terça-feira, 15 de dezembro de 2020

HÁ DIAS ASSIM


Há dias assim. Ou assim-assim. Como diz o dicionário, nem bem nem mal. Ora triste ou nem por isso. Alegre é que não. Isto deve ser fruto do tempo: chuvoso, carrancudo, frio, cinzento. Também pode ser da idade, alvitra alguém; do confinamento, diz outro. Mas eu não digo mais nada. Amanhã, garanto, já serei outro. Ou talvez logo mais. Para já é assim.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

VEJA-SE AO ESPELHO


Quando passar pelo Jardim 31 de Agosto, veja-se ao espelho. Dá sempre jeito. O que foi Centro Cultural virou Fábrica das Ideias. Tudo bem. O que importa, no entanto, é ter vida com festa que nos alegre.

domingo, 13 de dezembro de 2020

TUDO POR CAUSA DA ALEGRIA

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO



1. O que já podemos saber é que nós ignoramos o que é o ser humano. Pelo pouco que conhecemos do nosso passado, pelo turbilhão do presente e pela incerteza acerca do futuro, verificamos que somos um programa tão aberto que nunca poderá oferecer garantias de que dê sempre certo. Quando repetimos que somos essencialmente desejo, também sabemos que há bons e maus desejos.
Através dos nossos labirintos interiores, das contradições sociais e culturais e da anarquia louca dos nossos apetites, de forma consciente ou inconsciente, somos, apesar de tudo, desejo de plenitude. Muitas vezes criminosamente atraiçoado.
É, na segunda parte da Suma de Teologia, que Tomás de Aquino elabora a sua minuciosa ética teológica. É servida pela reelaboração da ética filosófica aristotélica, com banhos de Santo Agostinho e de outros Padres da Igreja. Importa-me realçar, para o objectivo desta crónica, que essa longa construção é precedida de cinco questões dedicadas, exclusivamente, à investigação das exigências e dos obstáculos para aceder à felicidade perfeita [1]. As evangélicas bem-aventuranças anunciam as condições para atingir essa plenitude. Os trabalhos e os gemidos da história humana, para alcançar novos céus e nova terra, são todos por causa da alegria.
S. Paulo sublinhou esta situação de modo dramático: “Bem sabemos como toda a criação geme e sofre as dores de parto até ao presente. Não só ela. Também nós, que possuímos as primícias do Espírito, nós próprios gememos no nosso íntimo, aguardando a adopção filial, a libertação do nosso corpo.” [2] 
Como crescemos no tempo, vivemos no reino da imperfeição, da “alegria breve”, como diz Virgílio Ferreira. No mesmo dia, podemos passar da alegria à tristeza e do medo à esperança [3].

O MENINO JÁ ESTÁ ENTRE NÓS



O Advento está a caminhar a passos largos para a grande festa dos cristãos que é a celebração do nascimento do Deus-Menino, registado no coração de humildes pastores  há mais de dois mil anos. Tão importante foi esse acontecimento que marcou a nossa era. 
A princípio, terá sido uma criança como outra qualquer, mas quando se fez homem, dele brotou uma mensagem que se tornou revolucionária, essencialmente assente na paz e na fraternidade. O seu legado impulsionou uma nova civilização, a Civilização do Amor, cuja implementação entregou aos seus seguidores. 
Contudo, apesar da beleza e urgência da sua mensagem,  a Civilização do Amor permanece em miragem para imensa gente. Urge reacender,  ano após ano, neste mundo sem fronteiras, a luz da esperança que o Menino-Deus projetou em cada um de nós, a partir da humilde gruta de Belém. 
Bom Natal para todos. 

sábado, 12 de dezembro de 2020

O SENTIDO DA VIDA. 2. A ÉTICA

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias 



1. Quando demos por nós, já lá estávamos, claro, mas ainda sem consciência de estarmos. Foi um tomar consciência lento, gradual. Mas houve um dia, dias, em que se nos impôs ou foi impondo claramente que nos pertencemos, que somos livres, que somos donos e senhores de nós próprios e das nossas acções, com a responsabilidade de nos fazermos a nós mesmos no mundo com os outros. De qualquer forma, percebemos que já somos, mas ainda não somos e temos de escolher o que queremos ser. Abateu-se sobre nós, gigantesca, decisiva, a única tarefa que temos: fazendo o que fazemos ou não fazemos, por acção, por omissão, estamos a fazer-nos e, no fim, resultará uma obra de arte ou uma vergonha... 
Assim, torna-se claro que a nossa vida, para se erguer num projecto digno, tem de se ir vendo do presente para o futuro e do futuro para o presente continuado, se se quiser, numa imagem mais visual, tem de ver-se de cá para lá e, por antecipação, de lá para cá. Para que lá, no fim, olhando para trás, não nos arrependamos do que fizemos ou não fizemos, não tenhamos vergonha, não tenhamos pena de não termos feito o que poderíamos fazer e não fizemos. É que — isto é abissal — só vivemos uma vez. 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

MAU TEMPO POR ESTES DIAS

Praia da Barra (Foto do meu arquivo)

O mau tempo tem estado a ser anunciado para estes dias, com avisos que que assustam o povo. No litoral, quando havia mau tempo, as nossas praias sofriam as consequências com danos que exigiam avultadas despesas para repor a sua beleza. Esta foto, dos meus arquivos, mostra à evidência o que costumava acontecer. Presentemente, com as obras que têm sido feitas, talvez estejamos livres de desastres como este.
Há anos, um perito afiançou-me que o mar não garante nada e que é sempre imprevisível, por mais obras que se façam. Quando ele se zanga, deixa inevitavelmente um rasto de destruição incalculável. Vamos esperar que o temporal não seja tão mau quanto se anuncia. 
Bom fim de semana.

Um ar de sol



Em tempo outonal, com chuva persistente, um ar de sol entrou no meu quintal. Não aquece, de tão ténue ele ser, mas o ar da sua graça indicia que a esperança não morre.

ALEGRAI-VOS. ELE ESTÁ NO MEIO DE VÓS

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo III do Advento do Natal 



A liturgia da Palavra está repassada de referência à alegria e a quanto a envolve e lhe abre horizontes. Os rostos que a tornam visível são III Isaías, Paulo de Tarso e João Baptista. Vamos deter-nos em alguns traços destes rostos que muito nos consolam e interpelam. 
“Exulto de alegria no Senhor, proclama Isaías no desterro da Babilónia. “Vivei sempre alegres”, escreve Paulo aos cristãos de Tessalónica. “No meio de vós está Alguém que não conheceis”, afirma João Baptista aos sacerdotes e levitas enviados de Jerusalém. 
Que exortação corajosa, a de Isaías, vinda de quem está em situações difíceis e sofridas! Que mudança de perspectivas comporta, relativizando o peso do presente face à esperança do futuro! Que suporte anímico e espiritual manifesta, ao dar as razões em que se apoia e fundamenta! Aconselhar a viver na alegria os abatidos de coração, os esmorecidos de coragem, os desterrados de si mesmos, constitui uma verdadeira provocação e lança um forte desafio. 
Assim era a situação no tempo do 3º. Isaías, profeta do exílio em Babilónia, quando Ciro, rei da Pérsia, conquista a cidade e dá liberdade aos cativos de regressarem às suas terras. Um grupo de judeus aproveita a oportunidade e vem instalar-se em Jerusalém. Mas depara-se com uma surpresa desagradável e frustrante: é acolhido friamente e com alguma hostilidade pelos residentes. Apesar disso, ganha coragem e persiste, lançando as “bases” do culto habitual ao Senhor, seu Deus. Todavia, os agravos acentuam-se, sendo espoliados dos bens que conseguem obter, e ficam sem casa para habitar nem campos para trabalhar. Renasce intensa a desilusão frustrante, a tristeza de morte. E o profeta ergue a voz para proclamar: Exulto de alegria no Senhor. Ele há-de fazer brotar a justiça. 

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

 Aprovada pelas Nações Unidas em 10 de Dezembro de 1948


Declaração Universal dos Direitos Humanos foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas no dia 10 de Dezembro de 1948. Completa hoje, portanto, 72 anos. Defende que os direitos humanos fundamentais devem ser protegidos em todo o mundo e difundidos por todos os cantos da Terra. Foi essa a intenção dos seus promotores, mas estará a ser seguida?



DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS 


Artigo 1.º 

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Artigo 2.º 

Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

Artigo 3.º 

Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

MOSTEIRO DA BATALHA - PATRIMÓNIO MUNDIAL


 Neste dia, 9 de Dezembro de 1983, o Mosteiro da Batalha, que todos os portugueses devem conhecer, foi classificado como Património Mundial. Foto registada, por mim, de um café-bar, 1.º andar,  perto do Mosteiro.