domingo, 15 de fevereiro de 2009

Generosidade

O amor ao próximo e à vida está enraizado no íntimo de cada ser humano
A generosidade marcou presença ontem na igreja matriz da Gafanha da Nazaré. 690 pessoas, um pouco de todo o lado, deram sangue, com vista a descobrir-se um dador compatível de medula óssea, para uma menina que sobre de leucemia. Outras não puderam satisfazer o seu desejo por falta de meios necessários à recolha. Ficou a boa intenção e a certeza de que o amor ao próximo e à vida está bem enraizado no íntimo de cada ser humano. Parabéns para todos…
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TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 118

BACALHAU EM DATAS - 8

Padre Rezende

AFINAL A MONOGRAFIA DA GAFANHA TAMBÉM...
Caríssimo/a:
Temos navegado por águas de profundos saberes. Hoje resolvi fazer uma abordagem mais terra-a-terra, aquilo a que podemos chamar as nossas águas, já que há muitos, muitos anos na Monografia da Gafanha, do senhor Padre João Vieira Rezende, na sua 2.ª edição, correcta e aumentada, de 1944, li algo a que, na altura, confesso, não dei muita importância. Será que neste novo contexto me dirá coisas novas? Vejamos: «Segundo o P.e Carvalho da Costa, são antigas as construções navais em Aveiro. Regressemos ao século XVI. Os navios de Aveiro faziam naquele século comércio com a Inglaterra, Irlanda, Flandres e Ilhas, mas uma grande parte deles armava-se para a pesca de bacalhau à Terra Nova, iniciada cerca de 1500. Por volta de 1700, , o P. Carvalho da Costa dizia na sua Corografia Portuguesa: “Por esta comodidade se fabricavão outro tempo em Aveyro tantas embarcaçoens, que sahião (como diremos) sessenta naos para a pescaria da Terra nova; & mais de cem carregadas de sal para diversas partes. Depois ficando a barra com pouco fundo se foy diminuindo a navegação, & commercio: com que atégora se fabricávão aqui poucos navios; & entravam só alguns Portuguezes, Inglezes, & Galegos; mas como Aveyro está já porto seguro, se espera que brevemente torne a ser porto rico” Desta passagem concluíu-se, erradamente, que o pôrto de Aveiro tinha no século XVI, 160 navios. O sr. Dr. Francisco Neves prova que o êrro era possível. Devemos ter como mais seguro e elucidativo o que em 1648 se escreveu, referente àquele século, na Memória dos capítulos que Sebastião Soares da Fonseca ha-de propor a Sua Magestade que Deus Guarde. Lia-se nesse escrito, que existiu na Câmara de Aveiro: "Que nesta vila , quando antigamente tinha 46 ou 50 navios que iam á pescaria do bacalhau…” Êste documento é mais concludente àcêrca do número de navios de Aveiro e indica-nos o que seria o movimento marítimo do seu pôrto.» [MG 183/4] Lá mais para diante, na página 341, acrescenta: «Quando em 1504 alguns navegantes da Bretanha e da Normandia aportaram à Terra Nova, já lá encontraram colónias de pescadores de Aveiro e de Viana. Em 14 de Outubro de 1506, um alvará de D. Manuel ordenava que se pagasse a dízima da pesca da Terra Nova. Este imposto chegou a render em Aveiro 4.000$900 réis. Um documento existente no Arquivo Municipal de Aveiro, diz que em 1572 se secou e beneficiou bacalhau entrado na barra desta vila.» [MG, 341] Afinal a Monografia da Gafanha também se debruçou sobre a pesca do bacalhau ao longo dos tempos e fê-lo com tal rigor que muitos estudiosos se servem das suas fontes e águas cristalinas para as suas navegações. Assim sendo, curvo-me, mais uma vez, mui respeitosamente, perante esta fígura que deixou marcos perenes a balizar as nossas memórias. Saibamos nós ser dignos seguidores do seu espírito de busca e de pesquisa e consigamos exprimir-nos com a sua humilde exactidão. Manuel

sábado, 14 de fevereiro de 2009

BENTO XVI E OBAMA

Já uma vez aqui referi que há anos, na Suíça, fui a Ecône visitar o Seminário da Fraternidade S. Pio X, fundado pelo arcebispo dissidente Marcel Lefebvre. Após uma longa conversa com um padre, aliás simpático, da Fraternidade, tornou-se claro para mim que o problema era muito mais complicado do que propriamente a Missa em latim. O núcleo da questão era o Concílio Vaticano II e a revolução operada em problemáticas fundamentais, como a liberdade religiosa, os direitos humanos, o ecumenismo, o diálogo inter-religioso. Os recentes acontecimentos vieram confirmar essa minha convicção. Em 1988, Lefebvre tinha sido objecto de excomunhão pelo Papa João Paulo II por ter ordenado, sem autorização da Santa Sé, quatro bispos, também eles automaticamente excomungados. Numa estratégia de cedências, o Papa Bento XVI foi dando passos de aproximação à Fraternidade. Assim, logo em 2005, recebeu o líder, bispo Bernard Fellay. Em 2007, autorizou a celebração da Missa em latim segundo o rito tridentino. Tudo culminou com a assinatura do decreto de reintegração dos quatro bispos na Igreja, divulgado no essencial no dia 21 de Janeiro e publicado no dia 24. Quando se pensava que se chegaria ao termo do cisma, rebentou a bomba. As declarações do bispo Richard Williamson em entrevista à televisão pública sueca, negando o Holocausto, provocaram, como não podia deixar de ser, um terramoto: "Creio que não houve câmaras de gás. Penso que 200 a 300 mil judeus pereceram nos campos de concentração, mas nem um só nas câmaras de gás", que serviriam apenas para desinfecção. Ergueram-se protestos veementes de bispos e cardeais, de judeus também e ao mais alto nível, podendo ficar em causa a própria visita anunciada de Bento XVI a Israel. A chanceler alemã, Angela Merkel, interveio, exigindo explicações. O próprio Papa, por desejo expresso da chanceler, telefonou-lhe, pronunciando-se com toda a clareza contra o negacionismo. Mas os estragos estavam feitos. Só a título de exemplo: segundo uma sondagem do Emnid, 67% dos católicos alemães pensam que o Papa alemão causou danos à imagem da Igreja, pedindo 56%, entre eles o presidente da Conferência Episcopal, R. Zöllitsch, que Williamson, que ainda se não retractou, volte a ser excomungado. Teme-se que muitos católicos na Alemanha abandonem a Igreja Católica. Perante o escândalo, há quem ponha em dúvida a autoridade moral do Papa para a continuação na direcção da Igreja. Afinal, para lá dos erros de gestão na condução do processo, reconhecidos pelo Vaticano, o nervo da questão foi a atitude tíbia e dúbia na exigência aos integristas do reconhecimento pleno do Concílio Vaticano II. Note-se a coincidência de datas, quando se pensa que precisamente no dia 25 de Janeiro se celebrava o cinquentenário do anúncio por João XXIII da convocação de um Concílio ecuménico, precisamente o Vaticano II. Afinal, qual é o lugar primeiro da comunhão na Igreja: a obediência formal ao Papa ou o respeito real pela História e a memória das vítimas, pelos direitos humanos, pela liberdade religiosa, pelo diálogo inter-religioso? Talvez mal aconselhado ou porque a Cúria lhe sonegou informação, Bento XVI acabou, de qualquer forma, por provocar um incêndio que contribui para maior descredibilização da Igreja. Neste contexto, o teólogo Hans Küng, pensando em Obama que, após Bush, abriu os Estados Unidos e o mundo a uma nova esperança, reconhece que na Igreja Católica as coisas são diferentes, "vendo muitos o Papa Bento XVI como outro Bush". Ora, o que faria um Papa, se agisse com o espírito de Obama, pergunta Küng? Afirmaria que a Igreja se encontra numa "crise profunda". Avançaria com uma nova esperança para uma Igreja renovada, com um ecumenismo revitalizado, diálogo com as religiões mundiais, uma avaliação positiva da ciência moderna. Rodear-se-ia dos mais competentes, mentes independentes, e não de yes-men. Iniciaria imediatamente por decreto as medidas reformadoras mais importantes e "convocaria um Concílio Ecuménico para promover uma mudança de rumo". Anselmo Borges

Crónica de um Professor...

Dia de S. Valentim
Não fora o S. Valentim trazer uma nota alegre e colorida, (vermelho e branco) (!?) a este Fevereiro tenebroso, e toda agente andaria de monco caído, desmotivada e deprimida. Na verdade, com uma chuva permanente há já mais de um mês, a fustigar-nos a paciência, um céu plúmbeo a pairar nas nossas cabeças, um sol arredio e envergonhado, qualquer pessoa, por mais positiva que seja, começa a entrar em “parafuso”! Mas...calma aí, que o dia de S. Valentim, padroeiro dos namorados, aí está a chegar, contrariando fortemente os desígnios do mês invernoso que nos quer vencer pelo desânimo. Nas escolas, o dia é comemorado entre os alunos, que se afadigam na troca de correspondência amorosa, mais ou menos movidos pelo Menino Cupido. O significado original da comemoração foi-se perdendo, já que, da amizade que envolvia as comemorações, derivou-se para o Dia dos Namorados, numa concepção redutora do sentimento! Amores consumados, “consumidos”, à boa maneira das Gafanhas, ou a consumar, todos têm a sua expressão, neste dia do calendário. Desde há muitos anos que a teacher assiste a este movimento de demonstração de afecto, que, para si, tem uma abrangência notável! O termo inglês, Be my Valentine, pode ser proferido por qualquer um, independentemente do sexo e da sua faixa etária. Comemora com os seus alunos a efeméride que eles acatam com todo o prazer e entusiasmo. Pudera! É nisso que eles são, verdadeiramente, bons! E, ao longo dos tempos, têm ajudado a teacher a fazer uma compilação de ditos e curiosidades, acerca do acontecimento. Serão referidos alguns desses factos, pelo insólito de que se revestem. -S. Valentim foi um sacerdote romano, médico que curou um epiléptico e uma cega. Protegia os Cristãos perseguidos pelo imperador Cláudio II que o mandou decapitar a 14 de Fevereiro de 269. -Pensa-se que o dia de S. Valentim teve a sua origem num festival romano de fertilidade, que tinha lugar na mesma data, em que os rapazes sorteavam o nome de raparigas solteiras, ofereciam presentes e se divertiam. -O Sr Valentine Card, que vive em Chelmsford, no Essex, Inglaterra, nunca se esquece do dia de S. Valentim. Faz anos a 14 de Fevereiro. -Muitos românticos europeus deslocam-se propositadamente à vila inglesa Lover, (Amante) para enviar os seus cartões de S. Valentim, para ficarem com o carimbo dos correios... bastante amoroso. -Um romântico australiano, Michael O’Conner, beijou arrebatadamente a primeira cliente do dia, na sua loja de Melbourne. Claro que se meteu em trabalhos e esteve quase a ir para a prisão. Porém, dez anos mais tarde, a mulher beijada deixou-lhe cerca de três mil contos em testamento, um agradecimento pelo melhor beijo da sua vida... - Ao longo de 61 anos, Meryl Dunsmore recebeu anualmente um cartão de S. Valentim enviado por um admirador desconhecido. Quando morreu, em Toronto, no Canadá, em 1998, alguém enviou um cartão anónimo à agência funerária. Dizia: "Descansa em paz, minha Valentina." - O multimilionário Aristóteles Onassis gastou cerca de 280 mil contos num cartão de S. Valentim, em ouro maciço cravejado de diamantes, embrulhado num casaco de vison, que ofereceu à cantora de ópera Maria Callas. M.ª Donzília Almeida

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Fenómeno Religioso em debate

Fórum de debate vai juntar profissionais
do fenómeno religioso Um encontro plural e elucidativo da vontade que os jornalistas que trabalham o fenómeno religioso têm de se juntar e reflectir sobre esta área da informação. Foi desta forma de os organizadores avaliam a realização do encontro «Entre a vertigem e o silêncio – porque (não) há espaço nos media para o religioso», que juntou na Universidade Lusófona, jornalistas, investigadores e “pessoas sensíveis à questão mediática”. O final do encontro apontou a necessidade de os jornalistas se comunicarem num espaço comum e trocarem ideias e reflexões. António Marujo, jornalista do jornal «Público» e um dos organizadores do encontro, explica à Agência ECCLESIA que o objectivo cimeiro era “levantar a possibilidade de, a partir daqui, se fazer algo mais”. Objectivo conseguido e a desenvolver através da participação num blogue, “uma plataforma virtual” e da organização de acções esporádicas “sem a complicação de uma associação que obriga a formalidades que, de facto, não queremos”. Manuel Villas-Boas, jornalista da TSF, avança que o blogue será um ponto de encontro “para nos conhecermos nas nossas diferentes ideias, para motivarmos outros e para nos irmos corrigindo mutuamente porque há dias de menor felicidade nas nossas intervenções”. O jornalista radiofónico afirma que “todos os jornalistas que têm áreas definidas precisam de se entender no seu campo”. No caso do fenómeno religioso adianta que “não precisam de ser crentes, não precisamos da fé única mas das diferenças. Importa que sejam honestos intelectualmente para todos nos entendermos nas diferenças e na expressão de outras sensibilidades, quer religiosas ou culturais”. A ignorância no tratamento do fenómeno religioso, nas redacções, entre jornalistas, mas também entre as instituições foi uma das questões em análise.
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Mar ataca… Homem contra-ataca

O que o mar dá pode roubar de um dia para o outro
O mar ataca e o homem contra-ataca. Sempre foi assim. O que o mar dá pode roubar de um dia para o outro. Mas o ho-mem, que quer o que é bom, volta a construir o que o mar destruiu. Desde que me conheço, a regra do jogo é esta. O mar, que deu o areal, resolveu levá-lo um dia destes. Mas o homem, que o quer, não esperou nada. E hoje, com sol re-confortante, assisti à reposição da areia na praia da Barra.

António Neves apresenta livro sobre o seu percurso

Aguarelista das paisagens quentes
O Aguarelista António Neves apresenta amanhã, sábado, às 17 horas, na Biblioteca Municipal de Ílhavo, o livro onde ilustra o seu percurso de mais de vinte anos dedicados exclusivamente à pintura. São mais de duas centenas de páginas onde a criatividade, evolução, e o amor às belas paisagens portuguesas, desde o Tejo, Douro e Vouga, bem como as paisagens quentes do Alentejo, e também do Brasil, surgem num rigor pictórico que tem feito com que António Neves já seja considerado o aguarelista das paisagens. Neste livro também surgem textos de consagrados críticos e amantes das artes plásticas, como: Milton Alencar (Secretário da Cultura de Cabo Frio e Cineasta), Gaspar Albino, Edgardo Xavier e Luís Carlos Patraquim, além do Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Ribau Esteves.
Foto: Ribau Esteves com António Neves

Adriana Calcanhoto

Lindíssimo poema de Ferreira Gullar, musicado por Fagner e cantado por Adriana Calcanhoto.

Mar

Mar encrespado! Rugindo Atroando Bramindo! .......
Mar revoltado... Galgando Cuspindo A espuma salgada Arrojada Na praia Dourada Serena! É imponente A tua frescura Mas impotente A tua bravura Contra a falésia dura.... Mª Donzília Almeida

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Picos de sensibilidade, confrontos sem ideias, oportunidades mediáticas

A crise que vivemos não é apenas económica
"A crise que vivemos não é apenas económica. É ideológica, democrática, de sentido, de relação e incapacidade de respeito mútuo e de diálogo construtivo. Por tudo isto é, também, uma crise de ética e de valores morais que vai subvertendo os projectos e planos, necessários para que a vida pessoal e social tenha sentido e progrida. Como chegámos aqui, é uma pergunta pertinente que pode e deve levar a uma reflexão necessária e consequente. Nunca se chega de um salto, mas degrau a degrau." António Marcelino

Marçal Grilo: “As famílias perceberam que não basta andar na escola e passar de ano, é preciso saber”

Não se fazem alterações sem os professores
Segundo o PÚBLICO, o ex-ministro da Educação Marçal Grilo defendeu, em Castelo Branco, que o sector em Portugal necessita de "menos Ministério e mais escola, menos sindicato e mais professores". Para o ex-responsável da pasta da Educação, é necessário, entre outras tarefas, mobilizar os professores. "Tenho a sensação de que há algum desalento, é preciso ganhá-los, porque não se fazem alterações significativas sem os professores", disse, acrescentando: "o que não significa que não haja reformas de fundo, que não haja reformas que afectem alguns direitos adquiridos pelos professores". Segundo Marçal Grilo, os docentes aceitam tudo o que lhes for apresentado com racionalidade num processo negociado e acertado. "É preciso diminuir o papel do Ministério e aumentar o papel das escolas. As escolas têm que ser ouvidas e ter voz, os sindicatos devem ter o papel de pugnar pelos interesses sindicais dos professores e os professores têm que ter uma voz (...) no seu relacionamento com os pais e com os estudantes", defendeu. Falando à margem de uma conferência sobre Ambiente, promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian, Marçal Grilo considerou ainda que nos últimos anos a família tomou consciência da importância da Educação. "Finalmente, o país e as famílias perceberam que não basta andar na escola e passar de ano, é preciso saber", disse o ex-governante.

Scorsese quer filmar a história de dois missionários portugueses

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Parte da rodagem será feita na Nova Zelândia
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O realizador Martin Scorsese planeia filmar Silence, a história de dois jesuítas portugueses que viajam para o Japão no século XVII, numa época em que os cristãos eram perseguidos no país.
Com argumento de Jay Cocks (A Idade da Inocência, Gangs de Nova Iorque), o filme adapta o livro de Shusaku Endo Silêncio (Dom Quixote, 1990). Daniel Day-Lewis e Benicio del Toro estão a negociar a sua participação no filme, assim como Gael Garcia Bernal.
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Dia Mundial do Doente: 11 de Fevereiro

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Sofrimento pode ser caminho de redenção
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Celebra-se hoje, como já referi neste meu espaço, o Dia Mundial do Doente. Celebra-se, não só ..para meditarmos sobre o tema e sobre todo o incómodo que a doença provoca, mas também para se olhar para quem sofre. O Bispo de Aveiro, na sua mensagem para este dia, sublinha que o sofrimento pode transformar-se em "caminho de redenção".

Maria Barroso na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré

Amanhã, dia 12, Maria Barroso estará na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, para falar de um tema importantíssimo – A arte de bem envelhecer –, já que é conhecido o drama de muita gente, mal começam a manifestar-se os sinais da velhice. O encontro está agendado para as 19 horas, na Biblioteca da Escola, conforme li na RTN. Estarão presentes os presidentes da Câmara de Ílhavo, Ribau Esteves, e da Junta de Freguesia, Manuel Serra. Sendo certo que há muitos jovens que envelhecem muito cedo, enquanto há idosos bastante novos, temos de reconhecer que o assunto interessa a todos.

Santa Sé lembra Darwin e a Teoria da Evolução

Bíblia e teorias evolucionistas não são incompactíveis
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Foi apresentado, esta Terça-feira, na Sala de Imprensa da Santa Sé, o Congresso in-ternacional "Evolução biológica: factos e teorias". O evento será realizado em Roma, de 3 a 7 de Março, na Universidade Pontifícia Gregoriana. Na conferência de imprensa estiveram presentes, entre outros, o Presidente do Conselho Pontifício da Cultura, D. Gianfranco Ravasi, e o jesuíta e professor de Filosofia da Gregoriana e coordenador do encontro, Padre Marc Leclerc. Na sua intervenção, o Pe. Leclerc afirmou que nenhum universitário, católico ou não, pode permanecer indiferente a dois eventos que se celebram este ano: o bicentenário do nascimento de Charles Darwin e os 150 anos da sua obra "A Origem das Espécies".
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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Instituto da Água vai repor areia na Barra

"O Instituto da Água vai repor, "o mais rapidamente possível", areia na praia da Barra para evitar que o mar continue a avançar de forma a colocar em risco os bares de praia, revelou o director de obras do INAG, João Costa. O quadro vivido nos últimos dias na praia de Ílhavo é "anormal", diz João Costa, que se baseia nas informações de quem conhece a zona, para a considerar "único nos últimos 30 anos". Na origem da situação, revela, "está o temporal que nas últimas quatro semanas, de forma persistente, tem fustigado a zona, com ondas que vão dos 3,5 a 16 metros". Esta agitação marítima, diz João Costa, "tem sobrelevado o nível médio das águas junto às praias, com as fortes correntes de retorno a retirarem a areia da praia"."
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Scolari despedido

Não percebo grande coisa de Futebol, mas sempre vou entendendo alguma coisa. Por exemplo, que os treinadores, sobretudo quando as suas equipas não ganham, são normalmente os maus da fita. E também sei que, como disse alguém há muito tempo, cá no nosso País, um treinador pode passar de "Bestial a Besta", de um dia para o outro. Um herói entre nós, conseguiu pôr Portugal de bandeira nacional a desfraldar ao vento, pespegada em todos os cantos, até apodrecer queimada pelo sol e esfarrapada pelos ventos. Foi para Inglaterra para ganhar muito dinheiro, e conseguiu. Despedido sem honra nem glória, receberá 17 milhões de euros, diz a comunicação social. Em tempo de crise, não será nada mau. Execelentes férias vai ter Scolari. Mesmo que, como treinador, tenha sofrido uma grande derrota moral. O Futebol é assim.

O gigantesco segredo do cristão

Teria razão Kierkegaard quando defendia que o cristianismo olha para a história tomando o ponto de vista da alegria? Aparentemente não. O poeta Baudelaire lembra que, nos relatos dos Evangelhos, nem por um momento, Jesus sorri (expressando, no entanto, outro tipo de paixões), recuperando uma citação de São João Crisóstomo: «Ele chorou algumas vezes, mas nunca se riu». Este aforisma ganhará em Nietzsche contornos de suspeição generalizada sobre o cristianismo moderno: o cristianismo surgiria mais credível se os cristãos parecessem satisfeitos. Encontra-se, de facto, a ideia culturalmente difusa de uma ausência de alegria nos textos sagrados, na teologia e no viver cristãos, que vincariam sobretudo o peso da exigência moral e o fantasma das culpabilidades. Sem dúvida, tal deriva de uma leitura insuficiente da proposta cristã, que é, desde o princípio, o anúncio de «uma grande alegria» (Lc 2,10). O escritor G.K. Chesterton, conhecido também pelo seu bom-humor, desmente os que dizem que o paganismo é uma religião de alegria e o Cristianismo uma religião de tristeza: «O comum dos homens viu-se forçado a ser alegre no que dizia respeito às pequenas coisas, mas triste no que se refere às grandes. No entanto não é próprio da condição humana ser assim. O homem é mais ele próprio, o homem é mais semelhante ao homem, quando a alegria é a coisa principal que se encontra nele, e a tristeza é uma coisa acidental. A melancolia devia ser um inocente entreacto, uma terna e fugitiva moldura do espírito, ao passo que a alegria deve ser a constante pulsação da sua alma… A alegria é o gigantesco segredo do cristão». A alegria não é um produto de consumo rápido, nem é uma questão cuja procura se possa substituir ou calar no coração Humano, deixando-a apenas à estratégia comercial das indústrias do entretenimento. «Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse: “Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos”» (Lc 10,21). Um dos dramas da hora presente é ser tão estreito o cânone da felicidade. José Tolentino Mendonça

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

“São precisos professores que gostem de ler"

Graça Barbosa Ribeiro entrevistou Carlos Reis, especialista em Estudos Portugueses e coordenador dos novos programas de Português destinados aos alunos dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico, para o jornal PÚBLICO. A dado passo da entrevista, que pode ser lida naquele diário, em edição online, na página 10, Carlos Reis diz que, “Para termos alunos que gostem de ler são precisos professores que gostem de ler, que entendam a literatura como um domínio de representação cultural com uma grande dignidade e com uma enorme capacidade de nos enriquecer do ponto de vista humano. Claro que isto ultrapassa, em muito, a esfera de actuação de quem prepara programas de Português, e está intimamente relacionado com a actual crise das Humanidades”. Já aqui escrevi isto várias vezes. Mas é melhor ler a entrevista no PÚBLICO.

O Terrível Erro Estratégico

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"O erro económico de José Sócrates está em acreditar que o investimento público é bom em si mesmo. O primeiro-ministro demonstra uma fé cega na virtualidade imperativa dos projectos: basta anunciá-los e gastar dinheiro para a economia arrancar. Esquece que todo o dinheiro que gasta vai tirá-lo ao bolso dos contribuintes. Tal como o investimento privado, os projectos do Estado têm de ter utilidade e justificação. Aliás até têm de ter mais, pois usam o dinheiro dos pobres. Apostar milhões em obras faraónicas nunca resolveu nenhuma crise."

Padre Carreira das Neves: "Darwin é só da Terra"

O que podemos ainda aprender com «A Origem das Espécies»?

Padre Carreira das Neves - Marca uma nova época na concepção da Natureza, a nível biológico e cosmológico. O Universo biológico e humano deixa de ser interpretado à luz exclusiva da fé religiosa num Deus criador para ser interpretado à luz das leis científicas da natureza que originam as espécies da biologia natural e humana. Darwin parte do princípio da evolução em que as espécies mais fortes - por selecção natural - suplantam as mais fracas ao longo de séculos e milénios. Continua a representar, como cientista, o papel de um dos maiores símbolos do século XIX.
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Mar da Barra

(Clique nas fotos para ampliar)

O mar da Barra, na Gafanha da Nazaré, continua a dar dores de cabeça aos mais argutos técnicos. Quando se pensa que está tudo bem, de repente ele ataca com toda a sua bravura, não perdoando a quem encontra pelo caminho. Daí os receios de que ele chegue às habitações e às pessoas, ferindo-as de morte. Esperemos que não. Leia mais no DA de hoje.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

SINAL +

1. Celebra-se, no próximo dia 11 de Fevereiro, o Dia Mundial do Doente, com o necessário objectivo de olharmos, com outros olhos, para quem sofre, quantas vezes na porta ao lado da nossa. Eu sei que o sofrimento faz parte da vida e que ninguém, mais cedo ou mais tarde, escapa a situações de dor, física ou psicológica. Quem há por aí que não tenha experimentado no corpo ou na alma essa realidade? Também sei, por experiência própria, que nem todos temos facilidade em dialogar com os doentes, na tentativa de os ajudar a aceitar ou a suportar o sofrimento. Mas reconheço que se torna indispensável fazer um esforço para estarmos junto dos nossos familiares e amigos, em especial, nas alturas em que mais precisam de uma palavra amiga, de um sorriso acalentador e de gestos cúmplices que tornem mais leve a dor que sentem. O Santo Padre, na sua Mensagem para este dia, lembra, aos católicos e a todos os homens e mulheres de boa vontade, que “não podemos ignorar o incalculável número de menores que morrem por causas como sede, fome, carência de assistência sanitária, assim como os pequenos refugiados, que fugiram das suas terras com os pais em busca de melhores condições de vida. De todas estas crianças, eleva-se um silencioso grito de dor que interpela as nossas consciências de homens e cristãos”. É que a dor, afinal, está, com maior dramatismo, em muitas crianças, em todos os cantos do mundo. Para responder, de forma imperativa, a estes e outros casos, temos mesmo de sair dos nossos comodismos, agindo, por todos os meios ao nosso alcance, para que o mundo se torne mais solidário e actuante. Os que sofrem esperam por nós. 2. Tem sido notícia que o “Rei da Cortiça”, Américo Amorim, o homem mais rico de Portugal, vai despedir 193 trabalhadores. Isto significa, mais coisa menos coisa, que outras tantas família vão engrossar o rol dos que passam a olhar o futuro carregado de nuvens negras. Alguns, como sublinharam e pela idade que têm, têm sérias dúvidas em encontrar outro emprego. O “Rei da Cortiça” tem inúmeras empresas, um pouco por todo o mundo, decerto com garantias de bons lucros. Teria – comentava eu para alguém – possibilidades de distribuir esses trabalhadores por outras empresas do grupo que tem dirigido, com sucesso, há muitos anos. Mas logo recebi, como resposta, que há empresários “que só vêem papéis e números. Para eles, não há homens e mulheres trabalhadores e dependentes, exclusivamente, dos magros salários que auferem ao fim do mês”. Pois é. O meu amigo tem razão. Fernando Martins

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 117

BACALHAU EM DATAS - 7

Naufrágio do Primeiro Navegante, na Praia da Barra

MANDOU O SENHOR REI D. MANUEL...

Caríssimo/a:
1506 - «Acrescenta o referido autor [Sebastião Francisco Mendo Trigoso, 1813] que, logo “ em 14 de Outubro de 1506, isto é, seis anos depois do segundo descobrimento [dos irmãos Corte-Reais], mandou o Senhor Rei D. Manuel I, por um decreto datado de Leiria, a Diogo Brandão, que fizesse arrecadação pelos oficiais d'el-rei o importante dízimo do pescado, que por ali se conduzia da Terra Nova”.» [Oc45, 77] «A dízima mandada cobrar por D. Manuel I, em 1506, sobre as pescarias na Terra Nova teria servido a pagar as despesas das viagens dos Corte Reaes, o que significa que o volume de pesca proveniente dessas zonas era já bastante importante. Assim sendo, é de admitir que se tratava de uma pesca com pelo menos alguma tradição.» [HPB, 18] «Se bem que o porto de Aveiro não estivesse especificado neste Alvará, diz Marques Gomes [s/d, p. 125] que só neste porto, o imposto rendia então a soma de 4.000 réis. Tal facto não é de admirar já que Aveiro sempre foi, pelo menos desde esta época, um dos principais portos bacalhoeiros do país. Em 1504 havia mesmo na Terra Nova colónias de pescadores de Aveiro assim como de Viana do Minho.» [HPB, 20 e 120 e Oc45, 77 e 120] «Foram os portugueses os únicos a dispor desde 1506 de uma colónia fixa na Terra Nova e nas costas do Canadá, composta de gente de Viana, de Aveiro e da Terceira. Segundo Luciano Cordeiro, no princípio do século [XVI] só de Aveiro saíam anualmente 60 navios com destino à Terra Nova, chegando a um número que rondava 150 navios em 1550.» [Oc45, 28] «No reinado de D. Manuel I foi Aveiro o porto português que mais navios enviou à Terra Nova. Segundo a Corografia Portuguesa havia então 60 naus destinadas à pesca na Terra Nova e em 1550 este número seria de 150.» [HPB, 21] «No tempo de D. Manuel I foi Aveiro o porto português que mais naus enviou à pesca do bacalhau, possuindo os pescadores de Aveiro 150 embarcações próprias para esta pesca.» [FM, 7] «À luz dos documentos históricos, os Portugueses terão sido os primeiros europeus a praticarem ali a pesca, sempre num crescendo que foi abruptamente interrompido com a perda da nossa independência, após o desastre de Alcácer-Quibir.» [HDGTM, 27]
De facto, aproveitando “a luz dos documentos históricos”, muito nos falta ainda aprender e saborear com esta surpreendente pesca do bacalhau. Sentemo-nos, pois, e petisquemos que o imposto já então era cobrado... Manuel

sábado, 7 de fevereiro de 2009

GAFANHAS: COISAS DE ANTIGAMENTE

Leia aqui mais coisas de antigamente. Nesta foto, a igreja matriz da Gafanha da Nazaré, em tempos de pouco casario.

PRAIA DA BARRA: Pedem-se medidas urgentes contra o avanço do mar

Mar ataca praia da Barra
O nosso mar, que nunca nos cansamos de cantar, de tal modo ocupa um lugar especial na nossa alma, ainda não se fartou de nos estragar a festa. De vez em quando faz das suas. Agora, revela o Diário de Aveiro de hoje, fez desaparecer “uma parte relevante da praia da Barra”. Segundo aquele diário, “a erosão que se verifica poderá ter a ver com a criação de novas correntes, devido ao assoreamento da entrada da Barra”. Pedem-se, por isso, “medidas urgentes contra o avanço do mar".

NOTÍCIA PARA ANIMAR EM TEMPOS DE CRISE

A notícia de que a GALP vai fazer perfurações entre a costa alentejana e Espinho, com o intuito de descobrir se há petróleo às nossas portas, vem mesmo na hora certa. Com tanto desemprego e dificuldades económicas, com o Estado a ter que acudir a situações dramáticas, de pessoas e empresas, um bom poço de petróleo era oiro sobre o azul do nosso mar. Venha ele, para o povo português respirar um pouco mais aliviado.

NÃO VAMOS TER CARNAVAL EM AVEIRO

Disseram-me que este ano, à semelhança do que aconteceu no ano passado, não vai haver Carnaval em Aveiro, organizado, desde a primeira hora, pela paróquia da Glória. Embora compreenda a importância pastoral da iniciativa, no sentido de aproximar as pessoas e de lhes proporcionar uma alegria sã, temos de convir que não estamos em tempo de festas. A crise, com desempregos e fomes, mais angústias e muitas mágoas, não pode gastar em folias. Mas pode ser que um dia o Carnaval da Glória volte, para gáudio de quem gosta.
Obama num bar
Um dia destes vi na TV que o presidente Obama saiu da Casa Branca e foi comer qualquer coisa a um restaurante. Achei bem. Penso que os governantes podem, sem demagogia, sair de casa para estar com o povo, com toda a normalidade. Devem frequentar os restaurantes, como os bares e até os supermercados. Só assim, julgo eu, eles poderão sentir a vida real, compreender as dificuldades do povo, registar o preço do custo de vida. Numa redoma, ficarão apenas com uma noção virtual da vida.

MARX CONTRA MARX

Muro de Berlim
Foi no contexto da queda do muro de Berlim, em 1989, que F. Fukuyama publicou, em 1992, a obra famosa O Fim da História, segundo a qual, depois do fim da União Soviética e a libertação dos países satélites, por causa da falência do comunismo, a democracia liberal e a economia de mercado se imporiam por si ao mundo inteiro. Mas, em 2008, outro politólogo americano, R. Kagan, escreveu também um livro, mas com o título: O Regresso da História e o Fim dos Sonhos. Fukuyama enganou-se. O fim da História não se impôs com a democracia e a economia de mercado. O terrorismo global é ameaça constante. "No domínio da economia, não vivemos propriamente a difusão do bem-estar geral; pelo contrário, o abismo entre ricos e pobres no mundo é mais fundo do que nunca", escreve Reinhard Marx, arcebispo de Munique e autor do best- seller com o mesmo título do do seu homónimo: Das Kapital (O Capital). Mil milhões de pessoas dispõem de apenas um dólar por dia. Mais de 850 milhões passam fome. Morrem por dia umas 24 mil em consequência da subnutrição. Há quem pense que Karl Marx tinha razão. Reinhard Marx, porém, reconhece que o capitalismo está hoje sob pressão de justificação, mas recusa o marxismo. De facto, a História mostrou-nos como foi terrífica a Revolução de Outubro de 1917, ao mergulhar muitos milhões de pessoas na noite mais escura. "Isso nunca mais se pode repetir." Então, quando se considera a presente crise, de consequências imprevisíveis, se se quiser evitar a tentação marxista e as barricadas da revolução, não se pode continuar a caminhar no sentido da absolutização do capital e dos seus interesses. "Eu defendo a propriedade e os direitos dos proprietários", mas o capital não pode ser o bezerro de ouro à volta do qual todos dançam. "O trabalho e os trabalhadores têm primazia sobre o capital." A dignidade da pessoa humana tem de ocupar o lugar central. A economia não é fim em si mesma, pois tem de estar ao serviço das pessoas. O que a crise financeira internacional de 2008 nos veio mostrar de modo absolutamente claro é que nos precipitamos para o abismo, quando "se excluem do mercado a moral e a ética e se pensa que se pode renunciar a uma ordem política do Estado que mantenha os movimentos do mercado dentro de regras ao serviço do bem comum". O Estado social não pode ser algo apenas remanescente, após bons negócios. "O Estado social é uma condição necessária, não só moral, mas também política e económica, para a manutenção da economia de mercado." É preciso distinguir entre capitalismo e economia de mercado. Se os interesses do capital continuarem a ser a única orientação para a economia, então pessoas esmagadas por essa trituradora serão tentadas a refugiar-se nas utopias marxistas. Para evitar a tentação, é necessário lutar por uma economia de mercado que dê espaço a "uma solidariedade institucionalizada num Estado social que funcione, e que funcione na perspectiva do 'bem-estar mundial'". O célebre Prémio Nobel de Economia J. Stiglitz descreveu a ambivalência da globalização em duas obras: As Sombras da Globalização, em 2002, a que se seguiu, em 2006, As Chances da Globalização. Seja como for, a globalização é um facto e, por isso, o bispo Marx, ao falar na necessidade de novas regras para o capitalismo, refere a exigência moral de uma solidariedade global, que é "também um mandamento da inteligência política". Precisamos de uma economia global, social e ecológica, de mercado. Na sua obra, o bispo concretiza exigências. Dado o vínculo entre a pobreza material e a pobreza de formação, impõe-se o acento na educação e na formação: "A tentação de combater a pobreza apenas com dinheiro não teve sucesso." "A democracia precisa de virtudes", e isso significa, por exemplo, limite para os rendimentos dos executivos e que os políticos têm de decidir em função do bem comum e não dos interesses de determinadas empresas a eles ligados. É necessária uma nova ordem política mundial, tendo-se imposto o conceito Global Governance, para criar um novo sistema de instituições e regras no contexto dos desafios globais. Anselmo Borges Nota: Sobre o mais recente livro de Anselmo Borges, “Janela do (In)Finito”, leia aqui.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

I Congresso Internacional Online Feira Universal

«Educação e tolerância no processo de globalização»
A associação científica internacional «Feira Universal» vem dar continuidade ao projecto «Vieira2008», dinamizado pela UA, e marcar a perenidade do pensamento e da acção em prol dos direitos humanos universais. «Educação e tolerância no processo de globalização» abre o I Congresso Internacional Online Feira Universal, hoje, 6 de Fevereiro. A «Feira Universal» propõe-se promover investigação e desenvolvimento, no âmbito das ciências sociais e humanas sobre educações, identidades e cidadanias; desenvolver projectos de investigação, intervenção, formação ao longo da vida e apoio ao ensino para todos e contribuir para a constituição de equipas internacionais multidisciplinares. É também objectivo desta associação organizar e apoiar, preferencialmente em parcerias, congressos, conferências, seminários, edições em suporte digital ou de papel, viagens de estudo e rotas de patrimónios, exposições e outras actividades similares e afins. Leia mais aqui

Colóquio Nacional de Paróquias

Há mais de 1100 paróquias sem padre residente. Nestes casos, o sacerdote responsável é obrigado a dividir-se por várias igrejas e cada vez mais são pessoas fora do clero a assumir novas funções. A situação é muito frequente, diz o padre Manuel Morujão, secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP): "Acredito que aconteça em largas dezenas de paróquias, perto de cem." Na origem está a escassez de padres.
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Um Poema de Maria Donzília Almeida

No aniversário da “partida” da Dra Rosa Lúcia Lopes
Saudade... Tantos anos de pura amizade Passaram desde a nossa meninice, Onde, às vezes, até a traquinice Conviveu com a nossa mocidade! O mesmo tecto, em Coimbra, partilhámos. O estudo e o lazer, nós dividimos. Alegrias e tristezas nós sentimos, Nos planos do futuro, que sonhámos! Na senda de Hipócrates, tu seguiste, E, com dedicação, tu conseguiste Salvar a vida a tanta e boa gente! Traída pela ingrata, tu partiste, E deixaste, profundamente triste, Esta amiga que a tua falta sente! Mª Donzília Almeida Fevereiro de 2002

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Os jovens! Que espera deles a sociedade e a Igreja?

É muito variado e, em alguns aspectos muito rico, o património de um país. Também o do nosso. Os jovens entram neste património e são nele parte privilegiada. Se eles forem o presente serão também o futuro. É tempo de os ouvir, conhecer o seu mundo, perceber os seus sonhos e projectos, ter em conta os seus pesadelos e frustrações, integrar a sua esperança, prestar atenção aos dinamismos sociais que os perturbam, reconhecer os valores que carregam, senti-los na verdade do que são, comunicam, propõem e exigem.
António Marcelino
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Nota: Foto do meu arquivo

A Caminho do Corvo

Um poema de Vitorino Nemésio para os meus amigos que trabalham nos Açores.

Cinquenta anos depois do anúncio do Concílio Vaticano II, o que falta fazer?

Há cinquenta anos, a 25 de Janeiro de 1959, o Papa João XXIII surpreendia a Igreja e o mundo em geral, ao anunciar a decisão de convocar um Concílio. O Página 1 olhou de perto para o que se passou no Concílio Vaticano II, iniciado em 1962 e concluído em 1965.
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Sermão de Santo António aos Peixes

Maria Adélia Fernandes dedicou-se, ao estudo da obra do Padre António Vieira, com incidência especial nos Sermões. Escolheu para tema dos seus trabalhos, o Sermão de Santo António aos Peixes. E, na tela e em colagens oferece-nos um manancial expressivo e apelativo da essência do sermão.
As composições retratam o pendor das palavras do prosador, com quadros repletos de autêntica força introspectiva. Neles se recolhem os ensinamentos, as críticas, as mensagens, os valores e a fecundidade de Vieira, em que os aspectos religiosos, sociais, culturais, económicos e humanísticos se projectam e transmitem, fielmente, o conteúdo dos textos.
A mostra pode ser vista na Casa Municipal de Cultura, Galeria Ferrer Correia, de 2.ª a 6.ª (9h00-19h30) e aos sábados (13h30-19h00). Para saber mais: Câmara Municipal de Coimbra

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Prémio para a Diocese de Beja

Foi atribuído ao Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja (DPHADB) o Prémio Vasco Vilalva, no valor de 50 mil euros. O presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Rui Vilar, que se deslocou à pousada de S. Francisco para fazer a entrega do prémio, sublinhou o trabalho levado a cabo pela Diocese de Beja, acrescentando que se trata, sem dúvida, de um "exemplo que outros deviam replicar no país". Apesar de ser a diocese mais pobre e desertificada de Portugal continental, foi possível fazer um levantamento histórico e artístico, graças ao esforço e à dedicação de José António Falcão, que aceitou o desafio que lhe foi dirigido pelo bispo D. Manuel Falcão, que criou o DPHADB, em 1984. A partir do inventário feito e da recolha e preservação de inúmeras peças de arte sacra, já houve diversas exposições, tanto em Beja como no País e até no estrangeiro. Esta minha referência tem como únicos intuitos enaltecer o esforço realizado em Beja e estimular, se é que tal é possível neste meu recanto, outras dioceses e paróquias a seguirem as pisadas daquela diocese alentejana. Sei que uma tarefa como esta implica o envolvimento de gente habilitada e com paixão pelo património histórico e artístico. Contudo, se cada paróquia conseguisse avançar com o seu inventário, seguindo normas básicas ligadas a estas ciências, talvez fosse um grande passo para um trabalho mais completo a nível da nossa Diocese de Aveiro.

Grupo Desportivo da Gafanha

No próximo domingo, 8 de Fevereiro, pelas 15.30 horas, vai proceder-se à inauguração da ampliação e remodelação do Complexo Desportivo do Grupo Desportivo da Gafanha (GDG). Segundo informação da Câmara Municipal de Ílhavo e do próprio GDG, nesta cerimónia acontecerá, também, a entrega oficial do Complexo à "importante Associação Desportiva do Município".

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

MATER DOLOROSA

Depois do adeus...

Mãe sofrida... Atingiste Teu limite... E a crueldade Redobrada persiste! Deste a oportunidade O ambiente criaste... Longe...tu imaginaste O auge da felicidade! Repetiu-se o cenário, O imenso calvário Será o teu fadário? A decisão já tomaste! Madona 31.01.09

Paraísos Fiscais

Os graves problemas surgidos no BCP e, mais recentemente, no BPN e no BPP, são de natureza diversa. Mas têm um ponto em comum: nos três casos estão envolvidos paraísos fi cais (“off-shores”), suspeitando-se que por eles tenham passado iniciativas irregulares ou mesmo criminosas. Muita gente percebe, hoje, que os “off-shores” representam uma injustiça fiscal - quem evita pagar impostos graças a esses paraísos fiscais não são os pobres nem a classe média. Pior do que isso, os “off-shores” tornaram-se uma via para a ilegalidade, incluindo a criminalidade organizada e o terrorismo. Os atentados do 11 de Setembro foram financiados através de “off-shores”. Por isso, esperava-se uma acção eficaz para os eliminar, pelo menos, por parte da administração Bush, promovendo um esforço à escala global. Infelizmente, tal não aconteceu. Prevaleceram os interesses: os “off-shores” dão jeito a muita gente importante. Será que a presente e gravíssima crise financeira, bem como o novo presidente americano, conseguirão avançar na eliminação mundial dos paraísos fiscais? Oxalá. Mas não sou optimista.
Francisco Sarsfield Cabral, in RR

Justiça em Portugal

Na RTP1 vi e ouvi, hoje, que uma indemnização respeitante a uma jovem que foi atropelada, em Aveiro, demorou ..nove anos a ser atribuída. Só agora o tribunal, em última instância, deu por concluído o processo. Ontem também assisti, em casa, ao programa Prós e Contras da RTP1, sobre o malfadado processo do Freeport, que a Justiça Portuguesa tem em mãos há uns quatro anos. Dizem que este atraso, em Portugal, é coisa normal. Ora isto deve fazer-nos reflectir. Será possível que neste País, de brandos costumes, não haja solução para esta triste e lamentável realidade? Onde está, afinal, o Estado de Direito que tanto se apregoa? E como é admissível que um processo judicial decorra a partir de uma carta anónima? Agora, com novas leis, já se diz que tal não pode acontecer. Já viram os meus leitores que um qualquer bandido podia acusar um inocente do mais hediondo crime? Voltando ao assunto das demoras da Justiça portuguesa, que é, e muito bem, independente, pergunto: Não haverá processo de exigir aos magistrados celeridade na conclusão dos processos? Poderão eles, tranquilamente, guardá-los em qualquer canto dos seus gabinetes, à espera não se sabe de quê, deixando que tudo decorra com toda a calma? Não há prazos a cumprir? Será de aceitar que um qualquer suspeito tenha de carregar o carimbo de acusado, tanto tempo, sem que a Justiça se preocupe com o direito de um cidadão poder viver de cara levantada? Confesso que fico enojado com isto tudo. Mas como apostei em viver Pela Positiva, vou admitir que um dia esta situação possa mudar, para melhor. Os portugueses precisam, de facto, de uma Justiça livre, rápida, eficiente. Assim é que não pode continuar! Fernando Martins

Coisas de antigamente

Medas de palha de milho
Veja mais coisas de antigamente da nossa terra.

VIAGEM ÚNICA

Tem razão quem diz que os homens são o contrário das montanhas. Ao longe parecem grandes. Próximos, nota-se a sua pequenês. Ao contrário das montanhas. O nosso próximo é mesmo um problema. Próximo, no lugar e no tempo. De tal modo que muitas análises sociais, políticas, culturais e religiosas consideram sempre melhor o que está longe no tempo e no espaço. Assim se descrevem as maravilhas do passado. Nas famílias, nas escolas, nas canções, na Igreja, na vida política e nessa espécie de praga democrática que é a intervenção telefónica em fóruns de rádio e televisão. Se não se fala do passado evoca-se o distante: para lá muito a Norte ou muito a Sul. Mas distante, inacessível, burilado pela imaginação ou pelo indemonstrável. Para facilitar, diz-se “lá fora, no estrangeiro”. Enfim, tudo o que não é aqui ou agora. Esse é o problema: fugir ao que está ao nosso alcance e ocupa o nosso quotidiano, as nossas conversas, as anedotas que contamos, as preocupações que revelamos, aquilo para que a língua está sempre afiada, distanciando-nos da responsabilidade, do compromisso, do interesse mínimo em oferecer o nosso contributo para a resolução. Divertindo-nos com o enigmas para nos esquivarmos ao compromisso e acção concreta. Esta é uma questão essencial no lugar e no momento que atravessamos. O lugar é muito mais que o pequeno rectângulo a que temos relutância, em certos momentos, de chamar pátria, húmus donde provimos e donde queremos um dia partir. Dizemos que é “este país”para que nos não atinja nem comprometa, nem sequer envolva. Vamos resolvendo o nosso imediato e gerindo o resto de sorte que nos toca, de não estarmos sem abrigo e termos sobre a mesa, ainda que não muito abundante ou mesmo um pouco embolorado, o pão de cada dia. A decisão é exactamente esta: a nível individual e colectivo assumirmos que este é o nosso tempo e o nosso lugar, onde estamos “inscritos” na história e onde o nosso remo não pode ser entregue a mais ninguém. Esta é a nossa onda, o nosso mar e a nossa única viagem antes do eterno. Quem somos nós para nos colocarmos numa varanda imaginária a ver passar um cortejo a que queremos ser alheios? O nosso lugar, a nossa vocação cristã é aqui e agora. António Rego

O NOSSO MAR EM DIA DE SOL

Uma réstia de sol levou-me ontem a ver o mar. O mesmo mar que me fascinou desde tenra idade. Bravio ou calmo, mais sombrio ou iluminado, é sempre o mar que de noite me embala o adormecer. Ontem, com ondas altas e agrestes, não deixou de exibir aqui a e ali manchas prateadas que reflectiam os sonhos de quem o olhava. Bem rugia, o mar, bem se atirava, agreste, contra as pedras. Mas, lá bem no seu íntimo, não deixava de seduzir quem o visitava. Num dia de sol. O frio viria depois. FM

AVE MARIA para começar o dia

Pedro Paquete canta Ave Maria

O João Marçal teve a gentileza de me enviar esta sugestão, com um comentário, que transcrevo:"Este cantor é um amigo meu, açoriano, de São Miguel, que já cantou na Gafanha da Nazaré, na nossa igreja, onde foi lindamente acompanhado ao órgão pelo nosso conterrâneo João Ramos. Aqui é acompanhado ao piano por um colega da Orquestra Ligeira dos Açores." Obrigado, João. Afinal, para começar o dia, nada melhor do esta Ave Maria, de Gounot, para nos aquecer.

NOTA: Da Alda, nossa conterrânea radicada no Açores, recebi algumas achegas, que aqui reproduzo, com os meus agradecimentos: "Esses dois músicos, tocam, não na orquestra ligeira dos Açores, mas sim na Orquestra Ligeira de Ponta Delgada, da qual sou também vocalista a par do excelente cantor, Pedro Paquete. Nos Açores, há inúmeras Orquestras ligeiras, sendo que só em São Miguel, atingiu-se no ano passado o número de uma por cada concelho, ou seja, 5 no seu total. Só para que conste, o organista chama-se Pedro Hilário e é também um extraordinário músico.Saudações insulares."

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Ainda a remodelação do Centro Cultural da Gafanha da Nazaré

Na sua reunião de hoje, o Executivo Municipal aprovou a adjudicação da obra de “Ampliação e Remodelação do Centro Cultural da Gafanha da Nazaré”, pelo valor de €2.148.755,73 mais IVA. O prazo de execução é de seis meses. Posso adiantar que, segundo informação da autarquia, as obras contemplam um auditório para 400 pessoas, com as condições técnicas exigidas a uma boa sala de espectáculos, ao nível da acústica, do controlo ambiental e do conforto, para quem assiste e para quem trabalha. Será criada uma galeria de exposições, com cerca de 400 metros quadrados, em dois pisos e com acesso autónomo. O Centro Cultural ficará ainda com uma sala de conferências com 72 lugares. Estas obras implicam algumas reformulações dos espaços adjacentes.

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré vai ser requalificado

Segundo a Rádio Terra Nova, a Câmara de Ílhavo vai adjudicar hoje a requalificação do Centro Cultural da Gafanha da Nazaré. Trata-se de uma obra reclamada há muito, esperando-se, agora, que as obras avancem com a celeridade desejada. Também se espera que logo a seguir o Centro Cultural tenha a animação que o povo merece e precisa.

A MARINA DA BARRA nem acta nem desata

Ribau Esteves: “Tenho a maior reserva que
haja dinheiro” para a Marina da Barra
Com uma situação financeira “equilibrada”, a autarquia tem vários projectos em carteira. A Marina da Barra, uma das grandes bandeiras de Ribau Esteves, parece mergulhada num impasse. Não tenho motivo nenhum para não confiar. O que eu quero muito é que de uma vez por todas os interlocutores se sentem à mesa para que possamos discutir e tomar decisões. A nossa região precisa de uma marina. O turismo náutico é um dos eixos prioritários da nova entidade regional do turismo e do país, temos um património extraordinário que é a ria, temos o quinto porto nacional… Leia no Diário de Aveiro de hoje