quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Dia dos Namorados — 14 de fevereiro


Dia dos Namorados ou Dia de São Valentim celebra-se neste dia, 14 de fevereiro. Todos os namorados, que o são de verdade e em consciência, não esquecem este dia. Mas talvez nem conheçam a sua origem, o que é pena, porque a festa também se deve a quem foi sacrificado, para que o dia passasse a ser recordado. 
É claro que os namorados, na ânsia de intensificarem o seu amor, nem querem saber o que aconteceu a São Valentim que,  no dia 14 de fevereiro do ano 269, por ter desobedecido ao imperador, ao celebrar casamentos contra a lei do império, sofreu as consequência do seu gesto nobre. O imperador proibira os casamentos porque precisava de homens livres para os seus exércitos. Como Valentim desobedeceu, foi preso, torturado e condenado à morte, no dia 14 de fevereiro. Então, é justo que seja lembrado e honrado quem abençoou casamentos contra as leis de um tirano. 
Posto isto, importa sugerir aos namorados que procurem a felicidade alimentando-a no dia a dia, sendo certo que  a mais simples celebração poderá servir para acicatar o amor e promover a festa da alegria, do encontro, do compreensão mútua e da harmonia. Mas não se julgue que o Dia dos Namorados é só para os mais jovens. O Dia dos Namorados é para todos os que se amam, tenham a idade que tiverem. 
Feliz dia para todos.

Fernando Martins

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

História da Obra da Providência registada em livro

Fernando Martins apresenta livro 
sobre instituição notável da Gafanha da Nazaré, 
no Salão de Junta de Freguesia, 
dia 1 de março, 
às 21h00.

As fundadoras
No próximo dia 1 de março, pelas 21 horas, no salão nobre da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, vai ser apresentado o livro “Obra da Providência — Subsídios para a sua história”, da autoria do professor e diácono Fernando Martins. A sessão é aberta a todas as pessoas, convidando-se especialmente os amigos desta instituição, uma das mais antigas da Gafanha da Nazaré. 
O livro surge como uma resposta à necessidade de preservar a memória da obra social notável, principalmente após a morte das fundadoras. “Mais de meio século de vida intensa em prol da comunidade, nomeadamente da família e de quem mais precisa, a Obra da Providência bem merece que a sua memória seja preservada. Não para ficar guardada numa qualquer gaveta de boas recordações, mas para servir de estímulo a todos, no sentido de nos abrirmos mais à solidariedade social e à caridade cristã”, escreve o autor na apresentação do livro. 
Preparado e concluído há vários anos, o livro surge a público já depois da morte das impulsionadoras da obra, Maria da Luz Rocha (falecida a 4 de outubro de 2016) e Rosa Bela Vieira (falecida a 15 de março de 2018), que, como escreve o professor Fernando Martins, “são duas MULHERES que se complementam. Razão e coração sempre de braço dado. A olhar para os mais carenciados de afeto, pão e trabalho”. “(…) Nelas, homenageamos os que se dão à sociedade, hoje como sempre, em tantas e tão diversas formas de serviço”, acrescenta. 
O livro, publicado pela editora diocesana Tempo Novo, divide-se em duas grandes partes mais uma adenda que inclui o elenco dos corpos gerentes, uma entrevista a D. Maria da Luz, cronologia e outras notícias. A primeira parte vai dos “primeiros passos” na década de 1950, até 1974. A segunda parte aborda o período começa com a Revolução de Abril de 1974, porque “a democracia abre portas a novos desafios”. As fundadoras cessam funções em 2005 e a segunda parte termina praticamente com a tomada de posse de uma nova direção, sob presidência de Eduardo Aníbal Arvins. 
Com muitas ilustrações (a preto e branco), temos neste livro um excelente relato histórico de uma instituição importante, que tanto bem fez (e faz) a tanta gente e que também sofreu incompreensões. Vale a pena conhecê-la através deste livro. Como refere o autor, “o que se regista neste trabalho servirá para compreendermos até que ponto o Evangelho pode ajudar a traçar caminhos diferentes e inovadores de justiça social, de caridade cristã e de solidariedade fraterna”. 

J.P.F.

NOTA: Texto publicado no jornal Timoneiro de fevereiro.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Dia Mundial do Doente - 11 de fevereiro

A esperança será sempre a última a morrer



O Dia Mundial do Doente, que hoje se celebra, não pode ficar esquecido. É verdade que por vezes olvidamos celebrações importantes, decerto pela vida agitada que levamos ou porque nos situamos à margem da vida, como quem se posiciona numa letargia comodista. Mas se nos lembrarmos amiúde que um dia a doença nos pode bater à porta, talvez nos convençamos da importância de olhar mais  para quem sofre. 
Já adoeci várias vezes, já estive internado em hospitais e já permaneci acamado meses e meses, recordando, com emoção, amigos, conhecidos e familiares que me visitaram, alguns quase diariamente. Sei, portanto, por experiência própria, do valor da amizade, da ternura da visita e das palavras de ânimo que me fizeram acreditar que a saúde seria possível, numa altura em que tantos morriam. E nunca perdi a esperança  e a fé em dias melhores. 
O Dia Mundial do Doente serve apenas, e já não é pouco, para cada um registar na sua agenda os nomes dos amigos doentes, numa perspetiva de programar uma visita, de fazer um telefonema ou de enviar um recado com votos de rápido restabelecimento. 
Aqui fica uma palavra amiga para os que se encontram doentes: Depois da tempestade, vem a bonança; a esperança será sempre a última a morrer. Fala quem passou por isso. 

Fernando Martins

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Júlio Dinis: Em Aveiro há trigueiras como em parte nenhuma






NOTA: 

1. Arquivo do Distrito de Aveiro; 

2. Nas horas vagas, as tais que sobram do quotidiano da minha vida, gosto de visitar escritos antigos. Desta feita, volto à passagem de Júlio Dinis por Aveiro, para sublinhar que o escritor simpatizou com as trigueiras aveirenses. Diz ele: "em Aveiro há trigueiras como em parte nenhuma." Tem razão, sim senhor!

Frei Bento Domingues: Não nos preocupemos com os anjos

Bento Domingues

"Foi para mim um anjo ! São muitas as pessoas, todos conhecem algumas, a quem apetece dizer esta bendita oração."

1. Não escolhemos as perguntas que nos fazem. Na semana passada, uma senhora muito idosa perguntou-me aflita: os anjos existem ou não? Toda a vida rezei ao meu anjo da guarda, mas a minha neta disse-me que, agora, já nem os padres acreditam nisso. 
A erva-das-pampas até pode ser “bonita”, mas não devia estar por todo lado 
Deduzi que não era a sua crença que estava abalada, mas a dificuldade em transmiti-la à nova geração. Não vem ao caso a conversa que tivemos. O imaginário da luta entre os anjos bons a quererem salvar as nossas almas e os demónios a fazerem tudo para nos perderem era a representação religiosa da nossa infância. Lembrei-lhe que, na Eucaristia, o louvor divino é sempre associado à música dos anjos e dos santos! 
Quando a ansiedade serenou, lembrei-lhe duas histórias que me divertiram. Em 1961, à saída de Liège, à espera de uma boleia para Colónia, li, no Assimile de alemão, que um pároco pediu a um pintor que enchesse de anjos as paredes de uma capela recém-construída. Quando foi ver as pinturas ficou irritado: quando é que se viram anjos com tamancos? O pintor observou-lhe: e sem tamancos? 
Em 1962, era assistente da Juventude da Igreja de Cristo Rei (Porto) – a primeira associação católica mista de jovens, em Portugal – quando um rapaz interessado por teologia veio dizer-me que tinha descoberto as razões do mundo andar tão desorientado. Os Anjos não se reproduzem e os seres humanos são cada vez mais. Resultado: há muita gente sem anjo da guarda! 

Anselmo Borges: Encontros para a História

Papa nos Emirados Árabes Unidos 

Anselmo Borges

1."Deus, o Todo-Poderoso, não precisa de ser defendido por ninguém e não quer que o seu nome seja usado para matar e aterrorizar as pessoas".
Quando li este passo no "Documento sobre a Fraternidade Humana" a favor da paz mundial e da convivência humana, assinado no início desta semana em Abu Dhabi, pelo Papa Francisco e pelo Grande Imã de Al Azhar, Ahmed al-Tayeb, lembrei-me da mesma afirmação que há anos ouvi ao então Bispo de Nampula e que transcrevi na abertura do livro que coordenei, "D. Manuel Vieira Pinto. Cristianismo: Política e Mística": "Porque é que Você, que é Bispo, quando vem falar comigo, nunca me fala de Deus e da religião, mas do povo, da defesa dos seus direitos e da sua dignidade?", perguntou o Presidente Samora Machel a D. Manuel Vieira Pinto. "Porque um deus que precisasse da minha defesa seria um deus que não é Deus. Deus não precisa que O defendam. O Homem sim.", respondeu D. Manuel.
Este é um princípio decisivo para quem queira estar na religião/religiões com dignidade: Deus não precisa que O defendam; as pessoas sim. Porque é isso que Deus quer, o seu único interesse são as pessoas. Já Santo Ireneu o disse: "Gloria Dei homo vivens": a glória de Deus é o homem vivo, realizado, pleno, feliz. Quantas vezes a pretensa defesa de Deus e da sua glória levou à humilhação, ao espezinhamento, à brutalidade sobre outros homens, a guerras, a terrorismos... Em nome de Deus!

2. De 3 a 5 deste mês de Fevereiro, quando se celebram os 800 anos do encontro entre Francisco de Assis e o sultão Al-Malik, o Papa Francisco, recebido com as maiores honras de Estado pelo príncipe herdeiro de Abu Dhabi, esteve nos Emiratos Árabes Unidos para uma visita que também fica para a História. Dois acontecimentos fundamentais ocuparam as 48 horas da visita: promover e fortalecer o diálogo inter-religioso, especialmente com os muçulmanos, e uma Missa para os católicos, que serão uns 900.000 no país.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Pedro Mexia na revista E do EXPRESSO - Crucifixos nas salas de aula



NOTA: Com a devida vénia, publico a crónica de Pedro Mexia, com a qual concordo inteiramente. Aliás, isto acontece com bastante regularidade. O assunto é pertinente, como pode ser confirmado. E a teoria da escritora italiana, com ligações ao PCI, apresentada em 1988, tem perfeito cabimento em momentos de reflexão, quando se abordam questões de símbolos nas escolas. 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Abuso de religiosas em congregações

Papa Francisco no avião no regresso de terras do Corão 

Quando ouvi o Papa Francisco denunciar casos de abusos de religiosas em congregações católicas, “que estão a ser punidos”, nem quis acreditar. Aquando da pedofilia, levada a cabo por padres e bispos sobre crianças indefesas, qualquer pessoa, crente ou não crente, não pode deixar de sentir repugnância por gente sem escrúpulos e sem temor de Deus. Será que tais criminosos, habituados a manejar os livros sagrados e a comungar o Corpo de Cristo, acreditam mesmo em Deus? Será que ainda possuem alguma noção do mal que fizeram, à sombra das vestes que usam e dos cargos que desempenharam? Ou serão pessoas sem alma, sem princípios, sem moral e sem noção do pecado?
Como deve estar o Papa Francisco, com casos destes para resolver? E agora, notícias que nem sequer poderia admitir, como é possível haver situações  destas sobre religiosas comprometidas com Deus e com o mundo, em ambiente de oração?

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"O Ilhavense" não pode morrer

“O Ilhavense” vai encerrar portas. Li esta notícia no “Correio do Vouga” e coloquei-me no lugar do meu bom amigo José Sacramento que foi o “pai” carinhoso do jornal que retratava o dia a dia de Ílhavo e região com paixão. Chegava muito para além das terras ilhavenses, onde quer que vivessem e trabalhassem gentes destas terras banhadas pela ria e pelo oceano. 
Todos sabemos que as novas tecnologias não regulam os seus valores e interesses pelo coração, porque o que importa é dar a notícia em cima da hora, ao simples toque do telemóvel e sem mais explicações. E como ainda há quem goste de saborear a leitura folheando o periódico, que alguns ainda guardam num qualquer recanto para mais tarde recordar, apetece-me pedir aos ilhavenses que não deixem morrer quem tanto deu à terra. 
Aqui deixo um abraço solidário ao meu amigo José Sacramento, na esperança de que ainda surja alguém que salve “O Ilhavense” e a sua história da morte anunciada. 

Fernando Martins 

Georgino Rocha: Deixando tudo, seguiram Jesus

Georgino Rocha
"Por Aquele que se mostrara de modo tão assombroso, estão dispostos a deixar barcos e redes, horas felizes de convívio e pescaria, de brisa e maresia. Começam a sonhar com outros mares e a afeiçoar-se a ser pescadores de homens, como o Mestre lhes anuncia"


Jesus está na margem do lago de Tiberíades. Numerosa multidão o acompanha e aperta para ouvir os seus ensinamentos. Vinha das populações vizinhas e também da Judeia onde ele havia pregado. Move-a a novidade da mensagem e o estilo de vida de Jesus, que atraía e irradiava. Move-a o sentido de confiança crescente que se irá confirmar com o episódio da pesca abundante. Move-a a ânsia profunda de ouvir a palavra de Jesus, mesmo depois de o ver afastar-se na barca de Pedro. Lucas, o autor da narração, faz um relato simbólico, que dá rosto ao agir histórico de Jesus na sua relação com os discípulos; portanto connosco. Vamos deter-nos em alguns passos. (Lc 5, 1-11).
“Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago”. Quer dizer o seu olhar desloca-se, deixa a multidão e procura um meio de ajuda. Precisa de outro espaço. Quer libertar-se do aperto em que se encontrava, procurar distância para se fazer ouvir, até porque as águas transmitem mais facilmente os sons e as palavras, iniciar um processo de envolvimento pessoal de Simão, Tiago e João, pescadores chegados da faina malograda.
Também, hoje, quantas barcas paradas nas margens da vida após noites de labuta intensa e sem resultado. Quantos sonhos desfeitos em corações jovens que alimentavam novas ousadias! Quantas amarras à liberdade a quem sente os impulsos do amor e deseja a verdade! São milhões os que, após um desaire, ficam nas margens da vida, sem terem quem se lembre deles e lhes dê a mão, pedindo um serviço. Ex-presos, drogados, sem tecto, indocumentados e tantos outros aí estão a dar rosto a esta tremenda realidade.