terça-feira, 27 de outubro de 2020

ARES DE OUTONO – As nuvens



Gosto muito das nuvens a ilustrarem o céu. O céu azul em toda a sua pureza é bonito, mas com nuvens tem mais vida, mais expressão. Nestas nuvens há mesmo sinais que dizem muito: temporal à vista, anúncio de chuva intensa, conselho para nos aquietarmos em casa, tempo de recolhimento. Seja como for, o outono é para ser sentido e vivido. Sabemos que nos prepara, física e psicologicamente, para a chegada do inverno. E logo depois teremos a sonhada primavera. 

«Isto de ser um ateu católico não é fácil e inquieta»


Pedro Marques Lopes
«“O mundo existe para todos, porque todos os seres humanos nascem nesta Terra com a mesma dignidade”, diz o papa Francisco na última encíclica, “Fratelli tutti”. Não foram estes os ensinamentos que a Igreja me deu, não é essa a história desde há muito tempo.»
A encíclica “Todos irmãos” constitui o principal fundamento para o texto que o comentador político Pedro Marques Lopes na crónica semanal que assina do “Diário de Notícias”, intitulada “Quo vadis, Francisco?”.
«O encantamento com que fui lendo a última encíclica papal, “Fratelli tutti”, foi-se misturando com uma espécie de angústia, perguntas que me ia esforçando por afastar: e se tivesse sido isto? E se fosse esta a prática, tivessem sido estes os ensinamentos? Se fosse este carinho, esta hospitalidade para as nossas fraquezas, esta compreensão da nossa natureza, ter-me-ia afastado da Igreja? Se fosse este o entendimento da nossa vida em comunidade, ter-me-ia afastado da Igreja?», interroga.

Ler todo o texto aqui  e aqui 

GAFANHA DA NAZARÉ: Rua Camilo Castelo Branco

Texto escrito e publicado
em 27 de Outubro de 2009 

Homenagem merecida a um dos grandes escritores da Língua Portuguesa. Penso que não há nenhum português, minimamente letrado, que não conheça O Amor de Perdição, obra famosa de Camilo Castelo Branco.
Não consta que o escritor, falecido em 1890, com 65 anos de idade, alguma vez tenha passado por esta nossa terra, ainda longe de figurar no mapa de Portugal com o título de freguesia, o que só aconteceu, como os leitores do Timoneiro sabem, em 1910. De qualquer forma, e porque é hábito no nosso País baptizar as ruas com nomes de gente célebre, compreende-se, perfeitamente, a lembrança, para quem passa, de Camilo Castelo Branco.
Desde a minha juventude que me deixei seduzir pelas estórias, com enredos, ora simples ora complicados, que Camilo, possuidor de uma escrita bastante rica, soube retratar nos seus livros, reproduzindo cenas e vidas do quotidiano, felizes ou dramáticas, na verdadeira acepção das palavras.
De tal modo que, ainda hoje, me encanta a releitura de obras suas, pela boa disposição que criam em mim. Algumas com uma actualidade ajustada a todos os tempos, sobretudo quando descreve a figura de políticos que deixaram tristes seguidores. Amores e desamores, paixões e paixonetas, adultérios e dramas pungentes, santos e pecadores, de tudo um pouco nos mostra Camilo em dezenas de livros, ou não vivesse ele daquilo que escrevia e publicava em tudo onde coubesse bom Português.

Memórias em Imagens - Costa Nova

Igreja de Nossa Senhora da Saúde e Praia
27 de Outubro de 2012

Igreja de Nossa Senhora da Saúde

Acesso à praia 
 

domingo, 25 de outubro de 2020

O meu irmão faria hoje 79 anos

O meu irmão, o Menino
Se fosse vivo, o meu único irmão de saudosa memória faria hoje 79 anos. Faleceu no dia 27 de Março de 2007. Feitas as contas, deixou-nos com 66 anos. Sobre ele tenho escrito algumas vezes, sempre com uma saudade indescritível. Foi um rapaz do seu tempo e um homem dinâmico e saudável. As mortes nunca são esperadas; muito menos a dele, que gostava muito de viver. 
O meu irmão assumiu o apelido de Grilo do nosso lado paterno. Era o Armando Grilo. O mesmo nome do nosso saudoso pai. 
Curiosamente, o meu irmão celebrava o seu aniversário de nascimento duas vezes: No dia 25, a data real em que veio para a vida; no dia 29, por erro de registo. Mas ele aceitou alegremente esta circunstância. Até dizia com graça e realismo que no dia 25 celebrava com a família e no dia 29 com os amigos. 
À medida que caminhamos para o fim da nossa existência terrena, alimentamos o gosto de reviver o passado. Eu até o faço com prazer, sobretudo se evoco o que vivi com alegria, com prazer, com sentido de responsabilidade, com amor. E neste caso, meus amigos, são os nossos familiares que mais se instalam nos sofás das nossas memórias para conversas intermináveis. 
Até um dia, Menino. Era assim que o tratava. Ele chamava-me Mano. 

Fernando Martins

A azeitona

Uma azeitona por aqui? A que propósito? — perguntarão os meus leitores. Se a publiquei é porque terei alguma razão. E vou contá-la... 
Há anos, a Lita plantou uma oliveirinha no nosso quintal. Era, realmente, uma árvore com pouco tempo de vida. Disse-lhe, então, que jamais comeríamos azeitonas dela porque as oliveiras precisam de muito tempo para frutificarem. E a oliveirinha lá ficou no quintal dando-me a sensação de que estava sempre igual. A Lita, nas horas de rega, nunca esquecia a pequena árvore, adubando-a também ao seu jeito. 
O tempo inexorável foi passando e ontem, ao fim do dia, quando regressou do quintal, a Lita pousou serenamente esta azeitona em cima do papel colorido para sublinhar a sua existência. Então... a oliveira deu ou não deu fruto? — questionou-me ela com o seu sorriso de vitória. 
Um domingo muito  feliz para todos. 

F. M.

Ninguém pode salvar-se sozinho

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO


Neste tempo de desorientação 
não é nada enganosa a publicidade que repete: 
cuidar de si é cuidar de todos!

1. Estes não são tempos de euforia. As festas que a pretendem imitar acabam sempre em redobrada tristeza. Às loucuras das guerras e novas ameaças de guerras veio juntar-se a devastação mundial provocada pela covid-19 que, além das pessoas que mata e dos recursos que consome, vai deixar muita gente abandonada à miséria. Por isso, não é nada enganosa a publicidade que repete: cuidar de si é cuidar de todos!
É verdade que o incómodo da máscara, da etiqueta respiratória, da limpeza das mãos, da distância física, etc., é muito irritante. Recorrer a sofismas, para dizer que não está cientificamente demonstrada a eficácia desses cuidados, não passa de um exercício de banal e oca retórica.
Ver em todas as medidas governamentais, que tentam impedir o alastramento da pandemia, um atentado à liberdade e aos direitos humanos é uma reacção que roça a paranóia. O coronavírus não costuma respeitar as nossas reais ou fictícias arrelias.
O bom senso, que não precisa de receita médica, aconselha a boa distância entre o pânico imobilizador e o desleixo fatal. O sentido da responsabilidade, pessoal e social, fica mais barato do que o confinamento ou o internamento hospitalar.
Resta um desafio para a nossa imaginação: como reinventar e multiplicar as manifestações de afecto e de bom humor que anulem o mau distanciamento e a indiferença, sobretudo em datas de reunião familiar, como as do Natal religioso ou agnóstico?

AÇORES - Para evocar a solidão


Aqui, em Salsa,  mora a solidão. Debaixo do céu com mar à vista. Longe do burburinho do mundo e da inquietação da vida. Bom domingo. 

sábado, 24 de outubro de 2020

NATIONAL GEOGRAPHIC - Uma revista para este tempo


Tenho sido injusto com a revista NATIONAL GEOGRAPHIC que entra cá em casa há anos. E contudo, lê-la, mesmo que a correr, é ficar a par de variados estudos e descobertas que, doutra forma, como leitor comum, me passariam ao lado. 
O número referente a Outubro oferece-nos “Um novo olhar sobre os dinossauros — A ciência reconstitui a história e o aspecto destes animais pré-históricos”. Uma boa leitura para estes tempos de recomendável isolamento para pessoas idosos como eu, mas não só. 
A revista não se fica por aí, brindando-nos com outros temas de culturas e povos diversos, dos mais variados e inóspitos recantos da Terra. As ilustrações, em todas as páginas da revista, são duma beleza ímpar.
Com esta referência, pretendo tão-só sugerir a leitura desta revista. Lemos, consciente ou inconscientemente, tanta literatura banal!