sábado, 11 de julho de 2015

Buddha Éden

Crónica de Maria Donzília Almeida


«A paz vem de dentro de você mesmo. 
Não a procure à sua volta»

Buda



Se o trabalho dá saúde, o seu oposto, o lazer faz a sua manutenção. Assim, é preciso intercalar a atividade profissional com pausas, para que o desempenho seja profícuo. No final de um exaustivo ano letivo, sabe bem mudar de ares e respirar a mística de um ambiente oriental.
O jardim oriental Buddha Éden, integrado na Quinta dos Loridos, foi a meta curricular, almejada por um grupo de agentes educativos do AEGE.
Aí fica um bonito solar, situado na freguesia do Carvalhal, concelho do Bombarral. Outrora, estas terras foram pertença do Mosteiro de Alcobaça, que as doou a João Annes Lourido, em 1430. No século XVI a família Sanches de Baena reconstruiu este solar que é hoje um belo exemplo da nobre arquitetura rural do século XVIII, ostentando o brasão da família Sanches de Baena. Foi convertido numa unidade hoteleira de luxo e também numa afamada produtora de vinhos, nomeadamente de espumantes.

"Deus morreu", e agora?

Crónica de Anselmo Borges 


Ó Pai, ó Pai! 
Onde está o teu peito infinito, 
para descansar nele?


1. Volto muitas vezes a esse sublime e abissal texto, pavoroso, um dos grandes da grande literatura alemã, que Jean Paul, pseudónimo de Johann Paul Friedrich Richter, escreveu em 1796: "Rede des toten Christus vom Weltgebäude herab, dass kein Gott sei" ("Discurso do Cristo morto, a partir do cume do mundo, sobre a não existência de Deus").
Nele, o célebre escritor descreve um sonho. Pela meia-noite e em pleno cemitério, numa visão apavorante, o olhar estende-se até aos confins da noite cósmica esvaziada, os túmulos estão abertos, e, num universo que se abala, as sombras voláteis dos mortos estremecem, aguardando, aparentemente, a ressurreição. É então que, a partir do alto, surge Cristo, uma figura eminentemente nobre e arrasada por uma dor sem nome. E, com um terrível pressentimento, "os mortos todos gritam-lhe: "Cristo, não há Deus?" Ele respondeu: 

Enviados por Jesus a curar e a libertar

Reflexão de Georgino Rocha




«É preciso sobrepor a relação solidária 
à razão económica, 
o bem de todos aos interesses de alguns»







Jesus marca o ritmo do tempo. Quer que o seu projecto entre numa fase nova: lançar os discípulos na primeira experiência da missão. Mc 6, 7-13. Por isso, faz a escolha dos doze, símbolo da totalidade, confere-lhes poder sobre as forças do mal, define o anúncio da mensagem a proclamar e dá instruções claras e precisas. Tudo em conformidade com o que tinha feito - e eles tinham visto e ouvido - nas viagens pelas aldeias e na ida às sinagogas, no contacto com as multidões, nas conversas em família.
Este modo de proceder constitui a melhor escola de formação: em grupo, com relacionamento personalizado, ensinamentos oportunos e, quase sempre, precedidos de acções envolventes e apelativas, recurso a explicações complementares, autoridade reconhecida e participada por todos, responsabilidades atribuídas progressivamente, riscos calculados e ousadia confiante. Tudo a convergir para formar aqueles que eram/são chamados a testemunhar e a cooperar na realização do projecto de salvação que Deus nos proporciona em Jesus Cristo.

domingo, 5 de julho de 2015

Papa Francisco na América Latina

Papa inicia viagem com mensagem 
em favor dos «mais vulneráveis», 
a «dívida» que a América Latina tem por pagar



«O Papa Francisco chegou hoje ao Equador, após um voo de quase 12 horas, iniciando uma visita de nove dias à América Latina com alertas contra a exclusão e apelos em favor dos mais “vulneráveis”.
"Que as realizações alcançadas no progresso e desenvolvimento possam garantir um futuro melhor para todos, prestando especial atenção aos nossos irmãos mais frágeis e às minorias mais vulneráveis, que são a dívida que toda a América Latina continua a ter”, pediu, no primeiro discurso da viagem, no aeroporto internacional de Quito, perante autoridades civis e religiosas equatorianas, para além de representações das comunidades indígenas locais.»

Li aqui 

NOTA: Viagem a seguir porque não podemos ficar indiferentes ao seu testemunho profético de denúncia e de anúncio. Denúncia das ofensas aos direitos humanos e de anúncio do direito à liberdade e à justiça a todos os níveis.

Infortúnios

«De todos os infortúnios que afligem a humanidade, 
o mais amargo é que temos de ter consciência 
de muito e controlo de nada»

Heródoto (-484/-425), historiador, Grécia Antiga

UMA ENCÍCLICA DESASTROSA

Crónica de Frei Bento Domingues 
no PÚBLICO


Embora pouco praticantes do ecumenismo 
entre as Igrejas cristãs e de diálogo inter-religioso, 
estamos sempre dispostos a louvá-los


1. No dia 26 de Junho recebi uma mensagem: não deixe de comprar hoje o DN. Ia no comboio! Como os meus ouvidos já confundem os ruídos, consegui perceber, no entanto, que se tratava de alguém muito zangado com a encíclica do Papa. Quando cheguei ao destino, deparei com um artigo de Miguel Ángel Belloso (director da revista espanhola, Actualidad Económica), Um Papa pessimista e injusto.
O artigo não é original, mas merece atenção. Tentarei um resumo. Inscreve-se num conhecido projecto internacional, de católicos e não católicos, destinado a engrossar, cada vez mais, a campanha contra o papa argentino. O autor confessa uma grande admiração pelos papas que imediatamente o antecederam. Bergoglio, pelo contrário, em muito pouco tempo, impulsionou uma revolução na Igreja.

sábado, 4 de julho de 2015

JESUS E A POLÍTICA

Crónica de Anselmo Borges 

Anselmo Borges
«Jesus é "figura determinante" 
(K. Jaspers) na história da humanidade»



1. Em 2011, realizei um colóquio internacional sobre "Quem foi/Quem é Jesus Cristo?", com especialistas de vários horizontes do saber. Paulo Rangel foi um dos conferencistas. Ele acaba de publicar o texto, numa edição apoiada pelo Grupo do Partido Popular Europeu, com tradução para francês e inglês e uma belíssima reprodução da Pietà (segundo Delacroix) de Van Gogh, 1889: Jesus e a Política. Reflexões de Um Mau Samaritano. Para a apresentação, convidou o ex--presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, agnóstico, e o filho deste, João Gama, católico, professor de Direito Fiscal na Universidade Católica. O Salão Árabe do Palácio da Bolsa foi pequeno para acolher centenas de pessoas, numa grande noite cultural sobre Jesus.