quinta-feira, 14 de maio de 2020

AS NOSSAS PAISAGENS


A nossa região está repleta de paisagens que nos obrigam a parar para mais e melhor as podermos contemplar. Cheguei e nem sabia que fotografar para mais tarde recordar. Tudo era desafio: O Farol e povoação envolvente, a entrada da barra com os seus destinos, a torre dos pilotos, o farolim mesmo ao meu lado, as gaivotas que sobrevoam as águas mansas e o silêncio tão importante para o nosso equilíbrio emocional.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

GAIVOTAS ENSAIAM INVASÃO À GAFANHA?


Cheguei a pensar que as gaivotas, vindas do oceano, com fome ou em visita turística, estariam a ensaiar uma invasão às Gafanhas, talvez à procura de algum banquete. Não consegui contá-las, porque a velocidade dos seus acrobáticos voos não mo permitiram. Depois admiti  ensaiar  uma eventual fuga estratégica, para evitar o pior, caso reparassem em mim. Felizmente, não foi necessário e até deixaram que registasse a sua passagem, afinal simpática, pela nossa terra. As gaivotas rumaram para outras paragens à cata nem sei de quê.

terça-feira, 12 de maio de 2020

INVESTIR NOS POBRES

Criamos um futuro sustentável quando investimos nos pobres, 
e não quando insistimos no seu sofrimento 

Bill Gates (1955-), empresário e filantropo

Em "Escrito na Pedra" do PÚBLICO 

segunda-feira, 11 de maio de 2020

TANTA FOME DE PEIXE FRESCO

Boca da Barra de Aveiro

O espetáculo que presenciei não é inédito. Quando o peixe abunda no barco de pesca, o bando de gaivotas, talvez inspirado pela abundante pescaria, deixa tudo no mar alto e apressa-se para assistir à descarga do peixe fresco. Monta guarda ao barco, qual batalhão que se apresta para a caça ao peixinho saboroso. Deve ser sardinha, que estamos no tempo dela, havendo a garantia de que apetite não falta. Resta-nos saber se haverá festas aos Santos Populares, mas estou em crer que elas terão lugar no nosso litoral, desde que sejam respeitadas as normas da DGS. É que, se calhar, o Covid-19 já terá viajado para outras paragens.

CRIME HEDIONDO

Todos nos damos conta das brutalidade tão frequentes nas sociedades que habitamos e sempre nos interrogamos sobre o porquê de tanta maldade. A violência, doméstica ou outra, deve ter nascido com o Homem e não terá explicação plausível.
O crime de Atouguia da Baleia, supostamente praticado por um homem (?) sobre a sua própria filha, na presença ou com ajuda da madrasta, deixa-nos horrorizados. Friamente, o homem (?) nem se deu ao cuidado de procurar a menina (filha) que havia desaparecido, por não saber o que fazer. 
No meio deste mundo onde há tanta gente boa, sensível, capaz de amar desinteressadamente, disponível para servir, para educar e ajudar os mais carentes, de quando em vez vêm à tona vidas capazes de odiar, espancar, matar... sem dó nem piedade. Gente que repudia o amor, a paz, a liberdade, a bondade, a ternura. E assim vai o mundo. Se a justiça o condenar por reconhecer o crime que terá cometido, passará uns anos na cadeia e depois virá  a liberdade, mas a menina só permanecerá com o seu sorriso lindo na nossa memória, como mártir às mãos de um homem a quem chamava pai. 

F. M. 

LARGO DO CRUZEIRO VAI SER REQUALIFICADO


A Câmara Municipal de Ílhavo aprovou a aquisição de um prédio rústico no lugar da Chave, Freguesia da Gafanha da Nazaré, pelo valor de 61.200 euros, com o propósito de requalificar o Largo do Cruzeiro. Pretende-se, com esta aquisição, criar um espaço ajardinado e zona de estacionamento. 
Sublinha a autarquia ilhavense que esta requalificação vai devolver àquela largo a sua importância coletiva. O Largo do Cruzeiro, no lugar da Chave, foi palco, ao longo dos tempos, de uma das diversas centralidades da nossa terra.

Sobre o Cruzeiro ler mais aqui  

SANTA JOANA - CIDADE E DIOCESE EM REFLEXÃO


Celebra-se amanhã, 12 de maio, o dia da padroeira da cidade e diocese de Aveiro, desta feita sem a pompa e dignidade habituais, por força das determinações impostas pela pandemia que está a inquietar o mundo. Diocese e município remetem para a devoção de cada um a reflexão sobre a fé e obra da filha de D. Afonso V, que optou por Aveiro para viver, longe da volúpia dos Paços Reais, em oração e na entrega aos mais desprotegidos. 
Mas se é certo que a Princesa Joana já foi beatificada, é justo lembrar que o processo de canonização, retomado há anos, por iniciativa do atual Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, ainda não chegou ao fim. Apesar de o povo ter "canonizado" ao longo dos tempos a nossa Princesa Joana, importa, agora,  que todos nos envolvamos, pela oração e pela divulgação dos seus méritos em prol dos aveirenses, mas não só, na caminhada que conduza a uma decisão favorável do Papa. 

Ler o que escrevi aqui sobre o livro.

domingo, 10 de maio de 2020

É OU DEVIA SER?

"O objecto principal da política 
é criar a amizade entre membros da cidade"

 Aristóteles (384 a.c.-382 a.c.), filósofo grego

Em Escrito na Pedra do PÚBLICO

NOTA: É ou devia ser? Em Portugal, nos tempos que correm, numa democracia a caminho do meio século de vida, não me parece que a amizade seja uma constante entre membros dos diversos partidos... 

A MINHA DÍVIDA PARA COM D. MANUEL VIEIRA PINTO

Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO

Com D. Manuel Vieira Pinto, as comunidades cristãs eram incentivadas a uma radical criatividade. Nascia uma nova forma de ser Igreja, na linha do Vaticano II, mas a partir da base.

1. Os Dominicanos viveram uma longa história em Moçambique. A Congregação de Santa Cruz das Índias não confinava a sua acção missionária aos continentes asiático e australiano, orientava a actividade de todos os dominicanos portugueses em terra de missão, quer se desenvolvesse na Ásia, na Oceânia ou na África.
Em Moçambique, trabalharam desde o séc. XVI até ao séc. XIX. É uma história que está, em grande parte, por fazer, quer sobre momentos de fidelidade missionária, quer dos períodos de declínio ou de decadência. Destaco, apenas, que o primeiro religioso de Moçambique foi um dominicano. Por outro lado, a Etiópia Oriental e Vária História de Cousas Notáveis do Oriente [1], de Frei João dos Santos, continua uma obra de referência obrigatória, “uma obra singular no panorama da literatura portuguesa seiscentista”.
Os Dominicanos portugueses só voltaram a formar uma comunidade em Moçambique, na Diocese de Nampula, com D. Manuel Vieira Pinto, falecido no passado dia 30 de Abril. Quando, depois da independência, foram impedidos de viver em comunidade e de continuar a importante obra social que tinham desenvolvido, regressaram a Portugal [2]. Frei João Domingos ainda estudou a viabilidade de um regresso. Concluiu que seria preferível começar tudo de novo em Angola, para onde foi, em 1982, com Frei Gil e Frei José Nunes. Os frutos mostraram, e continuam a mostrar, que ele tinha razão.
Apesar disso, o Bispo de Nampula não dispensou o contributo dos Dominicanos. Como membros do Instituto S. Tomás de Aquino (ISTA), vários dos seus professores, nomeadamente João Domingos, Luís França, Raimundo de Oliveira e eu próprio fomos chamados a colaborar na reciclagem dos missionários e na formação dos Animadores de Comunidades.

UM ASTROFÍSICO E UM FILÓSOFO FRENTE À COVID-19

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


Têm outro horizonte de compreensão e, por isso, podem ajudar-nos no discernimento da presente hecatombe. Ambos muito conhecidos. Um é astrofísico, o outro é filósofo. Do alto do seu saber e da sabedoria que a idade, 88 e 98 anos, respectivamente, também dá, vale a pena ouvi-los. Foi o que fiz, pela intermediação de entrevistas que deram, a partir do seu confinamento. 

1. O astrofísico é Hubert Reeves, que conversou com Luciana Leiderfarb para o Expresso. E que disse? 
Constatou o facto: em casa, confinados, por causa de um vírus invisível. “A única coisa que não é clara para mim é se a poluição e a degradação do planeta a que estamos a assistir e a que chamamos a ‘sexta extinção’ estão ou não relacionadas com este vírus.” Embora não seja especialista na matéria, pensa que “está perto da verdade: a pandemia não foi causada directamente pela sexta extinção, mas indirectamente, facilitando as condições para o coronavírus se expandir tão depressa.” 
De qualquer modo, somos muito maus a fazer antecipações: “Ninguém sabe do futuro. É a imprevisibilidade da realidade que quero destacar. A realidade é difícil de prever, e somos muito maus a fazê-lo.” Mas temos hoje excesso de poder que nem sempre queremos ou somos capazes de controlar, e aí está o perigo: “Temos duas formas de nos autodestruirmos: através de uma guerra nuclear ou da sexta extinção. Ambas podem eliminar-nos e dependem do nosso autocontrolo.”