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segunda-feira, 28 de abril de 2008

JARDEL ALERTA PARA O PERIGO DA DROGA


Em entrevista à Rede Globo do Brasil, Jardel, o grande goleador que ensinou como se marcam golos com aparente facilidade, passou um mau bocado na vida. De um dia para o outro, o goleador, o jogador que decidia campeonatos, como aconteceu no Sporting, foi derrotado pela cocaína. Confessou isso mesmo em entrevista que está a correr mundo. Quer, agora que se considera curado, pois não consome drogas há dois meses, voltar a jogar num clube grande do seu país, numa luta consigo mesmo. Resta saber se aos 34 anos ainda conseguirá marcar golos que resolvem jogos. Para mim, porém, a sua grande lição de vida está no testemunho que deu com a entrevista, alertando a juventude para o perigo da droga. Perigo que pode pura e simplesmente destruir um grande jogador. Ou um homem!

domingo, 27 de abril de 2008

ESTÔMAGOS VAZIOS GERAM REVOLUÇÕES

O trigo subiu 130 por cento

O problema da escassez de alimentos começa a inquietar o mundo. O tema já foi abordado, com oportunidade, pelo meu colaborador Vítor Amorim, hoje e aqui no meu blogue, mas será sempre bom voltarmos a ele, porque tudo quanto se disser não será demasiado.
Em opinião, na coluna lateral, Ferreira Fernandes, do Diário de Notícias, lembra até que “o estômago vazio é que dá horas às revoluções, não a falta de liberdade”. E é verdade.
O PÚBLICO de hoje dedica umas boas seis páginas ao assunto, porque é importante reflectir com muita seriedade, sob pena de perdermos a carruagem da busca de soluções, que são inadiáveis.
Ao abordar a questão da fúria dos pobres, lembra que ela já está em campo, prenunciando revoluções sociais de consequências imprevisíveis, apoiadas, essencialmente, na falta de pão. Recorde-se, antes de mais, que os preços baixos da alimentação duraram 40 anos e que, de um dia para o outro, as subidas foram simplesmente brutais, segundo o PÚBLICO: o milho aumentou 31 por cento, o arroz 74 por cento, a soja 87 por cento e o trigo 130 por cento.
Paralelamente, os protestos não param: México, Marrocos, Mauritânia, Guiné, Camarões, Senegal, Costa do Marfim, Madagáscar, Moçambique, Etiópia, Haiti, Indonésia, Iémen e Paquistão dão, entre outros países, o tom ao descontentamento. Alguns países já suspenderam as exportações e noutros começaram as restrições à venda de alguns produtos alimentares. Tudo, ao que se diz, por causa do aumento das populações, dos biocombustíveis e do preço petróleo, que não pára de crescer.
FM

quinta-feira, 17 de abril de 2008

ONU: QUE OBJECTVOS PARA 2015?


“Nós, Chefes de Estado e de Governo, reunimo-nos na Sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, entre os dias 6 e 8 de Setembro de 2000, no início de um novo milénio, para reafirmar a nossa fé na Organização e na sua Carta como bases indispensáveis de um mundo mais pacífico, mais próspero e mais justo.” (…) “Decidimos ainda”: 1. Reduzir para metade a pobreza extrema e a fome, até ao ano de 2015; 2. Alcançar o ensino primário e universal, até ao ano de 2015; 3. Promover a igualdade entre sexos; 4. Reduzir em dois terços a mortalidade das crianças, até ao ano de 2015; 5. Reduzir em três quartos a taxa da mortalidade materna, até ao ano de 2015; 6. Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças graves, invertendo a tendência de crescimento até 2015; 7. Garantir a sustentabilidade ambiental; 8. Criar uma parceria mundial para o desenvolvimento.
Caros leitores, o que leram não é ficção. Trata-se de um pequeníssimo resumo de oito objectivos que fazem parte da Declaração do Milénio das Nações Unidas, assinada, no ano 2000, por todos os seus Estados-membros, e a atingir até ao ano de 2015!
Passados cerca de 8 anos, é razoável que se pergunte: o que é que se tem feito para que estes compromissos estejam a ser cumpridos. Afinal, o ano de 2015 está próximo!
Infelizmente, estamos, mais uma vez, perante um conjunto de boas intenções, que não passam disso mesmo. O declínio de uma sociedade humana inicia-se quando os princípios apregoados pelos seus responsáveis políticos não correspondem à realidade e aspirações, legítimas, dessa sociedade, tendo como premissa as reais necessidades dos seus cidadãos, fundamentadas na paz, na verdade, na justiça e igualdade, a que se junta a execução, eficaz e imediata, dos mesmos princípios, junto das populações.
No último texto que partilhei com os leitores, perguntava pelo futuro da ONU. Hoje, a pergunta que deixo, vai um pouco mais além: qual o futuro da humanidade? Em rigor, não há uma resposta exacta, ainda que existam sinais preocupantes por todo o mundo.
O mês de Abril, tem sido fértil em manifestações, algumas bem violentas, devido ao aumento brutal do preço dos cereais, como o milho, trigo e arroz, e da fome que está a originar nas pessoas. Haiti, Egipto, Costa do Marfim, Camarões, Bolívia, Filipinas e México foram alguns dos países onde decorreram incidentes, já que estes cereais são a base da alimentação dos seus cidadãos. No dia 9 de Abril, em Nova Deli, Jacques Douf, Director-Geral da FAO, fez um alerta, veemente, para as consequências do aumento dos preços dos cereais (houve casos de aumentos de 181%) e dos seus efeitos na alimentação dos países mais pobres. O FMI também tem feito alertas importantes.
No Quénia, Etiópia, Paquistão, Indonésia, Bolívia, também já começaram a surgir sinais de insegurança alimentar e os países mais ricos não estão imunes a esta crise.
O aumento brutal do preço do petróleo (ainda não explicado) está a estimular, cada vez mais, a produção de biocombustíveis, à base, sobretudo, do milho, que devia ir para a alimentação, gerando profundos desequilíbrios em toda a cadeia alimentar e afectando todo o circuito alimentar envolvido. A isto, há que juntar as alterações climáticas, em algumas zonas do globo, com a consequente baixa da produção dos cereais e as alterações da dieta alimentar na China e na Índia.
Ao crescimento económico e à extraordinária evolução científica e tecnológica, que se tem verificado em todos os domínios, nos últimos anos, não têm correspondido medidas para que a desigualdade e a pobreza deixem de aumentar e as doenças deixem de alastrar um pouco por todo o planeta.
A Declaração do Milénio das Nações Unidas parece estar a transformar-se numa nova miragem, das tantas que, os que nos (des) governam, são pródigos em prometer.
Até quando o mundo e os seus povos aguentam este somatório de disparates?
Vítor Amorim

quarta-feira, 16 de abril de 2008

HUC: Estacionamento muito difícil

Por motivo de consulta médica, acompanhei hoje uma familiar ao Hospital Universitário de Coimbra, onde, aliás, tenho ido inúmeras vezes. Hoje como sempre foi muito difícil estacionar. A paciente teve que correr para não perder a consulta e eu tive de andar, andar, andar à procura de um cantinho para estacionar o carro. Como é sabido, naquela zona da cidade há vários hospitais ou diversas dependências do mesmo. O HUC propriamente dito, o Hospital Pediátrico, o IPO e outros. E o problema está aqui. Com tão completa concentração de serviços, decerto com muitas centenas de funcionários, entre médicos, paramédicos, auxiliares e administrativos, os espaços existentes mal dão para eles. E para os doentes e acompanhantes que chegam de toda a Região Centro para as consultas e exames? É impossível. Não se compreende como é que os programadores, projectistas, políticos e demais responsáveis por estes equipamentos não pensam nestas questões. Usar transportes públicos? É complicado. Mas quem usa os seus meios próprios, como é que há-de fazer? Só há uma solução: cada doente tem de levar um condutor para andar por ali às voltas enquanto dura a consulta. Hoje de manhã havia muitos, como eu. Em conclusão: pensar na construção de hospitais (e de quaisquer equipamentos) exige que se pense na qualidade de apoios aos doentes, seus familiares e utentes.
FM

segunda-feira, 14 de abril de 2008

ONU: QUE FUTURO?


“Nós, os povos das Nações Unidas, decidimos:
A preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra que, por duas vezes, no espaço de uma vida humana, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade;
A reafirmar a nossa fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, assim como das nações, grandes e pequenas;
A estabelecer as condições necessárias à manutenção da justiça e do respeito das obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional;
A promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de um conceito mais amplo de liberdade;”
Este texto consta da Nota Introdutória da Carta das Nações Unidas, assinada na cidade de São Francisco, a 26 de Junho de 1945, pelos Estados-membros seus fundadores.
Ninguém deixará de concordar com estes princípios e que a sua aplicação real seja feita, de modo a que cada continente, cada país, cada povo, cada etnia e cada homem se sintam, apesar das suas naturais diferenças, iguais entre si, em direitos e deveres, na medida que todos são cidadãos de uma mesma casa comum: a Terra.
Infelizmente, a realidade do mundo actual dá-nos conta de que, ao fim dos seus 63 anos, após a sua fundação – 24 de Outubro de 1945 –, a Organização da Nações Unidas (ONU) está longe de conseguir aplicar os princípios a que ela mesmo se propôs, assim como dá sinais, evidentes, de uma flagrante inoperância, incapaz de inverter a dinâmica de injustiças, conflitos, guerras, pobreza e doenças que, cada vez mais, se vão instalando um pouco por todo o mundo.
Desde há muito que se discute a eficácia real da ONU e a sua capacidade para fazer face aos problemas reais do mundo contemporâneo e esta questão já não é ignorada por nenhum dos seus actuais 192 Estados-membros.
De facto, como é possível que a ONU possa ter uma estrutura moderna e funcional, capaz de encontrar soluções e propostas para o mundo de hoje, se ela própria, ao longo dos seus quase 63 anos de existência, não sofreu nenhuma reforma de fundo, capaz de reavivar os princípios éticos e morais da sua própria Carta de valores.
É evidente que não é por acaso que isto sucede e se deixou chegar a ONU ao ponto em que chegou.
Teoricamente, todos os Estados-membros têm os mesmos direitos e deveres, só que, na prática, estes princípios não funcionam, havendo Estados-membros de primeira e de segunda categoria.
No dia 9 de Abril, do corrente ano, o antigo presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, numa conferência, no auditório da Fundação Serralves, no Porto, afirmava: “É urgente reestruturar as bases da ONU, para que adquira força de se impor ao mundo e não esteja dependente do veto de alguém, o que, muitas vezes, obriga que os Estados tenham que andar a negociar aquilo a que aspiram e lhes cabe por direito e justiça própria.”
Criada logo a seguir ao final da II Guerra Mundial e passando por todo o período da Guerra Fria (1945-1991), os pressupostos da sua criação e da sua posterior manutenção já não existem, nos mesmos termos de há 63 anos atrás. O mundo tem mudado muito.
Num mundo em que emerge, notoriamente, a ideia de que ninguém se entende sobre as grandes questões mundiais e onde faltam líderes fortes e mobilizadores da sociedade humana, a ONU tem que abandonar a mediocridade geral instalada e tornar-se numa Instituição credível e responsável, ao serviço de todos os povos e do mundo.
Vítor Amorim

sábado, 12 de abril de 2008

Bombeiros de Ílhavo celebram 115 anos


A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo celebra 115 anos de vida. Bonita idade, com muitas histórias para contar. Histórias de vidas salvas, de pessoas que sofreram as agruras das catástrofes naturais, de incêndios incontroláveis, de desastres terríveis. Mas também de alegrias de gente que ajudaram a nascer.
Confesso que tenho uma admiração muito grande pelos Bombeiros. Comovo-me até quando os vejo, na televisão, e na vida, em luta contra os fogos e na atenção com que prestam os cuidados necessários a pessoas acidentadas.
Abnegados até à exaustão, disponíveis 24 horas por dia e durante todos os dias das suas vidas, os Bombeiros dão-nos extraordinários exemplos de amor ao próximo e de disponibilidade para acudir a quem sofre. Merecem, por isso, todo o nosso carinho e apoio.
Os Bombeiros de Ílhavo, que são a nossa gente, merecem os nossos parabéns.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

PS disponível para ouvir Igreja sobre a lei do divórcio

O PS manifestou-se disponível para ouvir a Igreja Católica sobre a nova lei do divórcio, em sede de comissão parlamentar, mas sublinhou que o projecto de lei apenas trata do casamento e do divórcio civil.
"Só estamos a tratar do casamento e do divórcio civil e tão-só", afirmou o líder parlamentar do PS, Alberto Martins, durante uma conferência de imprensa no Parlamento, onde foi apresentado o projecto de lei que os socialistas vão entregar hoje na mesa da Assembleia da República e que altera o Regime Jurídico do Divórcio.
Questionado sobre as críticas da Igreja Católica ao diploma, Alberto Martins assegurou que o PS "respeita a Igreja Católica e todas as outras Igrejas" e não recusará ouvir em sede de comissão parlamentar qualquer instituição que manifeste esse interesse.
"Se no âmbito da Assembleia da República se entender ser útil, não há objecções da nossa parte", acrescentou.
Na conclusão da Assembleia Plenária de Primavera, que decorreu em Fátima durante a semana passada, a Conferência Episcopal Portuguesa manifestou-se em relação às “as iniciativas legislativas referentes ao casamento e ao divórcio”, afirmando que se preocupa “com tudo o que fragiliza ainda mais a estabilidade social, que tem no casamento e na família o seu fundamento”.

Fonte: Ecclesia

A TELENOVELA CONTINUA...

Todos sabem que as telenovelas são atractivas porque nos enchem a nossa imaginação e nos fazem sonhar. Por isso, as televisões gastam rios de dinheiro com elas. Mas como sabem que os temas podem começar a cansar, logo procuram outros, que criem interesse junto dos telespectadores. Há dias, o tema mais escaldante, que deu pano para mangas, passando vezes sem conta nas televisões, foi o da luta entre uma aluna e uma professora por causa de um telemóvel. Foi de tal monta o interesse que houve debates, reportagens, inquéritos, notícias, artigos de opinião, etc. etc... Como foi assunto que deu leitores, ouvintes e telespectadores, há que repetir a dose. Agora com o vídeo de umas jovens a sovar uma colega, para passar, depois, no You Tube. Não é verdade que crime atrai crime? Não é verdade que alguns crimes, à força de tanto serem vistos, podem suscitar outros em cadeia? Os comportamentos, por reflexo, não podem multiplicar-se? Pois aí os temos.
FM

quarta-feira, 9 de abril de 2008

ÍLHAVO: Serviço de Atendimento Social

Entrou em funcionamento no passado dia 8 de Abril o novo Serviço de Atendimento Social Integrado do Município de Ílhavo. Esta iniciativa permite aos utentes poderem tratar de todos os assuntos relacionados com a área social.

POBREZA EM PORTUGAL


"O cenário da pobreza em Portugal está a registar uma alteração significativa. O pobre já não é tanto o miserável, sem qualquer rendimento e sem abrigo, mas o trabalhador que não ganha o mínimo para sustentar a família."
João Paulo Guerra, In Diário Económico
NOTA: Toda a gente sabe disto. Tanto por experiência própria como pelo que pode apreciar à sua volta. Se cada um de nós olhar para as despesas que tem no dia-a-dia e no que sobra do ordenado ao fim do mês, compreenderá, facilmente, que a vida está muito difícil. E se, a partir daí, olhar para os salários e pensões de reforma da maioria dos portugueses, de imediato entenderá que há mesmo muita pobreza na nossa sociedade. O problema está em ultrapassar esta situação, sabendo-se, como se sabe, que o individualismo conduz quase sempre ao esquecimento dos outros. Impõe-se, pois, a cultura da solidariedade. Leia mais sobre a necessidade de se Acabar com a Fome.
FM

domingo, 6 de abril de 2008

AINDA HÁ CONDIÇÕES PARA SER ADOLESCENTE?



Escrever e falar sobre a adolescência tem-se tornado, felizmente, um hábito entre os portugueses. É verdade que nem sempre foi assim, mas, de há anos a esta parte, este tema começou a generalizar-se – direi mesmo a democratizar-se – já que a adolescência vai, está ou já fez parte da vida de qualquer pessoa.
Sendo a adolescência uma fase da vida de cada ser humano, enquanto pessoa, devemos ter o direito e o dever de estar atentos a tudo o que a envolve e diz respeito. Fomos ou estamos “condenados”, na altura própria, a passar e a viver por esta fase da vida, e daqui ninguém pode ou deve crer que pode fugir.
Em regra, diz-se que a adolescência é uma fase difícil da vida e que os adolescentes se sentem confusos, inseguros, pouco dados a obedecer à sua família ou outros educadores, colocando tudo em causa, infringindo as regras estabelecidas, podendo-se a estes juntar uma série de outros exemplos, quase sempre em tom de condenação e de raros elogios.
Mesmo que tudo o que aqui foi dito fosse verdade – e acreditem que já não é pouco – há um ponto prévio que nada nem ninguém devem esquecer jamais: o adolescente é uma PESSOA e não pode ser deixado só, nem sequer ignorado pela sociedade que o rodeia.
O facto de se ser capaz de ver o adolescente como uma PESSOA é meio caminho andado para que ele possa sentir-se respeitado na sua dignidade por todos aqueles que o podem e devem ajudar: a família, os adultos, os amigos e a sociedade, em geral.
Um adolescente não se pode sentir só onde vive, estuda ou convive. É grave e perigoso se tal suceder.
Múltiplas são as acções que podem determinar um “bom” ou um “mau” adolescente: as pessoais, as de grupo, a(s) do(as) amigo(as) mais próximo(as), as interacções familiares, a estruturação da sociedade em que vive, a forma de organização da escola que frequenta, o modo como gere os seus tempos livres, só para falar nas mais imediatas.
Indo para a vertente familiar do adolescente, deixo, desde já, uma simples pergunta: Teremos já reflectido o suficiente sobre a forma como os contextos familiares moldam as suas posteriores características?
Note-se bem: disse “posteriores características” e não só características.
Não fiz esta distinção por acaso, na medida em que não se é adolescente – ou se deixa ser – como quem liga ou desliga um botão de um qualquer electrodoméstico.
Bem sei que existem vários conceitos e teorias para analisar esta mesma realidade e disso temos nós visto ou lido exemplos suficientes nos órgãos da Comunicação Social, designadamente através de alguns debates televisivos, onde eminentes especialistas nas mais doutas matérias destas áreas não se entendem sobre como se devem resolver ou solucionar, na vida concreta de um adolescente, os seus possíveis problemas.
Veja-se o caso da criança de Torres Novas que, por mais que se fale e argumente, os consensos estão longe de serem atingidos pelos adultos, e, esta criança, que, daqui a alguns anos, há-de vir a ser adolescente, está perante acontecimentos que, até podendo-os entender, no todo ou em parte, não os pode controlar, ainda que os mesmos possam vir a ter repercussões – positivas ou negativas, não interessam, para aqui – nas suas posteriores características de adolescente.
Como é natural, a Igreja não é indiferente a estes assuntos, nomeadamente na vertente catequética, onde os catequistas, como transmissores da fé, devem estar profundamente sensibilizados, preparados e amadurecidos, na fé e na vida, para lidar com eles, em nome de um crescimento, adulto, na fé, e da fé, mais proveitoso, sereno e gratificante para toda a Comunidade cristã e a sociedade, em geral

Vítor Amorim

segunda-feira, 31 de março de 2008

Os pobres estão proibidos


"O mundo moderno orgulha-se da sensibilidade social e preocupação com os necessitados. O Governo faz gala nisso. O nosso tempo acaba de conseguir uma grande vitória na vida dos pobres. Não acabou com a miséria. Limitou-se a proibi-la. É que, sabem, a pobreza viola os direitos do consumidor e as regras higiénicas da produção."



HOJE HOUVE BRONCA NA MISSA!


- Sabes, hoje, de manhã, fui à missa e houve uma bronca de todo o tamanho! – afirmou o meu colega e amigo Rodrigues, ao telefone, logo após me ter inteirado do estado de saúde da sua filha mais nova.
- Bronca? Como assim? – perguntei-lhe eu.
- O Padre deu cá uma descasca no pessoal, que nem imaginas! Foi na homilia! – respondeu-me e acrescentou o Rodrigues.
O Rodrigues, aveirense de nascimento, vive e trabalha, por conta própria, há anos a esta parte, perto de Braga.
Também lá, a vida é difícil e o encerramento de empresas de têxteis, calçado, confecções ou produtos electrónicos, tem colocado muita gente no desemprego, havendo situações dramáticas, a nível da sobrevivência diária de muitas famílias.
A Cáritas Diocesana, pelo que ele me disse, tem sido uma das instituições que mais anda no terreno, na busca das melhores soluções e ajudas para estes dramas humanos.
Mas, como tudo na vida, um pólo tem sempre o seu oposto, ou seja, há miséria, de um lado, não admirando que surja a riqueza no outro.
De há três anos para cá, o responsável paroquial tem procurado sensibilizar, sobretudo na Quaresma, aqueles a quem a fortuna sorriu, para terem em conta as dificuldades dos outros irmãos, serem solidários com eles e evitarem todo o tipo de ostentação, que acaba por ferir a dignidade de quem já está fragilizado na sua vida diária.
Esta ostentação surge, ainda com mais vigor, durante a Visita Pascal, e, parte dela, passa-se no interior de umas duas dezenas de moradias (“mais que luxuosas” no dizer do Rodrigues), que abrindo as portas ao anúncio do Ressuscitado, não dispensam, ano após ano, o requinte e os luxos exuberantes – que passam pelos carros, roupas e não só, durante o resto do ano.
Pelo que me disse o Rodrigues, as mesas são autênticas montras de tudo o que há de bom e do melhor, com as mais variadas e caras iguarias que se possam imaginar, em quantidades muito para além do bom senso e das necessidades dos seus proprietários. Fazem-se festas com convidados vindos de fora da freguesia.
Já na Páscoa passada, o pároco fez “ameaças” de que deixava de fazer a Visita Pascal nas casas que não soubessem receber, com respeito, dignidade e humildade, Aquele que deu a vida para nos salvar.
Como se costuma dizer, em bom português, parece que os avisos e os apelos paroquiais entraram por um ouvido e saíram logo pelo outro!
Haverá, aqui, uma provocação gratuita? Será que querem uma Igreja à sua medida e ao seu gosto? Será que desejam algum confronto? Será que desconhecem que Cristo se fez pobre por nós? (cf. 2 Cor 8,9).
Ainda que não seja um caso isolado, infelizmente, é uma das excepções à regra, mas que exige, a meu ver, medidas pastorais serenas, rápidas e firmes, capazes de fazer da paróquia – qualquer paróquia – aquilo que ela é em si mesmo: uma comunidade de fiéis, baptizados, que se reúnem e celebram a doutrina salvífica de Cristo, e praticam a caridade do Senhor em obras boas e fraternas (cf. CIC 2179).
Quanto à questão da “bronca”, na Eucaristia, tive que dizer ao Rodrigues que me parecia que o pároco não teria dado “bronca” nenhuma, durante a homilia.
- Se houve “bronca” – no sentido de censura ou repreensão evangélica (cf. Mc 16,14; 1,25; 8,33 ou Lc 9,55) – ela foi dada pelo próprio Cristo. – afirmei eu ao Rodrigues – que logo retorquiu: - Mas foi o Padre que falou! Percebendo que o meu Amigo estava confuso, e para ser o mais preciso e conciso, fui à estante buscar o livro “Missa”, do Cardeal Jean-Marie Lustiger, que se tornou participante no nosso diálogo telefónico.
Afinal, o Rodrigues, até aí, ainda não tinha entendido que, quando o celebrante entra na Assembleia de fiéis, Cristo se torna presente na sua pessoa (cf. pag. 48).
Agora, do que ele mais gostou de ouvir foi que a homilia “é verdadeiramente uma acção de Cristo que, pela boca do Padre, torna presente a sua Palavra” (cf. pag 95 e 96).
Decerto que vou ter novas oportunidades de falar com o Rodrigues e, quem sabe, se, até lá, numa outra Assembleia Eucarística, presidida por um qualquer sacerdote, não pode surgir uma outra “bronca evangélica”.
Como em tudo, também na vida da Igreja, o importante é que “aquele que tiver ouvidos, oiça” (cf. Mt 13,9).

Vítor Amorim

sexta-feira, 28 de março de 2008

Discriminação Racial

Ciganos a caminho

Termina hoje a Semana de Solidariedade com os Povos em luta contra o Racismo e a Discriminação Racial. Passou a semana sem que déssemos conta dela voltada para esta temática. E no entanto, ninguém de bom senso nega a pertinência do assunto.
Penso, contudo, que essa solidariedade não pode circunscrever-se a uma semana, das 52 que tem o ano. A luta, actuante e firme, tem de ser durante todos os dias do ano e de todos os anos. O racismo não é doença morta. O racismo é de todos os tempos e de todos os povos e raças. Uns mais do que outros, é certo. Ligado a ele está a discriminação social, que humilha quem é diferente, na cor da pele, na religião, na etnia, na nacionalidade…
Ao contrário do que muita gente supõe, há entre nós, portugueses, quem seja racista e xenófobo. Quantas vezes tenho ouvido e sentido palavras e gestos desses comportamentos de gente normal. Gente que fala comigo e que se mostra, até, cheia de razão. Isto significa que, no dia-a-dia, haverá sempre motivos para nos solidarizarmos com quem sofre a discriminação racial.

FM

A ÁRVORE E A FLORESTA



Sem qualquer suporte científico, verifico que, quando alguém procede à leitura de um jornal ou revista, tem uma curiosidade, quase inata, em procurar as “frases do dia”, da “semana”, ou do “mês”, que mais não são do que uma pequeníssima parte retirada de um assunto mais amplo, vasto e profundo.
Porém, não vejo, nestes comportamentos (nem a tal me atreveria), qualquer aspecto mais ou menos positivo que possa prejudicar ou ajudar, séria e eficazmente, quem tem este costume de leituras. Creio é que é preciso ir mais longe!
Não deixa, no entanto, de ser um hábito e, provavelmente, uma necessidade para muitos leitores, funcionando como um bálsamo e um revigorador espiritual, cujo efeito é o da pessoa sentir que não está só no mundo – num mundo em que todos os assuntos podem fazer parte das ditas frases – e em que há sempre alguém que está com ela, que a compreende e conforta, mesmo não a conhecendo.
Procura-se, mesmo, decorar aquela(s) frase(s) que mais nos aconchegam, para as transmitir, o mais fiel possível, aos outros. Tudo soa a boa nova: os diagnósticos, finalmente, foram feitos e as soluções, para muitos problemas, já foram encontradas.
Quase tudo é possível lá caber, pelo que, cada frase, parece ter sido feita mesmo à medida das necessidades de quem a lê.
Todas as nossas críticas, desejos, insatisfações, expectativas, e provavelmente muito mais, estão lá! Parece haver algo mágico em tudo isto!
Assim, não é de admirar que surjam, através destas leituras, sentimentos, mais ou menos generalizados, em alguns leitores, de que alguém já encontrou a fonte milagrosa da cura, a panaceia para todas as dificuldades e – muito melhor, se tal for possível – alguém já é capaz de ser o centro de um unanimismo sagrado, capaz de resolver, de uma vez por todas, os males que possam afectar e afligir a vida de cada um.
Bem sei que pode haver alguma dimensão caricatural nestas palavras, mas também reconheço que a verdade possível de cada realidade vai, e tem mesmo que ir muito, para além de frases ou fórmulas feitas, sejam elas do “dia”, da “semana” ou do “mês”.
Se assim não for, tem-se o caminho aberto para a cultura da demagogia, das promessas fáceis e para a manipulação pessoal e colectiva, ainda que possa não ser essa a intenção do ou dos seus autores.
O sentido crítico da pessoa tende a desaparecer, e nada mais se questiona, pelo que a intolerância instala-se, sem se dar por isso. Já não é preciso acreditar em mais nada!
Claro que não se trata de pôr tudo em dúvida, (era o que mais faltava) muito menos de querer (como se eu tivesse algum poder para tal) em contribuir para uma sociedade paralisante e asfixiante.
Trata-se, isso sim, de lembrar que é preciso, é mesmo muito urgente e necessário, ir para além das palavras enlatadas, que nos tendem a servir, com a melhor das intenções.
Assim como a crítica, as divergências de opinião, os confrontos de ideias, sérios e leais, entre outros exemplos, fazem parte, integrante e indispensável, da continua construção de uma cidadania de verdade, com direitos e deveres para todos, lembro o que Fernando Pessoa escreveu: “O mundo, à falta de verdades, está cheio de opiniões.”
Na sua sabedoria proverbial e ancestral, o povo diz que “de boas intenções está o inferno cheio”. Desejo, humildemente, dizer a este mesmo povo que, ao continuar a ler as tais frases “emolduradas”, não se esqueça que é mais fácil dar uma opinião do que procurar o bem e a verdade, em nome de todos, numa atitude de compromisso assumido e transparente.
Vítor Amorim

quarta-feira, 26 de março de 2008

AVEIRO: Prostituição em debate


A globalização confere novos contornos à prostituição. Porque o tráfico de mulheres e jovens para fins de exploração sexual pede um novo olhar, a Cáritas diocesana de Aveiro, em parceria com as suas congéneres de Coimbra, Guarda, Lamego, Leiria/Fátima, Viseu e Cáritas Portuguesa, organizou as I Jornadas Interdiocesanas de Reflexão sobre a Prostituição.
(...)
Diz Inês Fontinha, directora de "O Ninho":
“Vamos tentando encontrar, com as mulheres, alternativas à sua situação”. Quando se trabalha a auto-estima, quando “as pessoas passam a gostar de si próprias, com um projecto de vida alternativo, as mulheres não se prostituem”.
Leia mais em Ecclesia e no Diário de Aveiro

terça-feira, 25 de março de 2008

José Sócrates garante: crise ultrapassada

O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou hoje que "os últimos três anos foram de uma governação muito difícil e exigente, com um grande esforço de contenção da despesa pública, mas a crise orçamental de 2002, que voltou em 2005, está ultrapassada, e os factores que a motivaram estão também resolvidos, com as mudanças estruturais feitas no país".
Andávamos todos preocupados, com medo de continuarmos num país sem futuro garantido, mas, afinal, não há razões para isso. Já podemos respirar fundo, encher o peito de ar e acreditar que, a partir de agora, sem loucuras, podemos admitir que haverá menos sacrifícios, sobretudo para quem tem passado estes últimos anos a apertar o cinto.

Delírios Suaves

"Cartas das Finanças que não estranharei se porventura me chegarem: Inquérito sobre os lugares onde compro jornais e revistas, por que raio compro tantos todos os dias, onde guardei as facturas, o que quer dizer “Rita:91123456” nas costas daquela factura da FNAC, onde está o Correio da Manhã de 27 de Dezembro a que corresponde esta factura, por que motivo não apresento facturas comprovativas da aquisição do jornal 'Meia-Hora'."
Leia mais em Pedro Rolo Duarte

Fisco questiona os noivos

Mas quem teria pago o bolo?

O Fisco, na ânsia de cobrar impostos e de castigar quem a eles foge, resolveu questionar os noivos, no sentido de descobrir quem pagou o quê e a quem. Acho legítimo que o Fisco procure saber o que se compra e o que se vende, com o intuito de obrigar os transgressores a cumprirem as leis fiscais do País. Mas daí a incomodarem os noivos e a obrigá-los a denunciarem as ofertas que lhes fizeram vai uma grande distância. Penso que o Fisco terá possibilidades de descobrir tudo isso sem recorrer a processos de denúncia e a inquéritos a noivos. Por esse andar, qualquer dia, teremos o mesmo em relação aos baptizados, aos funerais, às festas de aniversário e quejandos.
Acho que os questionários não podem invadir a privacidade de ninguém, muito menos de quem vive uma festa que se pretende única e para sempre. Por exemplo, porque é que o Fisco não avisa que as empresas ligadas à organização de casamentos têm de estar colectadas, com contabilidade organizada? Isso parece-me legítimo. Como é legítimo fiscalizar as lojas que vendem objectos ou produtos conotados com prendas. Agora, procurar saber quem deu prendas… e quem prestou serviços… junto dos noivos, é que não me parece correcto. Parece-me certo, até me demonstrarem que estou errado.
FM