quarta-feira, 18 de abril de 2018

DIA INTERNACIONAL DE MONUMENTOS E SÍTIOS

Castelo de Montemor - o -Velho


Capela de Nossa Senhora de Penha de França  - Vista Alegre

Forte Novo ou Castelo da Gafanha

Ponte romana de Chaves

Farol da Barra de Aveiro

Figueira da Foz

Ribeira Grande - S. Miguel - Açores

Santuário de Schoenstatt

Celebra-se hoje, quarta-feira, 18 de abril, o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. É mais um Dia Internacional, dirão alguns, mas a efeméride tem a sua razão de ser, quanto mais não seja, para nos acordar para a pertinência do tema. Pretende-se, afinal, promover a divulgação de monumentos e sítios com relevância história, bem como sensibilizar entidades e pessoas para a sua preservação e proteção. Eu até acrescentaria com relevância sentimental. Haverá, decerto, um pouco por toda a parte, celebrações condignas alusivas à data. 
Quando se fala de monumentos e sítios, julgo que todos se inclinam para edifícios e lugares alusivos à história, mas eu penso que também será pertinente sublinhar aquilo que pessoalmente nos diz respeito, por ocuparem um lugar especial nas nossas memórias. 
Vou indicar alguns monumentos e sítios que, de alguma forma, me marcaram. E sugiro que os meus amigos façam o mesmo ou sigam outro caminho. A indiferença é que não cabe neste capítulo.

NOTA: É claro que não tem conta o número de monumentos e sítios que visitei e me ficaram na memória. Editei apenas estes por razões que todos compreenderão. De muitos monumentos e sítios que me encantaram tenho escrito nos meus blogues. 

Escuteiros celebram São Jorge em Ílhavo




No dia 29 de abril, domingo, cerca de 2300 escuteiros vão celebrar, na cidade de Ílhavo, o seu patrono mundial — S. Jorge —, naquela que é a grande festa do Escutismo da Região de Aveiro do Corpo Nacional de Escutas. 
Diz a nota de divulgação do evento que, recordar S. Jorge, é viver os valores da fé, da coragem e da dedicação ao próximo. 
O S. Jorge 2018 tem início às 9h30, no Jardim Henriqueta Maia, com cerimónia de abertura, à qual se segue uma manhã toda ela dedicada a um conjunto de sete Jogos espalhados por vários pontos do centro da cidade de Ílhavo. 
O almoço está previsto para as 13h, seguido de desfile, às 14h30, partindo do Mercado Municipal de Ílhavo e para o Jardim Henriqueta Maia, onde terá lugar a Eucaristia (15h30), celebrada pelo Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro. 
Por volta das 17h haverá um momento para entrega de prémios e lembranças aos participantes. 
A cerimónia de encerramento contará, entre outras, com as intervenções do Chefe Nacional do CNE, Ch. Ivo Oliveira e do Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Eng. Fernando Caçoilo. 
O S. Jorge 2018 é resultado de uma proposta de organização conjunta dos seis Agrupamentos de Escuteiros do Município de Ílhavo com a participação do Núcleo de Ílhavo da FNA (associação dos antigos escuteiros) que, ao longo dos últimos anos, têm desenvolvido relações mais próximas por trabalharem em conjunto, e em parceria com a Câmara Municipal de Ílhavo, na organização de uma atividade anual – o Acampamento Municipal de Escuteiros de Ílhavo (ACAMUN). 
Sublinhe-se que, durante este ano, se comemoram vários aniversários: 10.ª edição do ACAMUN,  90 anos do Agrupamento 189 - Ílhavo, 40 anos do Agr. 531 – Gafanha do Carmo, 39 anos do Agr. 588 – Gafanha da Nazaré, 30 anos do Agr. 878 - Costa Nova e 25 anos do Agr. 1021 - Praia da Barra e do Agr. 1024 – Gafanha da Encarnação. 

FESTA DO LIVRO EM AVEIRO


terça-feira, 17 de abril de 2018

EÇA DE QUEIRÓS ANDOU POR AQUI

Para não cair no esquecimento



… Filho de Aveiro, educado na Costa Nova, quase peixe da ria, eu não preciso que mandem ao meu encontro caleches e barcaças. Eu sei ir por meu próprio pé ao velho e conhecido «palheiro de José Estêvão».

Eça de Queirós, “Carta a Oliveira Martins”, 1884

… a Costa Nova — e eu considero esse um dos mais deliciosos pontos do globo. É verdade que estávamos lá em grande alegria e no excelente chalé Magalhães

Eça de Queirós, “Entre os Seus, Cartas Íntimas”, 15 de julho de 1893

Apesar de ter retardado ontem o meu jantar até às nove da noite, não pude desbastar a minha montanha de prosa. Levar as provas para os areais da Costa Nova, não é prático — ó homem prático! Há lá decerto a brisa, a vaga, a duna, o infinito e a sardinha — coisas essenciais para a inspiração — mas falta-me essa outra condição suprema: um quarto isolado com uma mesa de pinho.

Carta a Oliveira Martins, 1884

GAFANHA DA NAZARÉ — CIDADE HÁ 17 ANOS

As celebrações vão ocorrer 
no dia 19 de abril 



No próximo dia 19 de abril, a Gafanha da Nazaré celebra a sua elevação à categoria de cidade, com tudo o que isso possa implicar. Na minha modesta opinião, a elevação a cidade exige dos poderes públicos, mas não só, uma atenção especial, porque nessa qualidade tem de se apresentar com dignidade, perante o contexto das cidades portuguesas. O título, que por justiça lhe foi atribuído, por Decreto-Lei 32/2001, será sempre, por isso, razão mais do que suficiente para festejar a efeméride, por muitas e variadas formas. E não se pense que isso é apenas obrigação das autoridades concelhias e de freguesia, mas de toda a gente que gosta da sua e nossa terra, que tantos obstáculos teve de ultrapassar para chegar à situação em que se encontra. 
Sem deixar de aplaudir o que a Câmara de Ílhavo e a Junta de Freguesia vão promover, quero lembrar que seria muito redutor se as forças vivas da terra ficassem indiferentes à efeméride, como se de nada valesse o esforço de quantos pugnaram pela elevação a cidade há 17 anos. 
Como notas históricas, permitam-me que recorde que o Decreto-Lei n.º 32/2001 foi publicado no Diário da República de 12 de julho do mesmo ano, mas tinha sido aprovado pela Assembleia de República em 19 de abril de 2001. Contudo, recebeu em 7 de junho do referido ano a assinatura do Presidente da República, Jorge Sampaio. 
Curiosamente, o povo fez a festa no dia da aprovação do decreto na Assembleia da República, à qual assistiram muitos gafanhões que a Lisboa se deslocaram propositadamente, para ali saborearem a alegria que o título de cidade proporcionou. E foi esse dia que marcou a efeméride.

Fernando Martins

Ver programa aqui 




ÍLHAVO NA ASSOCIAÇÃO DE CIDADES E VILAS DE CERÂMICA

Ontem, ao noticiar a constituição da Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica (APCVC), verificámos que Ílhavo também faz parte da referida associação, o que nos apraz registar. Um leitor amigo e visitante assíduo do meu blogue teve a gentileza de me enviar um texto alusivo ao processo da adesão do nosso município à APCVC. A ilustração é referente à peça que atesta o valor da cerâmica ilhavense, concretamente, da  Oficina da Formiga, de Jorge Saraiva. 

Prato da Abundância 

"O Executivo Municipal deliberou aprovar a adesão do Município de Ílhavo à Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica. O processo de criação desta associação teve início em janeiro de 2016, numa reunião em Mafra, após uma visita em dezembro de 2015, do coordenador europeu e simultaneamente italiano das cidades cerâmicas, acompanhado pelo coordenador espanhol, que executavam uma missão do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial das Cidades Cerâmicas – com vista ao estabelecimento, na maioria dos países europeu, das respetivas associações de cidades cerâmicas. 
Presentemente, este Agrupamento, uma estrutura com peso institucional no seio da União Europeia, já agrega associações de cidades cerâmicas de Itália, Espanha, França, Roménia e Alemanha, contando com mais de uma centena de cidades cerâmicas do continente europeu. O principal objetivo desta associação portuguesa será a defesa, a valorização e a divulgação do património cultural e histórico cerâmico, bem como o intercâmbio de experiências entre os associados, nomeadamente a nível da conservação do património, o estabelecimento de parcerias entre cidades e vila com vínculos tradicionais à cerâmica, seja do tipo produtivo, cultural ou de qualquer outro âmbito. 
Tem ainda por objetivo a promoção da criação artística e a difusão da cerâmica tradicional e contemporânea, bem como o incentivo de relações de cooperação e intercâmbios entre os municípios associados a nível nacional ou na rede europeia. Para a assinatura do protocolo o Município de Ílhavo optou pelo Prato da Abundância da Oficina da Formiga" 

Jorge Saraiva, 
da Oficina da Formiga



 PRATO DA ABUNDÂNCIA 

Ficha técnica:

Material: Prato Ø36x5,5 cm em faiança calcária 
Pintura: No centro, peixe em postas e faca e garfo, com pintas azuis e reticulado em castanho. Na beira, vegetalista, motivo floral e uvas. Filete no bordo do prato e na caldeira uma serpente em castanho claro. Usado o método de estampilhagem e pintura livre. 
Autoria: Mestre João Marques de Oliveira, conhecido no mundo da cerâmica artística e da azulejaria aveirense por João Lavado – Aveiro - 1945 a 1975 


Historial:

Prato em faiança tradicional portuguesa outrora oferecido aos noivos, simbolizando os votos de abundância de alimento, de dinheiro, de trabalho, de harmonia, de fertilidade e também lembrando que a tentação existe. 
O peixe às postas simboliza o milagre bíblico da partilha e da multiplicação. As pintas azuis, o dinheiro que surgiu por milagre bíblico na boca do peixe quando foi pescado, mas também, como o resultado do trabalho na pesca (simbolizado pela redes pintadas), ou do trabalho no campo. Para que nunca falte o trabalho e o dinheiro em casa dos noivos. 
Na beira do prato, as sete composições (correspondente aos sete dias da semana), cada uma com a espiga de trigo, cacho de uvas e uma flor (papoila), representando a satisfação das necessidades diárias de pão (que dá vida ao mundo), de vinho (sangue da vida), da fertilidade e felicidade. 
A serpente simboliza a tentação e o pecado, para lembrar que existe e que a devem evitar.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

PÚBLICO entrevistou TOLENTINO MENDONÇA

Entrevista conduzida por António Marujo 




Elogio da Sede foi o tema que o padre José Tolentino Mendonça propôs ao Papa Francisco, quando este o convidou a orientar os exercícios espirituais da Quaresma para os responsáveis da Cúria Romana – a primeira vez de um padre português. Com o mesmo título, foi anteontem posto à venda o livro (ed. Quetzal) que reúne os textos das meditações que o também poeta e exegeta bíblico propôs ao Papa e aos seus mais directos colaboradores.
No tempo litúrgico que antecede e prepara a Páscoa, os cristãos são chamados a repensar a sua vida à luz da fé que professam. Esse desafio pode assumir a forma de um encontro de reflexão ou meditação, muitas vezes chamado de “exercícios espirituais”, adoptando a expressão cunhada por Inácio de Loiola, fundador dos jesuítas. “Um exercício espiritual é, sobretudo, um momento de encontro, uma viagem ao interior de si, uma abertura ao que pode ser a voz de Deus, um balanço da própria vida”, explicaria Tolentino Mendonça, nesta entrevista.
Foi isso que, durante cinco dias, entre 18 e 23 de Fevereiro, aconteceu em Ariccia, perto de Roma: duas meditações diárias, e o resto do tempo em silêncio, para cada pessoa se confrontar com a reflexão proposta. “O silêncio com que vivemos este retiro podia interpretar-se como uma sede”, acrescentava o padre português.
No livro A Nuvem do Não-Saber, de final do século XIV – que muitos historiadores da matéria consideram “um dos mais belos textos místicos de todos os tempos”, como recordava José Mattoso na edição portuguesa (ed. Assírio & Alvim) –, o autor anónimo escreve: “[À] pergunta: ‘Que buscas? Que desejas?’, responde que era a Deus que desejavas ter: ‘É só a Ele que eu cobiço, é só a Ele que busco e nada mais senão Ele’. E se te perguntar quem é esse Deus, responde que é o Deus que te criou e redimiu, e por sua graça te chamou ao seu amor. Insiste que acerca d’Ele tu nada sabes.”
Foi sobre essa busca e sobre tactear na procura de Deus que, nas suas dez meditações, Tolentino Mendonça se debruçou, mesclando a investigação dos textos bíblicos com as inspirações literárias e artísticas que marcam também a sua obra poética e ensaística. E é essa intersecção permanente que transparece no seu livro. Que tem um único risco: o de se tornar, também ele, uma das grandes obras da mística. A par de obras como A Imitação de Cristo ou o já citado A Nuvem do Não-Saber. Ou a par de nomes como Hildegarda de Bingen, Juliana de Norwich, São João da Cruz, Teresa d’Ávila, Etty Hillesum, Dietrich Bonhoeffer, o irmão Roger de Taizé...

LER TODA A ENTREVISTA NO CADERNO P2 DO PÚBLICO

NOTA: Sugiro a leitura desta entrevista feita por António Marujo, um jornalista especialista em temas religiosos, mas não só, ao padre, poeta, ensaísta, biblista e cronista, por ter a certeza de que o seu conteúdo é profundamente enriquecedor para quem o ler, em especial para os crentes, mas também para todos os que amam a cultura, em geral. 

F.M.

Aveiro e Ílhavo: Cidades e Vilas cerâmicas


Amanhã, terça-feira, em Mafra, vai acontecer a cerimónia de constituição da Associação Portuguesa de Cidades e Vilas Cerâmicas (AptCC), da qual a Câmara Municipal de Aveiro (CMA) faz parte integrante do grupo fundador. 
O ato solene ocorre durante a Assembleia Geral do Agrupamento Europeu das Cidades Cerâmicas, que se realiza no Palácio Nacional de Mafra, esta segunda e terça-feira (16 e 17 de abril). O grupo fundador é composto pelas Cidades e Vilas de Alcobaça, Aveiro, Barcelos, Batalha, Caldas da Rainha, Ílhavo, Mafra, Montemor-o-Novo, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Tondela, Viana do Alentejo, Viana do Castelo e Vila Nova de Poiares, ficando a sede instalada nas Caldas da Rainha e estando consensualmente definido que, neste primeiro mandato, a presidência da Associação é assumida por Mafra. 
A escritura pública da Associação Portuguesa, a ser assinada pelas 14 Câmaras Municipais – que inicialmente se organizaram para promover e preservar a cerâmica portuguesa – permitirá a Portugal ter assento no Agrupamento Europeu de Cidades Cerâmicas (AeuCC), uma estrutura criada em 2014, com peso institucional junto da Comissão e do Parlamento Europeu e que está a preparar e a desenvolver outros projetos culturais e económicos, patrocinados por várias organizações internacionais, incluindo a UNESCO.

Esta integração na Associação das Cidade e Vilas Cerâmicas permitirá, sem dúvida, contribuir para uma mais ampla divulgação das artes ligadas à cerâmica artística. E aí, Aveiro e Ílhavo, com toda uma tradição riquíssima, sairão valorizados, no que podem aprender e ensinar, sendo certo que as cidades e vilas terão a sua especificidade muito própria.

Fonte: CMA.

Nota: Alterei título e o último parágrafo, hoje, 17 de abril, às 14h50


Visualizações do meu blogue

Mais de um milhão 


O meu blogue Pela Positiva começou, em 2004, sem qualquer contador que me indicasse o número de visitantes. Tempos depois, optei por um usado por outros blogues, que começou, entretanto, a ter problemas. Resolvi instalar outro que, do mesmo modo, resolveu fechar portas. Posto isto, desliguei-me deles e aceitei o que era oferecido pelo Blogger. Entretanto dei um salto para o Sapo, mas regressei à base. Hoje, verifiquei que cheguei ao bonito e significativo número de 1 001 942 visualizações, apesar dos anos perdidos sem contadores. Isto significa que terei de continuar. Os meus leitores e amigos merecem.
Uma saudação fraterna para todos. 

Fernando Martins

“AS VELHAS" DA ILHA TERCEIRA — AÇORES



Volto hoje aos Açores por mor de um comentário que me foi enviado do Brasil sobre “As Velhas” da Ilha Terceira. O autor, que se apresenta como Silo Lírico, tece algumas considerações com base histórica alusivas àquela tradição exclusiva da Ilha Terceira, conotada com as cantigas trovadorescas de escárnio e maldizer. E veio à baila com o comentário no seguimento do que há tempos o nosso conterrâneo Júlio Cirino, radicado na Terceira, escreveu sobre o assunto em crónica que publicou no meu blogue. Tenho de o convencer a voltar à liça. Mas o melhor é ler, para já, o blogger brasileiro:

«Segundo dados colhidos, cantar As Velhas é uma poética de exclusividade da Ilha Terceira. Conceito que se assemelha às cantigas trovadorescas de escárnio e maldizer, com base no improviso, entre dois cantadores, ao som musical de uma viola, entre as de evidências, estão, a viola da terra com 12 cordas e viola da Terceira 18 cordas, todas de arame. Embora diferente do canto ao desafio, alguns estudiosos defendem, que nas velhas há a situação risível, em qual o cantador tem por objetivo apresentar uma resposta ou réplica mais original e melhor, da apresentada pelo seu oponente, sem o desafiar.
O fenômeno da insularidade deixou marcas no espírito dos açorianos. Cinco séculos de isolamento físico, e de contato permanente com o mar de horizontes finitos, passando por cataclismos vulcânicos, o povo caldeou uma religiosidade gerada, precisamente, no terror sagrado de sismos e vulcões, que foram fatores que marcaram e moldaram o modo de ser, de pensar e de agir do açoriano português.»

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