticas, da Chega de Bois, em Montalegre, da Pedra Bolideira, na estrada que leva a Bragança, dos Castros da Curalha e de Carvalhelhos, este em Boticas. Sempre em excursões familiares, onde se cultivava o prazer da descoberta. Melhor que tudo, porém, estar em Chaves é conviver com gente estruturalmente sã e aberta, com uma capacidade enorme para preservar amizades. 
Afinal o Reino Maravilhoso que Miguel Torga tão bem pintou, reino de pedras e montanhas, de tradições e de gente determinada que sempre disse que “Para cá do Marão, mandam os que cá estão”. E ao falar dos transmontanos, o poeta da Criação do Mundo, dos Contos da Montanha, do Diário, dos Bichos e de Portugal, entre tantas outras obras, diz que são “fiéis à palavra dada, amigos do seu amigo, valentes e leais (…), ufanos da alma que herdaram”. 

Fernando Martins : 


De Miguel Torga

Chaves, 6 de Setembro de 1986 

Miradoiro
Não sei se vês, como eu vejo
Pacificado,
Cair a tarde
Serena
Sobre o vale,
Sobre o rio,
Sobre os montes
E sobre a quietação
Espraiada da cidade.
Nos teus olhos não há serenidade
Que o deixe entender.
Vibram na lassidão da claridade.
E o lírico poema que me acontecer
Virá toldado de melancolia,
Porque daqui a pouco toda a poesia
Vai acontecer.


Chaves, 26 de Agosto de 1990 



Visita sacramental a S. Caetano, um santo fronteiriço que tem na terra os serviços administrativos modelarmente organizados. “Meta as esmolas nos petos” – avisam os letreiros. E lá estão as tulhas para os cereais, a grade para os galináceos, e o orifício aberto na parede granítica da capela para encarreirar a pecúnia. 
Peregrino anual e céptico, não peço ao orago graças que sei que não pode conceder a um mau romeiro. Bebo-lhe a água gelada da fonte de três bicas, regalo os olhos na paisagem aberta e larga, espreito o cemitério visigótico precariamente preservado e fico satisfeito. Mas volto sempre, e sempre com a mesma curiosidade e disponibilidade emotiva. A minha bem-aventurança começou quando abri os olhos no mundo e há-de acabar assim, quando, já cansado, de tanto o ver e surpreender, os fechar.

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello Chaves: Torre de Menagem

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello Chaves: Igreja matriz, em dia de 1ª comunhão

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello Chaves: Igreja romana de Outeiro Seco

Pedra Bolideira

Chaves: Pedra  Bolideira 
Ao partir-se em duas, uma parte da pedra ficou pousada num ponto único, que permite a oscilação. Qualquer pessoa que empurre no sítio certo faz oscilar a famosa pedra.

quarta-feira, 25 de maio de 2005

No Reino Maravilhoso de Trás-os-Montes

Amanhã, dia do Corpo de Deus, andarei pelo Reino Maravilhoso de Trás-os-Montes. No regresso, darei conta do que vi.
F.M.

Um artigo de D. António Marcelino

Um processo educativo harmónico e sério
A educação é, frequentemente, tema de discussão na praça pública. Temos de nos interrogar porquê, dado que não há eco sem grito, nem barulho sem algo que o motive. Desta vez, e mais uma vez, é a educação sexual que se faz e se defende que provoca críticas, denúncia e movimentação.
Educar é uma arte e um desafio apaixonante para todo o educador. Para o educando, é um processo crescente de dignificação, valorização abrangente, aprendizagem concreta de relações mútuas, integração assimilada de valores, desenvolvimento harmónico de dons e capacidades, naturais e adquiridos, que vão tendo investimento na vida real, até à responsabilização pessoal.
Educar é dar alma à vida. Missão que exige uma inter-relação, digna e respeitosa, entre educador e educando, e uma especial atenção ao ambiente de vida e de acção, porque também este tem uma função educativa. A informação cultural e a transmissão sistemática do saber escolar são sempre elementos integrantes e meios importantes, que servem de suporte e de itinerário a um projecto educativo com sentido humano e social.
A vida vai-nos ensinando que, na educação, o mais determinante são os educadores. Não é que recaia sobre eles uma responsabilidade absoluta, como é óbvio, pois só se pode dar quando há alguém disposto a receber. Está, porém, na mão do educador, quem quer que ele seja, contribuir, de modo singular, para a estruturação harmónica da pessoa e, por via desta, para a edificação de uma sociedade de gente nova e participativa.
Os educadores têm de sentir-se vocacionados e preparados para a missão de educar. Não podem pensar que são mestres e sabedores incontestados. Há que saber lidar com um respeito sagrado pelos educandos, manter uma dignidade pessoal que os qualifique, estar dispostos a promover e cultivar parcerias com outros intervenientes no processo educativo, interiormente abertos para reconhecer e corrigir erros, disponíveis para reflectir e aprender com aqueles que são o seu cuidado diário.
A educação sexual é necessária. Qualquer que seja a modalidade de ajuda, não cabe a mercenários, nem a grupos voltados para impor os modelos que justificam as suas opções de vida, estimulando outros a ir pelo mesmo caminho, nem meros informadores pessoalmente mal formados. Não se pode fazer à revelia de responsáveis que não se podem ignorar, como os pais ou os encarregados de educação, de valores culturais e éticos, de modelos que estimulam a crescer e a viver, com decoro, dignidade, senso e vergonha.
De quando em quando, lá vem à luz do dia o que neste campo se vai fazendo na noite das distracções procuradas, consentidas e pagas. O que o Expresso informou e o que por aí se diz e se faz, neste campo, é, em muitos casos, verdadeiramente grave.
A sexualidade é um dinamismo fundamental da pessoa. Não se pode degradar. Há que ajudar a assumi-la e a integrá-la, porque não se trata de um instinto animal.
Quando tudo é natural, dispensa-se a educação. Os animais sabem defender-se, as pessoas são educáveis, desde o ventre materno. Aí começa, naquela relação única de mãe - filho, a desenvolver-se a maravilha da vida relacional ou de ser-com-os-outros, para poder crescer e viver. Este processo acompanha-nos na vida, com base numa relação afectiva, crescente e consequente, que dá sentido à sexualidade, como valor superior assumido, no casamento, quando preparado com cuidado, no celibato, quando livremente aceite.
Quem faz da vida uma banalidade, nunca poderá ajudar outros a descobrir e a contemplar os horizontes novos, belos e libertadores, ao alcance de todos, quando educados correctamente, ou em processo de uma educação, harmónica, séria e digna.

FEIRA DO LIVRO EM AVEIRO

É preciso aumentar o gosto
pelos livros e pela leitura Como os meus leitores certamente já sabem, está a decorrer, em Aveiro, na Praça Marquês de Pombal, a Feira do Livro. Não é uma feira como tantas outras que se realizam por aqui e por ali, porque esta pode iniciar em muitos a paixão pelos livros. Uma Feira do Livro é sempre, à partida, um incentivo à leitura, tanto mais importante quanto é certo que Portugal é um dos países da Europa onde menos se lê. Sendo assim, tudo quanto se fizer para incutir nos portugueses hábitos de leitura é muito bom. Importa agora que os meus leitores aproveitem a ocasião para contactar de perto com os livros, na tentativa de descobrirem algo que os seduza, isto é, que os leve mesmo a ler a obra ou as obras compradas. Ao mesmo tempo, os mais velhos ou mais conhecedores do que se vai publicando, devem sensibilizar os mais novos para a aquisição de livros, numa tentativa, muito saudável, de aumentar, entre nós, o gosto pela leitura. Nesse sentido, é necessário mostrar, a quem não lê com regularidade, que os livros são, afinal, dos nossos melhores amigos, quando bem escolhidos: Estão sempre disponíveis, tanto nas horas boas como nas horas más, ensinam-nos sem enfado, divertem-nos quando precisamos de descontrair, mostram-nos outras terras, outras gentes e outras culturas, revelam-nos sentimentos e emoções, enriquecem-nos a alma, alimentam a nossa capacidade criativa e tornam-nos mais solidários nesta aldeia global em que vivemos. Por isso, aqui fica a minha sugestão para que visitem a Feira do Livro de Aveiro. F.M.

Bispos do Centro querem combater a desertificação

D. Manuel Felício Combater a desertificação através de uma pastoral interdiocesana
Combater a desertificação através de uma pastoral interdiocesana é uma aposta dos bispos do Centro do País, nomeadamente de Aveiro, Coimbra, Guarda, Viseu, Portalegre e Castelo Branco e Leiria-Fátima. Os problemas sociais das dioceses do centro estiveram em destaque na reunião dos bispos daquelas dioceses, realizada na cidade da Guarda. A situação que mais preocupa estes pastores é a desertificação, "um processo em marcha que despovoa muitas das nossas terras", disse à ECCLESIA D. Manuel Felício, Bispo da Guarda. Para fazer face a esta realidade - aponta o prelado - "temos alguns contributos e alguns estudos que estão a ser feitos". Mas lamenta: "damos conta de que não vamos travar este processo." Se actualmente as grandes cidades (Porto e Lisboa) têm cerca de 40 por cento da população, nos próximos dez anos "terão cerca de 60 por cento", garantiu o prelado. "A formação e a informação são essenciais nesta luta", referiu. "Temos que dar o nosso contributo para que as pessoas dêem conta de que, mesmo estando nos grandes centros, só têm vantagens em não destruir os contactos com as suas origens", afirma D. Manuel Felício. Como as pessoas foram "feitas para viver", o Bispo de Guarda refere que "a qualidade de vida dos grandes centros não atinge, nem de longe nem de perto, os níveis" destas zonas. A criação de condições, "sobretudo de carácter patrimonial", são fundamentais para a fixação destas populações. Neste processo de desertificação, " existem pontos de referência que não sofrem esta sangria". E exemplifica: "temos centros populacionais nas nossas dioceses que aumentam mas, às vezes, em prejuízo das aldeias que estão próximas." Nos programas pastorais, sobretudo na hora de redistribuir o clero, "temos de privilegiar estes lugares que continuam a ser procurados pelas pessoas". Na recta final dos anos pastorais, os bispos do centro do País têm consciência de que não podem "abandonar ninguém, nem que seja uma pessoa que esteja no cabo do mundo", mas, por outro lado, também "não podemos ignorar os movimentos populacionais", frisa D. Manuel Felício. As directivas vão para uma pastoral "muito menos por conta própria e muito mais em Igreja". E adianta: "no nosso caso uma pastoral interdiocesana." As dioceses do centro têm "toda a vantagem em apoiar-se mutuamente", disse.

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré: Cultura Popular

A HERA-Associação para a Valorização e Promoção do Património organizou um espectaculo de Cultura Popular Europeia - "III Encontro de municipalidades-Membros da AEMA", que se realizará no proximo sábado, dia 28 de Maio, às 21.30 horas, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré. O evento contará com a participação de Grupos de Cultura Popular da Bélgica, Croácia, Grécia, Itália, Espanha e Portugal.

terça-feira, 24 de maio de 2005

António Guterres é o novo alto comissário da ONU para os refugiados

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O antigo primeiro-ministro de Portugal, António Guterres, foi escolhido para o cargo de alto comissário para os refugiados das Nações Unidas, tendo agora de abandonar o posto de presidente da Internacional Socialista, que ainda ocupa neste momento. Guterres sucede ao holandês Ruud Lubbers.
O anúncio oficial vai ser feito esta tarde.

Um artigo de António Rego

TESTEMUNHAS DA HISTÓRIA
Talvez valha a pena voltar um pouco atrás. E revisitar, com alguma distância e serenidade, o passado mês de Abril. A partir de Roma foram transmitidos factos e notícias que marcarão certamente a história dos meios de comunicação social da nossa época. Não falaremos das técnicas utilizadas, das horas de emissão, das páginas preenchidas, das fotos carregadas de efeitos, das análises e comentários sobre a Igreja que proliferaram pelos grandes media do planeta. Ninguém se sentiu de fora, estivesse ou não de acordo com os factos (ainda há quem se arrogue o direito de estar acima das evidências) e interpretações que escorreram sobre algo que não deixou o mundo indiferente: a morte de João Paulo II e a eleição de Bento XVI.
Os media envolveram e foram envolvidos, andaram atrás dos acontecimentos e foram acontecimento, gerando uma cadeia sequencial de causas e efeitos que nem os próprios controlaram.
E no meio de tudo isto o facto religioso. Por isso a oportunidade de algumas perguntas:
- Teria sido possível liquidar, pelo silêncio, estes acontecimentos?
- A exibição do religioso não terá surgido como seta provocatória da indiferença secular?
- Estaremos perante o simples facto do todo João Paulo II e Raztinger terem sido oiro sobre azul para a sofreguidão de audimetria dos media?
- Terá sido este o acontecimento mais forte do início do século, cuja narrativa se transformou em acção catequética única da Igreja Católica a nível planetário?
Muitas mais perguntas são possíveis. Mas nunca se poderá esquecer a importância desta lição da Igreja dada ao mundo e do mundo dada à Igreja. Foi um pacto de interesse comum pelos grandes valores espirituais do Ocidente que se foram revelando progressivamente nos rituais e palavras que os media seguiram e transmitiram profusamente. E não se diga que foram os códigos secretos (Da Vinci ou não) do Vaticano que geraram todo esta procura inexplicável. Foi, antes, o sentido profundo da vida dum homem como João Paulo II, que não se entende sem o cristianismo, ou duma Igreja que se perpetua e renova na eleição dum novo Pontífice.
Todos, do lado da Igreja e dos media, temos que ensinar e aprender estas lições da história de que somos protagonistas e testemunhas. Ser protagonista da história é um privilégio e uma responsabilidade.

SCHOENSTATT: Peregrinação de doentes

Santuário de Schoenstatt No próximo domingo, dia 29 de Maio, vai realizar-se uma peregrinação ao Santuário de Schoenstatt, com início marcadao para as 10 horas, sendo a organização da Equipa Diocesana dos Visitadores dos Doentes e dos responsáveis paroquiais.
Do programa constam bons motivos de interesse, para além do convívio de que todos os participantes poderão usufruir, no ambiente sereno e tranquilizante do Santuário. Todos poderão, também, encontrar-se com Nossa Senhora, que ali está sempre disponível para acolher quem a Ela se dirige. O encontro termina com a Eucaristia, presidida pelo Padre João Gonçalves, coordenador diocesano da Pastoral da Saúde. A bênção final será às 16.30 horas.

Globalização desregulada entrava desenvolvimento justo

A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) promoveu no passado dia 21 de Maio a conferência “Por uma cidadania activa na construção de um desenvolvimento justo e sustentável", na qual se contestaram os efeitos perniciosos de uma globalização desregulada.“Estamos em fase de profundas transformações na economia e na sociedade, que não poderão ficar entregues, exclusivamente, à mera lógica dominante da maximização do lucro e dos interesses financeiros dos actores mais poderosos, como presentemente vem sucedendo”, assegura a CNJP.
O papel do mercado, “um elemento axial da economia contemporânea”, esteve no centro da reflexão, tendo-se considerado que o mesmo não é tudo: “o mercado é incapaz de resolver o impacto negativo das flutuações económicas; o mercado não corrige as desigualdades de rendimento ou a excessiva concentração do poder económico empresarial, antes tende a agravá-las; o mercado pode ser muito ineficiente na afectação de recursos entre as actividades que geram custos ou benefícios externos, assim como não garante a provisão de bens públicos e bens de utilidade social indispensáveis ao próprio desenvolvimento da economia e ao progresso social”.
Os elementos privilegiados na reflexão apresentada pela CNJP foram a economia do conhecimento no processo de globalização em curso e sua incidência na mudança de paradigma económico-social; a importância de novas vias de regulação social, quando desaparecem, ou grandemente enfraquecem, as unidades organizativas formais; o alcance de um novo conceito de empresa como bem social e de responsabilidade social da empresa.
A conferência ressaltou também a importância crescente de que se reveste uma “cidadania activa”, participante e responsável do nosso futuro colectivo. “A complexidade com que se desenvolve a economia e a sociedade e a aceleração com que ocorrem as mudanças exigem que exista, por parte dos cidadãos e cidadãs, um regular acompanhamento responsável dos processos de mudança em curso e permita uma previsão atempada de novos problemas emergentes e provisão dos meios para lhes fazer face”, defende a CNJP.
Fonte: Ecclesia

Falta de sinalização pode dificultar acesso às praias

A falta de sinalização para as praias no nó da A25 com a A17, junto ao estádio municipal de Aveiro, tem prejudicado os comerciantes das praias da Barra e da Costa Nova. Quem o garante é João Marcelino, da Associação dos Amigos da Praia da Barra (AAPB), afirmando que o fluxo de turistas «baixou significativamente, tal como a utilização dos parques de campismo, restauração e hotelaria», após a abertura ao tráfego automóvel do troço da A17 até Mira.Para o dirigente dos Amigos da Praia da Barra, esta situação deve-se à falta de sinalização para estas praias, que é inexistente na intersecção da A17 com a A25. No local, alega João Marcelino, onde deveria estar colocado um sinal de trânsito a indicar «Praias» e «Porto de Aveiro», pode-se ler somente «Aveiro», o que faz com que quem não conheça a região nem a nova auto-estrada «possa ficar um tanto perdido e sujeito a ir dar uma volta até Mira, ou em última instância até à Figueira da Foz».
(Para ler o texto na íntegra, clique Diário de Aveiro)

Um artigo de Sarsfield Cabral, no DN

O mito
As inovações tecnológicas têm dado enormes impulsos ao crescimento económico. Recorde-se o papel da máquina a vapor na primeira revolução industrial, no séc. XVIII. Mas a tecnologia, por si só, não leva ao desenvolvimento. Existiu essa ilusão nos anos 60, quando os computadores começaram a ter importância. Nesse tempo de forte crescimento das economias (em Portugal, não houve outro semelhante) não faltou quem pusesse todas as esperanças nas novas tecnologias. As quais, pensava-se, não só iriam trazer a prosperidade e a democracia, como o fariam ultrapassando a querela ideológica entre capitalismo e comunismo. Uma via consensual, evitando a luta de classes e até o combate às corporações imobilistas. Uma solução indolor, sem exigir grandes esforços nem afrontamentos. A tecnologia mudaria o mundo por nós era só deixá-la funcionar.
A ilusão durou pouco. Os choques petrolíferos dos anos 70 abalaram o optimismo do progresso. O mesmo optimismo que acreditava ir o crescimento económico eliminar a pobreza. Viu-se. Mas o fascínio pela tecnologia é persistente. António Guterres esperava da informática e da Internet a reforma da Administração pública que politicamente não conseguia promover.
Pela mão de Sócrates, a tecnologia está de novo na berlinda. Será que voltou o mito de que as novas tecnologias resolverão os nossos problemas? Há esse risco, de facto. Mas o primeiro-ministro moderou o entusiasmo pelo choque tecnológico que manifestara antes das eleições. A sua atitude parece agora mais sensata. O plano tecnológico é um passo indispensável, mas não milagroso, numa economia como a nossa, assente na fraca qualificação das pessoas e nos baixos salários. Algo que não dispensa a política, única maneira de vencer os interesses instalados. Tal como no défice orçamental.

Efemérides aveirenses

24 de Maio  


1956 – Foi solenemente inaugurado o novo edifício da Escola Industrial e Comercial de Aveiro, no Bairro do Liceu, com a presença do ministro das Corporações e Previdência Social, em representação do Governo.


1972 – Faleceu em Fátima a Madre Maria de S. João Evangelista de Lima Vidal – no século, Zulmira de Lima Vidal – irmã do Arcebispo D. João Evangelista de Lima Vidal, que nascera em Aveiro e, de 1930 a 1937, exercera o cargo de superiora-geral da Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena.


1982 – Faleceu em Lisboa o ilustre aveirense Dr. Mário Duarte, homem de fino trato, grande desportista e prestigiado diplomata: desempenhou o cargo de embaixador de Portugal em Cuba, na Alemanha, na França, no Brasil e no México.

Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

segunda-feira, 23 de maio de 2005

PRAIA DA BARRA: Obelisco

Posted by Hello Obelisco precisa de uma intervenção condigna
O obelisco que se encontra no centro da praceta junto aos Pilotos da Barra precisa de uma intervenção condigna. Construído e inaugurado no tempo do regime do chamado Estado Novo, alguém, depois do 25 de Abril, destruiu as inscrições originais, sem que ninguém até hoje as tenha mandado repor.
Eu sei que nas revoluções se procura destruir tudo o que possa recordar o passado que se combateu. Será legítimo, para uns, e ilegítimo, para outros. De qualquer modo, penso que não podemos apagar da história o que os nossos antepassados fizeram, bem ou mal. O que está bem deve ser respeitado e o que está mal deve ser corrigido e explicado.
Não alinho com os iconoclastas que teimam em acreditar que, destruindo símbolos, tudo fica resolvido. Não fica. O importante é educar para a verdade, assente sempre na democracia e no respeito por quem tem ideias diferentes.
Neste caso, penso que o obelisco, mesmo com as inscrições, não prejudicava ninguém e poderia, com elas, ser ponto de partida para se falar da História Pátria, enaltecendo os regimes que dignificaram o povo português e condenando os que o prejudicaram e vilipendiaram.
O que proponho? Muito simplesmente, isto: reponham as inscrições ou limpem o obelisco dos caracteres que ainda lá estão.
Assim como está, não está bem, penso eu.
F.M.

SANTÍSSIMA TRINDADE: Texto de Alexandre Cruz

Posted by Hello
Purificar a ideia de Deus
1. Inscrita no mais profundo do ser humano a 'procura da verdade', esta só é inteiramente saciada na busca de Deus... Sejam quais forem os caminhos do conhecimento, ciência e técnica, só a projecção 'para além de si mesmo', o desejo da transcendência, a esperança (e a procura da sua raiz) e o sentido de viver é que dará uma verdadeira e autêntica identidade que completa e diviniza a pessoalidade. Procurar Deus é também purificar o Homem!
2. A Igreja celebrou no domingo, desde (sensivelmente) o ano 1350, a FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE. Estamos, assim, ainda que a razão humana não conheça a totalidade do mistério, no centro nevrálgico da identidade de Deus e na aventura humana que O procura. Deus - absoluta verdade, convivência, fraternidade - não é solitário, Deus é família! "O Senhor é cheio de misericórdia!"
3. À pergunta: "porque nasce inscrito no ser humano o desígnio da unidade, o laço do amor, a sede de paz?" Já desde os tempos antigos que se estudava e imaginava como seria a família de Deus... O Pai Criador em comunhão íntima (indivisível) com o Filho Jesus, e uma força comunicacional de tal maneira intensa que, qual taça cheia do champanhe mais puro, está permanentemente a transbordar para nós, que bebemos dessa FONTE INESGOTÁVEL DO AMOR QUE DEUS É. E para que não falte nenhum elo na unidade (por essência), então o Espírito Santo é essa ponte permanente entre o Pai e o Filho, que gera nos dias da nossa vida, na nossa consciência, o espírito do bem...
4. Falarmos da SANTÍSSIMA TRINDADE... é ficarmos calados! E no silêncio meditativo apreciarmos, acolhermos Deus...pela criatividade admirável (do Pai) da natureza, até ao topo da comunicação do Seu amor à Pessoa humana (no Filho), e ao segredar do sopro da esperança interminável (do Espírito Santo). Dissemos 'tudo' e não dissemos ‘nada’..."Deus ama tanto o mundo!..."

domingo, 22 de maio de 2005

HINO DA PARÓQUIA DA GAFANHA DA NAZARÉ

Nossa Senhora da Nazaré 

Senhora da Nazaré, Tu és a nossa Mãe. 

Senhora Mãe de Jesus, Tu és a nossa luz. 
Uma terra junto à ria, nascida do Senhor, 
com a alma de Maria espalharemos o amor. 

Pelos caminhos da luz, conduzidos pela mão, 
guiados para Jesus, no caminho do perdão. 
Unidos no amor de Deus, partiremos ao altar, 
Senhor do alto dos Céus, vinde, vinde nos salvar. 

 Os gafanhonazarenos a Teus pés vêm prostrar-se, 
cantando alegremente, Teu filho vimos louvar.

Igreja Matriz: Postal Ilustrado - 4

Posted by Hello Torre sineira

Igreja Matriz: Postal Ilustrado - 3

Posted by Hello Adro: Escadaria

Igreja Matriz: Postal Ilustrado - 2

Posted by Hello Adro da igreja: Nossa Senhora da Nazaré

Igreja Matriz: Postal Ilustrado - 1

Posted by Hello Pia baptismal