sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

QUE PROCURAIS? PERGUNTA-NOS JESUS

Georgino Rcoha

Georgino Rocha

A pergunta de Jesus feita aos discípulos de João que o seguiam abre a nova fase do Ano Litúrgico que a Igreja nos propõe para celebrarmos. É uma fase que valoriza o tempo comum, a normalidade da vida, o quotidiano. É uma fase que destaca a grandeza das “rotinas” assumidas como espaço de realização pessoal e oportunidade de salvação. É uma fase que convida a mergulhar na profundidade do ser cristão que se expressa no viver e conviver diários, revigorados pela confiança e pela alegria do Evangelho. (Jo 1, 35-42).
Os discípulos são dois. Um é André e o outro não tem nome. Possivelmente, será João, o autor do relato. Mas pode haver outra intenção. E o nome ser o da pessoa que segue Jesus, em qualquer tempo, anda à procura de saciar o desejo de se encontrar com Ele, de saber por experiência o que vai escutando de outros. Que bom! Todos lá cabemos. Tu e eu. A resposta fica nas nossas mãos. A atitude dos discípulos abre caminho à nossa decisão. Vamos acompanhá-los mais de perto.
O seu mestre, João Baptista, estava parado nas margens do rio Jordão. Jesus ia em movimento. Ele está prestes a sair de cena. Jesus a entrar em missão, na vida pública. João não retém os discípulos, mas liberta-os e encaminha-os. Jesus acolhe e, pedagogicamente, inicia um diálogo de aproximação e convite. Diálogo que o narrador resume a perguntas emblemáticas: “Que procurais? Mestre, onde vives? Vinde e vereis”. Perguntas que ficam a ecoar na história à-espera de interlocutores motivados para que haja encontro pessoal e comece a nova relação que humaniza e salva.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

IMPORTA CONHECER A HISTÓRIA DOS OVOS-MOLES


«A Confraria dos Ovos Moles de Aveiro acaba de lançar um apelo à comunidade aveirense no sentido desta ceder vários tipos de documentação relacionada com os ovos-moles. “O objectivo é reunir a maior quantidade possível de informação que ajude no esclarecimento da história deste doce de Aveiro, com vista à publicação de um livro”, esclareceu Sérgio Ribau ao Diário de Aveiro.»


NOTA: Ora aqui está uma excelente ideia para os aveirenses, e não só, descobrirem as muitas receitas da confeção dos ovos-moles de Aveiro. Sim! Eu sei, e todos sabemos, que há diversas receitas deste tradicional doce que tem apreciadores em todo o país e até no estrangeiro. 
No Natal  e Ano Novo falou-se dessa variedade de receitas, sendo unânime a ideia de que os ovos-moles diferem de pastelaria para pastelaria. Estávamos habituados a comer os saborosos doces de uma determinada casa, mas desta vez o responsável pela compra atrasou-se e já não lhe aceitaram a encomenda. E todos notaram a diferença. E que tal um concurso? 

ÍLHAVO - ENCONTROS DE HISTÓRIA LOCAL


MUNICÍPIO DE ÍLHAVO CELEBRA 120 ANOS DA SUA RESTAURAÇÃO




«Ao longo do ano serão vários os momentos que irão refletir a importância deste relevante marco histórico para o presente e futuro de todas as vivências e dinâmicas municipais, sendo também de destacar a nova rubrica da Agenda de Eventos “Viver em…” que desvenda o sentimento dos ilhavenses sobre a extinção do concelho.
As diversas atividades centradas nos 120 anos da Restauração do Concelho de Ílhavo iniciam-se no próximo dia 17 de janeiro com os Encontros de História Local que espelham a história deste importante marco e que lançará o primeiro número da revista “Nossa Gente” com a biografia de Alberto Ferreira Pinto Basto, um dos impulsionadores do processo de restauração de 1898.»

MIGUEL TORGA . CONFIANÇA


Confiança

O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura…
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova…


Miguel Torga

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

ANO EUROPEU DO PATRIMÓNIO CULTURAL

Beleza à espera de descoberta e encantamento 







“Onde o passado encontra o futuro” é o tema que vai juntar as iniciativas do Ano Europeu do Património Cultural, que tem como objetivos «encorajar mais pessoas a descobrir e a comprometerem-se com o património cultural europeu e reforçar um sentido de pertença a um espaço europeu comum».

Li aqui

NOTA: Este texto pode ser o ponto de partida para nos debruçarmos sobre o nosso Património Cultural, visto de diversos ângulos. Olhando à nossa volta, aqui no nosso concelho, o que poderíamos fazer, de concreto, para divulgar e valorizar o que temos de muito bom? 

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

A VIDA, OS SENTIMENTOS E AS CULTURAS HUMANAS

Sobre um livro da António Damásio


Não estava nos meus horizontes próximos a leitura do mais recente livro de António Damásio — “A ESTRANHA ORDEM DAS COISAS” —, por abordar questões, segundo admitia, da ordem das Filosofias e das Neurociências, longe dos meus interesses principais. Porém, a oferta de pessoa amiga levou-me a assumir a leitura que, desde o início, me aliciou, embora me obrigasse a utilizar o dicionário, agora coisa fácil, graças à Net.
O livro deste conceituado e galardoado cientista, com assento em diversas universidades, aborda questões que nos fazem pensar sobre a vida, os sentimentos e as culturas humanas, como se lê na capa. E no interior, o escritor e cientista explica, com riqueza de pormenores, conceitos e mecanismos da evolução da vida através dos muitos milhares de anos. Tantos, que a mente do homem comum, e mesmo de alguns habituados a pensar, nem sequer conseguirá ter a noção da grandeza daqueles milhares de anos. 
Como acontece com todos os livros que tenho em mãos, li o que diz a capa, a contracapa e as badanas, em jeito de introdução à leitura que me espera. Dou-me bem com esta regra elementar, que reputo de essencial. Na contracapa, o editor interroga-se sobre o que terá levado «os seres humanos a criar culturas, esse conjunto impressionante de práticas e instrumentos onde se incluem a arte, os sistemas morais e a justiça, a governação, a economia, a tecnologia e a ciência?», para logo acrescentar que «A resposta habitual a esta pergunta remete para a excecional inteligência humana, auxiliada por uma faculdade ímpar: a linguagem». Mas Damásio vai mais longe, quando afirma que «os sentimentos — de dor, sofrimento ou prazer antecipado — foram as forças motrizes primordiais do empreendimento cultural, os mecanismos que impulsionam o intelecto humano na direção da cultura». 
O autor sublinha em Inícios que «Os seres humanos distinguiram-se de todos os outros seres ao criarem espantosas coleções de objetos, práticas e ideias, conhecidas coletivamente como “culturas”, nelas se incluindo «as artes, o inquérito filosófico, os sistemas morais e as crenças religiosas, a justiça, os sistemas governativos e as instituições económicas, e a tecnologia e a ciência.»
Mais adiante, questiona-se: «Como é que os seres humanos vieram a ser, ao mesmo tempo sofredores, mendicantes, celebrantes do prazer, filantropos, artistas e cientistas, santos e criminosos, senhores benevolentes da Terra e monstros empenhados na sua destruição?» E conclui o seu raciocínio, na abertura da sua obra, esclarecendo que o presente livro tem com o objetivo «apresentar alguns factos associados à criação de mentes que pensam, criam narrativas e significado, recordam o passado e imaginam o futuro». 
“A ESTRANHA ORDEM DAS COISAS” tem 381 páginas, estando dividido em III partes: A vida e a sua regulação (Homeostasia); A montagem da mente cultural; e A mente cultural em ação. No final contém notas e referências, gradecimentos e índice remissivo.

Fernando Martins

Nota: Este texto é uma simples referência a um livro de que gostei imenso e que aconselho aos meus amigos. Não me aventurei a tecer grandes considerações para não correr o risco de errar. Os temas, desenvolvidos, apesar de tudo, com muita clareza pelo autor, contêm conceitos e termos que necessitam de muita reflexão e grandes conhecimentos. Eu não passo de um simples leitor. 

FM