segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005

PORTUGUESES apontam novo rumo

Sobre as últimas eleições, que ontem mobilizaram o País e mostraram que é possível afastar o fantasma das abstenções, quando há razões que põem em causa o bem-estar das pessoas, já toda a gente sabe que o PS ganhou com maioria absoluta. Isto significa que vai ter condições para levar por diante o seu programa eleitoral, sem entraves de maior. Mas será importante que ninguém se iluda. Portugal ainda não saiu da crise económica e social profunda em que se encontra desde há seis anos. Agora chegou a vez de o PS mostrar quanto vale, isto é, se é capaz de avançar com reformas que têm sido sistematicamente adiadas, se é capaz de vencer o défice orçamental crónico em que temos estado, se é capaz de acabar com a evasão fiscal, se é capaz erradicar a pobreza que grassa no País, com mais de dois milhões portugueses a viverem no limiar da pobreza. Agora chegou a vez de o PS mostrar que é capaz de reduzir o desemprego, criando, durante a legislatura, os 150 mil postos de trabalho que anunciou como objectivo fundamental, que é capaz de atrair investimento, que é capaz de estimular a produtividade e a competitividade, que é capaz de eliminar a burocracia que tudo emperra, que é capaz de investir na modernização do País, a todos os níveis, que é capaz levar os portugueses a terem confiança no futuro. Agora chegou a vez de o PS mostrar que é capaz de olhar para os mais desfavorecidos, para os mais idosos, para os mais solitários, para os desempregados, para os que lutam pelo primeiro emprego, para os doentes sem médicos, para os imigrantes explorados, para os portugueses com medos ancestrais. Agora chegou a vez de o PS mostrar que é capaz de dialogar com as outras forças políticas, com as forças cívicas, com as instituições, com o povo sem vez e sem voz, respeitando sempre as diferenças legítimas que marcam a sociedade portuguesa, propondo soluções que não ofendam as convicções das pessoas. Sem caça às bruxas, sem inundar os cargos públicos com os seus correligionários, mas dando preferência, nas suas escolhas, aos competentes, aos mais capazes, tendo em conta, apenas, os méritos de cada um, tudo isto para melhor servir Portugal. Fernando Martins
Foto: José Sócrates, o grande vencedor das eleições legislativas
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DIÁCONO PERMANENTE: Símbolo da Igreja servidora

Seminário de Aveiro

O diácono permanente tem de ser símbolo da Igreja servidora, fazendo dos dons recebidos doação aos outros, lembrou o padre Georgino Rocha no encontro de reflexão quaresmal que decorreu no Santuário de Schoenstatt, no passado sábado. 
Os diáconos permanentes, três dos quais se fizeram acompanhar de suas esposas, debruçaram-se sobre a tríplice diaconia que devem viver no dia-a-dia, ao nível da Caridade, da Palavra e da Liturgia, situando-se o mais próximo possível da realidade laical e do protagonismo dos leigos. Estes consagrados têm de ser “despertadores” de serviços na Igreja, sublinhou o padre Georgino, delegado episcopal para o diaconado permanente, ao mesmo tempo que frisou a necessidade de todos crescerem “tendo como referência Jesus Cristo”. 
Por outro lado, devem assumir a preocupação de se tornarem “educadores da fé” junto daqueles com quem trabalham, vivem e convivem, estando sempre atentos aos mais empobrecidos e às vítimas das injustiças. Dos diáconos permanente se espera que sejam pessoas “renovadas no seu espírito” e que apostem em ser porta-vozes no mundo dos valores defendidos pela Igreja, expressando a sua fé no modo como “olham” os outros, num esforço sempre inacabado de serem “espelho de Deus”, nas comunidades em que vivem e trabalham. 
Entretanto, o padre Georgino lembrou que o diácono casado não pode descuidar as obrigações do seu lar, “sob pretexto do exercício do ministério que exerce”. Também deve desenvolver uma “autêntica espiritualidade matrimonial”, em que marido e esposa sejam espelho um do outro, na caminhada de serviço a quem mais precisa, testemunhando os valores do Evangelho em todos os momentos da vida.
Neste encontro, foi referido que os diáconos permanentes não são profissionais da Igreja, sendo certo que devem estar plenamente disponíveis para servir e acolher, desfazendo barreiras e criando pontes no mundo, em todas as situações, num espírito de humildade, prudência, simplicidade, competência e seriedade. 
Ainda foi salientado que o autêntico espírito de serviço do diácono está na doação radical aos outros, com testemunho de vida, por ter sido amado e escolhido por Deus, ungido e enviado, tornando-se “eucaristia” que o predispõe a ir até “às últimas consequências” na sua entrega, como sublinhou o delegado episcopal para o diaconado permanente na Diocese de Aveiro. 

F.M. 

NB: Este texto pretende divulgar o múnus do diaconado permanente, que existe na Diocese de Aveiro desde 1988. Presentemente há, nesta diocese, 28 diáconos permanentes (27 casados e um viúvo), que servem a Igreja em vários campos. Fazem parte do clero, porque receberam o primeiro grau do Sacramento da Ordem.

domingo, 20 de fevereiro de 2005

Leituras para este domingo

Não fiquemos manietados pela televisão, num domingo como este. A leitura pode elevar-nos muito mais. Por isso, sugerimos: 1 — "Nunca menos do que isso", de Jorge Pires Ferreia, publicado no CORREIO DO VOUGA. 2 — "A Morte da Irmã Lúcia na Televisão", de Frei Bento Domingues, no PÚBLICO. 3 — "Hoje não há política", de António Barreto, no PÚBLICO

RECEITA para experimentar

OITO PASSOS PARA SER FELIZ
1. DAR GRAÇAS PELO QUE SE TEM: Escreva um «diário de gratidão» registando três a cinco coisas pelas quais está actualmente grato - desde as triviais às magníficas. Faça-o uma vez por semana. 2. PRATICAR ACTOS DE BONDADE: Devem ser tanto aleatórios como sistemáticos. Ser caridoso para os outros, amigos ou estranhos, desencadeia uma cascata de efeitos positivos - faz-nos sentir generosos e capazes. 3. SABOREAR AS ALEGRIAS DA VIDA: Atenção aos prazeres momentâneos. Alguns psicólogos sugerem que tiremos «fotografias mentais» dos momentos agradáveis. 4. SER GRATO: Se existir alguém para com quem tenha uma dívida de gratidão, não espere para lhe manifestar apreço. 5. APRENDER A PERDOAR: Deixe esmorecer a cólera e o ressentimento e escreva uma carta a perdoar a quem o tiver magoado ou prejudicado. A incapacidade para perdoar está associada ao pensamento de vingança. 6. INVESTIR NOS AMIGOS E FAMÍLIA: Os relacionamentos pessoais fortes serão o principal factor de felicidade. 7. CUIDAR DO CORPO: Dormir bem, fazer exercício, espreguiçar-se, sorrir e rir melhoram o humor a curto prazo. 8. DESENVOLVER ESTRATÉGIAS PARA ENFRENTAR O STRESSE E AS DIFICULDADES: Uma fé religiosa sadia e crenças como «o que não me mata fortalece-me» podem ajudar. NB: Conselhos práticos da psicóloga Sonja Lyubomirsky, da Universidade da Califórnia, para se ter uma vida mais satisfatória, publicados na TIME/VISÃO
Foto: Um sorriso
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NAVIO-MUSEU SANTO ANDRÉ

Hoje, depois de cada um votar para a escolha dos deputados que nos hão-de representar no Parlamento, proponho uma visita ao Navio-Museu Santo André, que tantas viagens fez aos mares do bacalhau. Foi campeão português na pesca do fiel amigo e o segundo melhor do mundo. Agora, mostra-se no Jardim Oudinot (Forte da Barra) na Gafanha da Nazaré, com histórias para recordar e para contar. Ao longo de quase 50 anos, foi arrastão salgador e congelador, tendo pescado com redes de emalhar, especialmente nos mares da Terra Nova e da Gronelândia. Pescou fundamentalmente o bacalhau que, depois de salgado e seco, os portugueses tanto apreciam, desde há meio milénio, sendo, por isso, dos maiores consumidores do mundo. O dia está bonito para passar pelo Santo André e para perguntar aos cicerones tudo o que quiser saber sobre este navio-museu. E depois, desfrute um pouco o ambiente, aprecie a paisagem da Ria e... descanse por ali. À noite, vamos esperar pelos resultados das eleições.
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sábado, 19 de fevereiro de 2005

Presidente da República: "em democracia, todas as crises têm uma solução"

A propósito das eleições de amanhã, o Presidente da República, Jorge Sampaio, afirmou que, "em democracia, todas as crises têm uma solução". Por isso, estas eleições têm "uma importância acrescida". Disse que "Portugal está numa encruzilhada" e que, neste momento, " a escolha da melhor forma de responder à crise portuguesa está nas mãos dos cidadãos". "Confio no sentido de responsabilidade do eleitorado, na sua seriedade, na sua lucidez. Amanhã, vamos votar com responsabilidade cívica e confiança na nossa democracia e no nosso país. Estou certo de que a escolha dos portugueses será, como no passado ficou demonstrado, a boa escolha para Portugal", acentuou Jorge Sampaio. O Presidente da República considerou que "nem todos os responsáveis políticos e analistas fazem a mesma avaliação das causas e da sua caracterização, da sua extensão e da sua profundidade" , mas também é verdade que "nenhum deles nega, porém, a sua existência e a necessidade imperiosa de lhe responder com reformas estruturais e com medidas urgentes e eficazes. Todos concordam que não é possível deixar andar, como se nada fosse". A concluir, adiantou que votar é, sem dúvida, uma forma fundamental e consequente de afirmar o nosso empenhamento para ultrapassar as dificuldades. "Portugal exige-o de todos nós. A indiferença e o alheamento da vida da comunidade não resolvem nenhum problema. Pelo contrário: com indiferença e alheamento todos os problemas se multiplicam e se agravam", garantiu. , Posted by Hello

João César das Neves diz o que pensa sobre a sexualidade

O economista e professor da Universidade Católica Portuguesa, João César das Neves, foi acusado em tribunal por ter feito certas afirmações, que algumas organizações homossexuais consideraram difamatórias. Para ficar a saber o que se passou e para ficar esclarecido sobre as suas posições, pode ler no INDEPENDENTE a entrevista que ele concedeu a este semanário.

Ainda a CASA DO GAIATO

O ministro da Segurança Social, Família e Criança, Fernando Negrão, já assinou o despacho que constitui a comissão de acompanhamento da Casa do Gaiato e revoga, ao mesmo tempo, o despacho de 28 de Junho de 2004, que suspendeu a entrega de menores à Casa do Gaiato (CG). Num artigo de António Marujo, no PÚBLICO, o problema da Casa do Gaiato volta a ser notícia. Artigo para ler, para estarmos atentos e para descobrirmos formas de colaborar. A Casa do Gaiato e o seu espírito não podem morrer, porque nasceu por amor.
Foto: Visita à Casa do Gaiato Posted by Hello

AUGUSTO GIL - BALADA DA NEVE


 
 
 
Batem leve, levemente,
como quem chama por mim...
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim...

É talvez a ventania;
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento, com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudade, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
de uns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
 depois em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos... enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na natureza...
– e cai no meu coração.


Augusto Gil


NB: A seca que o país está a sentir trouxe-me à memória, nem sei porquê, este poema de Augusto Gil que, na minha infância e juventude, tanto gostava de recitar. Aqui partilho com os meus amigos esta linda balada, na esperança de que outros a releiam com o mesmo gosto com que eu a reli.

F. M. 

SECA coloca Portugal em risco de incêndios

A seca que se faz sentir em Portugal, a maior desde há muitos anos, coloca o nosso país numa situação de risco de incêndios, alerta a Agência para a Prevenção de Incêndios Florestais. Com a falta de humidade, torna-se mais fácil a deflagração de fogos e a propagação de incêndios, o que nos deve obrigar a cuidados extremos. Aquela Agência recomenda, então, que se sigam as medidas preventivas previstas na lei, como a proibição das queimadas para renovação de pastagens, a queima dos materiais que sobram das explorações agrícolas e o uso de foguetes em espaços rurais sem a presença de bombeiros. Recomenda, ainda, que, "nas manchas florestais de reconhecido valor económico, social e ecológico, não é permitido desenvolver quaisquer acções, a não ser aquelas que estejam relacionadas com a actividade florestal e agrícola, mas desde que não se proceda à execução de trabalhos que envolvam a utilização de maquinaria susceptível de provocar faíscas ou faúlhas". Refere, também, que as pessoas que circulem no interior de zonas críticas estão obrigadas a identificar-se perante as entidades com competência em matéria de fiscalização.
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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

Empresários cristãos querem governação com ética

Em documento tornado público, a ACEGE (Associação Cristã de Empresários e Gestores) propõe uma governação com ética, que estimule uma economia social de mercado, em que a regulação da actividade económica defenda o direito de iniciativa e de propriedade, "criando mecanismos que assegurem a inclusão dos excluídos do mercado de trabalho e da sociedade". Nessa linha, sublinha que é preciso desenvolver uma política de promoção da Família e potenciar a adopção de medidas que ajudem a promover, nas empresas, a conciliação do trabalho com a família. Ao mesmo tempo, alerta para a necessidade de "favorecer a liberdade de Educação, de ensinar e de aprender, que permita às famílias escolher, sem restrições económicas, o seu projecto educativo, estimulando a qualidade do ensino e a articulação com o mercado de trabalho". Por outro lado, sugere um relacionamento, com o Estado, baseado na exigência, independência e lealdade, lutando, designadamente, "contra todas as situações de fraude fiscal e não influenciando de modo ilegítimo a decisão política". Entretanto, aquela associação defende o combate à evasão fiscal, promovendo uma cultura de cumprimento solidário das respectivas obrigações fiscais, pessoais e empresariais. Mas também quer que o Estado seja o primeiro a dar o exemplo no cumprimento das suas obrigações para com os cidadãos, evitando ser confrontado com o argumento de que o Estado não tem legitimidade para exigir e não é, por isso, pessoa de bem.
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A campanha eleitoral chegou ao fim. Ainda bem!

A campanha eleitoral chegou ao fim. Ainda bem! Ainda bem, porque os candidatos já só sabiam repetir-se. Ainda bem, porque andamos há mais de um mês a ouvir o mesmo. Ainda bem, porque os políticos não trouxeram nada de novo, com convicção, que nos ajudasse a mudar de ideias. Ainda bem, porque, afinal, só queremos chegar a domingo, para tentarmos oferecer o nosso contributo para a resolução da crise em que o País vive há anos. Pois é verdade. Andamos todos saturados de promessas irrealizáveis, de compromissos sem sentido, da ganância de alguns que querem sentar-se no poder a todo o custo. Andamos todos saturados de ouvir dizer que Portugal rola sobre esferas bem oleadas, quando o desemprego aumenta, os pobres são cada vez mais, o endividamento das famílias atinge valores inquietantes, a economia regride e muitas empresas abrem falência. E todos os candidatos dizem que é possível, sem muitos sacrifícios, passar desta situação de dificuldades palpáveis ao clima de bem-estar social. De maus políticos estamos todos cansados. Mas importa manter a esperança. Não foi Cavaco Silva que disse que os bons políticos acabam por destronar os maus políticos? E não foi Medina Carreira, um especialista em assuntos fiscais, que disse, ontem, que os maus políticos vão desaparecer de cena nos próximos dois anos, porque prometeram o impossível? Com optimismo, apesar de tudo, no próximo domingo, 20 de Fevereiro, todos temos a obrigação moral de votar. Para ajudar a resolver a crise. Para, depois, com legitimidade, podermos protestar e reclamar, pelas vias democráticas. Para, a partir de domingo, podermos exibir as facturas das promessas feitas aos portugueses pelos vencedores. E, se eles não as pagarem, se nos atirarem à cara que não disseram o que disseram, então teremos de proclamar bem alto que não queremos à frente dos destinos de Portugal, uma nação multissecular, mentirosos, incompetentes, políticos sem vergonha e sem carácter. Portugal e os portugueses prescindem muito bem deles. Fernando Martins

ESCRAVATURA: é urgente pedir desculpa

Joaquim Chissano, ex-Presidente de Moçambique, recebeu ontem, na Universidade do Minho (UM), o Grau de Doutor Honoris Causa em Ciência Política e Relações Internacionais. Presentes na cerimónia, o Presidente Jorge Sampaio e o Dr. Mário Soares, que não deixaram de elogiar o novo Doutor da UM. Sempre vimos em Joaquim Chissano um homem sereno e de comportamento humilde, com capacidade para se dar à sua pátria e para servir de exemplo, pela sua dedicação à causa que abraçou, a muitos dirigentes africanos, e não só. E ontem, com muita coragem, denunciou os crimes cometidos pelos países colonizadores, incluindo Portugal, nomeadamente a escravatura que implementámos, os negros que comprámos e vendemos como se fossem gado. Quando falamos de colonização logo sublinhamos o bom relacionamento que houve entre portugueses e povos colonizados, as cidades bonitas que erguemos, as igrejas que construímos, enfim, algo de bom que fizemos. Mas não fizemos só coisas boas e bonitas. Explorámos pessoas humanas e deixámos povos primitivos tal como os encontrámos. Chissano referiu, com oportunidade: "até hoje, ainda não se prestou uma verdadeira homenagem aos povos africanos pela contribuição que deram para a acumulação do capital, e, ainda não foram apresentadas desculpas oficiais pelas atrocidades cometidas". Lembrou que o trabalho escravo foi usado para formar as actuais grandes potências económicas mundiais e que há, actualmente, países que desfrutam do trabalho produzido pela escravatura, Portugal incluído. Como país maioritariamente católico, às vezes pregamos muito o perdão, mas nem sempre fazemos e que pregamos. E desculpamo-nos, de forma tão ridícula, como o fez aquele encarregado de uma Roça de São Tomé, que Miguel Sousa Tavares nos mostra no seu «Equador», quando com ele falava da escravatura: "Bem, senhor governador, isso nem parece conversa do senhor. Cada um tem o seu lugar, não fomos nós que fizemos o mundo, foi Deus. Foi ele, que eu saiba, que fez os brancos e os pretos, os ricos e os pobres." Fernando Martins Posted by Hello

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

BUDISMO: religião, cultura ou filosofia?

O budismo é uma religião? É uma cultura? Uma filosofia de vida? Para esclarecer estas e outras questões, o CUFC - Centro Universitário Fé e Cultura promove, no dia 23 de Fevereiro, uma tertúlia com Paulo Borges, presidente da União Budista Portuguesa. A tertúlia tem início às 21 horas, no CUFC, frente à Universidade de Aveiro, e a entrada é livre. Esta é uma excelente oportunidade para conhecermos sinais de vidas e de formas de pensar diferentes.
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Bispo de Aveiro afirma: políticos são servidores do povo e não donos da Pátria

Quando é que os políticos se dispõem a aprender a nobre arte da política? Quando é que percebem que ter posições diferentes não dá direito a ser menos educado? Quando é que o povo se dispõe a apreciar, com critérios válidos, os políticos que o servem ou querem servir? Quando é que os políticos se convencem, de uma vez por todas, que são servidores do povo e não donos da Pátria? Estas são algumas perguntas que o Bispo de Aveiro lança, como desafio à reflexão de todos, no CORREIO DO VOUGA.

PESSOA em estado vegetativo tem direito a cuidados básicos

O Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) defende, em comunicado tornado público ontem, que a pessoa em estado vegetativo tem direito a cuidados básicos, que incluem a alimentação e a hidratação artificiais, acrescentando que toda a decisão sobre o início ou a suspensão desses cuidados deve respeitar a vontade do próprio doente. Essa vontade pode ser expressa, presumida ou manifestada por pessoa de confiança previamente designada por quem se encontra em estado vegetativo. O processo de tratamento deve envolver a equipa médica, assim como a família mais próxima e/ou a pessoa de confiança anteriormente indicada, bem como tem de pressupor a disponibilização da informação conveniente a todo o processo decisório, tendo em conta a vontade da pessoa em estado vegetativo, nos limites da boa prática médica, e tendo em consideração cada caso concreto. Este parecer da CNECV não é, porém, vinculativo, mas ajuda os médicos a agir perante cada pessoa em estado vegetativo. Em Portugal, a legislação permite aos doentes recusarem tratamento, mas não existe legislação que os autorize a expressar, por escrito, a sua vontade de recusar reanimação ou tratamento, em caso de chegar ao estado vegetativo.
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SÃO JACINTO: "ferry-boat" começa no Verão

A ligação do Forte da Barra, na Gafanha da Nazaré, a São Jacinto, freguesia do concelho de Aveiro, vai iniciar-se no Verão. Quem o garantiu foi o edil aveirense, Alberto Souto, na sessão comemorativa dos 50 anos da criação daquela freguesia.
Oxalá isso aconteça. À falta de uma ponte, que ninguém quer prometer, venha lá o "ferry-boat", quanto antes, para não ficarmos sempre, do lado de cá, a ver São Jacinto, ao longe.
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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

A Política é chata?

Depois do debate político de ontem, que nada disse de importante aos portugueses, ocorreu-me transcrever uma curta reflexão do filósofo José Gil, considerado um dos 25 grandes pensadores mundiais, como foi tornado público há dias. O seu último livro, de que voltarei a falar dele neste espaço, ao sabor da maré da oportunidade - Portugal, Hoje - O Medo de Existir -, devia ser lido por muito boa gente, porque nos põe a pensar sobre coisas muito simples do nosso quotidiano. F.M. "Não há debate político: nem sequer na televisão que cria um espaço artificial, com regras predeterminadas que limitam a espontaneidade das intervenções, o acaso, e a participação desse «fora» que faz toda a riqueza da expressão pública. Nos jornais e na rádio, os debates confinam-se a trocas de opiniões e argumentos entre homens políticos, sempre de um partido, visto que no mundo da política não há lugar para independente, ou entre comentadores, pretensos «opinion makers» que dialogam constantemente entre si, em círculo fechado. Muitos dos políticos são também comentadores, fazem o discurso e o metadiscurso, o que suscita um circuito abafador e redundante: sempre as mesmas vozes e a mesma escrita nos mesmos tons, com os mesmos argumentos, com o mesmo plano de sentido, como se as ideias políticas se reduzissem a um empirismo sociológico de estratégias partidárias. Se a política é «chata» em Portugal, se os portugueses estão «fartos dos políticos», isso não se deve apenas à sua incompetência, mas também ao próprio universo do debate político em que nada de novo, de inovador, de diferente, de forte, de original e estimulante surge para abalar os espíritos."
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São Jacinto faz hoje 50 anos

A mais isolada freguesia do concelho de Aveiro, São Jacinto, faz hoje meio século de vida, pois foi criada em 1955 pelo decreto-lei nº40 065, do Governo de então. Separada de Aveiro por braços da Ria, as ligações com a sede do concelho, por via terrestre, obrigam os seus moradores a passarem pelos concelhos da Murtosa e Estarreja. De outra forma, ficam sujeitos às travessias por lancha e condicionados aos seus horários. O sonho, de há muito, está ligado à construção de uma ponte, que aproximasse a freguesia da sede do concelho, já que a vida exige hoje muito mais facilidades de deslocação do que antigamente, sobretudo às povoações vizinhas. Mas a ponte, de que tanto se falou, há décadas, caiu no esquecimento, talvez para se preservar a Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, um ex-libris da região. Ou, como também se disse, para deixar a sua praia para alguns privilegiados. Depois, surgiu a ideia do "ferry-boat", que não será a mesma coisa. A livre circulação dos residentes, sem peias de horários, seria o ideal. Não há a Ponte da Varela, que aproxima Murtosa da Torreira? Não há outras pontes bem maiores no País? Então por que não se avança com o projecto e com a concretização de um sonho, decerto da maioria do povo de São Jacinto?
Fernando Martins
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D. António deseja continuar por Aveiro depois da resignação

Em 21 de Setembro, D. António Marcelino completa 75 anos de idade, altura em que apresentará ao Papa a sua disponibilidade para aquilo que ele quiser. Mas não esconde o desejo de ficar por Aveiro, porque quer "continuar a ser útil à Igreja Diocesana". Isto mesmo e muito mais foi dito pelo nosso bispo, na segunda parte da grande entrevista que concedeu ao CORREIO DO VOUGA.
Foto: D. António Marcelino Posted by Hello