sábado, 26 de julho de 2014

A VIDA

"Quem ama a vida é amado por ela"

(Artur Rubinstein, 1829 - 1894)


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FRANCISCO ENTRE OS LOBOS

Crónica semanal de Anselmo Borges* 

no Diário de Notícias


O mundo não é igual para todos. O mundo visto a partir de uma grande metrópole não coincide com o que se vê a partir do campo. Uma família feliz e uma família desgraçada não olham para o mundo do mesmo modo. Há sempre um ângulo de visão, um ponto de vista, e projectamos sobre o mundo os nossos interesses, medos e expectativas. O mundo que um banqueiro perspectiva diferencia-se do de um desempregado. O mundo visto a partir do poder não coincide com o mundo visto a partir das vítimas, dos pobres, dos sem-abrigo. Uma coisa é olhar para o mundo a partir da janela mais famosa do planeta - a janela do Palácio Apostólico no Vaticano - e outra coisa é vê-lo a partir da Casa de Santa Marta, onde vive o Papa Francisco. E a visão que temos do mundo também nos transforma a nós. De qualquer modo, não há olhares absolutamente límpidos, objectivos, neutros, pois estamos sempre situados.

CHEIO DE ALEGRIA, AGARRA-SE AO TESOURO

Reflexão semanal de Georgino Rocha


Atitude decidida e coerente, fruto de um coração inteligente e de uma vontade determinada. Atitude assumida com firmeza pelo homem que passa no campo e sente o seu olhar “golpeado” pelo brilho de um tesouro. Atitude emblemática de tantas outras que, ao longo dos dias, somos chamados a considerar e fazer nossas.

O homem da parábola concentra todas as energias na realização da maior aventura da sua vida: obter a preciosidade vislumbrada. Definida a meta dos seus desejos, reorganiza e reordena todas as suas rotinas, reelabora a sua escala de valores, redimensiona a distribuição do tempo. Nestas diligências, sente o seu ânimo transbordar de alegria e toma decisões arriscadas. 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

UM AMIGO...


«Que belo é ter um amigo! Ontem eram ideias contra ideias. Hoje é este fraterno abraço a afirmar que acima das ideias estão os homens. Um sol tépido a iluminar a paisagem de paz onde esse abraço se deu, forte e repousante. Que belo e que natural é ter um amigo!»

Miguel Torga
 Diário - 1935

quarta-feira, 23 de julho de 2014

PORTUGAL SAI DERROTADO NA CPLP

Os direitos humanos foram ignorados 


«Portugal resistiu enquanto pôde à entrada da Guiné Equatorial na CPLP. Em 2010, ganhou tempo com uma moratória. Em 2012 resistiu. Mas agora, face ao ultimato de Angola e Brasil, acabou por ceder. “Portugal aguentou, aguentou, aguentou…”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, no passado domingo, no seu espaço de comentário habitual na TVI, referindo-se ao processo de adesão da Guiné Equatorial à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Portugal disse não uma vez, em 2010, na cimeira de Luanda. E outra, em 2012, em Maputo. Estabeleceu-se um roteiro, requisitos mínimos: o fim da pena de morte e medidas destinadas a promover o uso do português. Mas as pressões dos “países irmãos” foram tantas que o Governo cedeu. “Portugal baixou a bola”, disse Marcelo. O Observador sabe que as coisas foram mais complicadas do que isto, mas o “professor” resumiu bem a história.»

Texto de Fávio Monteiro no OBSERVADOR



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terça-feira, 22 de julho de 2014

O VIVER DO HOMEM


"O homem que começou a viver mais seriamente por dentro, começa a viver mais singelamente por fora."

(Ernest Hemingway, 1899 - 1961)



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O MAR E AS MULHERES

Uns conselhos de Ramalho Ortigão



Uma leitura para este tempo é ou pode ser Ramalho Ortigão. Um clássico porventura a cair no esquecimento. Dele não conhecia muito. Umas Farpas e textos de antologias. 
Graças à Editora Quetzal, estou a ler "As Praias de Portugal - Guia do Banhista e do Viajante", cuja primeira edição data de 1876. As nossas praias, Barra e Costa Nova, não lhe mereceram qualquer referência. Apenas diz que a Costa Nova era frequentada por algumas famílias de Aveiro e seus subúrbios. Nem o Algarve está no mapa. 
De qualquer forma, o leitor fica ao alcance de bons nacos de prosa e de informação variada. E não faltam curiosidades científicas, decerto já ultrapassadas. Já lá vão uns 150 anos. 
Deixo aqui um pedacinho dedicado às mulheres, que talvez possua um fundo de atualidade, com poesia para este tempo.
Boas férias para todos.


«Aí o tens, boa amiga, o vasto, o poderoso Oceano! Procura conhecê-lo. Ele será o teu melhor, o teu mais fiel amigo, o teu médico, o teu mestre, o namorado do teu espírito.
Tudo aquilo de que precisa o teu abatido organismo, a tua imaginação, o teu carácter, a tua alma, o mar possui para to dar.
Ele tem o fosfato de cal para os teus ossos, o iodo para os teus tecidos, o bromureto para os teus nervos, o grande calor vital para o teu sangue descorado e arrefecido.
Para as curiosidades do teu espírito ele tem as mais interessantes histórias, os mais engenhosos romances, os mais comoventes dramas, as mais prodigiosas legendas.
Para as fraquezas da tua imaginação, da tua sensibilidade, da tua ternura, tem finalmente a grande força austera, simples, tenaz, implacável, que na terra se não encontra senão dispersa, em pequenas parcelas, pelo que há de mais sublime e de mais culminante na humanidade: a alma dos heróis e o coração das mães; - força imensa, sobrenatural, inconsciente, de que o mar é viva imagem colectiva e portentosa.»

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