segunda-feira, 11 de maio de 2020

LARGO DO CRUZEIRO VAI SER REQUALIFICADO


A Câmara Municipal de Ílhavo aprovou a aquisição de um prédio rústico no lugar da Chave, Freguesia da Gafanha da Nazaré, pelo valor de 61.200 euros, com o propósito de requalificar o Largo do Cruzeiro. Pretende-se, com esta aquisição, criar um espaço ajardinado e zona de estacionamento. 
Sublinha a autarquia ilhavense que esta requalificação vai devolver àquela largo a sua importância coletiva. O Largo do Cruzeiro, no lugar da Chave, foi palco, ao longo dos tempos, de uma das diversas centralidades da nossa terra.

Sobre o Cruzeiro ler mais aqui  

SANTA JOANA - CIDADE E DIOCESE EM REFLEXÃO


Celebra-se amanhã, 12 de maio, o dia da padroeira da cidade e diocese de Aveiro, desta feita sem a pompa e dignidade habituais, por força das determinações impostas pela pandemia que está a inquietar o mundo. Diocese e município remetem para a devoção de cada um a reflexão sobre a fé e obra da filha de D. Afonso V, que optou por Aveiro para viver, longe da volúpia dos Paços Reais, em oração e na entrega aos mais desprotegidos. 
Mas se é certo que a Princesa Joana já foi beatificada, é justo lembrar que o processo de canonização, retomado há anos, por iniciativa do atual Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, ainda não chegou ao fim. Apesar de o povo ter "canonizado" ao longo dos tempos a nossa Princesa Joana, importa, agora,  que todos nos envolvamos, pela oração e pela divulgação dos seus méritos em prol dos aveirenses, mas não só, na caminhada que conduza a uma decisão favorável do Papa. 

Ler o que escrevi aqui sobre o livro.

domingo, 10 de maio de 2020

É OU DEVIA SER?

"O objecto principal da política 
é criar a amizade entre membros da cidade"

 Aristóteles (384 a.c.-382 a.c.), filósofo grego

Em Escrito na Pedra do PÚBLICO

NOTA: É ou devia ser? Em Portugal, nos tempos que correm, numa democracia a caminho do meio século de vida, não me parece que a amizade seja uma constante entre membros dos diversos partidos... 

A MINHA DÍVIDA PARA COM D. MANUEL VIEIRA PINTO

Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO

Com D. Manuel Vieira Pinto, as comunidades cristãs eram incentivadas a uma radical criatividade. Nascia uma nova forma de ser Igreja, na linha do Vaticano II, mas a partir da base.

1. Os Dominicanos viveram uma longa história em Moçambique. A Congregação de Santa Cruz das Índias não confinava a sua acção missionária aos continentes asiático e australiano, orientava a actividade de todos os dominicanos portugueses em terra de missão, quer se desenvolvesse na Ásia, na Oceânia ou na África.
Em Moçambique, trabalharam desde o séc. XVI até ao séc. XIX. É uma história que está, em grande parte, por fazer, quer sobre momentos de fidelidade missionária, quer dos períodos de declínio ou de decadência. Destaco, apenas, que o primeiro religioso de Moçambique foi um dominicano. Por outro lado, a Etiópia Oriental e Vária História de Cousas Notáveis do Oriente [1], de Frei João dos Santos, continua uma obra de referência obrigatória, “uma obra singular no panorama da literatura portuguesa seiscentista”.
Os Dominicanos portugueses só voltaram a formar uma comunidade em Moçambique, na Diocese de Nampula, com D. Manuel Vieira Pinto, falecido no passado dia 30 de Abril. Quando, depois da independência, foram impedidos de viver em comunidade e de continuar a importante obra social que tinham desenvolvido, regressaram a Portugal [2]. Frei João Domingos ainda estudou a viabilidade de um regresso. Concluiu que seria preferível começar tudo de novo em Angola, para onde foi, em 1982, com Frei Gil e Frei José Nunes. Os frutos mostraram, e continuam a mostrar, que ele tinha razão.
Apesar disso, o Bispo de Nampula não dispensou o contributo dos Dominicanos. Como membros do Instituto S. Tomás de Aquino (ISTA), vários dos seus professores, nomeadamente João Domingos, Luís França, Raimundo de Oliveira e eu próprio fomos chamados a colaborar na reciclagem dos missionários e na formação dos Animadores de Comunidades.

UM ASTROFÍSICO E UM FILÓSOFO FRENTE À COVID-19

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


Têm outro horizonte de compreensão e, por isso, podem ajudar-nos no discernimento da presente hecatombe. Ambos muito conhecidos. Um é astrofísico, o outro é filósofo. Do alto do seu saber e da sabedoria que a idade, 88 e 98 anos, respectivamente, também dá, vale a pena ouvi-los. Foi o que fiz, pela intermediação de entrevistas que deram, a partir do seu confinamento. 

1. O astrofísico é Hubert Reeves, que conversou com Luciana Leiderfarb para o Expresso. E que disse? 
Constatou o facto: em casa, confinados, por causa de um vírus invisível. “A única coisa que não é clara para mim é se a poluição e a degradação do planeta a que estamos a assistir e a que chamamos a ‘sexta extinção’ estão ou não relacionadas com este vírus.” Embora não seja especialista na matéria, pensa que “está perto da verdade: a pandemia não foi causada directamente pela sexta extinção, mas indirectamente, facilitando as condições para o coronavírus se expandir tão depressa.” 
De qualquer modo, somos muito maus a fazer antecipações: “Ninguém sabe do futuro. É a imprevisibilidade da realidade que quero destacar. A realidade é difícil de prever, e somos muito maus a fazê-lo.” Mas temos hoje excesso de poder que nem sempre queremos ou somos capazes de controlar, e aí está o perigo: “Temos duas formas de nos autodestruirmos: através de uma guerra nuclear ou da sexta extinção. Ambas podem eliminar-nos e dependem do nosso autocontrolo.”

sábado, 9 de maio de 2020

DIA DA EUROPA


O Dia da Europa celebra-se neste dia, 9 de maio. Esta celebração também inclui a Declaração de Schuman, que deu origem à União Europeia, composta atualmente por 28 Estados-membros. Confesso que não vi grande relevo dado à efeméride, quer por parte das entidades ligadas à Europa que oficialmente nos une, quer por iniciativa de particulares. Ou então sou eu que ando distraído, neste mundo tão dividido. Nesta União Europeia, de tantos contrastes, onde países ricos convivem  mal com países pobres, penso que cada um se volta mais para as suas preocupações, não faltando, da parte de alguns poderosos, arrogâncias que magoam. E cada um que se governe... Solidariedade e políticas afins raramente têm em conta, a meu ver, as sociedades mais frágeis. É a União Europeia possível, para já.

MISSA EM TEMPO DE COVID-19


Informação da Agência Ecclesia

FIGUEIRA DA FOZ VISTA HÁ 15 ANOS

Torre e praia do Relógio
Oásis, na praia
Centro de Artes e Espetáculos
Há muito que ver, para além das praias 

Diz-se que a origem do nome Figueira da Foz está ligada a uma figueira que existia no cais da Salmanha, onde os pescadores amarravam os barcos. No entanto, Nelson Correia Borges afirma que Figueira deriva de "fagaria" (abertura, boqueirão), foz deriva de "fauces" (Embocadura). Também Mondego, o célebre rio que na Figueira da Foz desagua, vindo da Serra da Estrela, resulta do pré-romano "moud" (boca) e "aec" (rio). Assim, ao pronunciar-se Figueira da Foz do Mondego, repetimos "boca da boca da boca do rio". Isto mesmo pode ler-se no "Guia EXPRESSO das Cidades e Vilas históricas de Portugal". 
Deixemos estas curiosidades, para entrarmos noutras: os romanos deixaram por estes lados marcas da sua presença, como o atesta uma inscrição relativas ao imperador Octávio Augusto. Também se sabe que os sarracenos arrasaram a povoação em 717, muito antes da nacionalidade. Quem hoje, porém, visita a Figueira da Foz talvez nem queira saber do seu passado, que está carregado de história e de estórias, o que faz pena. 
Da pré-história e da sua história, por exemplo, podem falar-nos o Museu Santos Rocha, que não dispensa uma visita. Arqueologia e peças orientais, etnologia africana, cerâmica e vidro, escultura religiosa e outra, pintura de várias épocas, de tudo um pouco pode ser apreciado neste museu. Ao lado, com programação de qualidade, está o Centro de Artes e Espectáculos. 
Passe ainda pelo Palácio Sotto Mayor, mandado construir em 1900 e só terminado em 1920. É um edifício de cinco pisos, ao estilo parisiense, que mostra o modo de vida de gente endinheirada e de bom gosto. Há muito mais para ver, mas hoje fico-me por aqui. 
Depois temos a praia, de areal enorme e convidativo, com decoração ajardinada, ao jeito de oásis, junto à Marginal, por onde caminham, habitualmente, os visitantes. É que a Figueira atrai muita gente pelas suas famosas praias, onde no Verão há lugar para todos. 

Fernando Martins 

Nota: O que escrevi e fotografei no dia 9 de maio de 2005

sexta-feira, 8 de maio de 2020

PONTO DE VISTA: Um Mundo Diferente


Com o Covid-19, o mundo vai sofrer transformações radicais, ao nível dos relacionamentos humanos. Porque o perigo espreita a cada esquina, passamos a olhar os outros como potenciais fontes de contágios que poderão ser fatais. Estão à vista de todos as regras impostas pela pandemia: os hábitos de proximidade e de cumprimentos afetivos, como abraços e beijos, as tertúlias para trocas de impressões e a hora do café para descontrair, o estar com este ou aquele para pôr a escrita em dia, o simples passeio a um recanto turístico, o ir à bola ou a um espetáculo para gritar pelo nosso clube ou para  cultivar o espírito, o ir à missa, a uma peregrinação ou a uma cerimónia,  tudo está por ora cancelado. O outro passa a ser potencialmente um inimigo, em qualquer sítio, em qualquer rua, em qualquer sala.
No comércio e na indústria estão em curso transformações para seguir à risca: circular num só sentido, trabalhar sem contactos com colegas, ser atendidos à distância pelos empregados, usar máscaras em todo o lado, entradas proibidas a quem as não usa, lavar as mãos e desinfetar os objetos ou utensílios, não mexer nos produtos expostos, etc… 
A desconfiança instalou-se nas sociedades até aqui abertas e saudavelmente comunicativas. O medo ainda não nos deixou de vez. Apesar de tudo, creio firmemente que os homens e mulheres do nosso tempo saberão adaptar-se a este mundo diferente que o Covid-19 nos impôs. 

F. M.

SENHOR, MOSTRA-NOS O PAI!

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo V da Páscoa

«Não deixemos os idosos sozinhos, 
porque na solidão o coronavírus mata mais»

“Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta”, pede Filipe a Jesus, após a ceia de despedida, na conversa subsequente em que intervêm outros apóstolos. Tomé abre também o coração, expõe o seu desnorte na compreensão do que o Mestre dizia e interroga-o directamente. Pedro mantém-se silencioso, possivelmente a “mastigar” a premonição que acabava de ouvir: “Antes que o galo cante me negarás três vezes”, ele que havia jurado fidelidade até à morte. Judas, o Iscariotes, levado pela intenção de entregar o Mestre, já havia deixado o grupo, que parece alarmado e confuso. E mais ficaria com o anúncio de Jesus de que os iria deixar a fim de lhes preparar um lugar. Jo 14, 1-12.
“A partida de Jesus, afirma Manicardi, é crise para a comunidade dos seus discípulos. E a perturbação do coração não respeita apenas à esfera emotiva e dos sentimentos, mas indica igualmente que a vontade e a capacidade de tomar decisões estão paralisadas, a inteligência e o discernimento turvos. Jesus, com as suas palavras, está a fazer da sua partida e do vazio que deixa uma ocasião de renascimento dos seus discípulos”. E o autor conclui: “Pedindo fé, instiga-os a transformar o medo da novidade e o terror do abandono em coragem de dar-se, apoiando-se no Senhor, prometendo que vai preparar um lugar para eles. Ele vive a sua partida em relação com quem fica, e mostra que não está a abandoná-los, mas a inaugurar uma nova fase, diferente, de relação com eles. A separação tem em vista um novo acolhimento (cf Jo 14, 2-3)”.