terça-feira, 27 de março de 2018

BISPO DE AVEIRO EVOCA D. ANTÓNIO DOS SANTOS

O bispo de Aveiro afirmou que D. António dos Santos 
viveu uma vida “simples e austera” 
ao longo de uma “extensa atividade apostólica”

D. António Santos

«O bispo de Aveiro afirmou que D. António dos Santos, que faleceu esta segunda-feira, viveu uma vida “simples e austera” ao longo de uma “extensa atividade apostólica”, assumindo como “causa de primeira importância na Igreja” as vocações
D. António dos Santos era natural da Diocese de Aveiro e foi bispo da Guarda durante 25 anos, tendo ordenado sacerdote o atual bispo de Aveiro, D. António Moiteiro.
“Viveu uma vida simples e austera, e para aqueles que o conhecemos mais de perto fica a sua amizade, o seu zelo de pastor e a espiritualidade profunda que transmitia a todos nós”, afirmou D. António Moiteiro.
Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o bispo de Aveiro refere a “extensa atividade apostólica” de D. António dos Santos, em Aveiro e na Guarda, destacando “o seu amor às vocações sacerdotais e de consagração”
D. António Moiteiro lembra que D. António dos Santos apelava “constantemente” às comunidades cristãs a “darem as mãos” na oração pelas vocações, uma “causa de primeira importância na Igreja”.
“Ainda estou a ouvi-lo pedir às paróquias o seu compromisso por esta causa e a cadeia de orações que ele intensificou na Diocese. Afirmava, no momento das ordenações, que os maiores benfeitores da Diocese eram as famílias que davam o melhor que tinham, isto é, os seus filhos”, referiu.»

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NOTA: Conheci D. António dos Santos desde o tempo em que foi prior de São Salvador, Ílhavo, e dele guardo gratas recordações assentes numa dedicação à Igreja sem limites e numa humildade cativante. Depois, como Bispo Auxiliar de Aveiro, soube estar à altura de colaborar com entusiasmo com D. Manuel de Almeida Trindade. Seguiu para a Guarda e quando nos encontrávamos dirigia-me naturalmente palavras amigas, de onde sobressaía a simplicidade e a amizade do seu coração. 
Que Deus o receba com muita ternura. 

segunda-feira, 26 de março de 2018

POLÍCIA DE RENDIMENTOS E INTERESSES DOS POLÍTICOS



«O Parlamento vai criar um organismo que funcionará como uma espécie de polícia dos rendimentos e interesses dos políticos e detentores de altos cargos públicos.
A iniciativa, que originalmente pertence ao Bloco de Esquerda, decorrerá no âmbito da comissão eventual para o reforço da transparência no exercício de funções públicas (CERTEFP). Segundo o DN apurou, há maioria (pelo menos à esquerda) para aprovar a proposta bloquista.»

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NOTA: Ora aqui está uma boa forma de levar os nossos políticos e outros responsáveis de cargos públicos a cuidarem da sua honorabilidade. Eu sei, todos sabemos, que há políticos honestos e incapazes de cometerem crimes da ordem do peculato e semelhantes, levando-os a enriquecerem por vezes de forma escandalosa. Também sei que numa sociedade democrática não devia ser preciso haver "polícias" para vigiarem os rendimentos dos políticos, os tais servidores do povo e do governo da pólis, mas a verdade, infelizmente, é que a desonestidade campeia por aí. 

ÍLHAVO - FERIADO MUNICIPAL


CMI assume obras no complexo desportivo

Campo de treinos no Complexo Desportivo da Gafanha da Nazaré

A Câmara Municipal de Ílhavo (CMI) assinou, na passada sexta-feira, 23 de março, um contrato programa com o Grupo Desportivo da Gafanha (GDG) e a Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, proprietária do Complexo Desportivo, válido até 31 de dezembro de 2019, no respeito pela Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto. 
Na cerimónia de assinatura do contrato, que decorreu nas instalações do Complexo Desportivo da Gafanha da Nazaré, o presidente CMI, Fernando Caçoilo, destacou o importante passo que foi dado para a requalificação, com o apoio da autarquia, do Parque Desportivo do GDG, através do levantamento das infraestruturas existentes, promovendo «o estímulo à prática desportiva, principalmente dos mais jovens, com condições dignas e atrativas». 
Este acordo tripartido, entre a CMI, como investidora, a Junta de Freguesia, como titular do complexo, e o GDG, como associação desportiva que diretamente usufrui do Parque Desportivo, reflete a importância da política desportiva e do apoio ao associativismo, promovidos pela autarquia, como alavanca do desenvolvimento das comunidades e do bem-estar dos cidadãos. 
As obras previstas, requalificação da bancada e balneários, instalações sociais e áreas envolventes do Complexo Desportivo, devem ficar concluídas até finais de 2019. 

F.M. 

Fonte: CMI

domingo, 25 de março de 2018

AINDA A QUESTÃO DA MUDANÇA DE HORA

Crónica de Miguel Esteves Cardoso 
no PÚBLICO

Larguem-me as horas

Quando é que deixarão as horas em paz? 
Quando é que será crime manipular assim o nosso querido tempo, 
já de si tão excessivamente curto e comprido como é?

Costumo deitar-me à 1h e meia da manhã. Senti-me roubado quando a hora avançou automaticamente da 1h para as 2h da manhã. E agora? O que é que aconteceu à 1h e meia? A Maria João diz que passou para as 2h e meia. E as 2h e meia? Passaram para as 3h e meia. Mas isso não pode continuar assim.
Fico acordado até às 2h e meia mas é tarde demais para dormir. O meu organismo foi enganado: pensa que eu vou fazer uma directa.

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Jaime Borges no Museu de Santa Joana


JERUSALÉM, SÍMBOLO DA GUERRA OU DA PAZ?

Frei Bento Domingues 

Bento Domingues

1. Nunca fui a Jerusalém. Um grande amigo que lá viveu 45 anos e lá morreu, Frei Francolino Gonçalves, nunca tentou convencer-me de que essa seria a peregrinação indispensável. Se não pudesse dispor pelo menos de um mês para observar e estudar as suas loucuras e contradições, era melhor não pôr lá os pés. Lamentava que as "peregrinações paroquiais" se esquecessem de visitar e apoiar as comunidades cristãs vivas, de língua árabe, e se fixassem apenas em pedras e lugares sagrados da memória, resgatados pela arqueologia.
Li narrativas, reportagens e obras sobre a chamada Terra Santa e os seus lugares de importância diferente para judeus, cristãos e muçulmanos.
Sei que o conhecimento directo da geografia dos acontecimentos bíblicos, históricos ou lendários, pode ajudar a imaginação de um leitor da Bíblia. Não consigo, porém, entrar na ideologia dos lugares sagrados ou santos. Esta facilmente resvala para a idolatria e para a magia. Um bom negócio, em todo o mundo, contra o qual o próprio Jesus se insurgiu. Sagradas são as pessoas de todos os povos e culturas. Nem acho graça nenhuma que um povo, seja ele qual for, se possa chamar povo de Deus, como um privilégio. Os outros povos de quem são?
Jesus teve um encontro inesperado com uma Samaritana. Um encontro fantástico. Entre outras questões, ela procurou tirar a limpo a dos lugares sagrados: os nossos pais adoraram neste Monte (Garizim), mas vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar. Jesus, depois de muitas considerações, concluiu: Vem a hora — e é agora — em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; pois tais são os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade [1]. Deus não está preso a nenhum lugar.

sábado, 24 de março de 2018

MUDANÇA DE HORA DEPOIS DA MEIA-NOITE


A chamada hora de verão vai mudar amanhã, domingo, 25 de março. Na prática, depois da meia-noite, devemos adiantar uma hora e quando acordarmos, decerto depois do sono normal, dormimos menos uma hora. É claro que daqui a uns dias já estaremos habituados e tudo cai na normalidade. Cá para mim, até gostaria de ficar sempre com a hora de verão para não passarmos a vida com este jogo de atrasa e adianta uma hora durante o ano. Os políticos é que sabem... mas eu também gostaria de saber se estas alterações se justificam. 

sexta-feira, 23 de março de 2018

CINCO ANOS DE FRANCISCO E O NOVO BISPO DO PORTO

Anselmo Borges no DN 
Anselmo Borges 


1. Dá que pensar. Segundo o Código de Direito Canónico, o Papa é o homem mais poderoso, já que tem "poder ordinário, que é supremo, pleno, imediato e universal na Igreja, que pode exercer sempre livremente". No entanto, Bento XVI, que resignou, marcando com esse gesto corajoso a história do papado, veio dizer mais tarde que o Papa pode menos do que se julga. O teólogo José M. Castillo revelou recentemente que pouco tempo antes da sua renúncia uma personalidade muito importante em Roma lhe disse: "Reza pela Igreja, que está tão mal que já não pode cair mais baixo."
Os cardeais foram buscar o sucessor "ao fim do mundo", o primeiro Papa jesuíta e latino-americano da história, que escolheu como nome Francisco, indicando já aí todo um programa. Foi há cinco anos, no dia 13 de Março de 2013.
A revolução de Francisco é simples e é toda: é um Papa cristão, não porque é baptizado mas porque tenta ser discípulo de Jesus. Acredita no Evangelho como notícia boa e felicitante para ele próprio, isso mesmo: para ele próprio, em primeiro lugar. Não acredita por obrigação ou imposição exterior, histórica ou social, mas simplesmente porque é a mensagem mais humanizante e libertadora que ele conhece: Deus é amor incondicional e o seu único interesse é a alegria, a felicidade de todos os homens e mulheres e a sua plena realização na vida e na morte.

FERREIRA DE ALMEIDA — ARQUIVO E MEMÓRIA DA COLÓNIA AGRÍCOLA

Ferreira de Almeida na visita guiada

Mário Ferreira de Almeida apresentou recentemente, entre 16 de fevereiro e 18 de março, em Aveiro, no Museu Santa Joana, uma mostra intitulada “Arquivo e Memória”, que encerrou com uma visita guiada pelo artista, natural da Gafanha do Carmo, onde reside e onde tem o seu atelier criativo e de trabalho. Esta foi a sua segunda exposição naquele espaço simbólico da cidade dos canais, tendo a primeira acontecido há 12 anos.
“Arquivo e Memória” faz parte da investigação integrada no projeto de doutoramento em Arte Multimédia, que o artista está a concluir na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.
No seu trabalho de investigação, Ferreira de Almeida debruçou-se sobre a Colónia Agrícola da Gafanha, tendo desenvolvido o tema “Colónia Agrícola da Gafanha: um olhar sobre as reservas. De que modo o lugar e a paisagem sobrevivem, ainda hoje, nos habitantes da Colónia Agrícola da Gafanha”.
A paixão pela arte, nas vertentes do desenho, pintura e fotografia, «surgiu muito cedo, ainda jovem, muito jovem», numa altura em que a vida de artista não era vista com bons olhos, tida como «não dando sustento», razão por que a sua paixão foi sendo adiada.
Anos mais tarde, entrou para a faculdade «e o sonho que carregava em si ganhou novo fulgor», entregando-se mais à pintura e ao desenho, mas sempre a partir do seu atelier, «na convicção de que a arte pode acontecer e manifestar-se em qualquer lugar e não apenas nas grandes cidades», mas também no pressuposto de que a «arte deve estar ao alcance de todos».
Com aquele objetivo, Ferreira de Almeida lançou recentemente o projeto “Brincar com Arte”, visando aproximar a arte das pessoas, nomeadamente, crianças, jovens, pais, tios, avós..., sensibilizando-as para o desenho e para a pintura e levando-as a «transportar para as telas sentimentos». «Cada um desenha e pinta ao sabor da sua imaginação e de acordo com as suas capacidades», frisou o artista.
Ainda sobre a exposição, Ferreira de Almeida disse que, para Foucault, o arquivo não é apenas o lugar onde se depositam documentos, «mas um espaço vivo onde tudo é depositável, o saber, as memórias, um conjunto de informações que ajudarão as gerações vindouras a construir o futuro». E lembra que Derrida chama a atenção para a utilização que pode ter a forma como o arquivo é colocado à disposição do povo, sublinhando que, «se for selecionada por alguém que queira instrumentalizar uma sociedade, pode levar a que sejam feitas barbaridades como já aconteceu no passado».
Na sua mostra, porém, não se correu esse risco, porque quis tão-só «que as memórias de um povo fossem mostradas no arquivo, onde as pessoas que passaram os portões imprimiram os seus sentimentos, emoções, alegrias, tristezas, em suma, as suas vidas».
Nesta exposição, o artista gafanhão lembra que foram apresentou 12 trabalhos, de que se destacaram «sete antigos portões de chapa zincada subtraídos do seu contexto original», os quais foram colocados num espaço museológico que «convoca para a reflexão sobre o arquivo e memória», e quatro caixas de vidro com elementos retirados dos portões: pregos, parafusos e outros elementos e, ainda, uma tela que está na génese desta mostra.

Fernando Martins

Nota: Entrevista feita por e-mail.